But...I Like You.

Capítulo 10: Kiss?&The Request.


Adormeci e acordei ainda a pensar no assunto do dia anterior, eu estava muito curiosa sobre o que Nathaniel iria dizer-me. Levantei-me às sete e um quarto, tratei da minha higiene matinal, vesti-me e fiz o mesmo penteado de sempre, a rotina era sempre a mesma de manhã, pelo menos antes de sair de casa, depois disso, tudo parecia virar do avesso, nunca me tinham acontecido tantas confusões em tão poucos dias.

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Desci para tomar o pequeno-almoço, abri a geleira de onde retirei um iogurte e de seguida os armários para recolher um pacote de bolachas. Percebi que não havia uma grande variedade de alimentos e que mesmo assim estes já estavam a escassear-se. Sentei-me no sofá ligando a televisão num canal qualquer, não estava muito interessada em meteorologia ou acidentes por isso desliguei-a logo de seguida.

Terminei de comer e olhei para o relógio, ainda faltavam quarenta e cinco minutos para as aulas começarem, como não tinha nada melhor para fazer deitei-me agarrando no meu livro e nos meus óculos para ler (sim, eu uso óculos para não cansar a vista quando pretendo passar muito tempo a ler). Comecei a minha leitura e nem dei pelo tempo passar, quando dei por mim já eram sete e cinquenta e cinco. Preparei-me para sair, peguei na minha mochila, coloquei o meu livro debaixo do braço e conectei os meus phones ao mp3.

Saí de casa ao som de Dirty Paws – Of Moster and Men, apesar de eu ouvir praticamente rock também gostava outros tipos de música, contudo não procurava as bandas mais populares, mas sim as letras das músicas e os seus significados, aquelas com quem eu me identificava e/ou apreciava a música iam diretamente para a minha playlist.

Como já conhecia o caminho andei devagar observando um pouco de tudo o que me rodeava, passei por uma livraria (certamente teria de passar ali mais tarde), alguns cafés (um deles era o do dia anterior) e casas, muitas casas. Quando cheguei à escola ainda faltavam dez minutos e, como ninguém estava ao portão, entrei diretamente para a sala onde teria aula. China já estava à porta acompanhada de Lysandre, no entanto não havia sinal algum de Nathaniel. Este acabou por chegar mesmo em cima da hora e por pouco não levava falta.

–Passou-se alguma coisa? – Perguntei assim que o loiro se sentou ao meu lado.

–Não, nada.

–Está bem. – Afirmei sem grande convicção, tinha quase a certeza que ele estava a mentir-me. -E quando é que falamos sobre aquilo?

Nathaniel soltou uma risada baixa antes de me responder:

–Estás muito apressada, não? Só depois das aulas.

Eu ia abrir a boca para protestar, contudo não o pude fazer pois o professor já estava de olho em nós e impaciente para iniciar a sua aula.

Algumas aulas pareciam passar devagar, outras depressa. O relógio parecia brincar comigo pois sempre que olhava para os ponteiros eles aparentavam abrandar, então evitava fazê-lo na tentativa de fazer o tempo passar rapidamente. Quando a hora de almoço chegou China despediu-se de mim e foi almoçar com o namorado; Nathaniel simplesmente desapareceu. Decidi comprar qualquer coisa no bar, a sensação de estar sozinha incomodava-me e até me deixava com menos apetite, como se nunca antes estivesse estado só por minha conta. Será que depois de termos amigos não conseguimos voltar a estar sozinhos, apenas nós e as sombras? Uma sensação de solidão invadiu-me, mas rapidamente a afastei, eu não estava sozinha, China tinha-me dito isso e eu acreditava nela.

Acabei por comprar um pão com chouriço, um sumo e uma peça de fruta, como não me apetecia ficar lá dentro andei um pouco pela escola até me deparar com o pátio, lá encontrei uma grande árvore com uma sombra bem convidativa. Sentei-me e liguei o meu mp3, comecei a comer enquanto ouvia: A Beautiful Lie – 30 Seconds to Mars, de vez em quando abanava ou tamborilava os meus dedos ao som da música. De repente sinto o meu phone esquerdo ser arrancado e um vulto a aparecer à minha frente, não pude perceber quem era porque o sol estava coberto por uma nuvem, quando esta se afastou o rosto da pessoa que se encontrava sentada à minha frente iluminou-se e eu finalmente pude perceber quem era. Castiel.

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–Assustaste-me sabias?

–Era esse o objetivo. – Disse já com o meu phone roubado no ouvido. -Nada mal. – Comentou, num movimento repentino tirou-me o sumo das mãos e deu um gole.

–Hey! Isso é meu! – Afirmei tentando, sim tentando porque estava difícil, recuperar o meu sumo.

–Agora já não. – Declarou terminando de beber o que restava da bebida. -Por acaso não tens mais nada para mim? Estou com fome.

–Nem pensar! Se quiseres vai comprar. – Repliquei afastando o pouco que restava do meu pão com chouriço. -Já me bebeste o sumo, o resto do pão é meu!

–Isso é o que tu pensas!

Quando dei por mim Castiel estava por cima de mim, as minhas pernas estavam no meio das dele e as suas mãos agarravam os meu pulsos, a sua cara sustentava um sorriso travesso enquanto que a minha estava provavelmente vermelha, já que sentia as minhas bochechas a escaldar. O ruivo aproximou o seu rosto, tão perto que podia sentir a sua respiração a misturar-se com a minha, porém num movimento súbito ele desviou o rosto e mordeu a minha mão direita, bem, quer dizer, não propriamente a minha mão, mas sim o que esta segurava, no entanto devido à rapidez acabou por “apanhar” juntamente as pontas dos meus dedos. Senti os seus dentes e lábios a roçarem na minha pele e o que restava do meu pão com chouriço a desaparecer por entre os meus dedos. Após finalizar o seu objetivo afastou-se ainda a mastigar, eu permaneci deitada atónica, com diversos pensamentos a correrem pela minha mente, até que desatei às gargalhadas.

–Hahaha…Essa foi boa. Que grande susto que me pregaste. E eu a pensar que… - Interrompi a minha fala envergonhada pelo que iria dizer a seguir.

–Que? – Insistiu Castiel.

–N-Nada.

–Se não me disseres faço-te cócegas. – Ameaçou aproximando-se.

–Não! Tudo menos isso. – Eu quase que morria sempre que alguém fazia-me cócegas.

–Então diz-me!

–Está bem. E-Eu pensei q-que tu ias b-b-b…Não consigo. – Desisti.

–Olha as cócegas. – Avisou-me.

–Pronto ganhaste! B-beijar. – Murmurei a última palavra.

–O quê? Não ouvi. – Declarou aproximando o seu ouvido.

Reuni todo o ar que consegui antes de gritar:

–BEIJAR! Eu pensei que tu ias beijar-me! Satisfeito?

Castiel olhou para mim sem expressão até não conseguir aguentar mais e desatar às gargalhadas, eu tentei permanecer séria, não tinha achado muita graça à situação, mas não pude resistir e comecei a rir com ele. Ficamos ainda algum tempo a conversar naquela agradável sombra, relembrando alguns momentos do passado. E assim o tempo foi passando, China tinha razão (sempre teve), eu não estava sozinha e podia voltar a viver momentos felizes que há muito não tinha.

Quando a hora de almoço terminou despedi-me do ruivo, que provavelmente iria baldar-se à aula, ainda pensei em intervir, no entanto sabia que ele não iria dar-me ouvidos. A aula era de matemática, o professor anunciou que iria entregar a ficha da aula anterior e queixou-se de alguns maus resultados. Recebi o meu teste sem olhar para a nota ou para o professor e voltei a sentar-me. Durante a aula inteira Nathaniel não me dirigiu a palavra, ele parecia estranho como se estivesse incomodado com algo, matutei um pouco sobre o assunto até que percebi que talvez ele não estivesse muito confortável com o assunto que iriamos falar. Decidida, rabisquei num papel e entreguei-lhe:

“Acho melhor falarmos noutro dia.”

“Porquê?”

“Tenho de ir comprar comida hoje.”

“Eu vou contigo e depois falamos.”

“Não é preciso, pode ficar para outro dia.”

“Nem pensar! Eu insisto, tem de ser hoje!”

Acabei por desistir e respondi com um “Está bem.”

No fim da aula China e Lysandre foram juntos para casa (de mãos dadas); Eu e Nathaniel seguimos para o supermercado. Após as compras ponderamos para onde iriamos e acabamos por concordar que a minha casa seria a melhor opção.

***

Mordiscava a minha sandes de atum enquanto encarava o loiro que permanecia calado, mas sério. Tossi falsamente ansiosa para que ele começasse, Nathaniel pareceu entender e clareou a garganta para começar:

–Bem…Eu…

–Olha Nathaniel não precisas de me explicar nada, já te disse que se quiseres podemos esquecer este assunto e ir em frente. – Interrompi.

–Não, eu tenho mesmo de dizer-te isto, quer dizer, é mais um pedido.

–Diz lá então.

–Queres ser minha namorada? – Esta pergunta foi a única que nunca pensei ouvir da boca dele, muito menos dirigida a mim e ainda mais neste momento.