Pov Kenna

Depois que percebi que Dione havia sumido não tive tempo para procurá-la, não que eu estivesse preocupada, mas queria explicações, tinha certeza que ela sabia quem era aquele homem maléfico. Mas minha atenção foi voltada para o som estridente que surgiu no céu, várias sombras passavam no chão e quando olhei para cima criaturas enormes semelhantes a pássaros voavam sobre nós.

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- Harpias! - Eu gritei. – Temos que nos separar agora. Para a floresta! - Bradei para os outros e cada um correu numa direção.

Corri o mais rápido que pude, mas sabia que não seria suficiente, harpias são rápidas e ao olhar para trás ví três delas me seguindo e se aproximando rapidamente. Eu teria que parar e lutar e isso não seria nada fácil. Parei, me virei e atirei várias flechas em direção a elas, mas desviaram facilmente. Estavam com a vantagem, elas voavam. Voltei a correr e uma idéia surgiu quando a minha frente avistei duas árvores enormes, era minha chance que me igualar a elas por alguns segundos. Então apertei o passo e corri com mais força, saltei para a árvore da direita e com os pés me impulsionei para a da esquerda, e com mais força e rapidez voltei para a da direita e virando meu corpo me lancei ao ar atirando minhas flechas nas harpias que foram pegas de surpresa. O corpo das harpias caíram um segundo depois que eu pousei pesadamente no chão. Me levantei e fiquei surpresa ao ver somente duas mortas, eu acertei as três tinha certeza disso; então a terceira pulou em minhas costas, fazendo meu arco cair e cravando suas unhas em meu ombro, eu segurei sua mão que estava grudada em mim e a joguei para frente, depois sem exitar peguei minha espada e atravessei seu peito.

Está morta agora? – Perguntei ao cadáver.

Agora ela está. - Uma voz conhecida respondeu. Dione.

– Resolveu aparecer. Que ótimo, agora não precisarei caçar você. – Debochei. E ela apareceu por detrás das árvores. Esteve observando tudo.

O que é isso Kenna! Ainda com ciúmes por causa do Élio? – Ironizou Dione, ela estava brincando com fogo.

Não é por causa do Élio que vou arrancar sua cabeça fora do seu lindo corpinho. - Sorri para ela. – E sim por você ser uma traidora.

Não ouse me dizer isso, eu sempre fui fiel . - Ela se fez de ofendida.

E mesmo? Por isso ajudou seu amigo a falar comigo através daquele colar? E por isso invocou essa harpias? – Fui direto ao ponto, ela não me enganaria mais.

– Você não me entendeu. Eu sempre fui fiel ao meu Mestre. - Dione dá um passo a frente. - Sim, eu ajudei meu mestre a falar com você, e também invoquei as harpias; na verdade já tinha invocado elas antes do meu Mestre aparecer a você.

Vamos parar de papo e ir logo ao momento que eu arranco sua cabeça.– Falei e ataquei, mas Dione aparou meu golpe com uma espada. Não sabia que ela tinha uma.

Começamos então a lutar, ela era boa, mas eu era melhor. A dominei rapidamente e a encostei numa árvore, minha espada lutava com a dela para alcançar seu pescoço. A Deva então usou um de seus truques, pegou em meu braço e com apenas uma palavra ela o paralisou, fiquei sem força e ela me jogou para trás e rapidamente ela inverteu nossa posição, agora eu estava sendo prensada na árvore e com suas mãos apertando meu pescoço. Lutei para sair, mas a paralisia alcançou meu outro braço e logo não poderia mexer nenhum músculo. O ar começou a me faltar e conforme tentava respirar mais Dione apertava.

- O que você pode fazer sem seu arco mágico e sua espada élfica Kenna? - Ela murmurou em meu ouvido. - Nada! Você não é nada sem seus brinquedinhos. Já eu sou uma força da natureza.

- Tem...- Eu me esforcei para dizer. - Tem..uma..co..coisa..que..posso ... fazer. – Disse quase sem fôlego. - Fogo.– Falei e me concentrei em seu rosto que logo começou a arder em chamas.

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Dione me largou e eu cai no chão buscando o ar. Ergui os olhos e vi seu corpo tomado pelas chamas, tentei me levantar e quando consegui ela havia sumido. Olhei em volta procurando, mas não tinha nem sinal dela. A vertigem me abateu e cai no chão, fechei meus olhos por um segundo e quando os abri Élio estava sobre mim.

- Kenna. Você está bem?– Ele perguntou segurando meu rosto.

- Élio? – Perguntei desorientada.

- Sim sou eu. O que aconteceu? Você sumiu por horas. – Ele disse.

- Horas? Não, só fechei os olhos por um segundo. – Declarei, estava mesmo desorientada naquele momento.

- Não Kenna. Já é noite, estamos te procurando a horas. – Élio afirmou e só então percebi a escuridão ao meu redor, então ele me ajudou a levantar. - É melhor irmos logo.

- Aconteceu alguma coisa? – Perguntei percebendo seu semblante sério. - Estão todos bem?

- Na verdade...bem..é melhor você vir comigo, Minna saberá lhe explicar melhor. – Falou por fim e senti um aperto no peito, algo estava muito errado.

Depois uns minutos sendo apoiada por Élio eu me senti melhor e só não saí correndo em direção aos outros por que não sabiam onde estavam, eu precisava muito saber o que havia ocorrido, mas ,quanto mais eu perguntava, mais Élio ficava calado. E quando finalmente chegamos ao acampamento improvisado, vi que todos estavam bem, alguns arranhões e ferimentos leves. Mas percebi que faltava alguém.

- Onde está Feo? – Indaguei sentindo minha garganta fechar.

- O que aconteceu..foi..bem.. inesperado... - Minna começou a falar mas não prestei atenção, meus olhos se voltaram para a tenda do meu lado esquerdo, Feo estava lá, podia sentir.

Entrei correndo na tenda e Feo jazia deitado inconsciente, me joguei ao seu lado e procurei por ferimentos, mas não havia nada.

- Ele não foi ferido. – Minna falou já ao meu lado, eu nem tinha visto ela entrar.

- O que houve então? - Me virei e a encarei. – Fale logo de uma vez!

- Ele foi enfeitiçado Kenna. - Minna disse por fim. – Um feitiço muito poderoso.

- Dione.– Murmurei para mim mesma.

- Foi o que pensei e o pior é que ele deve estar enfeitiçado há dias e não percebemos e só agora a maldita Deva liberou o feitiço. – Minna me explicou e então a dúvida surgiu.

- Será que mais alguém...- Comecei a perguntar.

- Não. Eu já testei. Ninguém mais está enfeitiçado. - Minna respondeu.

– Bem, só falta testar você, mas duvido que Dione seja capaz de te enfeitiçar desta forma.

- Não tenha tanta certeza. - Afirmei desanimada. – Ela quase acabou comigo na floresta.

- Feitiços de combate não duram muito. Mas o que ela fez em Feo, é muito poderoso, muito difícil de fazer e ... - Minna exitou em continuar.

- E... - A encorajei a continuar. – Minna..

- E.. ele vai ficar dormindo e suas lembranças serão apagadas até não restar mais nada, só o vazio. Então ele acorda e bem... enlouquece. E o pior de tudo, é praticamente impossível de desfazer. – Ela declarou.

- Mas há uma chance.– Afirmei.

- É perigoso, tem que ser feito o quanto antes , precisa muita coisa para o contra-feitiço que nós não temos e não sei se ele sobreviveria.– Minna falou exitante.

- Faça. Do que precisa? - Falei decidida.

- Kenna eu não sei se conseguirei..- Ela tentou recuar.

– Do que precisa?– Repeti deixando claro que não havia opção.

- Tudo bem.– Ela falou depois de me olhar profundamente. - Mas não quero ser responsabiliza se algo der errado.

- Não se preocupe com isso, já estou ciente dos riscos, apenas faça.– Ordenei. Não deixarei que meu irmão enlouqueça, ele não merece isso. Só espero que não seja tarde demais.