A Maldição Do Dragão

Uma Deva Abusada...


POV Kenna

Abro os olhos, mas está tudo escuro. Onde estou? Minha cabeça dói tanto! Tento me levantar mas meu corpo não deixa, é como se cada músculo estivesse amortecido. Viro a cabeça e percebo uma fraca luz vindo pela fresta de... uma porta? Mas onde é que estou afinal? A porta é aberta com força e a luz invade meus olhos, viro minha cabeça na outra direção.

- Me desculpe. - Diz uma voz de mulher. - Não pensei que acordaria tão cedo.

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Ela fecha a porta e eu a olho, posso ver claramente seu rosto por conta da iluminação da vela que ela pôs numa pequena mesa ao lado da cama que estou. É um pouco mais velha que eu; lisos cabelos loiros caem em seus ombros, seus olhos azuis me fitam com uma expressão que não posso definir; é uma moça muito linda, mas também é uma total desconhecida para mim.

- Como está se sentindo? – Pergunta colocando sua mão em minha testa.

- Muito mal. – Respondo tirando sua mão de mim. - Quem é você?

- Calminha garota.– Retruca irritada. - Eu sou a pessoa que salvou a sua vida e de seu amigo. E meu nome é Dione.

- Tudo bem Dione. - Falo sem paciência, não gostei dessa garota. - Pode me dizer onde estou?

- Está na minha casa. - Responde no mesmo tom. Ela também não gostou de mim.

- Isso não me diz muita coisa.– Digo revirando os olhos. Dione me encara com fúria e eu retribuo o olhar. E antes que as coisas fiquem realmente feias, a porta é aberta novamente e Élio entra juntamente com a luz. Está lindo como sempre, mas a claridade ao seu redor o faz ganhar uma aura quase divina. Tudo bem, estou perdida em devaneios novamente, isso piora cada vez que o vejo.

Élio fecha a porta atrás de si, me tirando do meu delírio, ele chega perto da cama e vejo que Dione está me olhando com um ar debochado, será que ela percebeu meu olhar bobo para Élio? Acho que sim. Eu a fito irritada e Élio olha pra nós duas com surpresa percebendo o clima estranho.

- Tudo bem por aqui? - Ele pergunta tentando parecer casual. Não conseguiu.

- Tudo ótimo querido. – Dione diz agarrando o braço de Élio. Que garota abusada!

- E como você se sente Kenna? – Élio se livra da abusada e se aproxima mais de mim. Bem feito queridinha!

- Estou bem melhor agora obrigada. – Sorrio discretamente. Não posso dar bandeira toda hora né? - Será que podemos falar um pouco a sós?– Sussurro pra ele. Não teria me importado de dizer isso alto é claro, mas quero que Élio peça Dione para sair.

- Sim, é claro. – Responde baixinho também. E se vira para a Dione. - Você se importa de sair um instante Dione?

- É claro que me importo. – Ela responde me olhando. - Mas já que você está me pedindo. - Dizendo isso ela se inclina e o beija perigosamente perto da boca. Normalmente eu teria ficado vermelha de raiva e isso acabaria dando a ela o gosto da vitória, mas eu sou uma guerreira e não me dou por vencida facilmente, controlei minhas emoções e olhei friamente para ela, e Dione é claro retribuiu o olhar. Eu arrumei uma inimiga em dois minutos de conversa.

- Pode falar agora Kenna - Afirma Élio enquanto Dione sai e fecha a porta.

Eu quero saber onde estou e quem é essa garota. - Ordeno e ele estranha meu tom. Mas tive que apelar para meu jeito mandona de ser para falar com ele, é isso ou acabo me derretendo toda.

– Bem, você ainda está na Floresta das Almas se é isso que quer saber. - Explica. - E Dione é uma amiga antiga, trouxe vocês até a casa dela pois é o único lugar seguro por aqui.

Ela disse que salvou minha vida, é verdade? – Pergunto esperando que ele diga não.

– Bem, você não estava tão mal, acabaria se recuperando facilmente; mas Luc estava quase morto e ela o salvou. - Ele diz e eu o olho curiosa. Quem é a tal Dione afinal? – Dione é uma Deva* , muito poderosa devo dizer.

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Sei, claro.. - Murmuro. Uma Deva metida é tudo o que eu não precisava. - E os meus irmãos? Estão bem? – Pergunto aflita. Como posso ter me esquecido deles?

Não se preocupe.– Élio segura em minha mão. - Estão bem, o Feo quebrou um braço lutando contra três Aswangs mas Dione já deu um jeito nisso também.

Onde eles estão? Quero vê-los. – Digo mudando um pouco o assunto. Já basta de falar em Dione.

Eu vou chamá-los. – Élio se levanta e sai. E o vazio se instala no quarto.

No dia seguinte....

Agora sim eu quero matar essa Dione! Quem ela pensa que é para se meter assim aonde não é chamada? Mas é claro que ela tinha que se oferecer para nos guiar pela Floresta das Almas e é claro que Élio tinha que insistir para eu concordar! Eu preferia que o Aswang tivesse sugado toda minha energia vital, do que ter que suportar a voz irritante dela, já que ela não parou de falar um minuto sequer depois que saímos da casa dela, e isso foi há duas horas. Fora as risadinhas que ela dá e todas aquelas historinhas sobre “como eu salvei a vida da princesa das fadas” ou “quando fui convidada de honra no baile Real de Mirion*”; que garota chata e o pior de tudo é ver os rapazes babando por ela como se nunca tivessem visto uma mulher na vida! Até Feo que é mais centrado está olhando feito bobo para ela. Mas também com um decote desses qualquer represente do sexo masculino se torna um tolo. Não sei como Dione não pegou um resfriado ainda, os peitos dela saltam pra fora do vestido azul de linho que usa colado ao corpo, e como se o decote não fosse suficiente, o vestido tem uma fenda do lado esquerdo que vai até o meio da coxa. Não sei como Luc consegue, mas ele olha a fenda e o decote ao mesmo tempo, para alguém que estava quase morto ontem, ele me parece bem animadinho.

- Tem alguma coisa lhe incomodando? – Élio pergunta e eu me assusto. Não tinha visto ele diminuir os passos e ficar ao meu lado direito.

- O que você acha? - Retruquei irritada.

- Acho que você não gosta nem um pouco de Dione. - Ele sorri em deboche.– E também não gostou de ter insistido para ela vir conosco.

- Eu ainda não sei por que permiti. – Murmuro. Eu não resisti a um pedido dele.

- Eu sei o porque. - Declara sorrindo mais ainda. Será que é tão óbvio assim? - É poque você confia em mim.

- Ahnnn.. É.. É claro.. - Digo aliviada.

- Dione conhece bem essa floresta, ela nos levará em segurança até final dela, e de lá podemos prosseguir sozinhos. – Élio fala tentando se justificar, mas eu não ficar falando de Dione. – Assim nós evitaremos de cair em armadilhas como aquela do bando de Aswang.– Ele continua e me faz lembrar do acontecido. Aquelas chamas vermelhas em suas mãos. Como ele fez aquilo? Élio é mais do que diz ser. Não contei aos meus irmãos sobre isso, estava esperando a melhor oportunidade para pedir esclarecimentos a Élio. E momento é agora.

- Élio, sobre o que aconteceu naquela mansão você tem .... – Eu tento dizer mais sou interrompida por um grito agudo acima de nós. Agora vários gritos surgem pela floresta inteira. Isso não é nada bom.

- Mas o que é isso? – Luc aponta para a criatura de pelo branco pendurada em uma árvore próxima a ele. Logo somos cercados por várias delas.

- Ah não! - Dione exclama. - Harunas! Preparem-se!