Venice

Capítulo II: Negros, olhos negros...


– Opa! – sorriu desconcertada ao ver que tinha errado o passo. - Sinto muito, senhor Uzumaki, preciso ir.

– Pra você, é só Naruto. – disse ele após beijar sua mão.

E lá ela o deixou, no meio dos casais. Puxou a barra do vestido para andar mais rápido, precisava encontrar Ino e Hinata. Estava estranhando, aquele homem a encarar como se fosse um pedaço de carne ou como se estivesse a intimidando.

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Não as encontrou no Tiepolo, então redobrou sua atenção para ver se as encontrava no meio da multidão. Não percebeu que estava indo para a parte mais afastada, entrou em um beco para cortar caminho, onde tropeçou em um pedaço de madeira. Surpreendeu-se ao ser puxada por braços fortes, ficando de frente para o seu benfeitor.

– Você está me seguindo? – perguntou Sakura com repúdio e deu alguns passos para trás.

– Não. – respondeu Sasuke friamente, surpreso com a atitude da moça.

– Está sim. – ela cruzou os braços – O que quer?

– Poupei-lhe de sujar o vestido, um agradecimento basta, senhorita. – ele desviou o assunto

– Pois não o farei, afinal, você não me respondeu o que quer.

– Como se chama? – perguntou Sasuke pretendendo uma aproximação pacífica.

– Sakura, Haruno Sakura. – ela disse e ficou em silencio. Ele esperava pelo menos que ela perguntasse o mesmo. – Caso tenha matado sua curiosidade agora, preciso ir. – disse ela dando as costas para o temido pirata, deixando-o sem palavras.

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– Por Deus! Onde vocês estavam? – perguntou Sakura ao ver as amigas acenando, próximo a uma barraca onde assistiam rapazes jogando.

– Dando algumas voltas... – disse Ino – O que sua mãe queria?

– Apresentar-me ao capitão Uzumaki, do exército. – ela bufou

– Sua mãe não dá um ponto sem nó. – Ino riu – Hinata o conhece.

– Er... Ele é uma ótima pessoa. – sorriu a morena, levemente corada.

– Não conversamos muito. – Sakura disse – Sabe o mais estranho? Aquele pirata estava a me encarar. E depois perguntou meu nome. – disse ela, omitindo alguns detalhes.

– O bonitão? – Ino gritou – Meu Deus Sakura! Peça para ele te levar dar uma volta naquele navio!

– Você é nojenta. – Sakura a encarou com tédio.

– Agora vai me dizer que você não queria?! – Ino gritou, deixando a rosada encabulada.

– Não. Ele é estranho. – Sakura riu enquanto assistia os rapazes que apostavam sem parar.

– Acho que está na nossa hora... – Hinata disse – Desista Ino, você não conseguirá nada hoje. – e as outras duas riram.

– Já estou sabendo... – A loira suspirou – Vamos logo. Estou ficando com sono.

...

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Os olhos negros invadiam sua mente novamente, seu rosto vinha em flashes. “Droga, tirem esse cara da minha cabeça!” ralhou consigo mesma.

Acordou assustada, a luz solar já lhe incomodava e detestava perder seu café da manhã. Trocou de roupa e prendeu seus cabelos, olhou-se no espelho; ótimo, olheiras! Não teve nem ao menos cinco horas de sono. Odiava quebrar sua rotina. Desceu as escadas silenciosamente, deduziu que seu pai já estava na loja e sua mãe ainda estaria dormindo.

– Como você ainda consegue ser magra? – brincou Micaela enquanto entrava na cozinha com algumas sacolas – Parece que esteve presa! Tanta fome...

– Isso porque passa o dia inteiro andando, como se fosse homem... – disse sua mãe entre bocejos enquanto a rosada comia um sanduíche com tudo que tinha direito.

– Mãe... Logo cedo... – Sakura a repreendeu

– Não fale de boca cheia, Sakura. – disse ela e a outra apenas revirou os olhos – Estou decepcionada com você, deixou o capitão na pista. Isso não se faz.

– Eu faço. – Sakura cruzou os braços – Precisei deixa-lo e ele entendeu mãe. Na verdade, não gostei nadinha de sua ousadia de me levar até ele sem me dizer sua intenção. Sabes que nunca fui boa dançarina.

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– Querida, como você é cabeça dura. Só estava tentando arrumar-te um pretendente.

– Você não precisa me casar com todos os homens que lhe convém. – ela sorriu e se levantou da mesa bruscamente. Tomou um banhou e enfurnou-se em seus livros, estava irritada demais para pintar ou algo que precisasse de sua “leveza”.

Após o almoço, decidiu levar uma tela de presente para sua tia Tsunade, a única que lhe entendia e fazia questão de sua companhia. Uma mulher inteligente, que não era subordinada pelo marido e muito menos alienada pela sociedade.

– É lindo, Sakura. – Tsunade sorriu com as mãos no rosto – Eu amo quando você pinta sobre Veneza, são a cara da cidade...

– É seu! – Sakura sorriu

– Ah minha querida... Obrigada! Eu iria adorar deixa-lo aqui em casa, mas você sabe que vou coloca-lo em minha próxima exposição. – disse Tsunade calmamente e Sakura arregalou os olhos – Não me olhe assim! Você precisa ser reconhecida pelo seu talento! Já conversamos sobre isso. Já que você me deu a tela, farei como eu quero. – intimou sua tia sorridente.

– Você não tem jeito mesmo. – Sakura riu – Pode me adotar? Cada vez está mais difícil de conviver com a louca da sua irmã! Eu não virarei uma mini ela.

– Até porque você não atinge essas competências minha querida Sakura, mas fique tranquila, pode fugir para cá o quanto quiser, tenho certeza que seu tio não ligará de lhe dar um teto.

Passaram o resto da tarde fazendo biscoitos e depois tomando chá e conversando, típico mulherzinha. Anormal da parte de Sakura, que costumava ir para casa de Tsunade estudar. Estava anoitecendo quando Sakura decidiu ir embora e se praguejou por não ter pegado um casaco, detestava as mudanças de clima repentinas em Konoha.

Chegou em casa e preparou um banho quente, não estava afim de passar o tempo com ninguém. Desceu para jantar com descaso, estava cansada dos mesmos assuntos de sua mãe somado à indiferença de seu pai. Por milagre, estavam todos calmos, ninguém perguntou onde esteve, com quem esteve e afins.

Voltou para o seu quarto e enfurnou-se em um livro até sentir-se dispersa e percebeu que já estava na hora de dormir. Colocou suas vestes e depois caiu na cama, precisava arranjar algo para fazer logo, sua vida estava ficando monótona.

...

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Acordou no meio da madrugada com alguns barulhos estranhos e logo levantou da cama, odiava ter sono leve. Eram gritos nas ruas e mais barulhos estranhos. Logo viu sua criada entrar em seu quarto desesperada.

– Pequena, proteja-se! Estão saqueando as casas e lojas mais próximas! – ela disse – São piratas!

– Piratas? Como assim? – ela arregalou os olhos verdes

– Piratas, Sakura! Por favor, não os conteste e deixe-os levarem tudo o que quiserem, caso lhe vejam!

– Cadê o papai?

– Ele foi com alguns militares até a loja, pra contar o estrago. Fique aqui. – dizia ela enquanto saía do quarto.

Droga” pensou, o barulho só aumentava e logo viu que a baderna tomava conta de sua casa. Entrou dentro de seu closet, o lugar mais seguro possível que conseguir ficar no momento. Não demorou muito e viu passos em seu quarto, botas negras surradas que se aproximavam dela. “Droga! Droga!”

– Péssimo lugar para se esconder. – o pirata, dono dos orbes negros na qual ela reconhecia disse após abrir a porta bruscamente. Ele a olhou com surpresa, enfim havia a reencontrado. Ela o encarou com tédio e desprezo enquanto ele procurava por algo de valor. – Não farei nada com a senhorita, caso se comporte. – continuou a analisar até chegar à gaveta de joias de Sakura, bingo! Colocou as que ele sabia que tinha maior valor e logo saiu.

Correu para sua gaveta e procurou por seu colar favorito, o coração de ametista, que infelizmente não estava lá.

– Não me resta outra opção, pirata maldito.