Segunda Temporada De Finalmente Juntos

Capítulo 24: Um Novo Personagem Surge


*Naruto*

Encarei o teto do quarto ainda com um sorriso tonto em meus lábios. O simples, porém confiante “vamos tentar” de Hinata ainda surgia em minha memória sem muita dificuldade. Noivo. Desde Hana, nunca imaginaria que essa palavra pudesse surgir novamente em minha cabeça. Ergui-me da cama e depois de trocar o pijama por uma roupa casual, deixei o quarto para trás.

Enquanto descia as escadas, ouvi o som inconfundível de Led Zeppelin soar em meus ouvidos e percebi que minha mãe estava de bom humor. Deixei um suspiro nervoso escapar por meus lábios. As palavras proferidaspor minha mãe após a noticia da leucemia ainda borbulhavam temerosas em minha mente e eu, sinceramente, não fazia ideia de qual seria sua reação ao descobrir sobre o meu pedido de casamento realizado na noite anterior.

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― Naruto. ― murmurou alegremente enquanto retirava o avental branco que usava. Seu sorriso morrera quando esta encarou meus olhos. ― O que houve?

― Precisamos conversar. ― sussurrei. Ela confirmou com um breve aceno de cabeça e eu apontei para a cadeira. Minha mãe encarou-me ainda confusa enquanto sentava. Puxei a cadeira em sua frente e sentei-me. ― É sobre a Hinata...

― O que houve? ― perguntou e eu pude perceber um olhar nervoso e preocupado sendo transmitido. Apenas neguei com a cabeça vendo-a suspirar aliviada logo em seguida. ― Que bom...

― Para falar a verdade, o que eu preciso conversar com a senhora é algo que não diz respeito apenas a Hinata, mas a mim também. ― falei e vi que ela me encarou ainda mais confusa que antes, se isso fosse possível. ― Pedi Hinata em casamento.

Eu nunca fora sutil com minhas declarações. E por mais que eu pensasse, não sabia qual poderia ser a reação de minha mãe ao ouvir tão veredicto. Ela levantou-se da cadeira e se dirigiu a prateleira pegando uma chaleira. Suspirei cansado. Só havia visto tal ato quando o policial viera até nossa casa para informar sobre o assassinato de meu pai. Minha mãe ficou atônita e preparou incontáveis xícaras de café.

― Mãe. ― chamei-a. Não houve resposta. ― Mãe. ― tentei novamente. Nada. Passei as mãos pelos cabelos, puxando-os lentamente, um ato comum quando me encontrava nervoso. ― Não sei o que a senhora poderá pensar disso, mas eu sei que essa notícia não é surpresa para a senhora. ― nenhuma ação diferente do típico olhar sobre a chaleira fora vista. ― Eu a amo, mãe. Hinata foi e sempre será a única mulher perfeita para mim, e você sabe.

― Não quero falar sobre isso. ― balbuciou de forma sussurrada. Batuquei a ponta de meus dedos sobre a mesa e esperei que ela falasse algo a mais. ― Eu... Eu não vou dizer que estou feliz por você, meu filho. Realmente não sei o que espera de um casamento com a Hinata no atual estado dela, mas eu realmente não gostaria de conversar sobre isso.

Ergui-me da cadeira e caminhei pelo corredor até a porta da sala. Bati-a desajeitado e caminhei em direção ao meu carro. Aparentemente, a velha Kushina que praticamente adoraria a ideia de ter Hinata como nora havia sido abandonada e no lugar desta alegre ruiva, uma sósia totalmente as avessas fora posta.

Não sabia exatamente para onde eu estava seguindo naquele momento. A rua de minha casa ia ficando cada vez mais distante pelo retrovisor. O relógio do visor do carro marcava exatamente 09:30h, e provavelmente, a esta hora eu já deveria estar no escritório preparando inúmeras plantas-baixas e carregando pessoas pela cidade mostrando os mais variáveis tipos de imóveis, mas sabia perfeitamente que eu não conseguiria fazer isso hoje. Puxei o celular de meu bolso e assim que o sinal fechara, disquei um número recentemente salvo no celular.

Alô. ― murmurara uma voz franca e visivelmente sonolenta.

― Gaara, está em casa? ― perguntei rapidamente e ouvi um “sim” provavelmente abafado por um travesseiro. ― Estou indo até ai.

*Hinata*

O dia parecia um pouco mais animado que o anterior. Encarei o pequeno anel em meu dedo assim que entrei na minha sala do hospital. A pequena pedra safira destacava e afirmava o que eu ainda não tinha certeza de ter acontecido. Casamento... Por anos eu pensei que nunca poderia acontecer isso comigo, mas agora cá estou eu. Admirando um anel de noivado dado pelo único homem que sempre amei.

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― Ei! ― murmurou uma voz animada. Encarei a porta vendo que Sakura parecia ainda mais contente que o natural. ― Como vão as coisas?

― Bem... ― sussurrei ― Mas você não deveria estar em casa de resguardo ainda, Sakura?

― Eu vou voltar daqui a pouco, apenas vim buscar alguns exames que eu havia feito depois do parto. ― ela disse e encarou ligeiramente meu dedo, deixando que um sorriso de segundas, terceiras e quartas intenções transparecessem em seu rosto. ― O que é esse anel lindo, Hinata?

Encarei a pedra novamente e não pude evitar um sorriso franco. Não sabia exatamente o que dizer sobre isso. “Naruto que me deu”? “Um anel de noivado”? “Uma simples bijuteria do meu porta-joias”? Não sabia qual destas respostas poderia ser a mais adequado para dizer, afinal, o pedido de casamento fora algo totalmente repentino e eu queria comentar sobre ele com meus pais antes de falar para outra pessoa.

― É... ― a frase ficou presa em minha garganta e eu tive que me segurar na parede para não desabar no chão. Sakura aproximou-se preocupada de mim e eu senti a sala girar 360° antes que a ex-Haruno puxasse uma cadeira para mim. Pisquei enquanto encarava o chão tentando focalizar os pequenos espaços que separavam as cerâmicas. Encarei um copo de água estendido em minha direção e aceitei-o, bebendo um gole. ― Obrigada.

― O que houve? ― perguntara a rosada. Seu olhar preocupado novamente estava ali.

― Só uma tontura, Sakura. ― balbuciei ― Não precisa se preocupar com isso. ― encarei o relógio no meu pulso e arregalei minimamente os olhos. Eu estava atrasada para fazer a consulta de rotina dos pacientes. ― Vamos deixar para conversar depois, está bem Sakura? ― perguntei deixando o copo sobre a mesa e erguendo-me ainda um pouco zonza. Caminhei até a porta e antes de deixar Sakura sozinha, virei-me e sorri. ― Conversamos novamente mais tarde.

Caminhei os dois primeiros corredores normalmente. Subi um lance de escadas e novamente senti meu corpo pesar. Fechei os olhos, tentando concentrar-me nos degraus restantes e tentei outra passada. Minha cabeça teve outro estalo e senti meu estômago revirar como se os passos pesados de um elefante esmagassem as paredes do órgão. Segurei no corrimão, torcendo para não causar uma cena e antes que meu pé tocasse o próximo degrau, senti minha visão turvar e tudo escurecer.

[...]

Pisquei minimamente tentando me acostumar com a luz fraca da lâmpada. Minha cabeça estava dolorida e assim que consegui levantar da cama, encarei a pessoa sentada em uma poltrona vermelha ao meu lado. Deixei um suspiro escapar por meus lábios e tentei inutilmente erguer-me, sentindo a vertigem me atingir como um caminhão carregado em alta velocidade.

― Não tente se levantar. ― falou a voz ríspida daquele que eu imaginava não ver mais, pelo menos não aqui no Japão. ― Aparentemente, você ainda continua uma cabeça-dura, Hinata.

― O que está fazendo no Japão, Gaara? ― perguntei evitando os rodeios. Nunca fui amiga de Gaara no colégio e quando ele se mudou para o Canadá, tivemos nossos desentendimentos. Vários, que agora não tinham muita relevância. Eu havia descoberto que ele havia se formado e agora trabalha em um laboratório de pesquisa na Alemanha, mas não sabia exatamente com que tipo de pesquisas. ― Pensei que estivesse na Alemanha.

― Vim resolver alguns assuntos. ― balbuciou, porém, eu não estava certa de que apenas aquela resposta era o suficiente para ser verídica. ― Estava passando no corredor do hospital quando vi você quase desabar de uma escada.

― Hm. ― resmunguei fechando os olhos e erguendo-me. O ruivo de olhos verdes encarou-me enquanto eu apenas saia pela porta.

Eu realmente não acreditava naquela história de “resolver alguns assuntos” no Japão que o ruivo tentara enrolar para mim. Eu precisava trabalhar e quem sabe esquecer esse último acontecimento, como também a última vez que vi o ruivo no Canadá.