Capitulo 32

Pov' Clarisse La Rue

Apesar de toda a parte minha que nega até agora meus novos sentimentos, concordo em seguir viagem com Jackson. O mesmo apresenta um bom argumento, por mais habilidosa que eu seja não é inteligente simplesmente largar o Acampamento, sem ter ao menos um lugar para aonde ir.

Em agradecimento, tento ao máximo controlar meu humor, e de início eu consigo, bem demais para ser sincera. Tratar bem Percy é mais fácil do que imaginei, de alguma maneira nossa conversa flui naturalmente, como se nunca tivéssemos sido inimigos um dia.

Isso até o idiota do Jackson sugerir um modo mais rápido de chegar até a casa dele. É, exatamente o que estão pensando o maldito quer levar a gente numa droga de cavalo marinho. E ainda tem gente que tem medo de navegar de barco. Quem me dera ter um barco.

Eu não concordo com a sua proposta, luto até o fim para não ter que viajar na droga de um cavalo colorido, mas no fim das contas eu acabo aceitando. De novo, o filho de Poseidon fala coisas que o meu lado mais racional não consegue ignorar.

A viagem é mais curta do que eu imaginei que seria, ao contrário do que Percy pensa eu passo a maior parte da viagem acordada observando o mar. Acho incrível o fato de não estar molhada, de Percy poder fazer algo assim e sinto inveja mais uma vez.

Afinal das contas, qual é a vantagem de ser uma semideusa de Ares? Contamos vantagem com todos os outros campistas, mas no fim das contas o que temos de tão melhor? Somos exímios lutadores, admito, contudo não temos a inteligência de um filho de Atena, não temos poder sobre o mar, a terra ou mesmo sobre a morte. O único prêmio que ganhamos é um mau temperamento, algo que sem dúvida eu gostaria de poder não ter.

Quando chegamos a areia, o moreno se deita exausto. Confesso que também não estou 100%, mas não queria continuar na praia por mais que as coisas estejam mudadas. Clarisse e praia ainda não são palavras que possam andar juntas. Não quero continuar aqui, apenas aguardando para que algum monstro nos encontre.

Devido a minha comum irritação eu e ele acabamos tendo mais uma discussão, segundo o moreno eu sou egoísta e não tenho consideração o suficiente com ele , e talvez , só talvez ele tenha razão. A Clarisse indomável mais uma vez é domada e eu simplesmente não consigo compreender como eu poderia ter mudado em tão pouco tempo, a Clarisse de uma semana atrás nunca teria mudado de ideia tão facilmente.

Horas depois, seguimos com nossa viagem, dessa vez a pé por uma Nova York, que eu sinceramente desconheço. Quando chegamos ao prédio de Percy, nem consigo acreditar, por mais que eu não queira admitir estou muito cansada, preciso dormir o máximo possível o quanto antes.

Esse é meu único pensamento até me lembrar que o moreno não é igual a mim, que ele tem uma família, uma família que eu provavelmente não agradaria. A resposta de Percy para meu comentário, me surpreende mais do que tudo. Não esperava ouvir algo desse tipo, depois de tantos anos sendo ignorada, ver que alguém se importa é algo realmente estranho.

Quando chegamos ao apartamento, ao contrário que o mesmo havia dito sua mãe está no sofá nos esperando, e dá uma bronca tão séria em Percy que eu sinto inveja mais uma vez, quem dera eu ter alguém que se importasse comigo a esse ponto.

Senhora Jackson promete a Percy que os dois terminarão de discutir mais tarde e nos direciona até a cozinha, onde prepara waffles azuis e panquecas azuis. Rio sem entender muito bem isso e os dois me explicam do que se trata, o que me faz sentir querida, como se os dois realmente quisessem que eu estivesse ali.

As horas passam e mãe e filho se retiram para ter a tal conversa. E eu por mais que tenha tentado, não consigo resistir acabo com meus ouvidos na porta, escutando cada frase que cada um dos dois fala, porém não escuto até o final a reação de Sally sobre o término do namoro de Percy e Annabeth, me choca e eu simplesmente não consigo parar de rir, imaginando quando poderia contar isso a sabitudo.