Quando Nico Di Angelo Encontrou O Amor

Aquele Pedaço De Papel


A caminhada até o acampamento foi longa. Ninguem disse nenhuma palavra, tirando quando Percy chamou os pegasos. Segurar o corpo morto de Alisson diante o meu doia. Doia muito.

Mía e Percy estavam tão mal quanto eu. De cabeça baixa atravessamos a entrada do acampamento. Pouco a pouco uma pequena multidão foi se formando diante de nós. Quiron logo chegou.

–O que houve... - Falou ele espantado

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–Eu vou explicar - Thalia surgiu ao lado de Annie. Ela contou a historia toda a Quiron e todos do acampamento acompanharam. Menos eu. Eu só consseguia olhar para os olhos fechados de Alisson e pensar que ainda naquele mesmo dia eu havia a beijado.

–Eu vou sentir sua falta, Alisson. - Disse em voz alta, porem em um sussurro.

–Eu tambem vou sentir sua falta, Alisson - Mía disse para o corpo e beijou sua testa.

–Vamos - Quiron disse logo que Thalia terminou de falar. - O enterro acontecera agora. Um chale será construido em sua homenagem. O chalé dos FIlhos de Kairos, numero 393.

Palmas. Um a um os campistas começaram a bater. Eu e Mía não. Kairos não merecia um chalé, Alisson sim.

Em silencio, andamos ate o topo de uma das colinas mais altas do acampamento. Quiron disse algumas palavras. Mía tambem. Annie e Percy foram juntos. Thalia logo depois.

Eu senti. Era a minha vez. Eu devia falar algo.

Tomei a frente. Todos olhavam para mim. Quase engasgando, comecei a falar:

–Alisson era uma menina muito boa... - Não. Ela era mais do que isso. Ela não devia estar morta. -Ela... - Eu não ia consseguir. Não ia consseguir terminar - Desculpem.

Corri. Corri o mais rapido que pude. Corri até o meu chalé e tranquei a porta. Não queria ver ninguem. Era minha culpa, ela morreu por minha causa. Se eu tivesse sido mais rapido ou talvez... se eu...

Alguem bateu na minha porta.

Eu estava chorando.

Eu não queria que ninguem me visse chorar.

–Sou eu - Disse Mía. Ela parecia preocupada.

A ultima coisa que eu queria era deixa-la preocupada.

Fazendo muito esforço, levantei-me e destranquei a porta. Nos encaramos por alguns segundos ate eu dizer.

–Foi minha culpa.

Virei o rosto. Eu comecei a chorar de novo.

–Não foi sua culpa. - Ela discordou. Discordou sinceramente. - A culpa foi dele. Kairos. Foi ele quem a matou.

–Mas se eu tivesse... - Disse. Mas ela me interrompeu. Encostou sua testa na minha.

–Ela era muito legal. Eu queria que estivesse aqui. Não devia ter ido pro céu ainda. Mas a culpa não foi minha, nem sua. Entendeu? - Falou ela. Assenti com a cabeça, então ela me beijou. Talvez o melhor beijo que já tenha me dado.

Depois de um tempo quietos Mía falou:

–Amanha eu vou visita-lo.

–Quem?

–O Homem.

O Homem. O Beco. Eu havia me esquecido.

–Por que? Voce não tinha medo dele?

–Eu tenho.

–Então por que vai lá?

–Eu estou lembrando. - Pensou ela um pouco - Eu tinha me esquecido, mas estou lembrando. Talvez o homem saiba de algo. - Ela fez uma pausa - E eu quero ver o Senhor Moço tambem.

Amnesia. Havia esquecido que Mía não sabia quem era. Fiquei um pouco triste. E se ela lembra-se de um namorado que já tinha?

–Nico - Ela disse - Eu quero lembrar quem eu sou.

"Por que?" pensei "Por que voce quer lembrar quem é? Não está bom assim?"

Ficamos um tempo calados.

–Eu to sozinha, Nico - Mía olhou para baixo. Eu entendi. Eu tambem sentia falta da minha mae, da minha irmã. Mas não, ela não estava sozinha.

–Voce não tá sozinha - Pus minha mão em seu rosto - Eu estou aqui.

Delicadamente ela colocou sua mão junto a minha e sorriu. Sorriu daquele jeito que apenas ela sabia sorrir, ingenua, feliz até mesmo nos momentos tristes.

Ela me olhou. Me olhou de fora para dentro, penetrando minha alma. Seus labios encostaram nos meus rapidamente.

–Voce é bonito - Ela afirmou - Sabia? - Ela fez uma pausa - Eu nunca vou esquecer de voce, eu prometo.

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Abracei-a com força.

–Eu gosto de voce - Ela disse, me abraçando com força tambem - Bastante.

Sorri. Sorri como ela daquela vez, sorri de verdade.

–Eu tambem te amo, Mía.

. . .

Acordei sem me lembrar de ter dormido. A primeira coisa que notei é que Mía não estava lá. Fui até o banheiro e lavei o rosto. Me olhei no espelho. "Voce é bonito, sabia?". Eu não me achava bonito. Não era feio, mas bonito era um termo que eu nunca alcançaria.

Porem fiquei feliz.

Por que ela me achava bonito, e isso bastava. (N/A Nico, por favor, vc é o personagem mais lindo que eu já imginei KSAJHKSJDAFH)

Caminhei até a porta do meu chalé na esperança de que Mía estava no refeitorio. Porem, pisei em algo. Papel. Eu nunca deixava papel no chão. Recolhi e estava prestes a jogar no lixo até perceber que tinha algo escrito. Era um bilhete.

Um bilhete de Mía.