Último Trailer

"Quando eu entender o meu inimigo bem o suficiente para derrotá-lo, então, nesse momento, eu também o amarei."

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Ender Wiggin

—---------------

Sophie entrou na sala onde Maisy também algemada esperava sentada.

— Ei. - a morena se sentou. – Devido as circunstâncias eu liberei Misa Amane. Não posso fazer o mesmo com você, mas posso te tirar daqui por algumas horas.

— Não tenho nenhum interesse em gastar tempo com ela. – Maisy disse em tom sombrio. – Não entenda errado, eu já derrotei Sayu por tudo o que aconteceu, queria que ela perdesse porque afinal eu sou infantil, mas isso não significa que sou sua amiga ou que vou me tornar a mocinha arrependida dessa história.

Sophie a encarou um momento assustada e então sorriu suspirando.

— Que alivio, já estava ficando preocupada. Não esperava menos de você. – ela colocou várias pastas sobre a mesa. – Bem, então vai gostar de saber que foram reunidas provas suficientes para acusá-la de estelionatário, sequestros, assassinatos, tortura, invasão de dados, formação de quadrilha dentre outros.

— Hum... Porém... – Maisy suspirou. – Eu ainda continuo sendo Kira, afinal eu usava o caderno.

— Exato. Contudo não tem com o que se preocupar, pode pegar uma pena alta, mas não de morte.

— Foi esse o acordo que fez com Scott? – ela deduziu

— Sim. Você ira como cúmplice da Sayu e portanto como ajudou na prisão dela terá a pena reduzida.

— E como os cadernos destruídos, os shinigamis mortos e o portal trancado eu não sou mai uma grande ameaça, não é?

— Maisy, pessoas como nós só não representam ameaça se estiverem em coma. – ela falou apoiando os cotovelos na mesa. – A arma mais perigosa sempre foi nossa mente.

— Ainda acha que tenho intenção de eliminar todo o mal do mundo?

— Acredito nisso fielmente.

Maisy riu.

— Quanta devoção, uma vez que eu mesma não consiga imaginar como tal coisa seria possível.

— Você daria um jeito.

Maisy sorriu, mas de uma maneira diferente do que Sophie conhecia. Parecia feliz ou agradecida. Ela não soube explicar. A garota abaixou a cabeça encarando as mãos algemadas.

— Você parece esperar muito de mim, lamento, mas então acho que não sou o inimigo que você procura. Acontece que... – ela fez uma pausa erguendo o olhar. – Agora por mais estranho que seja você é a única pessoa com quem posso contar.

— Isso não é verdade. – disse Sophie. – Eu consigo ler a mentira no rosto das pessoas. Você sabe, por isso sempre mentiu bem. De qualquer forma por conta disso posso afirmar com 85% de certeza que Misa está arrependida e com 100% de que Scott realmente quer o seu bem.

— Mas ainda sim eles mentiram. Quando eu paro para analisar você é a única honesta. A única que o tempo todo jogou de cara limpa, não no sentido de mostrar o seu rosto, mas de você eu sempre pude esperar o pior. Então por eu nunca poder confiar em você essa é a razão pela qual confio.

— Não estou entendendo. Aonde quer chegar?

— Você me colocando como sua inimiga perfeita. Não sou. Não quero mais isso, aliás não sei mais o que quero. A vida inteira eu fui uma marionete, tudo que eu conhecia era só um jogo bobo e então eu fico pensando sobre tudo isso, todos esses conceitos.

— E o que concluiu?

— Nada. Às vezes penso: e se L tiver razão? Mas então penso que posso estar sendo influenciada de novo e tento analisar o lado do Light. Aí acabo voltando para toda essa confusão e troca de lados e... – Maisy suspirou fundo. – Sabe qual a única coisa que lamento?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— O que?

— Não pude me despedi do Ryuk. – Sophie ficou surpresa. – Ele vivia nos observando, mas eu também. Ele era um shinigami interessante mesmo que ingênuo, foi o fato de eu consegui controlá-lo que me fez começar a questionar tudo o que eu pensava. Acho que foi graças a ele que enxerguei a verdade. É estranho né, como as coisas que julgamos mais inúteis podem ser as que tem mais valor e como aqueles que chamamos de inimigos acabam sendo os únicos que sempre estão ao nosso lado, mesmo que seja para fazer o pior.

Sophie a encarou em silêncio por um momento e então falou.

— É um grande problema ter verdadeiros inimigos, daqueles que você sabe que não pode vencer facilmente. Porque mesmo que você não aceite ou acredite no que ele é e pensa... – ela fixou seu olhar. – Quando você entender seu inimigo bem o suficiente pra derrotá-lo, nesse momento você também o amará.

— Ender Wiggin. – Maisy respondeu. – É a frase do meu filme preferido.*

— Se você também assistiu então você deve se lembrar de que como se vence uma guerra também é importante. – Sophie continuou. – Não há glória na minha, na nossa vitória. Apenas o fim.

— Eu sei. Mas eu não busco glória, não busco mais nada. Estou oficialmente desistindo.

— É uma pena. – Sophie disse e Maisy se sobressaltou na cadeira. – Sabe, Maisy depois que você descobriu a verdade e mesmo influenciada por Scott deixou de ser controlada, foi o momento em que eu comecei a te entender. É uma pena eu nunca poder jogar a sério com você.

— Você é louca. Uma louca entediada e sem escrúpulos. Quem é quem para tentar se impor como justiça nesse mundo? Somos todos monstros piores que shinigamis dentro de nós.

— Então você já me entendeu, me decifrou completamente?

— Estou nesse caminho.

— Se L e Kira pudessem nos ver agora certamente estariam desapontados.

— Se Light pudesse me ver eu perguntaria: E agora papai? Será que está orgulhoso de mim? Será que se sente ao menos aliviado por ter acabado? Por quanto tempo mais uma guerra assim poderia e deveria acontecer? – ela encarou os olhos gelados de Sophie. – Ao final de tudo só o que me restou foram perguntas com respostas vazias.

— Sou a última pessoa que provavelmente você queira ouvir, mas estar em débito com você me faz passar mal. Então eu vou te dar um conselho: vá até sua mãe e fale com ela. Mesmo que não a perdoe ao menos seja convincente o bastante. Quem usa o Death Note não pode ir para o céu ou inferno, mas enquanto estiver aqui pode fazer com que ela morra feliz.

— E o que eu ganharia com isso?

Sophie arrumou as pastas e se levantou.

— Vai descobrir que este mundo é bem mais do que o mal que você tentou erradicar. Porque no final das contas somos só garotas órfãs e mimadas tentando chamar a atenção de alguém. – abriu a porta e saiu.

Maisy resolveu aceitar as palavras de Sophie e no último dia de Misa ela e Scott foram visitá-la. Os três estavam numa das salas do quartel general completamente cercados por câmeras e escutas. Misa se explicou para Maisy que aceitou suas desculpas e não quis mais tocar no assunto.

Pelas normas do caderno Misa morreria exatamente 21 dias depois da prisão de Sayu, portanto as 18:45 sofreria um ataque cardíaco. Matsuda parecia inconsolável, mas sabia que não havia nada o que fazer. Ficou contente por pelo menos ter conseguido ver Misa melhor, ter podido dizer a ela tudo o que queria e então as 18:40 ela ficou sozinha com os filhos.

— Tenho uma coisa importante para dizer. – explicou.

— O que é? – Maisy perguntou. Estavam sentados no sofá de frente para a mulher enquanto comiam diversas guloseimas.

— Primeiro saibam que eu mesmo agora a beira da morte eu ainda amo o Light. – Scott fechou a cara. – Segundo, saibam também que eu amo ainda mais vocês. Porque mais do que o mundo ideal vocês dois foram o que nós conseguimos realizar. E terceiro... – ela se esticou apoiando as mãos na mesa de centro e sussurrou algo que passou despercebido pelas câmeras e escutas no ouvido deles.

Os dois ficaram catatônicos um momento, Misa voltou a se sentar e os olhou sorridente.

— Agradeçam ao Matsuda por tudo. – ela se encostou no sofá, os segundos pareciam martelar em sua cabeça. Scott pulou a mesinha e ficou perto dela segurando sua mão.

— Nós também te amamos mãe. – como que para provar ele se virou e olhou Maisy que também foi se sentar perto deles.

— Você não precisa de alguém como o Light, ou Kira se preferir. – Maisy olhou fundo nos olhos dela. – Você é muito forte, talvez nunca tenha se dado conta disso. Então não se curve pra mais ninguém.

— Maisy... – ela sorriu para a garota.

— Eu pensei... Que me odiasse, que era minha inimiga, mas... – ela gaguejava sem saber o porquê. – Mas agora eu... Eu te compreendo perfeitamente. – ela se lembrou das palavras de Sophie. E assim apesar do grande nímero de anos em seu tempo de vida o coração de Misa Amane parou de bater. E para alguém que usou o Death Note, viveu os horrores da batalha entre Light e Ryuuzaki e passou por inúmeros infortúnios na vida, não poderia ter morrido com semblante mais feliz.

— O que.. O que aquilo significava? – Scott perguntou enquanto o corpo da mãe era levado e Maisy esperava para voltar a delegacia.

— Digamos que é uma maneira de expressar sentimentos. – ela respondeu. O celular de Scott tocou e ele atendeu.

— Sim?... Ok! Certo... Sem problemas... Obrigado Watari. – ele se voltou para a irmã. – Boas notícias, você vai poder ficar aqui em uma das suítes até o funeral.

— Não me importo de fato.

—-----------------------------

Logo depois do enterro Maisy foi levada de volta a delegacia e naquele mesmo dia seria levada para os Estados Unidos juntamente com Sayu que recebeu sentença de prisão perpétua.

Feito os preparativos um avião cargueiro foi especialmente preparado e equipado para levá-las até o continente. Annie aproveitou para pegar carona e se encontrar com os irmãos que agora estavam em Nova York. Sophie decidiu ir também e de lá pegaria outro voo para a Inglaterra.

O avião era grande e Sophie se encontrava na cabine de comando jogando Reversi sozinha enquanto Watari e outro homem mais jovem pilotavam. Scott analisava alguns papeis da CIA e Annie dormia em outra poltrona. Lissana e Near já estavam no país havia dois dias para adiantar as coisas.

Tudo corria bem, os aprendizes da Wammy’s tinham elaborado e executado com perfeição o plano que deverá ser contado em outra ocasião. A Seita de Kira estava dissolvida e os últimos descendentes de Light estavam naquele avião.

Está tudo correndo bem, aliás perfeitamente.— pensava Sophie. – Então... O que eu não estou vendo? Por que tenho essa estranha sensação de perigo?— ela encarou o tabuleiro.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Houve uma turbulência e algumas peças caíram, mas ninguém pareceu notar. Ela se abaixou para pegar uma branca e foi quando algo passou por sua mente.

Quando eu paro para analisar você é a única honesta. A única que o tempo todo jogou de cara limpa. – ela relembrou seu encontro com Maisy. – Então por eu nunca poder confiar em você essa é a razão pela qual confio.

Sabe qual a única coisa que lamento?— enquanto se recordava das frases da garota ela se levantou e encarou o painel da aeronave. – Não pude me despedi do Ryuk. Acho que foi graças a ele que enxerguei a verdade. É estranho né, como as coisas que julgamos mais inúteis podem ser as que têm mais valor

Não. — ela pensou. – Não pode ser.

— Ei vocês dois. – ela se virou para Scott e Annie. – Coloquem os cintos de segurança.

— Olha só quem fala. – Annie resmungou. – Sabia que você vai acabar... Ei! Aonde você vai?

— Sophie? – Scott não entendeu quando a garota saiu correndo pela porta. – O que diabos deu nela?

— Sei lá. Banheiro? Ela não parou de comer desde que entramos no avião e isso já faz umas 3 horas.

— Três horas... – ele se voltou para o lado onde ela estava sentada vendo as peças bagunçadas e depois para a porta aberta. Se levantou e também saiu correndo.

— Mas o que deu neles?

~~~~~~~~~~

Sophie corria pelo corredor. As alas preparadas para abrigar Maisy e Sayu ficavam no fundo do avião. Uma no andar superior e a outra no inferior. Ela ia até o inferior a toda velocidade.

Mas eu não busco glória, não busco mais nada.

— Sophie!!! Maisy!!! – Scott ia em seu encalço quando ouviu um bipe logo em seguida sentiu o impacto. O chão tremeu, a aeronave balançou e a explosão o arremessou para trás. O avião perdeu instabilidade e caia a toda velocidade, mas ainda sim Scott pode ver a parte traseira que havia se separado do restante da estrutura arder em chamas. Jurou ter ouvido Sayu gritar por um momento e então tudo rodou e rodou.

A parte inferior porém continuou presa ao corpo do avião por pouco e ele tentou se aproximar. Cambaleando e se segurando no que encontrasse conseguiu chegar a tempo de ver Sophie cair e rolar pelo chão ao mesmo instante que Maisy se atirou em sua direção e as duas caíram pela outra borda.

— Nããao! – ele tentou ir em sua direção, mas sentiu as mãos de Annie o segurarem. Ela o forçou a colocar o paraquedas e depois disso foi só a imensidão azul do mar.

Minutos antes

Sophie entrou na sala e logo encontrou Maisy já solta das algemas com um tablet na mão.

— Eu devia saber. Você até poderia aceitar ser derrotada, mas não presa. Essa humilhação você não passaria. – Maisy se virou calmamente, apertou um botão trancando a porta. – Quando Misa estava para matar Sayu fez questão de ver seu verdadeiro nome e falar em voz alta, mas se ela ia atirar não precisaria. Essa nunca foi a intenção dela. Foi assim não foi?

— Eu não planejava que você estivesse nesse voo. – ela armou as bombas que soltaram um sinal de alerta.

— Quando você foi levada pelos seguidores da Sayu, Misa viu seus nomes e os matou com a folha que tirou escondida do caderno antes de entregar pro Scott. Ela o deixou guardado por semanas. Então você conseguiu alertar Near para que ele fugisse e não deixasse Misa atirar na Sayu e assim descobriu o nome dela para que você mesma pudesse matá-la.

— Não era pra você descobrir. – Maisy apertou o botão e o lugar chacoalhou aos poucos até que o andar de cima se separou totalmente e pegou fogo. Elas ouviram os gritos de Scott.

— Mas você não aguentou e me deu dicas quando conversamos, declarou sua gratidão a Misa quando disse que a compreendia e também assumiu que não buscava glória e era infantil. Só imaginei o que eu faria se estivesse no seu lugar e pensasse como você. Só que... – ela encarou a garota de macacão cinza. – É loucura. Estamos no meio do oceano não tem como fugir.

— Não me subestime L. – Sophie correu em sua direção e agarrou o tablet, Maisy se defendeu, mas o aparelho caiu no chão e ativou as outras bombas. – Droga! – Maisy se jogou no chão junto com Sophie quando aconteceu a explosão que arremessou o andar de cima precipício abaixo.

Sophie percebeu que uma pequena parte ainda estava ligada ao avião e tentou voltar através dela, mas nesse momento o metal cedeu fazendo com que a parte em que estava se inclinasse e ela escorregou pelo chão. Maisy que se segurava onde havia sido algemada por puro instinto saltou em sua direção. Com uma mão havia se agarrado a corrente que prendia suas pernas e na outra segurava a de Sophie.

— Como? A minha segurança era perfeita, como conseguiu usar a folha, quando Misa a entregou a você?

— Droga, cale a boca! Se não tivesse se metido não estaríamos nessa situação.

— Isso... Isso é impossível! Se eu morrer então pelo menos me diga como conseguiu.

— Não seja ridícula. Só eu posso te matar. – ela tentou erguer Sophie sem sucesso. – Maldição, você é uma idiota.

— Me diga como.

— Vá descobrir por si mesma! Se tornar a perguntar eu juro que te solto.

— Não solta não. Está deixando sua tia e seu irmão para morrer e arriscando sua vida por mim. Podia me soltar e fugir, mas aí não adiantaria não é?

— Não. Porque aí não teria ninguém para correr atrás de mim.

— Quem é a louca agora?

O bloco de metal rangeu e começou a se soltar.

— L... – Maisy gritou já com a mão e o punho direito sangrando por conta da corrente que ela se prendeu. – Parece que você pode me ler completamente. – Sophie pode ver um sorriso em seu rosto. – Pois saiba que... Eu também te entendo muito bem.

Nããoo!!!

Foram as últimas palavras que elas ouviram antes da corrente se arrebentar, a estrutura se separar de vez do avião e elas mergulharem nas águas.

Tudo bem irmão. Acabou. Kira tem a vitória. Talvez não a que Light desejasse, mas a que eu aceitei. Vamos terminar isso como deve ser Sophie, juntas.

Na parte separada do avião Sayu ficou presa pelas algemas enquanto o fogo avançava.

~~~~~~~~~~

— Então faltava mesmo um fragmento. – Lawliet pensou alto pegando o último pedaço do Death Note no mundo dos humanos que voou para cima. – Sayuri Kimochi Yagami morre queimada no dia 28 de março de 2033.

Ele encarou do alto o avião caindo em chamas e continuou olhando agora o verso do papel.

— Misa trabalhou bem. – rle viu os nomes das pessoas que morreram para tornar a fuga de Maisy possível. – Mas não adianta fazer isso para pedir desculpas se Maisy acabar morrendo junto. O que será que eu devo fazer?

Ele olhou para baixo concentrado. Nada nunca é como nós desejamos. No final nós nunca temos o que queremos.

— Foi o que Mello disse, mas não sei se por ciúmes da Lissana ou por realmente acreditar nisso. De qualquer forma hoje darei razão a ele então. – e mergulhou no céu rumo ao avião.

Espero que aonde quer que esteja possa ver isso. Então observe bem Light, eu vou por fim a esta guerra de uma vez por todas