back to the past

Find You


Capitulo 24 — Find You

Percy P.O.V

— Então quer dizer que, milagrosamente, a Annabeth conseguiu escapar e ligou para você pelo telefone de Calypso? — Andrew perguntou, andando para lá e para cá pelo quarto, passando a mão nos cabelos.

— Que parte você não entendeu ainda? — Thalia perguntou, bufando e revirando os olhos. Era engraçado vê-la com um arco de laço na cabeça, mas resolvi guardar este comentário para mim.

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Estávamos todos reunidos no quarto reservado para Atena, contando tudo à ela, Apolo e Andrew. Apolo não parava de encarar as cortinas e Atena estava agarrada à um pote com morangos cobertos de chocolate, analisando tudo o que dizíamos.

— E o que você disse para ela? — Andrew perguntou.

— Disse para ela ligar o GPS do celular e logo em seguida, a ligação caiu — expliquei novamente. — Estamos perdendo tempo aqui — falei, levantando e indo em direção à sacada.— Ela deve estar nos esperando e nós estamos aqui repetindo tudo para você pela terceira vez.

— Eu concordo com o Golfinho — Nico disse, erguendo a mão. — Eles podem estar procurando Annabeth agora mesmo. E podem estar mais perto que a gente.

— Levanta esse bunda gorda daí logo e vamos — Thalia resmungou, levantando e pegando a bolsa. — Se vocês quiserem ficar aí discutindo uma estratégia besta, eu tenho uma aqui para vocês: Sair daqui e ir buscá-la — ela foi em direção e abriu. — Se não quiserem segui-la, eu estou seguindo. Adeus — e bateu a porta.

Andrew olhou abismado para a porta, enquanto Apolo tinha um pequeno sorriso no rosto. Atena levantou, deixando o pote com os morangos em cima da mesinha de centro e pegou sua bolsa, colocando-a no ombro.

— Eu já sabia que ela ia fazer isso, só estava esperando — ela disse, indo em direção a porta. — Também estou indo.

— Espere — Andrew disse, fazendo com que nosso olhares parassem nele. — Não podemos ir assim. E se tiverem deixado ela ir embora de propósito?

— Nós pegamos ela e damos no pé, oras — Luke disse, também levantando. — Tchauzinho!

Eu estava em transe. Queria levantar, sair pela porta e encontrá-la. Era a única coisa que eu realmente tinha vontade de fazer naquele momento. Mas sabia, que se fizesse isso, seria impedido por Apolo.

Resolvi arriscar.

— Pode ir — Apolo disse, enquanto eu me levantava. — Também vou com vocês, porque se você for morto, eu também vou ser morto. — ele deu uma risadinha.

Sorri para ele e andei em direção a porta, por onde Atena já saía. Nico e Luke estavam logo atrás de mim, e não paravam de fazer barulho, enquanto descíamos as escadas do hotel. Ouvimos alguns hóspedes reclamando, enquanto passávamos, mas eu estava tão ansioso, que ignorava tudo.

— Até que enfim vocês desceram, meu Deus! — Thalia disse, quando chegamos ao saguão do hotel. — Eu não conheço esse fim de mundo e nem sei onde aquela gênia está.

* * *

Annabeth P.O.V

A luz do Sol estava quase me cegando, mas eu estava feliz por poder senti-la no rosto.

O celular de Calypso marcava 9 horas da manhã e já estava com 60% de bateria, o que me deixou ansiosa. Estava achando que seria resgatada durante a madrugada e por conta disso, fiquei acordada até o relógio marcar 4:30 da manhã. Depois disso, caí no sono.

Resolvi colocar o celular na câmera frontal, apenas por vaidade. Assim que o meu rosto apareci, fiquei assustada. Estava mais pálido do que de costume, havia olheiras enormes embaixo dos meus olhos e o meu lábio inferior estava com um pequeno corte. Meus cabelos estavam um pouco bagunçados e os meus olhos mais alertas do que de costume.

Suspirei e passei uma mão pelos fios que estavam para o alto, tentando abaixá-los. Fiz uma careta ao passar a língua pelo corte no lábio, já que ardia.

Ainda me olhava na câmera, quando começou a tocar Barbie Girl e eu quase jogar o celular numa árvore.

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Percyto ♥

Tive vontade de vomitar ao ver como o contato de Percy estava gravado, mas ignorei.

— Alô? — falei.

— Bom dia, raio de sol! — ouvi Thalia dizer do outro lado. — Eu espero que você esteja tendo uma vista maravilhosa desse sol quente pra caralho.

— Thals! — gritei, esquecendo que estava escondida no meio de uma floresta. — Como você está? Já estão vindo?

— Eu estou ótima, obrigada — ela disse e riu. — Estamos indo. Quer dizer, estamos esperando o imbecil do Nico. Ele estava apertado, então tivemos que parar — ouvi ela murmurar algo para alguém — Percy nem sabe que eu peguei o celular dele. E nem sabe que já temos sinal. Ele ligou para você a madrugada inteira, mas você deve está mais perto do fim do mundo do que nós, então... — pude imaginá-la dando um sorriso debochado. — não deu muito certo.

— Vocês estão a quanto tempo de distância daqui? — perguntei.

— Umas duas horas — ela respondeu, parecendo entediada. — O sr. 007 disse que era o único hotel perto de onde é o tal depósito que você estava — ela riu — Mas você resolveu dar uma de Jackie Chan e escapar antes de podermos ir lá.

— Desculpe se estraguei os planos de vocês — falei, revirando os olhos. — Minha mãe está aí perto? Posso falar com ela?

— Estou aqui! — ouvi minha mãe responder, ao invés de Thalia. Tive vontade de chorar ao ouvir a voz dela. — Como você está? Está machucada? Com fome? Chegaremos aí depois do almoço. Ai meu Deus, você vai ficar sem almoço! — ouvi ela gritar com alguém dizendo que precisavam se apressar, porque eu ia ficar sem almoço.

— Mãe! — chamei. — Está tudo bem, eu posso esperar.

Ouvi alguém murmurar algo ao lado de minha mãe e Percy berrando algo como "Esse é o meu celular!", e depois, a chamada foi encerrada.

Xinguei Percy de todos os nomes possíveis e depois sentei-me novamente, já que havia levantado, e nem tinha percebido.

* * *

Já era fim de tarde, quando comecei a ouvir pés pisando em folhas e estalos de galhos sendo quebrados. Também conseguia ouvir murmúrios e algumas risadas, o que me deixou nervosa. Resolvi subir no galho de uma árvore e tentar me esconder.

— Ela deve estar por aqui! — ouvi alguém gritar. A voz era familiar, mas eu não conseguia lembrar a quem pertencia.

— Imbecil! — outra pessoa gritou. Uma mulher. — Você pisou no meu pé!

Thalia.

— Thals! — berrei, o mais alto que pude.

— Annabeth? — Thalia berrou de volta. — Annabeth!

— Annie? — dessa vez era Percy quem chamava.

Pude ver uma luz há poucos metros de mim e dei um sorriso. Era bem da direção de onde vinham as vozes. Sentei no galho e comecei a descer, devagar, já que estava com medo de descer correndo e meter a cara no chão.

Estava com o coração quase saindo pela boca, enquanto seguia a luz que a lanterna emitia e os gritos.

— Percy! — berrei.

— Annabeth! — ouvi ele de novo. Dessa vez, a voz parecia vir do meu lado.

— Usem o GPS! — ouvi outra voz.

— Essa droga de GPS não funciona aqui! — dessa vez, foi Luke quem gritou.

— Percy! — berrei de novo. — Eu estou aqui!

— Aqui aonde? — ele gritou, parecendo confuso.

— Aqui! — gritei de novo e liguei a lanterna do celular, balançando o celular. — Sigam essa luz!

— Esse negócio de siga a luz é um tanto macabro, você não acha? — alguém sussurrou no meu ouvido.

Virei rapidamente, deixando o celular cair. A lanterna continuava ligada, e havia caído no pé do garoto, mostrando o seu jeans gasto e a camisa preta. A pele era pálida, e ficava tão branca, quase a cor de um papel, contra a luz. Ele segurava uma lanterna na mão e apontou a luz para si mesmo, mostrando o seu rosto pálido e os cabelos pretos.

— Nico! — gritei e pulei nele, abraçando-o.

— Calma aí, calma aí — ele disse, rindo. — Percy não vai gostar nada se ver isso e...

— Ah, Nico! — agarrei sua camisa e comecei a chorar.

Ele murmurou algo de "mulheres serem sensíveis demais", mas eu não estava entendendo, então ignorei. Ele me abraçou e depois pegou algo do bolso, apertando um botão e murmurando mais alguma coisa.

— O que você está fazendo? — perguntei, quando consegui me acalmar.

— Avisando que te encontrei — ele respondeu. Ainda me perguntava como ele havia me encontrado, e ele deve ter percebido, já que explicou: — As três mulas não sabiam mexer no GPS, então o deles ficou sem sinal. O meu estava em perfeito estado, então foi fácil te achar, enquanto eles gritavam pra Deus e o mundo — e riu.

— Nico! — ouvi alguém chamar. Nico se virou e demos de cara com Luke, que veio correndo e me deu um cascudo.

— Ei! — protestei e ele riu, me abraçando.

— Nunca mais suma de novo, sua idiota — ele murmurou.

— Cadê Percy? — perguntei. — E Thalia?

— Serve eu? — Thalia disse, atrás de mim. — Ou você quer outra? Posso procurar e... Ah, me abraça logo!

Eu ri e ela me abraçou, e jurei ter sentido uma lágrima cair no meu ombro. Eu sabia que se perguntasse se ela estava chorando ela diria que não e iria me mostrar o dedo do meio. Então resolvi ficar quieta.

— Cadê ela? — ouvi a voz de Percy, logo a minha frente. Dei um sorriso e Thalia me soltou.

A luz da lanterna, ele ficava ainda mais bonito. Os olhos verdes estavam bem abertos e alertas. Os cabelos pretos estavam bagunçados, o que era terrivelmente charmoso. A camisa marcava os seus músculos, o que o deixava sexy. Ele abriu um sorriso quando me viu e fui em sua direção.

Quando cheguei perto o suficiente para tocá-lo, ele me puxou pela cintura e me beijou. Parecia que nada mais importava. Só sentia a sua mão na minha cintura e a outra passando em meus cabelos. O beijo era lento e apaixonado, já que tínhamos todo o tempo do mundo. Ele me puxava contra si, como se eu ainda não estivesse perto o bastante, e eu também sentia isso. Queria quebrar todo o espaço entre nós.

Quando a pocaria do ar resolveu nos faltar, ele me deu um selinho e colocou sua testa contra a minha. Seus olhos estavam fechados e os lábios vermelhos, devido ao beijo.

— Senti tanto a sua falta — ele disse, por fim.