A Força De Uma Paixão.

Capítulo 6 Descoberta


— O que? – perguntei imaginando o que mais poderia ser.

— Bem é que... – notei um certo conflito em sua voz – bom é sobre seus pais.

— Meus pais? – perguntei confusa, não havia pensado muito sobre meus pais.

— Sim, seus pais biológicos.

Permaneci em silencio, não sabia o que pensar ou o que sentir por aquelas pessoas que eu sequer me recordava.

— Paulina... – Carlos Daniel falou em um tom de voz suave, trazendo minha atenção de volta a ele – Você esta bem?

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— Estou, é que... Eu não havia pensado em meus pais biológicos, quando vi a fotografia de Paola só imaginei que pudéssemos ser irmãs, mas não pensei no fato de ter um... pai e uma mãe.

— Sei que deve estar bastante confusa, - ele disse me lançando um olhar de confiança – mas sua mãe sofreu muito durante esses anos com sua ausência, e será o melhor dia da vida dela poder te ter volta.

Novamente me perdi em um turbilhão de pensamentos, imaginava a dor que essa mulher teve ao ter uma filha arrancada de seus braços.

— Eu imagino que ela deve ter sofrido muito. – disse com os olhos marejados olhando a cidade através da janela – Mas eu não sei se estou preparada para vê-la.

— Você sente raiva dela? – perguntou com uma expressão séria e um tom triste na voz.

— Não, depois de tudo que me contou seria uma injustiça odia-lá, mas eu sempre tive meus pais comigo, minha mãe é a Débora, e eu fui muito amada por ela.

— Eu entendo que esteja confusa, mas tente entender o lado de Paula e...

— Paula? – pronunciei o nome com um pequeno sorriso nos lábios – Ela se chama Paula?

— Sim, - Carlos Daniel disse sorrindo – ela se chama Paula, senhora Paula Montaner.

Aquele nome fez um cheiro doce invadir minha mente, puxando um fio de lembrança do fundo do meu coração, fechei e olhos e me vi voltando ao meu passado.

— Paulina? – chamou novamente Carlos Daniel fazendo aquele pequeno fio de lembrança se arrebentar, trancando novamente meu passado.

— Desculpe, é que estou bastante confusa com tudo isso. – disse passando a mão pela minha testa.

— Claro Paulina, acho melhor você pensar com calma, e não se preocupe que a senhora Montaner ainda não sabe que você apareceu, vovó Piedade achou melhor conversar com você primeiro.

— Obrigada Carlos Daniel, - disse sorrindo pelo carinho deles – eu vou pensar com calma, não é justo adiar esse... reencontro.

Ele sorriu de volta me fazendo esquecer de tudo por um momento.

— Bom, - me olhou ternamente – acho melhor irmos.

Olhei o restaurante e notei que havia apenas mais dois casais ali.

— Tem razão, - sorri – eu nem vi o tempo passar.

—Nem eu, você é uma ótima companhia Paulina. – disse fazendo meu rosto corar.

Durante o trajeto de volta ao hotel aproveitei para saber um pouco mais sobre minha “família.”

— Tenho mais irmãos? – perguntei interessada, sempre senti falta de um irmão.

— Não, - respondeu sorrindo – somente Paola.

— Ah, - disse e olhei a noite pela janela do carro - e quanto ao meu pai?

Devido ao silencio em que ele ficou o olhei novamente.

— Bom... seu pai faleceu a alguns anos. – respondeu com a voz triste.

Senti um aperto no peito, apesar de não lembrar de “meu pai” não pude deixar de sentir esse aperto, ele era o meu pai, um pai que eu nunca iria conhecer.

Seguimos o restante do caminho em silêncio, assim que chegamos ao hotel, ele como sempre, rodeou o carro e abriu a porta pra mim estendendo-me a mão, sorri agradecendo enquanto nossas mãos se tocavam.

— Obrigada pelo jantar, - disse com sinceridade – acho que foi muita sorte encontrar a Lizete.

— Ou quem sabe foi o destino. – ele disse com um olhar carinhoso e com aquele sorriso lindo nos lábios.

— Quem sabe. – respondi sorrindo.

— Já esta entregue senhorita Paulina. – disse ainda sorrindo e se aproximando para beijar meu rosto deixando minha pele quente onde seus lábios tocaram. – Esse é meu, - disse me olhando e beijando a minha outra bochecha e provocando as mesmas reações – e esse é de Lizete.

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Olhei para ele sem reação, apenas me perdendo dentro daqueles olhos.

— Boa noite Paulina. – disse sorrindo.

— Boa noite. – consegui dizer.

Assim que ele entrou no carro e partiu, minha mão, automaticamente tocou minha bochecha onde seus lábios haviam estado, ainda sentia minha pele formigando, e me vi parada ali por um bom tempo.

Dois dias passaram, e a maior parte deles estive trancada naquele quarto refletindo sobre tudo o que havia me acontecido nos últimos meses, à perda de meus pais e Luciano, o encontro com Lizete e agora a descoberta de que eu tinha uma mãe e uma irmã gêmea.

Não havia como adiar mais esse encontro com minha “mãe”, não era justo com ela, e no fundo o que eu sentia era medo do que pudesse descobrir sobre meu passado, estar frente a frente com essa mulher poderia fazer as lembranças surgirem em minha mente, eu estava assustada.

Depois de ligar para a casa Bracho e falar com Carlos Daniel marcamos o encontro com Paula na mansão, no sábado a tarde, assim dona Piedade conversaria com ela antes explicando tudo, e a família Bracho, pelo o que pude perceber era muito amiga da família Montaner.

Quando finalmente o sábado chegou, chegou também uma ansiedade imensa, acordei mais cedo do que o costume, caminhei próximo ao hotel, depois tomei um banho demorado tentando me acalmar, escolhi a roupa que usaria para esse encontro com minha mãe, um vestido floral e uma sapatilha em um tom bege, o dia estava quente, andava de um lado para o outro no quarto, as horas passavam lentamente.

Por volta de 12:00 tomei outro banho, eu tentava relaxar sem sucesso, me arrumei e sentei na cama esperando Carlos Daniel que iria me buscar para me levar ate sua casa, sentia meu coração acelerar a cada segundo.

Quando a recepção do hotel ligou me avisando que Carlos Daniel já estava me esperando pensei que meu coração sairia pela boca, desci ate a recepção, Carlos Daniel me esperava, meus passos foram mais rápido do que eu queria em sua direção, como se um imã me puxasse para ele.