O virgem de 19 anos

Despedida de solteira - extra


Abro os olhos sentindo um desconforto que não sentia desde os meus tempos de faculdade. Meu estômago revira e eu preciso piscar várias vezes para tentar entender o que está acontecendo.

Onde eu estou?

A primeira coisa que entra no meu campo de visão quando me sento e abaixo a cabeça é um tecido preto e luminoso. Meu... vestido? Minha boca se abre quando eu vejo a bagunça do lugar e várias amigas minhas espalhadas pelo chão, dormindo. Finalmente me lembro.

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– Despedida de solteira! Despedida de solteira! Despedida de solteira! – Luli gritou no meu ouvido quando eu terminava de guardar alguns papéis em uma pasta.

Um sorriso se abriu involuntariamente no meu rosto quando eu vi o diamante refletir as luzes do ocaso. Caio era – e eu tinha a impressão de que sempre seria – a melhor coisa que tinha acontecido na minha vida, e eu nunca tive tanta certeza de alguma coisa como tive do “eu aceito” de anos atrás.

– Não vou poder pagar pelo meu casamento se você não me deixar guardar as provas dos meus alunos – respondi, erguendo as sobrancelhas.

Ela suspirou pesadamente, cruzando os braços e apoiando o bumbum na escrivaninha em que eu estava trabalhando. Aquele costumava ser o lugar do meu apartamento em que eu tinha paz e sossego.

Aparentemente, isso havia mudado.

– Eu estou pouco me fodendo para isso. Não vim de São Paulo para ver você corrigindo prova, eu quero dançar!

Soltei uma gargalhada.

– Não é minha culpa se você escolheu se encafifar com a peste do Eduardo. Já estou terminando – falei, fechando minha bolsa.

Luli ergueu as sobrancelhas, sorrindo ironicamente.

– Não chama de peste quem foi o catalisador da sua relação com o Caio!

Estreitei os olhos para ela, levantando-me.

– Quer dizer, o amigo filho da mãe que obrigou meu futuro marido a transar com três meninas diferentes em uma semana?

Foi a vez dela de gargalhar.

– Vá se trocar. Espero na sala.

Entrei no banheiro da suíte e fiz todo o trabalho sujo – cabelo e maquiagem, para ser mais específica – ali mesmo para não acordar meu futuro marido. Ainda eram seis da tarde e eu compreendi o cansaço dele.

Afinal, dezenove anos é muito tempo para compensar...

– Você vai assim? – Ouvi uma voz sonolenta perguntar enquanto eu colocava os brincos, já no quarto.

Olhei para meu vestido preto luminoso, para meus olhos esfumados e para meus cabelos distribuídos em ondas.

– Estou doida pra te deixar tirar tudinho – respondi, me ajoelhando e engatinhando na cama em sua direção. Caio ficava absolutamente maravilhoso sem camisa, ocupando a cama inteira com seu jeito espaçoso.

Seus olhos azuis se acenderam.

– E qual é a programação?

– Segredo. – Pisquei. – Na verdade, eu não sei bem ainda. Quando os meninos chegam?

– Em duas horas – respondeu, referindo-se à sua própria despedida. Suas mãos me puxaram para baixo, colando nossos abdomens. – Vou sentir sua falta.

– E qual a programação de vocês?

Meu futuro marido piscou.

– O que acontece na despedida de solteiro, fica na despedida de solteiro.

CALMA! O prólogo continua aqui. Vou esperar pelos reviews na outra história, hein?!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.