A Terapeuta

Capítulo XVI


Capítulo XVI

“Eu caso, se preciso for. Eu amo você, por mim tudo bem. Conheço seus pais e faço ambos me amarem como você me ama - ok, não exatamente como você me ama. Onde você pedir com jeitinho e beicinho, eu assino. Mas deixa eu me embriagar com o aroma, a cor e a textura das suas coxas. Agora e pra sempre.”

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Gabito Nunes

Ponto de Vista por Isabella Swan

O canto de alguns pássaros do lado de fora da minha janela me despertaram depois de algum tempo. Sem vontade nenhuma de abrir meus olhos, tampouco de levantar da cama, estiquei meu corpo demoradamente, apenas apreciando a sensação. Havia me esquecido de fechar as cortinas que cobriam minha janela, e a luz do sol estava batendo em meu corpo, mesmo que indiretamente, causando uma sensação boa e quente.

Criei coragem e decidi me levantar e fazer, ao menos, minha higiene matinal. Procurei meu celular sobre o criado mundo a fim de saber as horas, mas não o encontrei. Estranho. Eu sempre o deixava lá. Sempre. Será que eu estava ficando velha e esquecida? Ah, Deus, eu era muito nova para ter perda de memória!

Depois de ter tomado um bom banho para acordar, ter trocado de roupa e escovado os dentes, segui para a cozinha. Estava morta de fome! O que era estranho, já que eu nunca sentia muita fome pela manhã.

A casa estava muito silenciosa, e eu me perguntei mentalmente se Edward ainda estava dormindo. Provável. Ele odiava acordar cedo. Definitivamente, não era um cara matinal. Sorri. Viu? Nós combinávamos até nas nossas diferenças! Argh, Isabella! Não seja romântica e melosa. Nunca foi dessas coisas! Controle-se, mulher!

Ao chegar a cozinha, me surpreendi ao notar a hora no relógio de parede. Já se passavam das onze da manhã! Realmente, ficar sem trabalhar estava me deixando uma preguiçosa! Porém, quem podia me culpar? Meu celular sempre estava perto para despertar-me logo cedo, e hoje, não estava!

Falando nele, vi meu telefone móvel em cima da bancada e estranhei mais ainda. Definitivamente eu não o tinha deixado ali. Das duas, uma: ou eu estava com um problema sério de memória, ou Edward havia pegado meu celular. Estranho. Muito estranho. Decidi ir até o seu quarto e perguntar, no entanto, uma folha grudada por um imã na minha geladeira chamou minha atenção.

“Bella,

Tive que resolver uns assuntos particulares. Não se preocupe comigo! Volto o quanto antes!

Um beijo,

Edward.

Um beijo? Sério mesmo? Eu preferia que ele desse o beijo pessoalmente, não apenas a palavra escrita assim, tão fria, num pedaço de papel. Edward estava sendo evasivo. Evasivo demais. E afinal: por quê? Depois do nosso jantar regado à massa, dança romântica e Frank Sinatra, pensei que ele estaria mais receptivo. Mas o que eu esperava? Que ele percebesse de uma hora para a outra que a vida dele necessitava de uma mudança, e que resolvesse se apaixonar por mim? Era impossível.

Nossos momentos memoráveis, ao menos para mim, deveriam ser para Edward apenas um passatempo. Por mais que não a amasse, ele deveria sentir falta de Tanya. Diabos, viviam juntos por anos! Isso só provava o quanto a minha ideia de trazê-lo para minha casa por uma semana fora idiota! Quer dizer, eu juro, nunca faria nada parecido por nenhum paciente, não era do meu feitio.

Acho que foi o destino. Sim, sim, isso soa piegas, mas que outra explicação plausível há para nossa aproximação? Simplesmente aconteceu! Eu, uma psicóloga renomada, deixei todo o meu trabalho por uma semana apenas por um paciente. Eu, uma mulher independente, com a vida toda estruturada, me apaixonei perdidamente por um homem perdido e cheio de pessimismos e defeitos. Eu, que sempre fui tão desprendida e segura em relacionamentos passados, estava uma verdadeira confusão de sentimentos nesses últimos dias. Como tudo isso foi acontecer? Foi tão rápido! Tão de repente!

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Onde estava a Bella segura de si de antes? Aquela que tomava as rédeas da situação? Eu não sabia, mas precisava dela urgentemente. Precisava da coragem dela para que eu pudesse dizer tudo isso a Edward quando ele chegasse.

E falando em chegar, onde ele poderia ter ido? Pensei que resolveríamos as coisas juntos. Quer dizer, eu era a terapeuta dele! Porém, eu própria disse a ele um dia desses que ele tinha de ser capaz de enfrentar seus próprios demônios para, enfim, se libertar deles. Será? Ele dissera que daria o divórcio a Tanya. E se ele tivesse saído para resolver isso? Meu coração deu um salto em expectativa e eu me odiei por isso. Ele estava entendendo tudo errado!

Ah, coração, quem dera que as coisas fossem tão simples assim... Quem dera!

(...)

Ponto de Vista por Edward Cullen

Assim que cheguei à frente do prédio em que ficava o apartamento de Bella, comecei a ficar mais nervoso ainda. Bem, uma coisa era pensar e decidir que contaria sobre meus sentimentos com ela, outra bem diferente era colocar isso em prática. E se ela me achasse um louco precipitado do caralho? Eu concordaria, claro, mas em nada mudava a veracidade e a força do meu sentimento por aquela mulher. Eu simplesmente não conseguia explicar. Só sentia. Era algo forte e totalmente novo para mim, mas principalmente, era algo que eu não queria que acabasse.

Eu falava sério quando disse a Tanya que precisava de metas, sonhos e objetivos novos. Isabella fora a minha salvação e, dane-se se isso parece repentino, eu a amo do mesmo jeito!

E falaria isso a ela. Agora, nesse instante! Sem falta!

Subi as escadas depressa, pois nem paciência para esperar o elevador eu tinha mais. Que merda, Edward! Parece um adolescente, porra! Se controla!

Como eu não tinha a chave de seu apartamento, tive que tocar a campainha. Enquanto esperava que Bella abrisse, batia meus pés impaciente no chão e mexia as mãos o tempo todo. O que eu diria a ela? Eu contava primeiro onde fui, ou despejava de uma vez que estava apaixonado pra caralho por ela? Ah, merda, eu não sabia lidar com essas coisas! Nunca tive que lidar, porque até então, eu nunca tinha amado ninguém! E a única mulher que eu me casei foi convencida pelas palavras de meus pais. Merda. Isso não ia sair nada bem.

–Ah, Edward! Entra! Você demorou! –Isabella abriu a porta sorridente para mim e, surpreendentemente, com o rosto, cabelos e blusa absurdamente cheios de farinha. E aquela visão só fez com que eu me apaixonasse mais por ela.

Minha terapeuta era terrível na cozinha. Isabella era perfeita. E daqui a pouco, eu começaria a babar. Precisava dizer alguma coisa e entrar logo. Ficar parado na porta como um imbecil não me ajudaria muito em nada.

–Demorei nada! Não passa muito do meio-dia! –Como se adivinhasse o horário, meu estômago roncou baixinho, mas Isabella não pareceu ouvir. Ela ainda me observava sorridente, toda branca e linda, e eu quis beijá-la. Beijá-la para sempre. –Você está toda suja! Está tentando fazer o quê? Ainda bem que cheguei logo, imagina se você coloca fogo na cozinha sozinha em casa? –Zombei. Ela pareceu se irritar e bufou, voltando para a cozinha. Fechei a porta e a segui.

–Eu sempre me virei muito bem sozinha, Edward. –Ela não estava brava por minhas brincadeiras, apenas respondeu com sinceridade. Aquilo era egoísta e até machista de minha parte, mas eu queria tanto que ela, sei lá, precisasse de mim de alguma forma. Sabia que ela era independente, decidida e tudo o mais, e eu a admirava e também a amava por isso. Só não via como uma mulher dessas poderia vir a retribuir meus sentimentos. Eu sei, eu era um pessimista de merda. –No entanto, como você não estava e eu estou sem trabalhar, resolvi fazer um bolo.

–Um bolo? –Eu sorri. A julgar pela massa instantânea que Bella tinha preparado para nós no meu primeiro dia aqui, eu nunca imaginaria que ela sabia assar alguma coisa, mas achei melhor guardar isso para mim mesmo.

–Sim. –Eu me sentei em uma das cadeiras altas que ficavam perto da bancada, observando surpreso que, na cozinha, estava tudo em ordem. Nada mais estava sujo, ou uma bagunça. É, parece que Isabella não era um desastre tão grande assim na cozinha. –Está no forno. Eu fiz de cenoura, sabe? Você disse um dia desses que era o seu preferido.

Isabella mordeu os lábios, parecendo um tanto insegura ao me dizer aquilo, e meu coração se encheu de esperança. Ela prestava atenção no que eu falava. Até essas coisas sem importância. Ela odiava cozinhar, mas estava na cozinha preparando um bolo para mim. Para mim! Um bolo de cenoura! O meu preferido! Para mim! Ninguém nunca havia feito nada desse tipo em toda a minha vida. Era um gesto de carinho dos mais bonitos.

–Obrigado, Bella. Ninguém nunca fez um bolo para mim.

–Nem sua mãe? –Ela me encarou surpresa.

–Nem ela. Ninguém.

–Bem, não se acostume. É só hoje. ­–Isabella sorriu e, sem me conter, bati com uma das mãos na cadeira alta vazia ao meu lado. Queria que ela ficasse perto para que pudéssemos conversar. Para que eu pudesse lhe dizer tudo o que estava me sufocando. Absolutamente tudo.

–Eu dei o divórcio a Tanya. Sou um homem livre agora, e Tanya também está solta para se prender novamente, só que dessa vez ao tal do Dérek. –Achei mais sensato começar pelo assunto menos polêmico. Soltar a bomba “eu amo você” do nada em cima de Isabella não era a melhor saída. –Peguei seu celular porque precisava do número de James para que me indicasse um advogado, perdoe-me. Não quis acordar você. Além de estar tão tranquila e linda dormindo, era um assunto que eu precisava resolver sozinho, você sabe, Bella. –Peguei suas mãos nas minhas um pouco hesitante, mas ela não pareceu desconfortável com o meu gesto.

–Eu sei, Edward. E estou muito orgulhosa de você, mesmo. –Isabella apertou um pouco suas mãos nas minhas, e eu sorri para ela. –Não precisava pedir desculpas. Eu não me importo que você mexa nas minhas coisas. –Bella sorriu tímida, como se me escondesse algo, e prosseguiu: –Eu nunca deixei ninguém mexer no meu aparelho de som antes, muito menos nos meu CD’S, então acho que você deve ser especial, sei lá.

–Nem James? –A pergunta saiu antes que eu pudesse refreá-la. Merda.

–Nem James. Ninguém. –Nossos olhares se cruzaram e eu não consegui evitar de encará-la. Meu Deus, eu amava essa mulher!

–Mandy ficará feliz em saber disso. –Isabella riu, e eu percebi o quanto sentia falta da sobrinha dela. Como eu pude me afeiçoar tão rápido as duas? Só poderia ser coisa do acaso, destino, ou similares. Porra!

–Vai sim. Conte a ela na sua próxima visita. Mas então, me conte: agora como um homem quase oficialmente divorciado, o que fará? –A pergunta de Isabella era a minha deixa. A oportunidade perfeita para confessar tudo a ela.

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–Bem, se meu plano A der errado, acho que irei morar com James. –Sussurrei sinceramente. –Torço para que não seja o caso, mas para o plano A dar certo, não depende só de mim, sabe?

–E depende de quem mais? Você vai embora? A nossa semana nem terminou ainda, e... –Interrompi sua fala.

Você quer que eu vá embora, Bella?

–O quê? Não é uma decisão que caiba a mim. Você é um homem livre agora. Tem que começar a fazer o que você quer, Edward. O que você sempre quis. –Eu sabia daquilo. Sabia que ela estava certa. Eu não era mais um adolescente para obedecer às ordens de meus pais. Não podia e nem queria viver sem opinião própria. Contudo, eu não tinha o direito de ficar em sua casa se ela não quisesse.

–Você quer saber mesmo o que eu quero? –Apertei suas mãos com as minhas e me inclinei para mais perto de Isabella. Ela fez o mesmo, e nossos olhares se fixaram. Eu queria olhar para ela enquanto dizia tudo o que precisava. Queria que ela percebesse que eu estava mesmo sendo sincero.

–Sim.

Eu quero ficar aqui com você. Não só até essa nossa semana acabar. Não só até o fim do mês, mas sim até você se cansar de mim. Bella, eu sei que pode parecer precipitado o que vou dizer, porém preciso dizer da mesma maneira: não vejo mais minha vida sem você. E eu sei que você me disse toda aquela coisa de ser independente e ser feliz sozinho antes de qualquer coisa, eu sei. No entanto, eu estou apaixonado por você. Muito apaixonado por você. Sabe, você meio que mudou a minha vida para melhor. Se você não tivesse aparecido, eu ficaria vivendo aquela vida medíocre até o fim dos tempos. Ficaria infeliz, e faria Tanya infeliz também. Você é uma terapeuta maravilhosa, fez demais por mim sem pretensão de ganhar nada em troca. Mas acima de tudo: você é uma pessoa maravilhosa, que desde que eu vim parar aqui só me mostrou o melhor do mundo e do ser humano. Você é sempre tão positiva sobre tudo, e merda, claro que é, pois qualquer outra pessoa que fosse desistiria de mim no primeiro dia do nosso tratamento diferenciado. É sério, certo? Você é otimista demais, e tem verdadeira paixão pela vida. Fez com que eu adquirisse essa paixão também. Agora, depois da nossa semana juntos, eu sei que não preciso ser um nada infeliz para sempre. Agora, eu sei que posso mudar meu destino, porque ele depende única e exclusivamente de mim, e de mais ninguém. Agora eu sei o que eu quero. Eu quero retomar alguns sonhos antigos e realizar alguns novos. Eu quero voltar a ter objetivos, e eu quero experimentar algo novo. Quero experimentar como é gostar tanto de alguém como eu gosto de você. Quero fazer coisas simples para você, mas que são especiais a sua maneira. Quero chegar mais vezes aqui e ver que você fez algo que odeia, como cozinhar, só para me agradar. Não quero que nossa semana acabe Bella, porque eu quero me sentir querido assim por mais tempo. Entretanto, tudo isso depende de você, não de mim. Eu amo você, e foda-se se eu não paro de falar e estou te chocando com tanta coisa. Eu não aguentava mais me controlar. Precisava dizer tudo isso, agora que já comecei a resolver a minha vida.

Eu queria que Isabella dissesse algo, mas ela apenas estava lá, com a respiração alterada e me olhando com aqueles olhos lindos e castanhos arregalados. Suas mãos, no entanto, apertavam as minhas ainda, e eu não sabia o que fazer. Será que ela havia entendido a metade do que eu havia falado? Eu fui falando sem parar, como se fosse uma metralhadora. Porra, Edward! Você chocou a mulher! Agora ela vai te expulsar daqui a pontapés! Idiota!

–Bella? Você pode dizer alguma coisa, por favor? Eu estou ficando meio ansioso. –Me esforcei para não gritar o quanto eu estava nervoso. É. Ela não responderia nada. Eu devia arrumar minhas coisas desde já, e ligar para James. Justo no dia que eu resolvo o meu maior problema, arrumo uma desilusão desse tamanho? Como eu iria conseguir viver sem a alegria e o carinho de Isabella? Tudo nela me agradava tanto.

–Edward, eu... Você tem certeza de tudo que me disse? Não é só uma gratidão por te fazer enxegar que a vida valia à pena? Porque você sabe, se for isso, não se sinta na obrigação de me agradecer de alguma forma. eu só quero que você seja feliz, e...

E eu só vou conseguir ser plenamente feliz com você, minha terapeuta linda e teimosa. Eu amo você. Será que você acha que pode vir a me amar algum dia? Eu espero, juro! Eu sei que não lhe mereço! Quer dizer, você é toda segura de si, e olhe só para mim, eu... –Levantei-me da cadeira e me encostei-me à bancada de Isabella. Estranho como nossos momentos mais intensos aconteciam nessa cozinha. Merda, era agora! Ela me mandaria embora, eu estava sentindo. Passei minhas mãos pelos meus cabelos, num claro gesto de nervosismo. Porra!

–Edward, pare! Eu já disse e repito: você é o homem mais amável que eu já conheci. A verdade é que eu não sei o que lhe responder, porque desde que você apareceu, eu me encantei por você. Por você todo. Pelo seu sorriso, pelo seu mau humor matinal e até mesmo pelo seu pessimismo. Eu sei que sou uma mulher “segura de mim”, mas sinceramente, não importa mais. Não importa mais porque desde que conheci você eu só sinto insegurança. Insegurança de ter me apegado a você mais do que eu deveria. Eu também estou apaixonada por você, Edward... Como nunca estive por mais ninguém, e isso me assusta. Eu não deveria ter misturado as coisas, mas misturei. E não quero que você vá embora. Não quero que você vá embora nunca.

Sem esperar por mais nada, fui em direção à Isabella. Ela não havia me expulsado, afinal. Ela também estava apaixonada por mim! Ela não me odiava, e ela não estava comigo por um contrato arrumado por meus pais! Eu não conseguia acreditar! Era surreal demais.

Assim que minhas mãos entraram em contato com sua cintura, a puxei para um abraço. Eu queria beijá-la, sim, mas também queria abracá-la, segurá-la apertado e nunca mais soltar. Eu tinha tanto a agradecer a essa mulher que eu nem sabia por onde começar!

–Edward, eu também te amo! Não se menospreze como eu sei que está fazendo. Você é muito mais do que eu imaginei ter algum dia. Você é aquele homem que eu sempre quis amar, mas nunca havia conhecido. É sério. Não duvide disso. Vem cá.

Isabella afastou-se do meu abraço e passou seus braços ao redor do meu pescoço. Antes que eu pudesse discordar de suas colocações ou simplesmente dizer um “obrigado”, seus lábios já estavam colocados aos meus. Eu retribuí ao beijo e apertei sua cintura com mais força, levantando-a e colocando-a em cima da bancada. Ela ofegou com minha atitude repentina, mas não pareceu se importar. Eu a beijaria todo o tempo se pudesse. Beijar Isabella era como estar no paraíso. Um pequeno prazer que eu nunca mais abriria mão. Era tão bom estar com ela, tão próximo. Era bom saber que tudo isso era real. Que não era um sonho. Era bom saber que eu tinha tomado a atitude certa: acreditar na vida. E em mim.

Quando o ar se tornou escasso, distribuí vários beijos por seu rosto até chegar ao seu pescoço e, após alguns segundos, enterrei meu rosto ali, apenas apreciando o aroma delicioso de seus cabelos e tentando recuperar meu fôlego. Isabella também estava ofegante, mas não disse nada. Apenas levou uma de suas mãos ao meu cabelo e começou a fazer um leve cafuné em mim. Ah, carinho. Há quanto tempo eu não recebia nada parecido? Provavelmente desde criança. Era bom se sentir especial. E amado. Eu realmente me sentia amado.

–Edward? Você está sentindo esse cheiro? Meu Deus!

–O cheiro delicioso dos seus cabelos? Estou sim. Ei, para de me empurrar, Bella. Que foi? –Levantei meu rosto para olhar em seus olhos e entendi. Ah. O cheiro a que ela se referia não era dela, mas sim do meu bolo de cenoura que estava no forno e agora também, completamente queimado, ao que tudo indicava.

–O bolo, Edward! Está queimando! Desliga aquela merda! –Eu corri até o fogão e desliguei o forno, mas ao abri-lo, constatei que era tarde demais para o coitado. É. Não era hoje que eu almoçaria bolo de cenoura. Uma pena.

–Sinto muito, Bella. Seu bolo morreu. Contudo, não se preocupe. Eu deixo você fazer outro para mim.

Isabella desceu da bancada e veio até mim olhando feio. Eu ri do pequeno bico que já se formava em seus lábios. Merda, ela era adorável.

–Não vou fazer mais nada para você! Queimou este por sua causa, que ficou aí me distraindo com esse papo de “eu amo você”. –Eu ri mais ainda de sua queixa. Essa mulher era absurda.

–Vá lavar o seu rosto, sim? Vamos almoçar fora. E eu pago! Afinal, o primeiro almoço é sempre o namorado que paga. Eu faço questão. –Pisquei para Isabella e toda a sua “brabeza” comigo pareceu desaparecer num ímpeto.

É. Eu realmente era um homem de muita sorte. Quem precisa de uma mulher boa na cozinha, quando se tem Isabella? Ela era perfeita. E era minha.

Nada mais precisava ser dito.