Bem foi o que eu fiz... Tomei coragem e fui até lá. Toquei a campainha e...

O pequeno Léo abriu.

–O León esta lá em cima.-Falou ele dando espaço para mim passar.

–Obrigada!-Agradeci e rumei até o quarto do meu fofo.

Cheguei em frente a porta, e a coragem me faltava para bater. Respirei fundo umas dez vezes e relembrei tudo o que a Ludmila havia me falado. Eu tenho que fazer isso, por ele, por mim, por nós. Respirei novamente e com a mão tremula dirigi ela na altura dos meus ombros e a encostei na porta, dando umas batidas fracas e baixas, mas foi o suficiente para ele ouvir.

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–Seja quem for, não quero conversar com ninguém.-Ele gritou com a voz falha.

Voltei a bater, só que agora um pouco mais forte, mas ainda em um som baixo.

–JÁ DISSE PARA ME DEIXAR EM PAZ...-Falou ele gritando mais alto.

Aquilo foi de cortar o coração, senti minhas bochechas ficarem inundadas, encostei minha cabeça na porta e fiquei pensando por um tempo. Eu precisava falar com ele, eu ia falar com ele. Limpei as lágrimas e olhei em volta, nada que me ajudasse a abrir essa porta. Sei lá em um ato tosco, levei minha mão até a maçaneta da porta e a girei. Por incrível que parece estava aberta.

–Merda...-Falou ele de joelho no chão ao pé da cama, pegando algo que havia caído no chão.

Por tento nem me viu entrar. Fiquei na porta parada o olhando ele que ainda estava catando algo no chão com a cabeça baixa. Após ele botar uns pedaços de papel rasgados em cima da cama, ele ficou imóvel por um segundo. Logo depois ainda de joelhos no chão ele afundou a cabeça em cima dos papéis rasgados. Não entendi o que ele estava fazendo, até ouvir seus soluços. Ele estava chorando.

Caminhei até ele, e me ajoelhei perto dele e o abracei por trás. O mesmo se assustou e levantou a cabeça olhando para trás. Quando ele me viu virou de frente para mim. Nesse momento me senti quebrada, completamente picada em vários pedaços. Ele estava com os olhos vermelhos e inchados e com a cara molhada das lágrimas, em sua testa tinha um pedaço daqueles papéis, ri fraco e tirei o papel dali, quando ele percebeu também riu baixo quase sem som. Olhei o papel e era uma foto rasgada, olhei no monte de papel picado e vi que era a nossa foto juntos. Agora sim não sobrou nada do meu coração. Ao ver a foto toda rasgada e amassada, comecei a chorar de novo. Ele me deu um abraço apertado e foi como se tudo parasse.

–Me desculpe... Eu não queria fazer isso, a raiva tomou conta de mim, eu sai de mim... Me desculpa.-Falou ele já soluçando novamente.

–Para... Pare de chorar, por favor. Não chora...-Falei me soltando de seus braços e o encarando.

–Como quer que eu fique Violetta, como?-Perguntou ele exaltado.

–Eu sei é tudo culpa mim. Minha culpa, minha... Mas eu só peço que não chore. Vamos aproveitar essas duas semanas, vamos ao acampamento nos divertir, aproveitar, rir. Vamos esquecer isso.-Falei segurando suas mãos e o olhando nos olhos.

–E depois lembrar que é o fim?-Falou ele olhando com... raiva.

–Não, não... Para por favor... Eu to péssima ok?! Eu só quero aproveitar isso ao máximo, não quero ficar lembrando a cada segundo que irei embora. Não podemos mudar o óbvio, mas eu só quero curtir com você.-Falei desesperada.

Ele ficou em silêncio me olhando, mais lágrimas escorrendo por seu rosto, eu fechei os olhos com força, não conseguia o ver assim. Ele apertou com força a minha mão e sussurrou:

–Por nós...

O olhei e abri com sorriso e o abracei com força. Ficamos um tempo assim até ele me empurrar com delicadeza nos tirando do abraço. Ele olhou para a foto espedaçada e me olhou.

–Me ajuda a arrumar?-Perguntou ele passando a mão nos olhos.

–Claro.-Falei fazendo o mesmo.

Ele pegou uma fita durex e um saco plástico. Juntamos as partes da foto e passamos a fita e guardamos dentro do pequeno saquinho. Ficou uma coisa, mas ainda dava para “entender” a foto. Deitamos na cama e ficamos abraçados.

–Vou sentir saudade.-Falou ele do nada.

–León...-Falei o encarando.

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–Desculpa, desculpa...-Falou ele dando um sorrisinho.

–Esta bem... O que vamos fazer hoje?-Perguntai me empolgando.

–Eu havia prometido ao Léo, que iríamos ir tomar sorvete. Vamos?-Perguntou ele.

–Claro... Se prometeu tem que cumprir Sr.León.-Falei e ele riu.

Nos levantamos e o León trocou de roupa, no banheiro claro. Após ele ficar pronto fomos para a sala.

–E ai campeão, ta pronto?-Perguntou o León ao Léo que estava esparramado no sofá.

–Para?-Perguntou o Léo encarando o León.

–Ir a sorveteria.-Falou o León mexendo no celular que havia acabado de apitar.

–Ah, sim... Só um minutinho.-Ele subiu as escadas correndo e o León o acompanhou com o olhar.

Fui até o ouvido do León e,

–Mensagem?-Falei e ele deu um pulo para frente.

–Que susto garota.-Falou ele escondendo o celular.

–Porque escondeu o celular?-Perguntei erguendo a sobrancelha.

–Nada... VAMOS LEONARDO...-Falou ele rápido e gritando a ultima parte.

Fiquei desconfiada, mas na verdade não sei porque. E porque ele esconderia algo? Ah deixa quieto. O pequeno Léo desceu as escadas correndo e agarrou a mão do León o puxando para fora, o León agarrou minha mão me puxando junto. Fazendo todos rirem.

Fomos até a sorveteria, e o León pagou o sorvete para cada.

Morango, creme, chocolate, mente, uva...

Acho que não vou poder comer nada disso tão cedo.

–Cara nunca comi tanto sorvete em toda a minha vida.-Falou o León dando a ultimo colherada no sorvete.

–Ta saindo sorvete até por meus olhos.-Falei botando a mão na cabeça.

–Vocês são muito fracos, só comeram três.-Falou o Léo comendo seu quinto sorvete.

–Para onde vai tudo esse sorvete guri?-Perguntou o León o olhando e fazendo uma careta.

Léo não respondeu nada, apenas continuou a devorar o seu sorvete. Depois de um tempinho quando o pequeno acabou o sorvete, o León pagou e fomos para o parque. Depois ele me deixou em casa.

–Amanha depois da aula, vou te levar a um lugar.-Falou ele no meu ouvido e me deu um beijo na bochecha.

Sorri e fechei a porta em estado abobado. Me virei para a sala e estavam todos ali sentados. Ia lá vem bomba...