Cruisin' for a bruisin'

Ligações & Desculpas


POV Ally

– Seja qual for a sua decisão, tome o meu terno - e vi-o colocar carinhosamente seu terno nos meus ombros desnudos - você está tremendo de frio aqui - olhei-o profundamente nos olhos agradecida, mas ainda confusa com toda aquela conversa. Ele tinha um olhar protetor sobre mim, mas ao mesmo tempo parecia com raiva. - Eu já vou... - Vi ele se virar e sair andando sem olhar para trás.

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Eu estava ainda ali, parada, com as mãos segurando o terno do loiro e sem reação alguma. Tomei logo a decisão de segui-lo deixando ecoar pelo deck o som produzido pelo meu salto chocando contra a madeira. Nesse momento em que eu o seguia lentamente, um milhão de pensamentos invadiram minha cabeça: Matthew, a dança e Austin... Eu não sabia que aquela música significava tanto e eu não sabia que a reação dele seria essa, caso contrário jamais teria o feito. Senti meu coração apertar de arrependimento.

Quando estávamos descendo a escadaria rumo ao andar da nossa cabine, eu senti meu celular tocar: TRISH! Foi um alívio, eu realmente precisava de uma amiga agora. Parei um andar antes de chegarmos no nosso e atendi (Trish: Negrito / Ally: itálico):

– Oh, Trish! Ainda bem que você me ligou!

– O que houve? Ally, não gosto desse seu tom de voz!

– Eu sei... Eu tenho que te contar muitas coisas que ainda não deu tempo.

– Estou escutando... Mas resume, por favor!

Sorri e comecei:

– Então... Quando chegamos eles não entregaram o cartão da nossa cabine para mim então eu estou dividindo a cabine com o Austin.

– O QUÊ?

– Sim, isso mesmo que você ouviu, mas eu dividi a cama no meio com os lençóis... – resolvi omitir a parte de que não deu muito certo por causa do meu pesadelo, escutei um "han..." do outro lado da linha e continuei... - Hoje nós saímos e até nos falarmos mais cedo estava tudo bem, escrevemos uma canção linda, nos beijamos magicamente e...

– ESPERA! BEIJO? B-E-I-J-O? VOCÊS ESTÃO NAMORANDO? CONTA LOGO SRA. MOON!

– Não, não estamos juntos, então ainda é Srta. Dawson! - escutei um muxoxo – Você sabe que é complicado... Enfim, nós fomos à janta que estava marcada com o capitão e eu acabei dançando com ele o que deixou o Austin bravo comigo... Acho que ficou com ciúmes do capitão e eu não sei o que fazer agora - desembuchei tudo.

– Wow, é só ficar algumas horas longe de mim e já entra numa maré de confusões, hein? – Eu sorri levemente - Ally, só o que eu posso dizer é que siga seu coração, faça o que julgar certo... Bom, se der errado você vai descobrir que tem uma péssima intuição e um péssimo jeito para tomar decisões!

– Obrigada, Trish! Estou com saudades! Até mais.

– Até mais! Eu também estou e não vejo a hora de embarcar com vocês!

Sorri e desliguei mandando um "smack" para ela. Guardei meu celular na bolsa, me apertei no terno do loiro, desci as escadas e cheguei a porta da cabine. Antes de bater eu pensei no que a Trish falou e eu ia falar com o Austin.

Bati suavemente na porta que se abriu e vi um flash loiro correndo para a cama. O local estava iluminado apenas por um abajur, a TV estava desligada então presumi que ele já estava prestes a dormir. Retirei os saltos, encostei a porta, deixei o terno dele sobre a mala e fui andando com cuidado para não tropeçar. Entrei no banheiro, me troquei imaginando o que diria ao Austin e ao ir para a cama me deparei com o loiro já dormindo. Sussurrei um "boa noite", virei para o outro lado, desliguei o abajur e tentei dormir. A conversa ia esperar...

(...)

Acordei com um raio de sol diretamente no meu olho. Acho que esquecemos de fechar as cortinas ontem quando chegamos... Olhei para o lado e verifiquei que o loiro ainda estava dormindo. Sentei na cama até pensar em algo para fazer naquele dia, já que ficaríamos somente no navio. Fui ao banheiro me trocar.

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POV Austin

Dormi quando a Ally entrou no banheiro ontem a noite e acordei umas duas vezes de noite pelo incômodo que eu estava sentindo. Não tinha dormido bem... Aposto o meu violão que é por culpa da baixinha. Olhei para o lado e só achei lençóis bagunçados onde a pequena deveria estar, voltei ao meu lado e logo escutei a porta do banheiro abrindo, fechei os olhos e fingi que estava dormindo...

Ouvi seus passos se aproximarem e senti os lençóis serem esticados suavemente. Ouvi-a cantarolando e se aproximando de mim. Ao abrir os olhos, depois do bater da porta, encontrei uma das folhas do seu diário bem na minha frente: "Nós precisamos conversar, por isso, encontre-me assim que acordar no deck. Estarei lá até as 11AM".

Olhei no relógio: 10AM. Levantei-me correndo, me troquei e saí, andando pelos corredores do navio, pensando no que dizer a ela. Chegando no deck, me deparo com uma garota pequena, sentada, com os pés pendurados sobre o mar olhando para baixo e tendo seus cabelos voando ao vento. Quando vou chegando mais perto vejo um homem trajando branco se aproximar. Droga, Matthew. De novo? Recuei e fiquei apenas observando. Ele abaixou-se e sentou do lado dela e começaram a conversar. Contei no relógio aproximadamente cinco minutos. Eu estava ficando cansado do papo deles e quando estava indo embora percebi que ele estava chegando mais perto da Ally e a mesma se afastou um pouco até que suas costas encontraram uma das grades do corrimão que a impediam de ir mais para o lado. Meus batimentos estavam acelerados e meus punhos cerrados, prontos para um soco. Não pude conter-me e quando vi já estava lá perto pigarreando para chamar a atenção.

ACHO que para disfarçar e me colocar mais ciúmes, ele estendeu a mão e tirou algo dos olhos da pequena enquanto ela olhava para mim sorrindo. Matthew olhou-me com uma cara não muito amigável e isso fazia com que eu gargalhasse por dentro:

– Atrapalho? - perguntei ironicamente contendo o sorriso.

– Não, eu já tenho que ir... Com licença, senhorita - disse ele ao sair, batendo continência a ela que somente deu um leve aceno com as mãos para ele.

– Você veio! - Ally me disse assim que ele virou as costas. Ela deu tapinhas na madeira ao seu lado para que eu sentasse.

– Sim - disse sentando ao seu lado e depois comecei a mirá-la nos olhos.

– Olha, Austin, eu sei o que você pensa, mas quero que saiba que só foi uma dança, simples assim, sem significados especiais, sem prestar atenção em mais nada além da sua voz, a letra e imaginar você dançando comigo - ela falou tudo rapidamente e senti que ficou assustada com o que falou, já que provavelmente não tinha planejado essa última parte. Aquelas palavras foram como um balde de água fria para mim. Parei por um segundo e perguntei:

– Você se imaginou comigo?

– É-ér... Sim... - ela sorriu de leve e corou mirando suas pernas suspensas, eu sorri também passando a mão na nuca, e me xinguei mentalmente por ter sido tão infantil. Eu abri a boca para falar, mas ela continuou:

– Austin, me desculpe pela dança! Eu só aceitei por educação... E me desculpe também pelo que eu te falei ontem a noite na nossa discussão, era tudo sem pensar, eu juro. Eu não queria magoar você. E sobre agora, eu não sei o que ele veio fazer aqui, eu nem o chamei, somente chamei a você, não pense que estou querendo te fazer ciúmes...

– Hey, eu não tenho ciúmes... - pausei - E a aproximação? - ela sorriu com a minha bipolaridade e respondeu entre risos:

– Ele realmente tinha falando que tinha algo nos meus cílios, eu só fui para trás por reflexo.

Pensei um pouco e conclui...

– Eu acho que também lhe devo desculpas por ser tão infantil. Eu deveria ter te escutado... - Eu peguei as suas duas mãos e juntei com as minhas, ela mirou nossas mãos juntas e depois olhou em meus olhos e sorriu para mim, eu retribui...

– Então, estamos bem? - Ela perguntou.

– Yep. Estamos bem.

Eu a puxei para um abraço apertado fazendo-a provavelmente ficar sem ar, mas foi muito bom... Eu me sentia extremamente bem com ela, como com ninguém mais...

Ficamos por ali mesmo observando o mar, falando bobagens, tirando algumas fotos e cantando por ali mesmo no deck até a hora ir almoçar.

Durante a tarde decidimos ir à piscina brincar um pouco, ficamos saltando, escorregando no tobogã e brincando de luta até que ela me deu um caldo e, para entrar na brincadeira, eu fingi que tinha me afogado mesmo boiando de costas para a água. Ela ficou tão desesperada que chamou o salva-vidas para me ajudar, mas quando ele chegou, eu disse que estava apenas brincando. Ela ficou muito brava (com razão) e decidimos parar por aí. Saímos da piscina e fomos ao cassino, apostamos 30 dólares e recuperamos apenas 5 dólares. Sabe quando dizem sorte no amor, azar no dinheiro? Então, acho que se aplica a nós. Sim, estou falando de amor, mas deixem para me cobrar isso outra hora!

Chegando a noite, fomos jantar no restaurante comum. Recebemos uma mensagem de Dez dizendo que haviam chegado em St. Thomas, que estavam bem e estavam animados para nos ver no próximo dia.

Após o jantar nós fomos para a cabine e quando eu estava sentado na cama, quando a Ally saiu do banheiro, tomou o controle da minha mão e colocou em "Os Croods"

– Como você escolheu aquele dia, eu escolho hoje! - disse e mostrou a língua.

– Fazer o quê - dei de ombros.

Ela sorriu e foi se ajeitando ao meu lado na cama, eu abri meus braços, ela escorou sua cabeça em meu tórax e eu "cobri" ela com o meu braço. Eu vi que ia dormir logo no meio do filme, então depositei um beijo na sua cabeça e desejei boa noite a ela.

Ela levantou um pouco a cabeça, olhou para mim, subiu um pouco mais se apoiando em seu braço, encostou a minha testa na sua e foi descolando-as aos pouquinhos, como que quem toma coragem para fazer algo e ela cola os seus lábios nos meus, senti aquela explosão de felicidade, ficamos com os lábios colados por alguns segundos e ela começou a se afastar lentamente e eu lhe dei um outro selinho rápido.

– Boa noite - disse sorrindo, eu retribui, ela bateu com o dedo indicador no meu nariz e voltou a deitar onde estava me deixando com um sorriso extremamente bobo na cara... Por fim, eu adormeci sentindo o cheiro delicioso dos seus cabelos e com aquelas lembranças do dia maravilhoso que tivemos.