Cinco)

– Hermione, Lúcio está lá em baixo. – Meu pai disse colocando a cabeça para dentro do meu quarto.

Astória estava no quinto sono, era tarde para meu pai aparecer lá. Silenciosamente peguei minha varinha novinha em folha, coloquei minha pantufa e saí de lá.

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Desde que eu e Draco brigamos, estamos estranhos um com o outro. Quer dizer, é claro que voltamos a nos entender, mas sempre que me lembro que sua primeira demonstração de magia foi me machucando me sinto extremamente magoada. Ele tampouco gosta de lembrar. Não dormimos mais no mesmo quarto, não conto mais histórias para ele, e o vejo bem menos.

– Oi Papai. – eu disse esfregando os olhos.

Estávamos apenas eu e ele na sala. Ele andou até mim e me abraçou, calorosamente, muito atípico de um Malfoy.

– Minha querida, eu estava morrendo de saudades. Vamos dar uma volta? Já falei com... Hm... Seu pai Hugo.

Eu sorri e concordei. E em um girar de calcanhares estávamos no beco diagonal entrando em uma lanchonete, ele me carregava no colo. Eu já estava grande para isso, mas não me importei. Tinha muitas saudades dele.

– Dois chocolates quentes. – ele pediu e me sentou no banco alto – Querida, você é jovem...

– Vou fazer Onze anos mês que vem. Não sou tão jovem. – disse emburrada. – e você se esqueceu de pedir o Chantilly.

Meu pai sorriu.

– Chantilly nos dois. – ele complementou – sim Hermione língua Afiada, você está grande o suficiente para saber de algumas coisas. Mas antes quero que saiba disso: não importa o que aconteça, o que te falem, o que descubra nós te amamos. Eu, sua mãe e Draco. Eu não sei o que aconteceu entre vocês, mas depois que foi embora naquele dia, Draco chorou durante semanas.

– Ele nunca me pediu desculpas. – eu disse ainda emburrada.

– Ele é um Malfoy.

– Mas eu não. – cortei-o.

Sua expressão tornou-se sombria.

– E também não sou uma Greengrass.

– Como...

– É óbvio pai. Ninguém sabe que eu sei... Além de Draco. E agora o senhor.

– Eu te amo. Tanto quanto amo Draco. – ele disse sério. – você é a minha princesa. – ele sorriu docemente.

– E você é meu pai. – eu disse encarando meus joelhos.

– É claro. Mas precisamos manter isso em sigilo.

– Por que?

– Hermione, as pessoas para quem trabalhava... Trabalho... Elas podem querer te machucar um dia.

– O que eu fiz?

– Seus chocolates! – o garçom diz quase me matando coração. Meu pai subitamente esta me esmagando em um de seus abraços desajeitados. Malfoys tem pouca prática com abraços.

*

Eu estava sim sendo impulsivo, e agora esmagava a pequena garota contra meus braços. Malditos comensais que mataram seus pais.

“O que eu fiz?” ela perguntou.

NADA!

Ela não tem culpa de seu sangue, ela não merecia passar por tudo que está passando. E por um breve segundo preferia que ela fosse uma trouxa normal, seria muito mais fácil dizer que ela é um aborto.

– Hermione, Hermione... – ela riu.

– Lúcio, Lúcio... – ela repetiu me fazendo rir.

Eu não gostava quando ela me chamava pelo nome, mas cada vez mais isso seria necessário.

– Pai, me solta, meu chocolate vai esfriar. – ela riu. – que carência hein? Mamãe e Draco te abandonaram?

Eu ri e a soltei.

– Não querida. Apenas não aguentei de saudades da minha princesinha.

– Certo papai.

– Agora querida, preste atenção... Cuidado, está quente... Princesa, eu me envolvi com pessoas... Intolerantes.

– Meu sangue não é puro, não é mesmo? – ela deu um gole do seu chocolate quente. – Não me olhe assim, não sou estúpida. Sempre soube que tinha algo errado, achei que fosse bastarda, achei que fosse um aborto, mas a única coisa que faz sentido é que ou eu tenho um sangue... Sujo... Ou eu sou filha de alguém muito malvado. – ela permanecia firme e parecia uma adulta, mas no fundo de sua voz residia certa mágoa.

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Ela estava certa em ambos os aspectos de certa forma. Eu não era um bom pai para ela, malvado inclusive eu diria. E seu sangue definitivamente não era puro.

– Você é incrivelmente esperta. Sabe disso?

– Tenho que ser. Estou em desvantagem com todos vocês.

– Desvantagem?

– É fácil para todos vocês. Daphne, Tori, Draco. Parece que eu simplesmente não me encaixo.

– Hermione...

– Mas é verdade! O único lugar que eu sou completamente aceita é na sua... minha... A casa dos Malfoy.

– Nossa casa. Sua também.

– Mas só entre nós. Vocês são minha família eu sei disso, mas quando qualquer um está entre nós vocês ficam frios e eu sobro. Sempre foi assim.

– Você sabe que...

– Sim, vocês me amam. E eu queria dizer para você não se preocupar, que para mim isso basta.

Estreitei os olhos. Ela era assustadoramente inteligente. Assustadoramente.

– O que quer dizer minha querida?

– Amanhã vamos para a escola que você faz parte do Conselho. Vou me comportar como uma Greengrass. Vou manter segredo sobre tudo, pai. Não preciso que o mundo saiba, não quero que o mundo saiba. Vocês são minha família, meu segredo, se souberem, vão me tirar isso. Daphne sabe e sempre tenta me tirar Draco.

A garota então encheu os olhos de lágrimas, eu tinha vindo lhe falar exatamente isso. Mas ela era inteligente não era, já sabia?

– Hey. – eu disse sorrindo.

Ela não derramou lágrimas, respirou fundo e me encarou bravamente.

– Eu sou seu pai. Troquei suas fraldas, as primeiras palavras que você disse, você estava no meu colo. E eu te amo com todo meu coração, por mais que eu não seja exatamente carinhoso com você em público daqui pra frente, lembre-se que eu te amo, você entende?

– Sim Pai.

– Você. Hermione, me dá muito orgulho. Hugo me contou que sua varinha é de Fibra de coração de Dragão.

– Sim...

– Nós somos dragões, você é um dragão. Somos forte Mione, somos poderosos e destruímos quem tenta machucar quem amamos.

– Pai.

– Sim?

– Como ganhei minhas cicatrizes?

Aquilo me enjoou. Lembrei da pequena Hermione, nos braços ensanguentados de sua mãe, em sua casa em chamas. Quando eu e Narcisa banhávamos ela, e a água ardeu em seus cortes fazendo com que ela chorasse.

Nunca mais queria vê-la chorar.

– Por favor pai, apenas me diga isso.

– As pessoas que trabalhavam comigo.

– Por que?

– Por que não gostavam dos seus pais. – eu observei a garota. – você está bem querida?

– Você estava junto?

– Não! Eu jamais permitiria que te machucassem. Eu mato qualquer um que tente fazer algo assim com você. Minha família vem em primeiro lugar. Você é minha, a minha princesa!

Ela apenas sorriu e me abraçou. Eu estava preocupado, com ela, com Draco. O Lord iria voltar, e quando voltasse o que eu faria?

– Prometa uma coisa. – eu disse suspirando.

– O que quiser. – ela disse acabando seu chocolate quente.

– Nunca me faça perguntas sobre seus pais. Nem para mim, nem Narcisa, nem Draco, nem ninguém. Nós somos uma família, mesmo você não tendo o nome dos Malfoy.

A garota sorriu e eu vi seus olhos se enxerem de lágrimas novamente.

– Prometo. Vocês são minha família.

Eu sorri e terminei meu chocolate quente.

– Eu e sua mãe queríamos que dormisse conosco hoje. Amanhã te deixamos com os Greengrass para embarcares com eles.

Ela apenas sorriu consentindo. Comemos pães de queijo enquanto ela me contava as diversas coisas que tinha aprendido desde que comprara seus livros na “Floreios & Borrões”, e me mostrava alguns feitiços divertidos com sua varinha de fibra de coração de dragão.

*

Chegamos em casa e Draco já estava no quinto sono, minha mãe estava deitada na cama lendo, ficou super feliz quando me viu.

Deitei na cama no meio do meu pai e da minha mãe, como fazia quando era pequena e tinha pesadelo. Os dois me abraçaram naquela cama gigante.

– Minha boneca. – minha mãe me cobria de beijos. – você é tão forte, eu te amo tanto.

– Também te amo mãe.

E fomos dormir.

Mas no meio da noite senti a cama balançar.

– Posso dormir com vocês? – ouvi ao longe.

– Claro querido. – minha mãe disse sonolenta.

E então senti Draco do meu lado. Abri meus olhos sonolentos e ele estava me olhando.

Abracei Draco e o esmaguei contra meu peito. Ele não agiu como um Malfoy, simplesmente me abraçou de volta e chorou até encharcar minha camiseta.

– Tá tudo bem, Te amo Draco.

Ele soluçou algo que me pareceu “Também te amo”... Ou então ele disse “Refém do ano”

Sorri com esse pensamento e dormi.

Todos estavam agindo de modo atípico hoje. Mas eu os amava, mesmo quando eles tinham esses surtos de amor.

***

– E fique com sua irmã na cabine. – Âmbar mãe dizia para Daphne. – cuide da sua irmã, apresente seus colegas da escola para ela.

– Tá mãe... – ela revirou os olhos.

– E você querida, cuide-se. – Âmbar disse acariciando meus cabelos.

Ela beijou minha testa e eu fui me despedir de meu pai.

– Minha joia.

– Pai, estou nervosa – confessei-lhe em tom baixo. Ele riu. – Por Merlin homem! Isso não é engraçado!

Ele apenas riu mais.

– Você vai se dar bem, é de longe a bruxa mais inteligente desta plataforma. – ele sussurrou-me. – me orgulho de você minha Joia.

– Te amo muito pai. – beijei-lhe as bochechas.

Ele me beijou a testa e seu bigode volumoso me fez cócegas.

O apito do trem soou estridente. E mais que nunca quis ter frequentado a mesma escola que Daphne, Me sentia inexperiente. Já tinha lido tudo sobre esse lugar, mas ainda assim, era tudo muito novo.

Assim que o trem partiu e meus pais ficaram para trás na estação – dei tchau também para os Malfoy, um rápido aceno pela janela – voltei a sentar na minha cabine com Daphne e algumas crianças que me pareciam prepotentes.

– Agora vaze daqui, aberração. – Daphne disse com a mão na cintura.

– A mãe mandou que ficássemos juntas.

– E por que eu ia ficar com você? Saia daqui Hermione!

– É Hermione, saia daí! – Draco estava encostado na porta da cabine.

Daphne sorriu vitoriosa.

– Venha ficar comigo – ele me estendeu a mão. – vou te mostrar um feitiço que aprendi.

Eu andei até ele e me permiti um olhar triunfante para a bobona da minha irmã que praticamente rosnava de ódio.

Saí da cabine rindo com Draco. Fui para a sua cabine. Ele me apresentou uma garota chamada Pansy Parkinson que me pareceu ser muito gentil, um garoto baixo e desengonçado chamado Blaise Zabini – garoto que eu nem sonhava ainda, mas seria muito importante na minha vida -, outro gordinho chamado Neville Longbottom e dois garotos altos e gordos que me assustaram: Crabble e Goyle.

Conversamos animados, colocamos nossos trajes e ficamos fazendo feitiços no trem, eu fiquei sentada do lado de Draco. Foi estranho fingir que nós não nos conhecíamos desde bebês, mas me senti perto dele de novo. Como quando crianças. Ele era minha família.

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*

– Ah não! – Neville choramingava. – Trevo, meu sapo...

– Calma, calma – eu o acalmava – vamos achá-lo.

– Draco, vou procurar nos outros vagões.

– Certo. – o loiro disse fuçando no meio das malas

Andei de cabine em cabine procurando o maldito sapo, e só me irritava conforme não o achava.

“Quer ver um feitiço? Meu irmão Fred me ensinou um.”

Eu abri a cabine que tinha um ruivo e um moreno cheio de doces. Por isso a mulher dos doces só tinha aqueles horríveis chicletes pinta-lingua.

– Sol...- o ruivo apontava a varinha para um rato.

– Hm... Desculpe, vocês viram um sapo? Um garoto chamado Neville perdeu o dele.

Eles negaram.

– Vai fazer um feitiço? Essa eu quero ver.

O ruivo limpou a garganta.

– Sol, Margaridas, amarelo maduro, torna amarelo esse rato burro!

Nada aconteceu.

Eu ri.

E quem diria que seria assim que eu conheceria meus melhores amigos.

*

Tudo no castelo era esplendido. Sim, eu estudava em um castelo! Tudo estava perfeito.

Quer dizer, quase tudo.

Eu tinha ido para a Grifinória. Meus quatro pais me matariam!

E Draco, Tritão rei dos mares, eu tinha ficado longe de Draco, de novo! Não importa o quanto eu me esforce parece que eu simplesmente não fui feita para ficar em ele.

Depois de passarmos por escadas que se mexiam e conhecer alguns quadros vivos, chegamos a um quadro com uma mulher gorda, no sétimo andar.

“Podia ter elevadores por aqui” pensei ofegante.

A senha foi dita: “Cabeça de Dragão” o quadro girou em seu eixo e revelou uma passagem para os nossos dormitórios.

Aquilo era mágico.

*

Eu estava voltando para o meu dormitório depois do Jantar, Harry e Rony estavam sendo muito legais comigo, Neville também tinha ido para a Grifinória e eu me limitava a ficar do lado dele. Todos nessa casa eram muito expansivos, eu me sentia meio tímida, e conforme todos tagarelavam eu me dividia em dois sentimentos: deslumbre e confusão.

Tudo naquele castelo me deslumbrava, os fantasmas, a comida, a decoração, aquele gentil senhor de barba gigantesca.

E confusão, mais cedo, quando o chapéu seletor esteve em minha cabeça, ele falou comigo, falou comigo em minha mente.

“Greengrass? Muito diferente da sua família minha jovem, és a ovelha negra.”

“Bingo.” Pensei com ironia.

“Tão brava, tão esperta e astuta, a força do Leão, a inteligência refinada do Corvo, adaptabilidade dos Lufos e a astúcia da Serpente. Ovelha uma ova, és uma Raposa! Temos uma raposa, se encaixaria em qualquer casa.”

“Quero ficar com Draco.”

“O jovem Malfoy... Entendo... São irmãos, de alma. Minha querida, sua força é excepcional.”

Lembrei-me de meu pai dizendo que eu era um Dragão, mas assim que pensei, o chapéu teve acesso a minha lembrança.

“Malfoy, seu pai, entendo... Não é uma raposa afinal, é um Dragão. Sua força e bravura é o que me gritam senhorita. Creio que na grifinória encontrará o que precisa.”

“Eu preciso ficar com a minha família!”

“Pois então eu lhe darei sua mais fiel e leal família.”

Sorri aos céus, ele tinha entendido afinal, minha família: Draco.

– Grifinória! – o chapéu bradou.

“O que?! Você disse que...”

“Eu vejo coisas em você, que não pode se lembrar, lembranças antigas, esquecidas, intocadas que você jamais terá acesso. Confie em mim Hermione, quando o momento chegar, você vai precisar do apoio da sua casa, tão jovem e tens a alma marcada pequena. Os grifinórios cuidarão de você quando os Malfoy caírem e lhe faltarem.”

E assim ele foi arrancado de minha cabeça, e lembrei-me de Loriel. Ele e a elfa deviam fazer um par, ambos eram ótimos na arte de Falar sandices para me confundir.

– HERMIONE! – um grito estridente me seguiu pelas escadas.

Era Draco. Sorri-lhe.

– Você enlouqueceu? – ele disse furioso. – Grifinória?! Você deve estar brincando!

Imediatamente meu sorriso sumiu.

– Eu não escolhi! Eu pedi para que me deixasse com você. – eu murmurei.

Ele ofegou por alguns instantes, a raiva aos poucos se dissipando.

– Irmãos lembra? Apesar de tudo. – eu disse atrevendo-me a encarar o loiro.

Ele me abraçou.

– Não me abandona. Chatonilda. - ele disse com o fantasma de um sorriso.

Eu sorri amplamente.

– Até o fim lembra? Pirralhoso.

***

Até o fim, era o que ela dizia. Mas não acho que seja verdade.

Era nosso último dia em Hogwarts, e nesse ano que passou o maldito Potter a roubou de mim.

E ela se vendeu pela fama dele!

O ano foi uma verdadeira bagunça e toda a glória que me era por direito, o herdeiro legitimo Malfoy, foi roubada pelo pirralho Potter. Tudo por que ele tinha uma testa rachada.

Hermione era minha amiga, minha irmã! E ainda assim ficava babando aos pés dele. Ele a colocou em perigo, não importa a droga do colégio ou a droga do Voldemort, ele colocou minha irmã em perigo e eu nunca o perdoaria. Ela pelo visto parece esquecer disso, ela glorifica o testa rachada e o cabeça de cenoura Weasley, quando eles há alguns meses a chacoteavam e a faziam chorar.

Entre os sonserinos eu tinha tudo como o esperado, tudo naturalmente. Respeitavam-me e me obedeciam, fiz alguns amigos. Na verdade raros amigos os outros são mais companheiros por interesse. A irmã insuportável de Hermione ficou na Sonserina comigo, e sinceramente, ela é insuportável. Fora o fato de que sempre calunia Hermione, o que me aborrece. E muito.

– Malfoy, vai ficar conosco na cabine? – era um garoto que eu acho que posso chamar de amigo. Blaise Zabini.

– Acho que sim Blaise. Tenho que procurar Hermione para...

– A Grifinória? Por Merlin Draco, não entendo como pode ser amigo dessa garota, ela é tão estranha, quer dizer uma bruxa que estudou com trouxas!

Meu pai tinha me proibido de contar que éramos irmãos. No fundo eu acho que começava a entender. O que seria da reputação dos Malfoy caso um dos integrantes da família fosse para Grifinória? Eu tinha um primo da Corvinal, e foi um escândalo de acordo com meu pai.

Se bem que independente disso eu queria Hermione como minha irmã. Não deveria mais satisfações a ninguém, e todos a respeitariam. E ela provavelmente ficaria longe do desprezível Potter.

– Ela não é minha amiga, ela é irmã da Daphne. – eu disse com naturalidade fechando meu malão – nossos pais se conhecem, e me preocupo com os amigos que são leais a minha família, não me custa ficar de olho na esquisita.

Blaise estreitou os olhos. Ele não era um Sonserino típico, escondia bem isso, mas eu o conhecia, ele era muito gentil com todos. Ele sorriu.

– Ela é muito inteligente. – ele observou. – e ajudou a salvar o colégio.

– Sim. Aonde quer chegar? – disse sem paciência lutando para arrastar meu malão para fora da cama.

– Eu gostaria de ter ela como amiga. Quem sabe um dia. – ele sorriu, sínico.

Senti minhas orelhas queimarem e derrubei o malão em cima do meu pé enquanto soltava um gemido de dor e por razões desconhecidas tinha vontade de estapear o garoto baixinho de olhos verdes e cabelos pretos. Infernos, eu queria degolar aquele garoto!

Ela era minha amiga. Só. Minha.