Scenes Of Our Lives
Hogwarts
P.O.V. James
– Do que é que você está rindo? – Lily perguntou se aproximando de mim.
– Ele finalmente está indo para Hogwarts.
– Pensei que Hagrid não fosse conseguir entregar a carta dele.
– É... por um momento eu também achei. Finalmente ele vai se livrar do seu sobrinho!
– O que você esperava? O Duda foi criado pela Tunia e aquele marido dela, não podia ser um garoto muito agradável.
– Também não precisava ser tão... ele. Por que é que ele tinha que bater no Harry o tempo todo?
– Minha maior “pergunta” é como Petunia teve coragem de deixar o próprio sobrinho dormir embaixo da escada por dez anos!
Fiquei observando Harry sentado sozinho no vagão olhando meio escondido para a família de ruivos que ele tinha encontrado antes de passar a barreira. Acho que são os Weasleys.
– Queria ter dado um beijo de despedida nele. E ido comprar as coisas no Beco Diagonal. – Lily disse triste. – Queria, pelo menos, que ele pudesse nos ver.
– Eu também, Lils. – Falei me sentando no banco do lado de Harry.
O trem finalmente começou a andar e poucos minutos depois um dos meninos Weasley pediu para entrar no vagão. Ele e Harry começaram a conversar, cada um mais interessado em conhecer o outro.
– Parece que ele já achou um amigo. – Lily disse sorrindo depois de um longo tempo, enquanto o ruivo, acho que se chama Ron, pegou a varinha dizendo que ia tornar o rato amarelo. O rato... Ei! Espera!
– Lily! – Quase gritei a sobressaltando um pouco. – Esse é o Wormtail!
– O que? Tem certeza? – Ela arregalou os olhos.
– Sim! É aquele filho da...! – Mas fui interrompido por uma menina que entrou procurando por um sapo junto com um outro menino gorducho que já tinha passado por aqui fazendo a mesma pergunta. A menina de cabelos cheios disse que ele se chamava Neville.
– Neville... – Falei franzindo um pouco a testa. – Lils, acha que é o filho do Frank e da Alice?
– Provavelmente. – Ela sorriu para o menino. – É... é sim. Ele se parece com ela. Olha.
Ele realmente lembrava a Alice. Acho que o formato do rosto.
A menina com ar de mandona debochou um pouco de Ron que não conseguiu deixar aquele traidor amarelo, e começou a falar sobre como já tinha lido todos os livros da lista de Hogwarts.
– Merlin! Parece até você, Lily!
– Cala a boca! – A ruiva riu. – Eu não sabia todos os livros de cor!
Tinha me esquecido de como a viagem para Hogwarts é longa. Pelas calças de Merlin! Como demoramos para chegar lá! Depois da viagem pelo lago os alunos do primeiro ano ficaram esperando Minerva voltar. Por falar em Minerva: ela continua me dando medo. Boa sorte, Harry!
Depois de alguns minutos, Minerva chamou os alunos para ir até o Salão Principal.
– Não acredito que ele já quase entrou em uma briga logo no trem! – Lily ainda resmungava enquanto seguíamos Harry pelo Salão Principal.
– Era o filho do Lucius Malfoy, Lily! Não tem problema o Harry brigar com ele.
– James Potter se...
– O que é que o Ranhoso está fazendo na mesa dos professores? – Exclamei interrompendo uma já mal-humorada Lily. – E ele não lavou o cabelo desde aquela época!
– Não sabia que Severus era professor agora. – Ela falou franzindo as sobrancelhas.
– Severus? Por que é que você está chamando ele de Severus?
– James...
– O que? Se não quer chamar ele de Ranhoso, tudo bem, mas pelo menos Snape, o homem que nunca lava o cabelo.
– James Potter, você está com ciúmes? – Ela disse rindo.
– Lily Evans Potter você acha mesmo que eu, James Potter, teria ciúmes do Severus Ranhoso Snape?
– Você está com ciúmes! – Ela riu alto.
– Não!
– Pelo amor de Deus, James! Primeiro: ele foi para o lado de Voldemort, segundo não falo com ele desde o quinto ano. E tem mais uma coisa... o que era mesmo? Ah, é! Ele está vivo e eu não!
– Já disse que não estou com ciúmes. – Mais resmunguei do que realmente disse alguma coisa. – A questão é: o que Dumbledore tem na cabeça para trazer ele para ser professor?
– Bom, Dumbledore deve ter algum motivo. Mas tenho que admitir que realmente não consigo enxergar esse motivo.
– Ele vai matar o Harry!
– James, ele só vai implicar com ele. Tenho certeza que não vai tentar mata-lo.
– Ele é um Comensal!
– E não vai se atrever a encostar no Harry com Dumbledore por perto. E já disse, Dumbledore deve ter um motivo bem forte para trazer o Snape para essa escola.
– Por que você está defendendo ele?
– Eu não estou! Só estou dizendo que o máximo que ele vai fazer é ser um idiota irritante com o Harry.
– Que bom, ele se livra do seu sobrinho, daquele Vernon e da sua irmã e vai ter que aturar o Ranhoso.
– E você achou que ele só ia achar pessoas legais em Hogwarts?
– Não, mas...
– Cala a boca! – Ela me interrompeu. – O Harry vai ser selecionado!
O Salão Principal ficou anormalmente quieto, Harry se adiantou e sentou no banquinho de três pernas, Minerva soltou o chapéu na cabeça dele, que parecia no mínimo aterrorizado.
– Por que está demorando tanto? – Sussurrei.
– Não sei, mas o Harry parece meio inquieto.
– Espero que ele não vá para a Sonserina.
– Fica quieto, James! Eu quero ouvir o chapéu!
– Ouvir o que? Ele não está falando na...
– Grifinória! – O chapéu gritou depois de um tempo anormalmente longo. A mesa dos leões explodiu em gritos e palmas e eu realmente não conseguia parar de sorrir. Lily também tinha um sorriso enorme do meu lado.
– Sabia! Sabia que ele ia para a Grifinória! – Ela exclamou quase pulando
– É! Agora só falta ele entrar no time!
– Ele está no primeiro ano!
– Eu não disse que precisava ser esse ano! Se bem que seria legal.
Harry parecia bem mais relaxado depois da seleção. E com fome. Na verdade ele devorou um pouco de tudo que tinha na mesae não era pouca coisa, mas mesmo assim não comeu mais que Ron, que também foi para a Grifinória. Merlin! Como um ruivo de onze anos consegue comer tanto?
Como sempre, depois do banquete de abertura todos começaram a ficar com sono e depois de o monitor, que era um dos irmãos de Ron, levar os alunos do primeiro ano para a torre da Grifinória, Harry foi logo para o dormitório e não demorou a dormir. Lily e eu ainda ficamos um bom tempo o observando.
– Ele vai ficar bem melhor aqui do que na casa da minha irmã. – A ruiva disse baixinho como se pudesse acordá-lo.
– É. Vai sim.
Ela continuou o olhando e sorrindo levemente, deu alguns passos e passou a mão pelo cabelo bagunçado dele.
– É. Ele está bem. – Ela sorriu mais ainda. – É hora de irmos.
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