Capítulo 11 -Dúvidas

Pov Bruno

O vento no rosto estava ótimo, a madrugada ia ficando cada vez mais fria, eu estava aliado porque desabafei com alguém, meu alguém a Fatinha, não sei o que deu em mim, só sei que eu confiava nela o suficiente para lhe contar. Todos já tinham ido dormir, e eu resolvi ir também, afinal ficar sentado ali não ia resolver nada, mais aliviou bastante e quando eu caminhava de volta sentia uma coragem surgindo dentro de mim, e agora eu estava pronto para enfrentar mais um pouco da vida. Enfim, eu entrei na minha barraca, eu odiava dormir com o Marcos e o Tony, ooooh dois para roncar Deus que me livre, mas eu estava muito cansado e foi tiro e queda, afinal não havia outra escolha.

Graças a Deus os roncos dos dois não me impediram de descansar, quando eu acordei eles já não estavam mais lá, senti meu estômago roncando de fome, e fui tomar meu café, mais assim que eu sai da barraca, havia uma movimentação diferente ali, as pessoas estavam com cara de preocupadas, não sei muito bem...

Bruno: Ei galera o que esta acontecendo aqui? Alguém ai viu um urso feroz? –todos me olharam com cara de raiva, iii o clima não estava legal.

Baianinho: Cara na boa, minha musa some e você faz piadinhas?

Guilherme: A Fatinha não está aqui cara.

Bruno: O QUE? COMO ASSIM? A FATINHA SUMIU? DESDE QUANDO?

Baianinho: É, pois é ela sumiu sim e você ai fazendo piadinhas, como se você fosse um palhaço.

Tony: Aah pega leve cara, o brother acabou de acordar ele não sabe o que aconteceu, e se ela só foi dar uma volta na floresta? Ninguém sabe.

Baianinho: AAAAAh eu não sei viver sem ela, ela tem que voltar... –na boa esse cara já estava enchendo o saco, se ele não parasse ele perderia alguns dentes.

Alice: Gente calma! Não sabemos o que aconteceu com ela, e não adianta brigar, talvez ela só foi dar uma volta mesmo. –eu não sei o que tinha acontecido com ela, só lembrei-me do que meu pai disse, eu tinha que cuidar dela, mesmo se ela estivesse apenas ter ido dar uma volta, na floresta? Quem é o loco ou a loca de andar sozinha na floresta?

Juh: Mais Alice, ela não dormiu na barraca. –sua expressão era de medo.

Tony: Se ela não dormiu com vocês...

Bruno: Ela não dormiu aqui. –me virei para ir atrás dela, mas o Guilherme me parou.

Guilherme: Ei cara aonde você vai?

Bruno: Não vou ficar esperando ela voltar, eu vou atrás dela.

Guilherme: Eu vou com você. –eu não hesitei, ele deu um beijo na testa da Alice e ela disse para ele ter cuidado, assim como a Juh para mim, e saímos à procura dela, alguns meninos veio junto e outros ficaram junto com as meninas, e nós nos separamos para encontrar ela, eu gritava o nome dela e no meio da floresta fazendo um eco danado, será que ela me escutaria? Onde essa menina estava? O que tinha acontecido?

Foi quando do alto de um barranco, eu a avistei deitada no chão, eu desci correndo até chegar a ela, examinei para ver se tinha algum ferimento e nada, ela estava respirando então acho que estava tudo bem.

Bruno: Acorda princesa, até que enfim te achei... –agora sim ela abria os olhos devagar.

Fatinha: Bruno... O que você está fazendo aqui? –disse com a voz rouca pelo sono.

Bruno: Vim te buscar, agora vamos. –tentei pegar ela no colo mais ela pulou, ficando de pé.

Fatinha: Eu não vou com você, vou ficar aqui.

Bruno: O que? Você só pode estar brincando. Eu demorei 1 hora para te achar e você não vai? Virou mulher da caverna?

Fatinha: É isso mesmo não vou com você, agora me deixa em paz. –ela cruzou os braços e começou bater o pé no chão.

Bruno: Você não tem jeito. –eu a peguei no colo.

Fatinha: Me coloca no chão agora seu idiota. –e ela pulou, de novo.

Bruno: Aah qual é moça? Eu fiz algo para você não querer vim comigo?

Fatinha: Fez sim, mais eu tenho certeza que você não percebeu. Quem mando você vim atrás de mim?

Bruno: Ninguém mandou, eu vim porque quis, e porque eu prometi que não ia deixar nada de mal te acontecer.

Fatinha: AAh então foi isso, uma promessa? Você veio me buscar porque ficou todo preocupadinho de não me achar mais? Pode ir embora eu sei me cuidar.

Bruno: Caramba Fatinha, eu tento ser legal e é isso que eu recebo? Você é uma chata e irritante sabia? –fui chegando mais perto dela.

Fatinha: E você um burro.

Bruno: Teimosa.

Fatinha: Idiota. –essa hora estávamos bem próximos que eu senti até sua respiração, eu não aguentei ao meu impulso e beijei ela, e claro ela não rejeitou. E cada beijo, era um melhor que o outro, não sei explicar, despertava algo a mais em mim do que desejo.

Fatinha: NUNCA MAIS TOQUE EM MIM. ENTENDEU?-ela disse se afastando de mim, e saiu andando, eu a puxei pelo braço.

Bruno: Sério que é isso que você quer?

Fatinha: É isso... –a beijei de novo, dessa vez ela não parou. –Você não sabe o que eu quero, nunca soube. Agora por favor, dá pra me tirar daqui?

Em muuuuitos minutos e estávamos nós novamente ao acampamento, todo mundo perguntou o que tinha acontecido é claro, e eu até me esqueci de perguntar isso. Estava pensando no que ela disse “Você não sabe o que eu quero, nunca soube”, o que ela queria?

Baianinho: AaAah meu Deus você voltou! Eu não posso acreditar! É você mesmo? Eu quase morri sem você aqui. –disse o louco, correndo para cima dela.

Não, o amor dele não era exagerado, nem um pouquinho.

As pessoas começaram a perguntar o que tinha acontecido com ela, e ela apenas disse que havia se perdido ontem à noite, ela estava meio triste, mais eu tinha certeza que não era só isso, ela ia falar com a Juh e a Alice, e depois eu ficava sabendo.

Agora era hora de diversão, finalmente, fomos para a cachoeira, ali perto mesmo. Todo mundo caiu na água, estava um paraíso aquilo, e “Senhorita Gentileza” agora evitava até o meu olhar, aah não tava nem ai também, que se dane.

Depois da cachoeira, voltamos para as barracas, e começamos uma festinha, podemos dizer que foi ESPETACULAR, mesmo não tendo som e todas as coisas de uma festa, foi muito legal, finalmente a Alice beijou o Guilherme, e é claro todo mundo ficou tipo Awwwn, eles formavam um casal bonito, e o melhor de tudo se gostavam.

Depois de muita festa, a Fatinha foi direto para a barraca, falou apenas com a Juh. E eu fiquei apenas observando, e claro, lá vinha a Julia com cara de reprovação para mim.

Juh: Se divertindo muito gatão?

Bruno: Nossa você teve um tempo para falar com alguém que não seja seu namorado? –ela riu, dando um tapa em mim.

Juh: AAh Bruno, deixa de ser besta.Eu sempre falo com alguém que não seja meu namorado. Mas o assunto que quero falar com você não sou eu e muito menos o Alex, é você e sua burrice.

Bruno: AAAH não, por favor, aqui também você vai vir com seu sermão?

Juh: Nossa demais você em, já até sabe o que eu vou dizer, porque será que você não muda então? A minha amiga está triste e eu tenho certeza que a culpa é sua!

Bruno: Se ficou louca? O que eu tenho a ver com isso?

Juh: Porque você Bruno, sempre faz isso com todas as meninas, faz elas se apaixonarem e depois esculacha, pensa que eu não sei? Pois é eu sei, e eu sei também que vocês já ficaram várias vezes, só que Bruno ela não merece, não merece mesmo, ela não é igual suas “peguetizinhas”. Você me entendeu? Ela não sabe quem é você, e antes que essa historia fique pior se você não falar com ela, eu mesmo farei isso. Você vai lá e vai dizer que não vai mais ficar com ela.

Bruno: Realmente eu sempre fiz isso com outras, e eu estaria mentindo se falasse que não quero mais ficar com ela, eu vou ficar sim!

Juh: E porque você quer tanto ficar com ela? Geralmente você só fica uma vez. Porque não a assume logo e para de fazer ela sofrer?

Bruno: Como você sabe que ela está sofrendo? Você pode estar me falando tudo isso atoa. Eu não vou assumir nada, porque não tenho nada a assumir!

Juh: E porque não? Você é homem suficiente para pegar várias, agora para aceitar uma só não? Você só pensa em si mesmo, e eu sei sim que ela está sofrendo, e não é de hoje, Bruno eu conheço uma garota apaixonada.

Bruno: Já chega Julia!

Juh: Você tem que me escutar Bruno.

Bruno: Eu não vou escutar essas idiotices que você está falando.

Juh: Isso Bruno continua achando que tudo o que eu falo é idiotice, é atoa. Você pode estar perdendo alguém que gosta realmente de você por puro orgulho. Me escuta, pelo menos dessa vez.

Bruno: Juh, eu sei o que eu estou fazendo. –disse dando-lhe um beijo na testa e me levantando.

Juh: Aonde você vai?

Bruno: Fica com a Alice, e ai de você se eu te pegar na barraca junto com esse seu namorado.

Bruno: Com licença moça. –disse abrindo o zíper da barraca, ela estava debaixo das cobertas, deitada, lendo um livro.

Fatinha: O que você quer? Estou ocupada.

Bruno: Conversar com você, estou vendo mesmo, bela ocupação. –disse já dentro da barraca e fechando o zíper.

Fatinha: Eu deixei você entrar aqui? É uma bela ocupação meu querido, livro do vestibular.

Bruno: AAh legal em, mais é meio difícil ler na escuridão. Bom, vim perguntar se há algo de errado com você, desde ontem você ficou diferente.

Fatinha: Eu? Que capacidade de percepção em. –nós rimos. –Não, não aconteceu nada, por quê?

Bruno: Vamos supor que a pessoa que mais gosta de uma bagunça está aqui dentro enquanto todo mundo ainda está lá fora.

Fatinha: Aah é que assim, estou muito cansada e eu já me diverti bastante.

Bruno: Huuuuum, cansada! Há conta outra. AAh e porque que você estava tão brava comigo de manhã?

Fatinha: AAh é que eu estava perdida, com medo, só queria sair dali.

Bruno: Desculpa por não ter chegado antes. Tenho uma ideia, que tal eu dormir aqui para recompensar?

Fatinha: Aah eu tenho uma ideia também, que tal você cair fora daqui? Não é porque você me salvou de novo que vai se aproveitar queridinho, eu já disse para não encostar mais em mim.

Bruno: Não, eu não vou sair daqui.

Fatinha: AAh Bruno qual é? Eu quero dormir, e isso seria impossível com você aqui, você não pode me deixar sozinha? –eu não me movi do lugar. -Ok! Então saio eu. –ela se virou e ficou por alguns minutos tentando abrir o zíper da barraca, quando eu escutei que começava a chover, na verdade caia uma tempestade.

Bruno: Tá difícil ai? Aah eu acho que você não vai querer sair na chuva né?

Fatinha: Dá para parar de encher o saco e me ajudar?

Bruno: Dá licença. –eu tentei abrir o zíper mais ele estava emperrado. –Se você quiser sair daqui vai ter que cortar a barraca, o que eu acho que não seria legal.

Fatinha: Prefiro cortar ao ficar com você aqui, querendo se aproveitar de mim. –agora estava bem escuro, e chova muito forte.

Bruno: Será que você pode me dizer por que agente não pode aproveitar?

Fatinha: Porque Bruno, eu não sou nenhuma de suas peguetes, que você usa e joga fora, eu tenho sentimentos sabia? –foi exatamente isso que a Julia disse.

Bruno: É claro que eu sei, mas não entendo...

Fatinha: Você nunca entende. AAAAAH ERA SÓ ISSO O QUE ME FALTAVA, que merda de lanterna, acabou a bateria, ótimo, está tudo perfeito, sem luz, e ainda por cima presa com um idiota.

Bruno: Ei eu ainda estou escutando.

Fatinha: O problema é seu, agora vai para lá que eu quero dormir, DORMIR, entendeu?

Bruno: Uau, como você é gentil.

Fatinha: Você sempre soube disso. –eu me deitei também. –Aah Bruno se você encostar em mim eu juro que deixo você estéril.

Bruno: Eu estava apenas achando um jeito para dormir. –ela não disse mais nada, imaginava que ela já tinha dormido, a barraca era muito pequena para nós dois ainda mais nessas condições que eu não podia chegar nem perto dela, cabia umas 4 pessoas no nosso meio.

Ela ficou muito chateada com o que eu falei para ela, a Julia sempre teve razão, eu era um idiota, não devia ter falado aquilo, mas poxa era só uns beijinhos...

A temperatura estava caindo por causa da chuva, e pude ouvir os dentes dela batendo, será que tudo isso era frio? Cheguei mais perto e vi que ela tremia.

Fatinha: Não, não faz isso comigo nãoo... NÃAAO. –acho que ela estava sonhando, ela se debatia.

Bruno: Princesa? Está tudo bem? –não sei se ela acordou estava muito escuro, só senti ela me abraçando, e ela chorava. –Ei, calma o que aconteceu?

Fatinha: Pesadelo, só isso. Agora fica quieto e só me abraça ta?

Bruno: Você vai me deixar estéril? – ela deu um tapa de leve no meu ombro e eu sorri, a abracei mais forte, assim eu estava melhor, mais quente, e sentir ela junto a mim era a melhor sensação do mundo. Comecei a pensar no que a Julia havia me dito, será que ela estava realmente apaixonada? Mais o pior é que eu não estava, não queria fazer ela sofrer, mais não conseguia ficar longe dela também. Resolveria isso amanhã.