It Was Meant To Be

Ilha do Pesadelo


Capítulo V: Ilha do Pesadelo

Annabeth acordou com os chamados de Percy. Não sabia em que momento havia adormecido e nem quanto tempo havia dormido. Apenas desejou poder dormir mais.

– Annabeth, vem logo! – Chamou o moreno.

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– Já vou, Jackson!

Quando se aproximou de Percy e observou a ilha que estava a sua frente desejou com todas as forças estar dormindo e aquilo fazer parte de mais uns de seus pesadelos.

– Q-quando ancoramos aqui? – Ela perguntou.

– Quando acordei já estávamos parados.

Um vento forte e cortante atravessou-os. A ilha parecia ser inabitada. Mesmo sabendo que era de manhã, não dava para se notar ali. Não havia Sol. Tudo estava escuro. Mesmo estando no verão o clima ali era frio. As flores estavam murchas e o único caminho que levava ao centro da ilha era uma trilha enlameada.

Olhando ao centro notava-se um majestoso castelo. Era o único ponto colorido da ilha.

– É esta a ilha? – Perguntou Percy.

– Não tenho certeza. – Annabeth disse mordendo o lábio inferior.

– Então teremos de explorá-la para descobrir. – Afirmou Percy.

– Não me parece uma boa ideia. – Annabeth disse num fio de voz.

– O meio-sangue pode estar ai e pode estar correndo perigo. – Opinou o moreno.

– Você tem razão.

Percy sorriu de canto, sem que a loira percebe-se. Ela havia acabado de concordar com ele.

Desceram do iate. E adentraram a mata.

Os arbustos os fecharam ali dentro.

– Estou começando achar que foi uma péssima ideia. – Disse Annabeth.

– Que isso. Venha. – Percy falou e a puxou pela mão. Annabeth tirou sua mão rapidamente da do moreno e olhou-o feio.

A trilha a estava assustando. Logo que adentraram, tudo estava num completo silêncio. À medida que avançavam os barulhos iam aumentando. Alguns deles Annabeth reconhecia como gritos de socorro, sons de árvores pegando fogo, disparos de armas, disparos de canhões, de pessoas correndo, mas a floresta que os cercavam não dava nenhum sinal de que algo realmente estava acontecendo. As árvores não se mexiam, estavam intactas.

– Talvez o mundo inferior fosse menos assustador. – Comentou Annabeth.

– Você também ouve? – Perguntou Percy.

– Sim, mas parece surreal.

Viram um vulto ao longe que foi se aproximando. Alguém ou algo corria na direção deles.

Percy colocou a mão no bolso, pronto para empunhar Contracorrente. Annabeth estava com o arco em mãos.

Um velho de aparência cansada como se estivesse correndo a séculos de alguma coisa começou a falar quando já estava mais perto dos dois:

– Saiam enquanto podem crianças. – Berrava o senhor sem fôlego.

– Quem é o senhor? – Annabeth perguntou.

– Fujam! É perigoso. Saiam daqui.

– O senhor não a respondeu. – Falou Percy indignado.

– Corram ou o dragão irá pegar vocês.

– Dragão? – Perguntaram os dois em uníssono.

– Sim, aquele ali! – Disse o velho, apontando para o nada e correndo o mais rápido que ainda conseguia.

– Mas não estou vendo dragão algum! – Gritou Percy, mas o homem já estava longe o suficiente para não ouvi-lo.

– Mas que senhor doido! – Exclamou Annabeth.

– Eu que o diga. – Concordou Percy.

Continuaram avançando floresta adentro. Aquela trilha parecia não ter um fim. Quando que por azar...

Annabeth pisou em um chão falso e caiu em um buraco.

– Annabeth? – Gritou Percy, mas não obteve resposta.

– Annabeth? – Tentou mais uma vez. O que faria agora? Começou a ouvir gritos agonizantes de Annabeth vindos da floresta, mas não sabia se era ela realmente ou se era mais um truque da ilha. Por impulso, pulou na armadilha.

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[...]

A cabeça de Percy latejava, assim como a de Annabeth. Era como se eles tivessem recebido uma pancada na cabeça e adormecido. Quando acordaram, estavam juntos – para o alívio de Percy – porém não sabiam onde estavam. Não conseguiam enxergar nada. Tudo estava escuro e em um completo silêncio. Apenas sabiam que um estava próximo do outro, pois conseguiam ouvir suas respirações.

Então uma voz estridente de mulher se pronunciou. E embora fosse uma voz sombria, falava calmamente.

– Hum, não estou acostumada a receber casais como visita. – Disse a voz.

– Não somos um casal. – Bradou Annabeth.

– Não é o que parece. Para uma filha da deusa da sabedoria, você deveria ser mais esperta.

– Olha como fala com ela! – Percy retrucou.

– Não são um casal, ein? Mas o Cabeça de Alga aí está defendendo a namoradinha.

Um frio percorreu a espinha de Percy. Aquele era o apelido que Annabeth havia lhe dado.

– Não é? Cabeça de Alga e Sabidinha, que lindos apelidos românticos!

– Você tem que se tratar! – Annabeth berrou.

– Quem é você? – Perguntou Percy.

– Ah, Percy querido. Aqui nesta ilha não é vocês que devem saber sobre mim. Sou eu quem sabe tudo sobre vocês.

– Quem era aquele homem que encontramos hoje mais cedo? – Annabeth perguntou.

– Deixe de ser curiosa, menina! – a voz disse. – Mas não há mal nenhum em contar para vocês. Já já estarão como ele... ou pior.

Annabeth estremeceu.

– Foi tão fácil com ele...

– O que quer dizer? – perguntou Percy.

– Ele se dizia um homem muito corajoso, sabe. Um dia saiu em viagem em alto mar e nunca mais voltou. A família pensa que ele faleceu, bobagem. Ele entrou aqui em minha ilha, por curiosidade, queria encontrar o castelo majestoso que todos vêem da praia. Não se importava como a ilha aparentava ser assustadora. Mal sabia ele que essa era a ilha do pesadelo...

– Ilha do pesadelo? – Annabeth indagou.

– Oh, sim... Não é a Ilha Esquecida que sei que vocês procuram... – a voz deu uma gargalhada – É ilha do pesadelo e esse homem que se dizia tão corajoso agora vive correndo de seu maior pesadelo, um dragão. – Então, outra gargalhada foi ouvida.

– Por isso que não vimos o dragão. Era o pesadelo dele. – Concluiu Annabeth.

– Finalmente você descobriu. Palmas, palmas. – Disse a voz com ironia. – Agora que já sabem, irei me divertir.

E assim começou.

Primeiro com Annabeth.

“- Desculpe Annabeth, mas você não é apta de concluir sua faculdade de arquitetura.”

[...]

“Jornalista: - Perda total?”

“Entrevistada: - Sim. Irei processar aquela arquiteta de quinta que construiu minha casa. Ela desabou toda. Má estruturada. Quase matou minha família e eu.”

[...]

“- Os deuses odiaram o modo como você reformou o Olimpo. – Dizia Atena. – Eu tenho o pesar de ser sua mãe. É vergonhoso, desastroso.”

As lágrimas escorriam pelo rosto de Annabeth. Ser uma arquiteta mal sucedida era um dos pesadelos da loira. O corpo todo doía como se estivessem acertando-a com adagas de gelo. Mal sabia ela que Percy estava sentindo as mesmas dores. Tudo aquilo também se passava na mente do moreno e ele também sentia as dores de Annabeth.

– Pare com isso! – Berrava Percy.

E como resposta só se ouvia uma gargalhada longa e doentia. E então, outro pesadelo da loira veio à tona.

“- Percy! – Dizia a loira em meio a soluços.”

“Percy se viu deitado, com a cabeça no colo de Annabeth. Ele estava desacordado.”

“- Annabeth, eu sinto muito. – Disse uma voz, que ele reconheceu como a de Quíron.”

“- Não, Quíron! Por favor, faça alguma coisa. – Implorou Annabeth.”

“- Não há nada que ressuscite os mortos, você sabe disso.”

O quê? Ele estava morto? E então se lembrou que aquele era apenas mais um dos pesadelos da loira. Era difícil diferenciar, parecia real.

“- Percy! – Dizia Annabeth. – Volte! Para mim, por favor. Fica comigo. – As palavras saiam num fio de voz embargada pelo choro”

E embora viver a morte do Percy fosse um dos pesadelos de Annabeth e a torturasse e como conseqüência, também torturava o moreno, aquilo o reconfortava de certa maneira. Estava descobrindo que Annabeth tinha medo de perdê-lo.

Ao seu lado Annabeth chorava descompassada, gritava e gemia de dor. E então cessou. Annabeth respirava pesadamente, tentando recuperar o fôlego.

E Percy gelou. Sabia que agora seria sua vez de viver seus pesadelos.

Annabeth mal acabara de sentir suas dores e agora teria de sentir as de Percy também.

“Um acidente na estrada que levava ao estreito de Long Island matou uma pessoa e deixou outra ferida. Sally Jackson faleceu, deixando um filho de dezenove anos chamado Percy Jackson...”

E ele sabia que aquele era só o começo. Perder a mãe era uma das coisas que mais o assombrava. Ele a amava tanto e não via seu mundo sem ela. E sentir aquilo, mesmo que não fosse real doía, porque só quem perdeu alguém sabe como realmente é difícil.

E então, outro pesadelo veio à tona.

“Os olhos saltaram das órbitas ao ver aquela cena. Annabeth aos beijos com um cara.”

“- Annabeth, o que você faz com ele?”

“- Ora, isso não é da sua conta, Percy!”

“- Claro que é, você é minha namorada!”

“- Sua namorada? Claro que não. Foi você quem terminou comigo. Ele é quem é meu namorado agora.”

“E assim “Annabeth” puxou o rapaz ao seu lado para um beijo selvagem. Eles se beijavam apaixonadamente, mesmo que ferozmente, como se eles dependessem daquele beijo.”

E mais uma vez seu pesadelo era perder alguém, não para a morte, mas para outra pessoa. E embora a dor o maltratasse, não pode deixar de se sentir constrangido, pois sabia que a loira também havia presenciado aquilo.

E então, parou. Os corpos tomados pelo medo de viverem seus maiores pesadelos. Mal conseguiam raciocinar.

E depois de um longo período, a voz pronunciou-se:

– Fracotes! Nem viveram todos os seus pesadelos e já estão assim... Ah claro, eu selecionei os pesadelos de vocês e um em comum... Talvez tão horrível quanto estes. O acampamento meio-sangue sendo atacado e vocês não poderem fazer nada, tudo sendo destruído e seus amigos morrendo. Estou doida para ver vocês vivenciando isso! – A voz disse com entusiasmo a ultima parte e então parou.

Percy e Annabeth notaram que havia mais alguém ali. Era grande e pesado, mas não conseguiam ver um palmo a sua frente.

– Mas o que...? – a voz disse.