La Revenge

As loucuras provêm...



“As loucuras provêm da natureza íntima do verdadeiro amor”
Ninon Lenclos


Cebola voltou para dentro do salão atrás da Mônica, que tinha sido erguida pelo tentáculo de Agnes.

– Solta ela, sua desgraçada! – ele gritou tentando atirar nela tudo o que conseguia alcançar.
– Cebola! Por que fez isso? – Mônica perguntou apavorada ao ver que o rapaz tinha ido atrás dela. – Agora você vai morrer também!
– Então a gente morre junto, mas eu não te deixo pra trás de jeito nenhum!
– Oh, que lindo vocês dois! Se querem morrer juntos, então morrerão juntos! – ela falou pegando-os com o mesmo tentáculo e completou em tom de zombaria. – Morrerão juntos e agarradinhos! Hahaha!
“Vinte minutos para a autodestruição”.

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– Vão agora! A gente marcou o caminho com tinta.
– Não podemos deixar eles aqui! – Magali falou muito aflita.
– Eu vou ajudá-los, vocês precisam ir! Se a coisa apertar, só poderei levar dois de cada vez. Vão!

Cascão pegou Magali pela mão e os dois saíram correndo o mais rápido que podiam, torcendo para que ele conseguisse salvar Mônica e Cebola a tempo.

Quando eles se foram, Ângelo se concentrou e um raio foi disparado da sua espada, derrubando a porta com um grande estrondo. Ele caiu de joelhos no chão meio cansado por ter gasto tanta energia de uma vez, mas não havia tempo para descansar e ele voltou para dentro da sala pronto para lutar novamente.

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Se não tivesse presa, ela teria dado uns cascudos naquele desmiolado.

– Você não devia ter feito isso!
– Eu te deixei na mão uma vez, não vou deixar de novo! Não vou te deixar por mais nada! – ele falou com a voz calma, como se mais nada o assustasse.
– Seu tonto! – As lágrimas começaram a correr pelo rosto dela e o rapaz tentou enxugá-las com o rosto, já que um estava de frente para o outro.
– Tranqüilo, Mô. Onde você for, eu vou também porque te amo, esqueceu? Se for preciso, vou com você até no inferno!
– Cê...

Ele pousou um beijo que começou suave e em pouco tempo se tornou ardente e apaixonado. Se era para ser o último beijo, então tinha que ser o melhor do todos.

– Que coisa mais nojenta! Vocês são uns porcos imundos! – Agnes falou apertando-os com força para que parassem com aquela cena repulsiva.
“quinze minutos para a auto destruição” – a voz eletrônica falou novamente e eles viram que estavam perto do fim.

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À medida que entoava os cânticos sagrados, várias imagens e formas foram surgindo diante dos seus olhos, todos prontos para a luta. Apesar do vento que soprava balançando os lírios, as chamas das velas permaneciam fortes e brilhantes sem se perturbarem.

– Vão e ajudem esses jovens. Derrotem esse espírito maligno para que ele seja mandado para o lugar de onde veio!

As entidades saíram dali fazendo barulho e entoando gritos de guerra. A batalha estava para começar.

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No grande salão, Agnes apertava Mônica e Cebola com força fazendo várias ameaças.

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– Agora vocês vão morrer! E quando terminar, irei atrás dos seus amigos! De todos eles! Todos serão meus pássaros!
– Não se eu puder evitar! – um golpe de espada foi dado, cortando o tentáculo que os segurava como faca quente na manteiga fazendo com que eles caíssem no chão e corressem para longe do monstro.

Agnes deu um grito de raiva e falou mostrando para ele seu tentáculo se recompondo.

– Seu anjo imbecil! Pensa que pode me machucar?
– Droga, eu não consigo mandá-la pro outro lado!

No meio de toda aquela loucura, Mônica teve Mônica a impressão de ter ouvido a voz de Araci entoando a oração que tinha lhe ensinado. Era muito sutil, mas dava para perceber muito bem e ela não pensou duas vezes.

– Cebola! Eu vou tentar uma coisa, então presta atenção e vai repetindo comigo!

Dan akan bergema
jelas di surga ketika
aku datang gemerincing


Mesmo não entendendo nada, ele ouviu mais duas vezes e começou a repetir aquela canção estranha junto com a Mônica. De repente, Agnes começou a se contorcer como se estivessem lhe golpeando fortemente.

– Seus moleques atrevidos! O que pensam que estão fazendo?
– Não parem! Está dando certo! – Ângelo gritou indo para cima de Agnes com sua espada e também viu, ao redor dela, vários outros espíritos que pareciam guerreiros indígenas atacando o monstro e tirando suas forças. Eles não estavam lutando sozinhos.

Mônica e Cebola se deram as mãos e cantaram mais alto ainda se concentrando fortemente e não parando por nada.

Aos poucos, a forma monstruosa foi diminuindo de tamanho e mudando gradualmente até voltar novamente a forma humana que caiu de joelhos no chão gritando de dor e raiva.

– O que estão fazendo comigo? Parem agora mesmo! – por mais que tentasse, ela não conseguia voltar a forma monstruosa. Seus poderes foram totalmente enfraquecidos e o ofuda do Capitão Feio se desfez como fumaça, deixando-a desprotegida contra o Ângelo.

Sem perder tempo, ele abriu o portal que a sugou imediatamente para o outro lado entre gritos e ameaças. Finalmente eles conseguiram vencer aquele monstro. Faltava apenas fugirem dali.

“Cinco minutos para a autodestruição”.

Ângelo pegou os amigos pelas mãos e saiu voando dali o mais rápido que suas asas permitiam. Logo a sua frente, ele viu que aqueles espíritos guerreiros o ajudava lhe dando forças para voar mais e mais rápido.

“Um minuto para a autodestruição”.

Do lado de fora, já resgatados por soldados do exercito, Cascão e Magali cruzavam os dedos esperando que Ângelo conseguisse salvá-los a tempo. Com a informação de que o lugar estava prestes a explodir, ninguém atrevia a se aventurar lá dentro.

A tensão era muito grande e foi preciso que colocassem Souza dentro de uma ambulância, já que ele tinha desmaiado por causa de tanta ansiedade. Luiza olhava a montanha esperando ver Ângelo trazendo Cebola e sua filha a qualquer momento. O silêncio era praticamente ensurdecedor e ninguém se atrevia a esboçar alguma palavra.

“Dez segundos para a autodestruição. Nove, oito, sete, seis...”

– Por favor, saiam logo daí! Por favor! – Magali falou cruzando os dedos e sentindo a maior angustia de toda sua vida.
– Faz isso não, careca! Você tem que escapar dessa vivo!
“Cinco, quatro, três, dois, um”.

Num instante, eles viam a montanha debaixo do céu noturno coberta pela escuridão de uma noite sem lua. Tudo estava silencioso e ouvia-se somente o som dos animais como o coaxar dos sapos e o canto dos grilos. No instante seguinte, um grande estrondo se fez ouvir, abrindo vários buracos pela montanha de onde saiam fogo e fumaça. Pedras e destroços voavam para todas as partes, fazendo todo mundo correr em busca de abrigo. O fogo e a fumaça subiram vários metros de altura e iniciaram um incêndio na floresta.

Muitos gritos, o corpo de bombeiros foi chamado e os paramédicos se colocaram a postos.

Luiza, junto com Cascão e Magali olhavam tudo horrorizados com o espetáculo que a explosão tinha feito, achando que Mônica e Cebola não tinham conseguido escapar da explosão.

– Minha filha... não... isso não pode ser! – ela falou baixinho caindo de joelhos no chão.

Magali escondeu o rosto no peito do Cascão para chorar e ele também acabou não suportando e chorou também. Todos ficaram desolados.

– Esperem! O que é aquilo? - Alguém apontou para o céu e todos viram um ser alado levando dois jovens em cada braço.
– São eles! – Cascão gritou soltando Magali e pulando de alegria. – Uhuuuu! São eles!
– Êeeeeee! Eles estão salvos!

Ângelo pousou no chão, aliviado por ter conseguido salvar seus amigos. Suas asas doíam, assim como o resto do corpo, mas ele estava muito feliz.

Magali e Cascão vieram abraçar os dois ao mesmo tempo e os quatro acabaram caindo no chão entre risos e lágrimas de alegria. A crise tinha terminado, finalmente.


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