Garota-Gelo

Uma Macaca Pula na Minha Cama


- Katrina, e ai? – Ele já foi entrando.

Sentou-se no sofá como se fosse a casa dele.

- Você definitivamente não é bem-vindo nessa casa! – Eu gritei.

- Katrina, calma. – Marcela colocou sua mão sobre meu ombro. – É o seu primo.

Eu ri.

- Primo? Primo? Esse cara é o demônio, Marcela. Ele usa as garotas como se fossem merdas depois as joga fora. Usa todo mundo para conseguir o que quer e depois desaparece. Não vale nem o que come. – Eu grunhi.

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Victor sorriu.

- Você não é muito diferente de mim. – Ele apontou para Marcela. – Provavelmente essa ai é uma das suas vítimas, não é, prima?

- Não. Marcela está aqui por que quer. E você, por que está aqui?

Ele parecia pensar.

- Não posso simplesmente te visitar?

- Não faz o seu tipo.

- Então morra.

- Não antes de te matar. – Eu sorri.

Ele olhou para Marcela.

- Como você a suporta? Eu estou conversando com ela há três segundos e já fiquei nervoso.

Marcela pensou por um instante.

- Gosto de Katrina. Ela é honesta, legal, inteligente e tem ótimos conselhos.

Eu sorri e estalei meus dedos na frente de seu rosto.

- Poderia dormir sem essa.

Sentei-me ao seu lado e cruzei as pernas.

- Prima, eu preciso conversar com você.

- Nós estamos fazendo isso, se você não percebeu.

Ele suspirou.

- Eu estou sendo perseguido.

- Problema seu.

Victor me pegou pelos ombros e me chacoalhou.

- É sério, Katrina! Tem uma gangue que está soltando o terror nos “Dias”! Só porque nós somos uma família de alta classe.

Eu tossi.

- A família Dias é a família mais desgraçada economicamente que eu já conheci. Não existe um que seja rico por si próprio. Sua mãe, por exemplo, se casou com um empresário.

Ele ficou sem jeito.

- Eles estão pegando os Dias ricos, então.

Eu assenti.

- Se eu não estou correndo perigo, ótimo. Agora fora. – Apontei para a porta.

- Katrina, eu estou aqui para pedir socorro!

Eu arregalei os olhos.

- Está com medo de uma gangue? Você não honra essas calças, então. – Eu cruzei os braços.

Marcela e Isadora soltaram risadinhas.

Ele ficou desconfortável.

- Não estou com medo. É só que... Eu consegui ver o rosto de um integrante de lá. E ele era enorme. Eu, hein.

- Você: rico, poderoso e tem todos aos seus pés, vem pedir ajuda para mim: uma garota simples, pobre...

- Que sabe desarmar assaltantes com os dentes. – Ele completou. – Além de ser mulher, então eles não te atacam.

Eu me espreguicei.

- Se era só isso, vá embora. Não tenho tempo para perder com você. Vou me trocar, afinal, tenho que estudar.

Levantei-me e comecei a subir a escada.

- Katrina, não faça isso comigo! – O ouvi gritar.

Dei de ombros.

- Quem ajuda o próximo, só se lasca.

Estava colocando a camisa quando alguém se jogou nas minhas pernas. Olhei para baixo e vi Camila toda descabelada.

- Oi, macaca. – A cumprimentei.

Ele sorriu e se esfregou nas minhas pernas. Não demorou muito para que ela estivesse rolando na minha cama.

- Pilha recarregável, nunca vi.

Ela deu uma risadinha e se enrolou nas cobertas.

Quando acabei de me trocar, eu desci a escada e vi uma cena não muito normal. Mamãe estava com uma garrafa de cerveja nas mãos, enquanto Marcela lhe fazia uma massagem.

- Então, quer dizer que estão lhe perseguindo? A troco de que? – Mamãe interrogava Victor.

- Dinheiro. Eles nos sequestram e somente nos devolvem a troco de dinheiro. – Explicou Victor.

- Bom, se é assim... Mas eu não acho que aqui você ficaria seguro.

Victor suspirou.

- O.k, senhora Serena. Vou-me embora.

- Aleluia irmão! – Eu gritei e joguei minhas mãos para cima.

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Victor revirou os olhos. Ele se levantou e foi até a porta.

- Até mais ver, senhora Serena. Katrina... Até.

- Se Deus quiser, nunca. – Eu acenei.

Ele abriu a porta. Quando ia sair, ele travou. Seus olhos ficaram vidrados.

- Meu Deus... – Murmurou. – Ele veio me buscar.

Todos nós xeretamos. Mas só havia o Pedro com seu irmão.

Eu fiquei intrigada. Espremi-me e fui até a rua.

- Pedro! – O chamei.

Ele se virou e sorriu.

- Katrina, que bom te ver.

- Pedro... Você o conhece? – Apontei para Victor.

O sorriso de Pedro foi desaparecendo até que ele ficou sério.

- Rodrigo... Vá sozinho, certo? – Ele afagou a cabeça de seu irmão.

- Certo. Até mais tarde. – Disse o garotinho e foi embora.

- Katrina, vocês são parentes? – Ele me perguntou.

- Hã... Ele é o meu primo bastardo.

Pedro juntou as sobrancelhas.

- Eu temia isso.

Eu fiquei perdida.

- Temia o quê?

Pedro me olhou.

- Katrina, venha comigo.

Pedro pegou meu braço com certa violência e me puxou até sua casa.

- Ei... – Eu protestei.

Mas Pedro apenas me pegou pelas pernas e me levou até o seu quarto.

- Ei, ei! – Eu gritei.

Mas ele não me ouviu. Jogou-me em sua cama e se ajoelhou na minha frente.

- Ei, isso não é nada cavalheiresco. – Eu murmurei.

- Katrina, eu preciso te dizer uma coisa muito importante. Muito importante mesmo. – Ele pegou minha mão.

- Eita. – Eu resmunguei.

- Mas antes, quero que saiba de algo.

Eu revirei os olhos.

- Apenas diga, certo?

Ele beijou minha mão de leve e olhou nos meus olhos.

- Você é uma das pessoas mais importantes para mim. Eu nunca te machucaria, nunca faria algo que você não gostasse. Katrina, eu sou completamente seu.

Eu arrepiei. O calor nas minhas pernas voltou.

- E... E o que você tem a me dizer que é tão importante? – Eu pigarreei, tentando me sentir mais confortável.

- A gangue que estava perseguindo seu primo, Katrina... Era a minha.

Oh, o.k. Eu acabei de levar um tiro na cara.

Eu tossi e tirei minhas mãos das suas.

- Ah... Então é assim. – Eu olhei para os lados. – Você...

Pedro agarrou minhas pernas.

- Katrina, estávamos fazendo isso porque queríamos vingança. Seu primo, esse vagabundo, roubou quase todo nosso dinheiro, além de matar dois integrantes dela.

Eu me levantei.

- Por que eu deveria confiar em você? Afinal, você quer matar o meu primo. Você pode querer me machucar, também.

Eu estava pronta para ir embora quando ele me agarrou pela cintura e me jogou na cama.

- Como eu disse, eu não tenho coragem de te machucar. Você é especial demais para mim.

Pedro ficou por cima. Ele prendeu minhas mãos sobre minha cabeça e se sentou nos meus quadris.

- Sabe, isso é covardia. – Eu reclamei.

- Covardia é o que você faz comigo. Você não tem ideia o poder que tem em mim. Não é, Katrina? – Ele estava sério, mas seus olhos estavam calmos.

- Como vou saber? Não sou vidente. – Eu disse seca. – Pedro, eu estou atrasada. Saia de cima de mim agora. Ah, outra coisa... Não apareça mais na minha frente.

Ele mordeu o lábio.

- Você vai me odiar agora?

Eu estreitei os olhos.

- Já te odiava antes. Agora te odeio mais.

Pedro deu uma risadinha.

- Não tem problema.

Eu estremeci.

- Não?

- Não. Sabe por quê? Porque não interessa se você me odeia ou não, se você quer me ver longe ou perto, você ainda será uma das pessoas mais importantes para mim. – Ele aproximou seu rosto do meu, nos deixando nariz com nariz. – Sabe por quê? Porque eu estou muito mais do que fascinado em você. Eu estou totalmente entregue a ti, Katrina. Você me deixa totalmente fora de mim.

Jason, Freddy, socorro.