A Luz E A Escuridão

Capítulo 7


Ela se perguntava se estaria morta. A última coisa que ela lembrava era que havia caído na água e tudo em volta era escuro e frio, e que ela não podia fazer nada para se salvar. Então de onde vinha esse conforto, essa segurança e esse calor que ela sentia agora? Ela devia estar morta. Essa era a única resposta...

***

James abriu os olhos devagar. Já estava claro. Quanto tempo ele havia dormido?

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Ele tentou se mexer, mas viu que era difícil. Ele olhou para o seu lado. A noite anterior inteira voltou de uma só vez para ele e o resto de sono que ainda restava desapareceu imediatamente.

Lily dormia em seus braços. Viva. Ele a havia salvado. Ela estava ali e ele não havia falhado. Ele respirou aliviado. E foi ai que ele percebeu quão junto eles estavam. Ela tinha a cabeça apoiada no peito dele e as pernas enroscadas as dele. Ela estava abraçada a ele do mesmo jeito que ele estava abraçado a ela.

James não costumava dormir assim com garotas. Ele odiava esse negócio de dormir agarrado, ele não se sentia confortável, mas parecia tão certo ela estar ali. Tão logo o pensamento atingiu James ele fez de tudo para rechaçá-lo. Isso era ridículo. Lily Evans era só mais uma missão como todas as outras.

Ele se preparava para se separar dela, quando os olhos dela começaram a se abrir. Ele mal teve tempo de tirar um dos braços de perto dela quando ela abriu os olhos de repente.

Foi um segundo. Os olhos dela olharam para ele, se arregalaram em surpresa ela olhou para si mesma e gritou.

-Senhorita Lily, se acalme. –James pediu sentando-se.

-Me acalmar? –ela repetiu incrédula sentando-se o mais longe possível dele –Eu vou. Assim que você me explicar o que exatamente significa isso! –ela exigiu, enquanto puxava o cobertor para esconder seu corpo.

-Você caiu na água. –James lembrou.

-Na verdade eu fui jogada. –ela cortou.

-O que seja. –James falou revirando os olhos –A questão é que eu tive que pular na água e te tirar de la. Depois você tinha que ser aquecida. Eu não sabia nenhum outro jeito de te esquentar que não fosse...

-Calor do corpo humano. –ela completou por ele. Ela suspirou, parecendo mais calma –Desculpa o escândalo. Obrigada por ter me salvado. Eu odeio causar tanto problema.

-Não tem problema. Essa é minha missão de qualquer jeito. –ele falou dando de ombros.

-Obrigada pela consideração... –ela falou irônica.

Os dois ficaram em silêncio por um minuto.

-Eu peço perdão pela... –James fez um gesto indicando os dois –situação.

-Sem problemas. –Lily falou dando de ombros –Devo ter sido eu quem te abraçou. Eu tenho mania de abraçar qualquer coisa que esteja por perto quando eu durmo.

-Deve ter sido você mesmo, porque eu odeio dormir abraçado. –James falou.

-Vai ver você só não achou a pessoa certa para abraçar ainda. –ela falou dando de ombros e começando a recolher suas roupas.

"Você me pareceu bem abraçável..." James pensou, mas logo espantou os pensamentos. Ele não podia pensar nela de outra forma que não fosse como missão. Ele já tinha mais exemplos do que o necessário para saber que tipo de confusão acontecia quando não se mantinha uma distancia profissional. Se envolver emocionalmente só atrapalhava as coisas.

-Onde estão os outros? –Lily perguntou de repente.

-Ah droga! –James resmungou –Sirius já deve estar encomendando nosso enterro... –ele mexeu nos bolsos de seu casaco até encontrar o que parecia ser um espelho de bolso.

-Tem certeza que essa é a hora para se preocupar com a aparência Potter? –Lily provocou.

-Esse é não é um espelho comum. –James falou revirando os olhos –Sirius? Sirius! –ele chamou olhando para o espelho.

Para a surpresa de Lily a voz de Sirius respondeu.

-Pontas? Você ta vivo?

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-Não, Almofadinhas, esse é meu espírito vindo para avisar que eu quero margaridas ao invés de rosas no meu tumulo. –James falou impaciente.

-Levando em conta que seu sacrifício foi por outra causa eu achei que você ia querer lírios. –a voz provocadora de Sirius respondeu.

Lily não conseguiu não rir.

-É a senhorita Evans ai?

-É, nós estamos bem. –James informou.

-Ah graças a Merlin. Peter e Remus estão desesperados para saber se ela esta bem.

-Diga que eu agradeço a preocupação comigo. –James falou irônico.

-Nós sabemos que você não morre fácil. –Sirius falou tranqüilo.

James revirou os olhos.

-Vamos nos encontrar onde?

-Nós estamos com o carro parado perto do cais. –Sirius informou –O Ministério apareceu aqui depois de toda aquela bagunça com os Comensais da Morte. Nós tivemos que nos esconder, já que não sabíamos se era apropriado ou não deixá-los sabendo da gente.

-Vocês fizeram bem. Nós nos encontramos com vocês logo. –James guardou o espelho.

Quando ele virou-se para olhar para Lily ela já estava totalmente vestida.

-Você vai ficar ai muito tempo exibindo esse peitoral todo, ou vai se vestir logo para a gente pode ir? –ela perguntou irônica.

James arqueou a sobrancelha, divertido.

-Algum problema com o meu "peitoral"? –ele perguntou divertido.

-Tirando o fato de você estar ai exibindo ele ao invés de se vestir? –Lily perguntou tentando soar irônica, mas ela parecia mais incomodada –Nenhum.

James riu.

-Não é mais fácil admitir que eu estou te deixando tentada, senhorita Evans? –ele provocou.

-A única tentação que eu poderia ter a seu respeito tem a ver com uma faca e seu pescoço um bem perto do outro... –ela respondeu tranqüila.

James riu de novo. Fazia tanto tempo que ele não se sentia desafiado por nada nem ninguém.

-É tão difícil assim admitir que eu sou irresistível? –ele provocou mais uma vez.

-Eu mereço. –ela falou revirando os olhos –Acho melhor você voltar a ser o babaca, porque esse negócio de sedutor não combina com você. –ela avisou.

James riu.

-Eu tenho que discordar. Sabia que na época da escola eu e o Sirius éramos os caras mais populares da escola? Nós tínhamos filas de admiradoras.

-Isso só prova como tem garotas idiotas nesse mundo. –Lily retrucou tranqüila –E não me espanta nada o Sirius ter sido um galinha. Ele tem cara de cafajeste.

-Eu diria que ele prefere ser chamado de cachorro. –James falou com um sorriso maroto.

-Que seja. –Lily falou impaciente –A gente pode ir agora?

James terminou de amarrar seus sapatos.

-Podemos.

Os dois deixaram o galpão e andaram em silêncio.

A cabeça de James trabalhava a mil. Ela era bonita. E esperta. E tinha um gênio... Ela não lembrava em nada Gwyneth. Nada mesmo. Gwyneth para começar era uma loira de 1,78 m, com longas pernas e olhos azuis. Lily era pequena, 1,60 m no máximo. E ruiva, incrivelmente ruiva. E aqueles olhos verdes? Merlin, ele nunca tinha visto nada tão lindo em toda a vida dele. E aquela boca? Ela tinha lábios tão lindos que certamente mereciam um...

-Ei Pontas!

James sentiu-se sendo despertado pela realidade. A realidade de que a cabeça dele devis ficar bem longe dos lábios de Lily. Aliás, ele inteiro devia ficar bem longe da ruiva.

Sirius estava parado uns três metros a frente, juntamente com Remus e Peter, ao lado do carro.

-Lily! –Remus pareceu extremamente aliviado de vê-la –Eu fico feliz que esteja bem.

-Obrigada, Remus. –Lily sorriu para ele.

-Nós estávamos muito preocupados com você. –Peter continuou –Mas não tínhamos uma brecha para tentar te alcançar.

-Não se preocupem. –James falou alto, interrompendo a conversa deles –Eu pulei num rio congelante para salvar a senhorita ai, mas eu estou ótimo. –ele falou irônico.

-Conte tudo para o tio Sirius, senhorita Evans. –Sirius falou passando um braço pelo ombro de Lily –O James se aproveitou de você? Ele tirou uma casquinha na hora de fazer o boca a boca?

-Sirius! –James falou inconformado.

Lily apenas riu.

-Eu não sei quanto ao boca a boca, tio Sirius... –ela falou marota –Mas depois...

Três pares de olhos viraram-se para ela, muito curiosos.

-Prossiga, minha cara. –Sirius falou interessado.

-Evans, por favor, não... –James começou, mas foi ignorado.

-A única coisa que eu sei é que eu acordei essa manhã seminua e abraçada a ele. –ela falou indicando James com a cabeça.

-Pontas! –Sirius falou, com falsa inconformidade na voz –Quantas vezes eu tenho que te ensinar isso? Primeiro jantar, depois sexo casual!

-Sirius, cala a boca. –James falou entre dentes –Não foi nada disso e você sabe bem disso. –ele falou olhando para Lily.

-Eu sei. –ela respondeu tranqüila –Mas mesmo assim é engraçado ver sua cara quando te acusam do contrário.

James bufou.

-Acho que estão todos contra mim.

-Eu não estou. –Peter ofereceu.

-Valeu Rabicho.

-Qual a cor da calcinha dela mesmo? –Sirius perguntou displicente.

-Azul. –James respondeu sem pensar.

–Você reparou! –Sirius gritou vitorioso -Eu sabia!

-Ah calem a boca! –James respondeu irritado entrando no carro e batendo a porta com força.

Do lado de fora os três amigos dele gargalhavam.

-Mas conta ai, senhorita Evans. –Sirius pediu falsamente sério –Não rolou nem um clima?

-Clima nenhum, Black. –ela falou revirando os olhos –O Potter não faz meu tipo.

-Ah não. –Sirius pareceu pensativo –Bom, então fique a vontade para escolher qualquer um dos outros três. Nós temos homens para todos os gostos aqui. –ele falou fazendo um gesto em direção aos amigos.

Remus revirou os olhos.

-Se você deixar ele vai falar besteiras desse tipo pelo resto do dia e nós queremos pegar o avião para Ibiza ainda hoje senhorita Lily. –ele falou sorrindo –Será que podemos ir?

-Com certeza, senhor Remus. –ela respondeu com um sorriso animado.

No fim da tarde um avião decolava para Ibiza. E os cinco estavam nele.