Lost in school

POV Ally

– Qual seria o favor Senhor Hincks?

– Como você faz parte do comitê de boas-vindas da escola e bem, é uma excelente aluna, pensei se você não pudesse instruir estes três novos alunos na nossa querida e grandiosa escola. – Existe algum modo dele bajular mais o colégio?

– Acho que posso sim. – Os olhei e fiquei decidindo entre evitar o contato visual que estavam fazendo comigo ou fazer um tipo de jogo do sério, mas preferi a primeira opção que certamente seria a mais fácil e menos constrangedora.

– Eles são alunos de outra escola aqui perto e decidiram vir para nossa.

– Forçadamente, mas acabamos vindo. – O loiro falou com a maior cara de tédio. Ele estava sem o uniforme da escola, mas os outros dois estavam. Com certeza o diretor deve ter brigado com ele ou algo do tipo...

– Bem, não totalmente forçados. – O ruivo falou com um sorriso no rosto e depois percebendo que os outros estavam com caras sérias e não mostrando emoção alguma tentou ficar sério também, o que não funcionou e eu quase ri, porém o diretor estava ali e eu tive que manter a postura.

– Estes são seus novos colegas. Este é o Dallas – ele apontou para o moreno que fez apenas um assentimento com a cabeça – o Dez – agora foi a vez do ruivo que estava sorrindo para mim – e o Austin – ele apontou para o loiro que nem ao menos olhou para mim.

– Oi, eu sou a Allycia, estou no último ano como vocês e... O que eu tenho que fazer?

– Você vai servir de amiga e suporte a eles. Se puder irá dar aulas particulares a eles para poderem se acostumando com a escola.

– Tudo bem. – Apenas dei de ombros e ele assentiu sorrindo.

– Agora podem ir crianças que daqui a pouco começará suas aulas. – Por que as pessoas mais velhas sempre chamam os mais novos de crianças? Tudo bem que não vivíamos na idade da pedra em que estavam, mas não chegamos a ser crianças.

Ele nos dispensou, mas como eu fui à última a sair falou a mim:

– Por favor, seja como uma guia para eles, não os perca de vista e tente ser amiga deles por que eu preciso de alguém como guarda entendeu? Não quero que eles manchem a fama da escola e deixo isto em suas mãos. Além do mais preciso de alguém que os ensine a matéria para a prova que farão daqui a duas semanas e mantenho minha total fé e confiança em você. – Eu concordei e sai da sala. Existe cara mais idiota que ele? Não...

Quando sai da diretora fui procurar os três e não os achei. Olhei para todo o lado, mas nada.

Nos meus três primeiros segundos de “babá” (que literalmente é isso que vou ter que fazer) eu já os perdi. Depois eu disse que não existia pessoa mais idiota que o diretor...

POV Austin

Depois que acabei de olhar a escola decidi encontrar os garotos já que disseram que estavam chegando e depois fomos a diretoria. Foi chato aquela conversinha que tivemos com o diretor, ou Senhor Hincks (até por que ele resolveu me dar uma bronca por causa da falta de uniforme), parecia que ele não ia calar a boca nunca, e certamente fiquei com o maior tédio.

Eu não queria ter trazido o Dallas e o Dez para cá. Eles não são muito inteligentes, mas são legais e possuem um grande carisma. Eles não são como eu: emburrado, sem coração e sem vida, são totalmente o oposto. E particularmente eu não entendi o por quê deles terem vindo comigo...

Depois de um tempinho, uma garota que usava uns óculos enormes para o rosto dela, que mais pareciam uma garrafa de vidro entrou. Ela parecia ser um pouco estranha, mas até que era bonitinha. Um pouco baixa para a idade dela, cabelos castanhos presos e algumas mechas loiras que eram visíveis. Ela usava um blusão que ficava grande nela e escondia qualquer corpo que a garota poderia ter, e uma calça jeans que poderia cair a qualquer momento de tão desbotada que estava.

Ficamos mais um tempo presos lá e descobrimos que ela seria um tipo de “babá” para nós e eu não fiquei muito feliz com isto. Teríamos uma garota no nosso pé todo tempo que ficássemos aqui. Eu pedi isto? De jeito nenhum!

Quando acabamos aquela nossa conversinha idiota, eu e os garotos saímos da sala e ela ficou um instante lá o que nos deu tempo suficiente para fugirmos. Começamos a andar pelos corredores, recebendo olhares estranhos de várias pessoas já que eramos novos, mas não me importei e continuei andando.

– Pessoal, eu sei para onde podemos ir sem sermos seguidos. – Eu falei fazendo os dois me olharem.

– Para onde?

– Eu cheguei aqui mais cedo e comecei a andar por tudo, no caminho vi várias salas abandonadas no terceiro andar que é proibido para alunos. Podemos ir para lá.

– Pode ser. Mas não é melhor irmos para sala? - O Dallas falou em dúvida.

– O que iríamos fazer mesmo na sala? Receber olhares estranhos de várias pessoas diferentes que vão tentar achar um jeito ou uma maneira de descobrir por que saímos da outra escola?

– É verdade. – O Dez falou confirmando.

– Vamos logo antes que a nossa amiguinha chegue. – Eles afirmaram e seguimos em frente.

Corremos para as escadas e subimos até o terceiro andar muito rápido. Entramos na última porta e descobrimos que a mesma estava um pouco emperrada,mas com um pouco de força ela foi aberta.

A sala não estava totalmente vazia, tinha algumas mesas e cadeiras. Ela deveria ser uma classe normal, só que sem ninguém e com raios de sol que ultrapassavam a janela e quase nos derretia.

Arrumei algumas mesas e fiquei deitado lá. Eu botei meu iphone no dock e começamos a escutar músicas. Estava tão calmo que eu quase dormi até o Dez nos chamar.

– Pessoal? Quando voltaremos para sala?

– Nunca? – Eu perguntei tentando enxerga-lo já que o mesmo estava ao lado da janela.

– Cara, relaxa. Vamos ficar aqui um pouco. – O Dallas falou olhando para o Dez de uma forma intrigante, mas eu não consegui ver direito.

– Vocês querem voltar para aula? - Eu perguntei em dúvida.

– Sim, não sei. Sei lá.– O Dez falou com um tom de voz nada calmo.

– Olha só, façamos assim. Quando tocar o sinal para o almoço, a gente desce e fica nas últimas aulas pode ser?

– Tudo bem. – Ele falou mais satisfeito sentando em uma cadeira.

– Por que não vai fazer alguma coisa, eu sei que você ainda está nervoso.

– Eu vou comer, é a coisa mais legal que eu posso fazer no momento. – O Dez falou abrindo a mochila.

– Isso ai. – Fiquei mais relaxado e estava tirando um cochilo, até a porta ser aberta e uma garota com um sorriso estampado no rosto entrar.

– Achei vocês! Finalmente. - Como ela nos achou?