Capítulo 20 - Estranhos Acontecimentos

Anteriormente...

E então eles correram procurando por todo o esconderijo a sala de Gatou, quando finalmente encontraram, todos entraram em choque. Sasuke estava na frente de um Haku completamente diferente do que eles já haviam visto e Gatou estava morto e ensangüentado.

(...)

—Vou te fazer novamente uma proposta! Você vai para Konoha conosco, realiza o desejo do seu pai, vive uma vida normal. Você poderia morar comigo, poderíamos ser como irmãos! O que você acha? —o loiro novamente estendeu a mão para o garoto.

*******

—Hokage-sama, o que o senhor planeja fazer com aquele garoto, Haku? —Kakashi perguntou.

—Naruto o pediu para perguntar, Kakashi? —o Sandaime se pronunciou.

—Sim, mas também tenho certa curiosidade.

Kakashi havia acabado de entregar relatório dos acontecimentos da missão recém cumprida pelo Time Sete, e aproveitou para responder a dúvida de Naruto:

—Peça que ele e Naruto-kun entrem.

Antes mesmo que Kakashi chegasse até a porta ela foi aberta por Naruto, que acompanhado de Naruto entrou:

—Já era hora, velhote!

—Desculpe Hokage-sama. —Haku disse.

—Não há problema Haku-san, sente-se, por favor. —Disse o Sandaime em resposta. —Bem, depois de ter recebido a carta de Naruto dizendo que estava trazendo mais uma pessoa para a vila, eu já comecei a pensar no que fazer com você! —ele indicou Haku com a cabeça. — Segundo Naruto, você tem certa habilidade, porém não é nem gennin em sua aldeia. Portanto fará um teste gennin aqui em Konoha e será logo após, inserido em um time. —Naruto logo abriu um sorriso. —Mas, todos os jounin estão instruídos a eliminá-lo em qualquer sinal de traição.

O sorriso de Naruto havia sumido, mas Haku apresentava um sorriso de canto a canto de sua boca:

—Obrigado Hokage-sama, prometo não decepcionar.

*******

Haviam se passado meses desde a chegada de Haku, enquanto isso o Time Sete tinha pelo menos mais sete missões para colocar em seu currículo. O teste de Haku tinha sido fácil, segundo ele, foi apenas uma prova escrita sobre o básico de ser um ninja, e mais uma prova prática para saberem sua capacidade.

Mas agora o Time Sete voltava de uma missão que consistia em pegar um raro artefato roubado de uma gangue do País do Chá, que seria guardado no cofre do Senhor Feudal do País do Fogo:

—Essa foi fácil, fácil! —dizia Naruto se espreguiçando.

—Não comemore ainda Naruto, estamos a pelo menos quatro horas de distância da casa do Senhor Feudal, até lá ainda poderemos ser atacados. —Kakashi, que carregava no bolso um pequeno pacote onde o artefato estava escondido, disse.

Na verdade, Kakashi estava achando muito estranho aquela situação, ninguém havia os atacado nem na saída de Konoha, nem quando saíram do País do Chá. Ele estava preparado para qualquer coisa. Alguns minutos à frente uma criança toda ensangüentada veio correndo até eles:

—Por favor, me ajudem! Eles me atacaram, eu estou com tanto medo! —A criança gritava entre soluços.

—O que aconteceu? Diga-me e eu o ajudarei! —Naruto segurou na mão do garoto.

— Uns homens apareceram, eles estão na minha casa, mataram meu pai, me jogaram pra rua e atiraram kunais em mim, precisamos salvar minha mãe! —o garoto puxou Naruto na direção de sua casa.

Todos correram em direção à casa do garoto. Era uma casa de madeira branca, bem humilde, estava toda suja de sangue, provavelmente sangue dos pais dele. Naruto e Sasuke entraram primeiro. Sakura ficou para trás com Kakashi. Quando os dois entraram, os bandidos estavam esquartejando um corpo:

—Parem já com isso! —disse Sasuke. —Se quiserem viver!

Os bandidos olharam para eles e foram para cima deles usando facões. Naruto também correu na direção deles, fez um pequeno Rasengan em uma só mão e acertou na barriga de um deles, que enfiou o facão em seu ombro antes de ser lançado longe por conta da esfera de chakra. Sasuke matou o outro com apenas um golpe de sua katana:

—Essa foi fácil! Eu disse! —o loiro sorriu.

—É realmente foi fácil!

Naruto esperava a voz de Sasuke dizer essas palavras, mas quem disse foi o pequeno garoto. A face dele se desmanchava em lama. Ele começou a cuspir bolas de lama em Naruto, mas o loiro não perdeu tempo:

— Fuuton: Kaze no Yaba (Elemento Vento: Espada de Vento) —usando a espada de vento ele cortou cada uma das bolas de lama, as desfazendo, mas antes que ele percebesse o garoto já havia sumido.

*******

—Ele é realmente forte, senhor Danzou! — o garoto dizia. —Inutilizou o meu Donton com sua espada de Fuuton em apenas dois movimentos.

—Eu preciso daquele garoto na ANBU! —Danzou bateu a mão em sua mesa.

—E o que o impede de trazê-lo, senhor?

—Hiruzen não permite! —fez uma expressão de escárnio. — Diz que o garoto não está preparado!

—Mas e se o Hokage não pudesse fazer tais decisões, senhor Danzou? —o garoto sugestivo.

*******

Faltava quase duas semanas para o Exame Chunin, Naruto estava animado para a terceira prova. O loiro queria saber se lutaria novamente com Neji, mas não tinha muita certeza. Sasuke treinava todo dia com Karin e Suigetsu. Sakura arrumava o porão de sua casa ao lado de sua mãe:

—Esses livros estão cheios de poeira, mãe! —Sakura espirrou. —Tudo aqui é cheio de poeira!

—E é exatamente por isso que viemos limpar o porão! —Mebuki disse autoritária como sempre.

Sakura apenas bufou e começou a limpar o porão ao lado de sua mãe. Enquanto Sakura limpava e guardava livros e pergaminhos velhos dentro de uma caixa, Mebuki varria o piso:

—Esse porão não é limpo há quantas décadas? —a rosada perguntou.

—Acho que... —Mebuki olhou para cima pensativa. —Desde que seu pai era criança!

—Como assim? —Sakura interrogou. —Se alguém me perguntasse duas semanas atrás sobre um porão aqui em casa eu negaria na hora! —ela sorriu. —Papai nunca me falou desse lugar!

—Ele também não me falou... —Mebuki fez uma cara de falsa raiva e logo após sorriu.

As duas continuaram a limpar. E quando o porão estava quase completamente limpo e organizado, Sakura topou em algo e caiu em cima de uma pequena caixa estranha, com a madeira toda estilizada com flores de cerejeira. Sakura levantou e olhou para a mãe:

—Mãe! Você sabe o que é isso? —mostrou a caixa para ela.

—Não faço idéia! —sorriu para ela. —Pergunte ao seu pai, talvez ele saiba!

Sakura correu escada à cima, em direção a sala, onde seu pai estava. Kizashi assinava alguns papeis. Sakura avistou ele e sentou-se no sofá ao seu lado:

—Pai, eu achei isso aqui lá no porão! —mostrou a caixa. —O que é?

—Ah, isso aí... —Kizashi coçou a barba rosa. —É uma coisa muito importante, mas antes de abrir a caixa você tem que ter certeza! Depois que você souber o conteúdo dessa caixa, não haverá volta!

—Como assim? —Sakura ficou apreensiva. —O que há dentro dessa caixa?

—Algo que vai mudar a sua vida! —Kizashi disse com uma seriedade que Sakura nunca havia visto no rosto do pai. —Se para o bem, ou para o mal, quem decide é você!

—Pai! Explique isso direito!

—Contarei a história toda! —ele pegou a caixa das mãos dela. —Antigamente, os guerreiros Haruno, eram conhecidos por ter muita força e resistência, não tanta resistência como os Uzumaki, mas era bem maior que a dos ninjas de alguns outros clãs. —Sakura logo pensou em Sasuke. —Mas alguns dos Haruno se destacavam, pois sua resistência era maior ainda! Ela vinha do que há dentro dessa caixa. —ele passou a mão sobre a tampa da caixa. —O que há nessa caixa só funciona em pessoas do clã Haruno, é como uma Kekkei Genkai, mas não é passada por sangue, portanto ela vem com benefícios e malefícios...

—Como assim benefícios e malefícios? —Sakura perguntou.

—A pessoa do clã Haruno que usa o conteúdo dessa caixa fica muito resistente, seu controle de chakra aumenta e muito, sua força fica incomparável! —Kizashi sorriu de canto. —Mas em compensação, ela perde a capacidade de manipular Chakra Elemental, para sempre.

—E eu tenho que decidir isso? —Sakura pensou na quantidade de treino que teve para aprender o Suiton, além de aprimorar o Escudo de Água.

—Se você achou essa caixa, então ela pertence a você! —Kizashi olhou sério. —Se você vai usar o conteúdo ou não, depende de você!

—Okay! —Sakura disse apenas isso, pegou a caixa. —Preciso dar uma volta! —foi até a casa de Rin.

*******

—Se você aceitar, não será um regresso nos seus poderes! —Rin afagou o rosto da rosada. —Pense no que você ganhará! Poderá ser uma ninja médica muito melhor que eu! —sorriu. —Pode ser melhor até que a senhora Tsunade!

—Mas e todo o nosso treinamento? E o tempo que gastei treinando com o professor Kakashi? —Sakura quase chorava.

—Querida! Mesmo que você faça isso, o tempo que passamos juntas não será perdido! —afagou os cabelos dela. —E você pode passar os ensinamentos que eu e Kakashi te demos para os seus discípulos! —sorriu de canto. —Vá para casa, fale com seus pais e abra a caixa!

—Okay! —Sakura enxugou as lágrimas, deu um sorriso, abraçou Rin e disse. —Obrigado, professora Rin!

*******

Sakura estava com a caixa em mãos, sentada em sua cama, seu pai ao seu lado. Ela havia acabado de contar sua decisão pare ele, e seria agora a hora de abrir a caixa:

—Derrame uma gota do seu sangue na flor maior, a que está desenhada na tampa da caixa! —Kizashi na estava muito entusiasmado com a decisão da filha.

Sakura furou o dedo polegar usando um alfinete. Derramou o sangue exatamente no centro da flor. A pintura reagiu ao sangue e brilhou, a caixa abriu e dentro havia uma única pílula rosa. Sakura a pegou nos dedos.

—É isso? —perguntou.

—Assim que você a ingerir seu corpo começará a mudar a partir do umbigo. —Kizashi respondeu.

—Okay então! —Sakura engoliu a pílula de uma vez. —Eu não estou sentindo nada!

Assim que ela disse isso seu umbigo começou a doer, como se estivesse sendo rasgado. Sakura levantou a camisa para vê-lo. Uma tatuagem rosa de flor crescia lá e se começava a se espalhar por seu corpo. Espalhando assim a dor por onde passava. Sakura não aguentou e começou a chorar e gritar. Kizashi apenas a abraçou e tentou amenizar a dor da filha.

*******

Sakura finalmente acordou. Não sabia quanto tempo tinha se passado, mas ao abrir seus olhos quatro pessoas a encaravam: Sasuke, Naruto, Ino e Hinata. Como eles souberam do ocorrido? Ela não fazia idéia, mas gostou do fato de eles estarem lá:

—Finalmente acordou dorminhoca! —Naruto sorriu.

—Por quanto tempo eu dormi? —a rosada perguntou.

—Que falta de educação, Sakura! —disse Ino. —Nem diz um “oi” pros seus amigos!

—Oi! —Sakura disse. —Por quanto tempo eu dormi?

Sasuke sorriu de canto.

—Você dormiu por quase uma semana inteira!

—O quê? Como assim? —Sakura levantou-se de uma vez para se olhar no espelho, quase caiu no meio do caminho, mas foi segurada por Hinata.

—Calminha Sa-chan! —sorriu. —Você não se alimenta há muito tempo!

Sakura iria responder a garota, mas viu seu reflexo no espelho. Seu cabelo antes curto agora passava de suas costas, seus olhos continuavam verdes, mas ela sentia algo de diferente. Levantou a camisa a fim de ver seu umbigo. A tatuagem de flor de cerejeira estava lá, mas não estava mais espalhada:

—Sakura! —Ino chegou por trás dela e apertou seus peitos. —Quando conseguiu esses peitos? Você era retinha!

—O quê? —Sakura olhou-se novamente no espelho, suas curvas estavam um pouco mais acentuadas do que antes. —Eu não faço idéia...

*******

A algazarra era enorme no enorme prédio do Hokage, ninguém sabia o que fazer, todos estavam desesperados. Iruka acalmou-se por um segundo, tempo o suficiente para gritar:

—Acalmem-se todos! —bufou. —O que aconteceu?

—O Hokage-sama, Iruka-san! —um dos ninjas disse.

—O que aconteceu?

—O Hokage-sama... —hesitou. —Foi envenenado.