O Amor Mais Profundo.

Algumas novidades trazem alvoroço.


Três meses depois.



Happy dirigia lentamente em direção à pista de pouso.Pepper, sentada no banco de trás, não conseguia esconder sua alegria , seus olhos azuis pálidos, agora marejados, traziam escondidos os sentimentos e alívio e apreensão.O automóvel acelerou em certo ponto, freando bruscamente instantes após, cantando pinéus.

Saltou do carro e percebeu que várias pessoas, inclusive paramédicos e militares aguardavam ansiosos a chegada de Tony, que sairia a qualquer momento do avião prateado.Pepper sentiu seu coração acelerar ritmicamente. Enxugou o rosto rapidamente tentando esconder algumas lágrimas teimosas que insistiam em cair, molhando a pele alva.Seu cérebro parecia não processar mais nada. O fato de que Tony estava vivo era a melhor notícia que já recebera.Olhou para cima sendo cegada pelo sol forte.Ao se acostumar com a luminosidade, afastou algumas mechas ruivas de sua testa exibindo um azul límpido.

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Ao desviar olhar para frente, reconheceu um sentimento familiar.À alguns metros Tony andava pela a plataforma de descida do avião acompanhado por seu amigo Rhodes, possuía alguns arranhões em seu rosto e tinha um dos braços envolto por uma tipoia, os olhos semicerrados por conta da luz do sol dava-lhe uma expressão de estranheza e desconforto.

Quando seu olhar finalmente alcançou os olhos castanhos do chefe, Pepper sentiu-se revigorada, não conseguindo conter as lágrimas desta vez.Inconscientemente, correu em direção ao seu amado, dando-lhe o abraço mais delicado que conseguiu.O coração palpitante encontrava-se contra o peito másculo de Tony, coberto pela camisa e paletó.

Soltou-o lentamente tentando não machucá-lo. Tony agora mantinha uma leve expressão de dor e a encarava diretamente.


– Hum, olhinho vermelho, andou chorando pelo chefe? – Perguntou arqueando uma das sobrancelhas.

Pepper sentiu suas bochechas se avermelharem ao se dar conta de sua ação anterior. Ainda sem graça, afastou-se um pouco , voltando-se novamente para respondê-lo. Sua personalidade aparentava ser a mesma.Mesmo jeito confiante de andar, mesmo olhar sedutor de sempre. E a mesma capacidade de fazê-la corar nos momentos mais inoportunos.


– Lágrimas de alegria,- Enxugou o rosto com uma das mãos- detesto procurar emprego. –

–- Então por quê me abraçou? – Perguntou na tentativa de deixá-la sem graça novamente.Sua assistente parecia cansada. Não só os olhos vermelhos mostravam isso, mas sua visíveis olheiras também.Parecia não dormir a noites.

– Um pequeno agrado, quem sabe assim eu não ganho um aumento? – Brincou tentando disfarçar seu constrangimento. – Então ... vamos? – Desconversou apontando para o carro.

– Se é assim, vamos. – Disse e seguiu a ruiva em direção ao carro.Ao entrarem, Tony cumprimentou Happy e se acomodou no banco de trás ao lado de Pepper.

– Para o hospital Happy, por favor ... – Disse Pepper inclinando-se um pouco para frente.

– Ah não, nada de hospital – Interrompeu-a.

– Mas Tony você ainda está machucado – Argumentou – Você precisa ir ao hospital – Afirmou deixando transparecer sua preocupação.

– Pepper eu passei três meses em um cativeiro.Tem duas coisas que eu quero fazer. – Encarou-a com o olhar sério.

– O quê? – Perguntou, tentando adivinhar que tipo de coisa seria mais importante do que sua recuperação naquele momento.

– Primeiro eu quero comer um x- burguer e depois ... quero que você organize uma coletiva pra mim.

– Uma coletiva Tony? – Mostrou-se incrédula com a fala anterior do chefe- Você acabou de chegar e eu não acho uma boa ideia ...

– X – burguer primeiro – Disse ignorando as recomendações de Pepper. – O hospital não vai sair do lugar. – Pepper rolou os olhos em desaprovação, mas assentiu com a cabeça, puxando seu celular da bolsa e efetuando as ligações necessárias para a organização da coletiva.



Depois que compraram o sanduíche, seguiram para as empresas. Pepper parecia apreensiva em relação à entrevista coletiva.Não sabia ao certo o que seria tão importante para que Tony demonstrasse tanta urgência em revelar. O olhar do moreno parecia perdido, sério.Algo estava errado, ela só não sabia o que era. Quando finalmente chegaram, Tony foi recebido por Obadiah e outros funcionários da empresa que o aplaudiam e enviavam-lhe sorrisos, em grande parte falsos, porém bem disfarçados.

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Ao adentrarem o espaço em que a coletiva aconteceria, Tony foi cumprimentado por outras pessoas, que vinham ao seu encontro como abutres, cercando-o por todos os lados.

Livrando-se da multidão, Tony seguiu para frente, sendo guiado por Obadiah a um microfone, que foi ignorado pelo memo. Tony sentou ao chão em frente à “plateia” focada em cada um de seus movimentos, dando uma mordida em seu X- burguer.

– Senta aí – Disse enfim, ainda mastigando o alimento em sua boca – Quero todo mundo a vontade. – Fez sinal com a mão para que as pessoas se sentassem ao chão.Obadiah sentou-se ao seu lado, passando a mão áspera e pesada por seu ombro – É bom, ter você de volta - Sorriu, soltando o ar com força.

Tony encarou-o por uns poucos segundos antes de se pronunciar. Ao contrário de Pepper, Obadiah parecia muito bem, com sua barba bem feita e seus olhos inabaláveis que não demonstravam nem um pouco de comoção.Mesmo que o homem calvo a sua frente sempre o tivesse tratado como um filho, Tony podia sentir um ponta de ressentimento em seu olhar. Não o culpava. Sabia muito bem o que as Stark significavam para Obadiah, que passara toda vida ajudando seu pai a construir o império que hoje vivia a seus cuidados.

Voltou-se para o amontoado de pessoas à sua frente.

Os olhos curiosos pareciam tentar adivinhar o motivo pelo qual haviam sido chamados ali.

Tony se manteve com o semblante calmo e descontraído, comendo seu sanduíche sem deixar transparecer seu nervosismo.Resolveu então se pronunciar.

– Eu nunca disse adeus ao meu pai – Fitou Obadiah novamente , notando seu olhar de confusão. – Tinha coisas que eu queria ter perguntado a ele, como o que ele achava que as empresas dele faziam, se tinha dúvidas se vivia em conflito ...infelizmente eu não tive a oportunidade de perguntar nada disso. ... – Levantou-se, dirigindo-se ao microfone descendo o olhar até o piso onde o grupo de jornalistas se encontrava. – Eu vi jovens americanos serem mortos pelas mesmas armas que eu criei para protegê-los ... eu quero reparar esse erro.


– Senhor Stark o que quer dizer com isso – Perguntou um dos jornalistas curiosos.

– Eu quero dizer que a partir de hoje, eu estou fechando imediatamente a divisão de produção de armamento da Stark Internacional. – Neste mesmo momento todos os repórteres se levantaram disparando uma série de perguntas. Obadiah levantou-se intervindo e empurrando Tony discretamente, enquanto ele tentava dar suas últimas palavras.


A poucos metros, Pepper observava a tudo atônita.Tony só podia estar brincando.Fechar a divisão armamentista das Stark seria o mesmo de dizer Hey, vamos entrar em falência. Seguiu o chefe com o olhar enquanto o mesmo deixava o local sendo seguido pelo mar de gente curiosa que naquele exato momento tentava obter mais informações;


Tony entrou novamente no carro deixando todos para trás. Tinha certeza de que haveria muito alvoroço nos dias seguintes mas não se importava. Dirigindo-se para a mansão, tentou limpar de sua mente qualquer assunto que pudesse lhe causar estresse ... afinal de contas tinha trabalho a fazer.