Camp Blood

As caçadoras nos oferecem ajuda.


No mesmo momento que pronunciei o nome do deus o chão vibrou novamente. Ainda mais forte do que antes.

Eu tinha certeza de que o pai havia recolhido a filha para junto de si. E isso era algo muito trágico e lindo de se presenciar.

Connor ainda continuava agachado com as mãos entre o rosto. Lilith não tinha nem um mês no acampamento, mas já tinha feito alguns amigos.

Lucy olhava assustada para o solo onde antes estava o corpo da garota, e pude ver na sua clara pele uma lágrima descer.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Ela está em um lugar melhor agora. - Afirmou o sátiro.

- E-eu espero. - Respondeu Connor se levantando com dificuldade.

Eu tinha vontade de dizer que era tudo culpa dele. Eles não deviam ter se aproximado da caverna daquele ciclope.

E então foi quando me lembrei do ciclope.

Virei-me e percebi que a névoa já estava se desfazendo e o monstro recuperava sua visão.

E nesse momento que ele nos via e corria para nós, as flechas riscaram o ar e acertaram várias partes de seu corpo.

O monstro, assustado, caiu sentado no chão, tentando rebater com as mãos todas as flechas que vinham em sua direção.

Pelo menos dez garotas saíram de trás dos pinheiros que cercavam a caverna do ciclope. A mais velha aparentava ter a idade de Lucy: 16.

A maioria utilizava tranças. Elas eram rápidas e atiravam as flechas determinadas na criatura.

E então, ele não resistiu e bateu a cabeça ao cair desacordado.

As garotas sorriram. Um verdadeiro sorriso de vitória.

Uma delas, a mais bonita, correu para cima da barriga do ciclope e levantou o arco. Reconheci ela como a tenente, pela espécie de tiara de flores que usava na cabeça.

Lucy olhou admirada e foi se aproximando calmamente. Segui o ritmo dela e continuei andando.

- Vocês são as caçadores.. - Eu disse, olhando cada uma delas.

A que parecia mais nova se aproximou. Seus cabelos eram castanhos avermelhados.

- E você deve ser Ártemis. - Completei.

- Arrisco-me a dizer que vocês são os garotos que estão procurando por Dioniso.

Assentimos. Connor e Bargho estavam ao nosso lado.

- O que vocês fazem por aqui? - Perguntou Lucy.

- Eu posso ajudá-los, talvez. - Respondeu Ártemis. - Acredito que há muitas garotas no acampamento que queiram se tornar uma de nós, e não posso deixá-las sofrendo nas mãos de Ares.

- Você tem razão. - Disse Lucy, imediatamente. - Há muitas garotas!

Eu não podia afirmar, mas pelo que via, Lucy estava com intenção de ser uma das caçadoras. E isso me preocupava. Ela era minha melhor amiga no acampamento, e seria difícil me imaginar sem ela por lá.

- Mas, para que eu possa ajudá-los, existe uma condição. - A deusa se virou, olhando para a tenente, que ouvia tudo de cima do ciclope. - Venha cá, Mia.

A garota saltou de cima da barriga da criatura e rapidamente estava ao lado de Ártemis. Seus olhos eram cor de mel e brilhantes, igual ao de Heather.

- Não olhe para ela desse jeito! - Advertiu a deusa.

- De que jeito?

- Como se a desejasse.

Eu não sabia se ria, chorava, ou dava um soco em Ártemis. Se eu desejasse fazer algo com Mia, não seria nada de errado. Eu acho.

- Mia, diga a eles qual é a condição.

A tenente pigarreou e finalmente disse:

- Ao voltarmos para o acampamento com vocês, - Começou ela. - recrutaremos quem acharmos ser adequada a ser uma caçadora como nós. Caso ninguém se interessar, deverão dar uma de vocês a nós.

- Mas somos apenas garotos e.. - Olhei para o lado. - E Lucy.

- Então ela será nossa nova caçadora.