Camp Blood
O deus da guerra na casa grande.
Fico parado em frente ao grande escudo observando cada detalhe. A imagem da coruja no centro é tão bonita quanto os olhos de topázio que brilham intensamente e que me encaram nesse momento.
- O que você achou? - Pergunta Gared Baratheon, um filho de Hefesto, segurando o escudo.
- É bonito. - Respondo.
- É magnífico. - Corrige Lucy ao meu lado.
- Obrigado. - Diz Baratheon. Ele se aproxima, estendendo o braço com o escudo. - Pegue.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Pego o escudo de prata e ergo-o. Nota-se que foi muito bem feito. Não é tão pesado, o que facilita no manejo.
- Obrigado digo eu.
- Não foi nada. - Responde ele, voltando para dentro do artes e ofícios.
- Você gostou mesmo, Lucy?
A garota tinha olhos alaranjadas neste instante. Eles brilhavam, ora ficando amarelo, conforme admirava o escudo. Isso é por conta de seu parentesco com a deusa Íris.
- Ficou muito bonito. - Concluiu.
- Mas não é para ficar bonito! - Exclamo. - Ele deve ser bom o suficiente para que eu possa usar em batalhas.
- Não se preocupe, ele será. - Garante-me ela.
Caminhamos pelo acampamento calmamente. Uma tarde ensolarada. É possível notar alguns campistas conversando próximos ao chalé de Afrodite. Alguns deles, filhos de Apolo, cantando apaixonadamente.
- Eles não tem nada mais interessante para fazer? - Pergunta-se Lucy, que logo dá um tapa em sua própria testa, aparentemente reprovando sua ideia.
- Talvez se eu lhes mostrasse algum dos meus livros eles poderiam gostar e se interessar em ler outros. - Sugiro.
- As chances disso acontecer são as mesmas chances de Klaus ouvir música clássica. - Ironiza Lucy.
Klaus era um dos filhos de Ares. Suas roupas surradas, o cabelo moicano e a personalidade rebelde eram suas maiores características. Não havia uma pessoa no acampamento que não conhecesse Klaus Eberstark.
- Você tem razão. - Concordo.
Vemos que os campistas que estavam sentados cantando e conversando se levantaram. Alguns deles correm para longe, e outros sussurram, trocando olhares.
- O que está havendo? - Pergunta Lucy.
É possível notar que eles estão indo todos para uma mesma direção: a casa grande.
- Vamos. - Digo para ela, enquanto posiciono meu escudo entre o braço.
Andamos em passos rápidos até a casa grande. Quando chegamos até perto, percebemos que os campistas não estão tão próximos a casa. Querem observar o que acontece, mas mantém uma distância digna.
Em meio a aglomeração de jovens encontro as compridas tranças negras de Heather Maddison, uma das filhas de Hermes.
Cutuco ela, que reage com um pulo.
- Ei. - Berra, virando-se para nós. - Qual de vocês dois me cutucou?
- Isso não importa. - Digo. - O que está acontecendo?
Ela arqueia as sobrancelhas e lança-nos um sorriso maldoso.
- A coisa mais interessante que já houve nesse acampamento!
- Não enrola, fala logo. - Diz Lucy.
- Ares está na casa grande. - Heather estreita os olhos e começa a murmurar. - Sr. D, Quíron e Klaus também estão lá dentro.
- O que Klaus está fazendo lá? - Pergunta Lucy, boquiaberta.
- Ora, quem sabe? - Questiona ela. - Ele é seu amigo, não meu. Aliás, se por acaso se esqueceu, Ares é pai dele.
- Qualquer um sabe que Ares não tem uma relação amorosa com seus filhos. - Respondo.
- Você tem razão. - Concorda Heather. - Mas de qualquer forma: o deus da guerra está lá dentro e todos queremos saber o motivo de sua vinda ao acampamento.
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