Realizando Sonhos

Capítulo 42: Passatempo


No capítulo 41:

Sakura teve seus primeiros sintomas de uma possível gravidez. Naruto e o velho Shizuka conversaram bastante, e um diário deixou Naruto intrigado. Quando o ninja se reencontrou com o time, avisou que deveriam passar a noite na casa dos irmãos, Shina e Irashi, e que foi permitido a eles levarem os pergaminhos das ruínas do clã. A equipe foi até a ala secreta e concluíram com a missão. O time sete foi rumo à casa dos irmãos ruivinhos. Até agora tudo certo, mas... como será a cerimônia do clã Uzumaki? O que está escrito no diário? E... será que o time Yamato volta para Konoha? Acompanhem...

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–Chegamos. ---anunciou Shina, toda sorridente.

O grupo entra na habitação.

Shina e Irashi ficaram desassossegados com os quatro estranhos na casa deles, mas o que poderiam fazer? Aquilo não era um favor, era uma ordem do líder Uzumaki.

–Fiquem a vontade. ---disse Shina.

–Quem são esses? ---perguntou a mãe indo até a sala, enxugando um prato.

Irashi respondeu azedo enquanto Naruto tirava seu cachecol vermelho:

–São os nossos hóspedes. Eles vão ficar aqui em casa só essa noite. De manhã eles vão embora.

–Mas essas pessoas... elas não são daqui! ---questionou a mulher, os fitando.

–É só por hoje mãe. E isso foi uma ordem do Shizuka- sama. Não precisa ficar desconfiada, está tudo sob controle. ---completou Shina.

–Esse velho está cada dia mais anormal. Qual o nome de vocês?

–Yamato prazer. ---falou sorrindo.

–Hana. Yamanaka Hana. ---disse seu nome confirmando com a cabeça.

–Uchiha Sasuke. ---sempre com sua seriedade “simpatizante”.

–Me chamo Naruto. Uzumaki Naruto! ---respondeu com os olhos fechados e um sorriso largo e cristalino no rosto, fazendo o sinal de “legal” com a mão (Pose Nici Gai).

A mulher deixou o prato cair. O pessoal se espantou com a reação. Naruto desfez seu sorriso abaixando a mão. Ficou assustado.

–Hã? “Naruto”? Uzu-ma- ki Naruto? O lendário Uzumaki? Aquele da guerra ninja? ---perguntou incrédula.

O loiro não sabia o que dizer. Ficou corado ainda bobo com a atitude. Sasuke apenas cruzou os braços fazendo cara de desdém.

A mulher chega bem perto do rapaz. À medida que ela se aproximava, ele afastava seu rosto. Ela toca nos cabelos dele com um olho aberto e o outro fechado dizendo curiosa e espantada:

–Eu achava que o “Uzumaki Naruto” tinha os cabelos compridos e ruivos. E... fosse bem mais musculoso também.

Ela soltou os cabelos dele e continuou o analisando. (Cena 1)

O ninja diminuiu o olhar, uma “gota” de suar se formou em sua bochecha. Ficou com uma expressão de irritação com o comentário. (cena 1)

Sasuke fecha os olhos abaixando a cabeça e ri discretamente. Naruto fita o amigo com a boca para o lado. O loirinho estava muito aborrecido e com o ego fragilizado.

–Tá rindo do que baka?! ---falou Naruto.

–Caham.---interrompeu Shina.--- Hana, você vai dormir no meu quarto. Os três aí vão ficar no quarto do Irashi. Aqui é pequeno, mas dá para abrigá-los. Venham, vou mostrar tudo.

***

Vocês devem estar se perguntando: E quanto ao homem que controlava a embarcação do time de Yamato? Ele não fazia parte da missão, e o navio suprias as necessidades dele. Também não havia nenhum problema quanto à alimentação, pois estava ciente de algo assim. É claro que o homem foi alertado e instruído de que se os quatro passassem mais de cinco dias longe, ele deveria voltar às pressas para Konoha, porque a missão deles não apresentava grandes riscos.

***

Depois de conhecerem os cômodos da casa, Naruto e a equipe se reuniram em um lugar reservado da residência, para poderem conversar melhor.

O time estava sentado sob uma mesa de madeira.

–Como assim Naruto? Não podemos Dizer para a Hokage- sama que não encontramos nada seria um absurdo. ---falou o Capitão em voz de comando, inconformado com as palavras do Uzumaki.

–Capitão. Não podemos falar pra vovó sobre esse lugar. Isso foi um acordo que fiz com o velhote. Eles não têm mais aliança com Konoha, não confiam mais nela. Sendo assim não há necessidades de revelar a existência daqui.

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–Inaceitável. A Hokage sempre pede uma ficha com detalhes da missão. ---questionou Sasuke.

–Vocês não estão entendo. Isso foi um acordo. Não se quebra um acordo.

–Naruto- san... Missão dada é missão cumprida. Esse é o dever de um integrante da Anbu. ---proferiu Hana com um olhar de inquisição.

Naruto se levanta da cadeira batendo a palma de sua mão com força na mesa.

–Parem de procurar colocar dificuldades nisso, droga! A nossa missão era de encontrarmos esses malditos pergaminhos, não a de saber se a vila do redemoinho continuava existindo. Entendem onde quero chegar? Não tem motivos para dizer que Uzushiogakure está erguida novamente.

–Naruto sente- se! Não podemos mentir pra Tsunade- sama. ---O capitão se pronunciou irredutível.

–Mas que merda! ---disse irritado cruzando os braços e virando de costas sem obedecer ao seu superior.

O homem do mokuton respirou cansado. O loiro estava perdendo a cabeça.

–Já que você não gosta de mentir capitão, então diga de uma vez. O que a vovó falou pra você que não nos dizer?---perguntou Naruto olhando para Yamato.

–C-como assim?

–Durante o trajeto para cá, eu vi alguns papéis na sua cabine. Alguns continham informações, mas tinha um em especial que era uma planta, e desse território. E nele tinha umas áreas circuladas e marcadas com um “X” em vermelho. Diga- me! O que a baa- chan está escondendo? O que ela quer saber? Por que não nos contou nada?

–Não sei do que está falando.

Naruto pega a planta, que estava bem dobrada, de dentro do bolso da calça. Ele coloca sobre a mesa com violência e pergunta fitando Yamato:

–Isso refresca a sua memória, capitão?

–Como você...?

–Eu peguei discretamente quando saíamos do navio.

Sasuke, Hana e Yamato olham para o loiro, surpresos com o furto.

–O que foi? Eu sou um shinobi, isso não chega nem aos pés do que eu vivo fazendo. Voltando...

Naruto pressiona o dedo indicador nas áreas marcadas e novamente volta com os interrogatórios. Yamato estava sendo muito pressionado pelo rapaz, no entanto, se mantinha firme.

–Por que não quer falar? Tudo o que envolve o país do vórtice me diz respeito. Eu sou um Uzumaki também.

–Está certo, está certo. Tsunade- sama nunca acreditou na destruição total desse lugar. Ela me mandou checar essas áreas marcadas com cautela, porque de acordo com ela é a parte da floresta onde tem lagos, árvores frutíferas, animais silvestres... enfim. São áreas ecúmenos.

–Essa sua justificativa está incompleta. Você nem mesmo ia nessa missão. ---Sasuke se manifestou questionando.

–Eu iria assim que vocês chegassem. Mas como o Naruto teve a ideia de me fazer construir uma embarcação, a estratégia mudou.

–Então quando você pediu para nós explicarmos sobre a missão, foi tudo encenação? ---perguntou Hana.

Yamato confirmou com a cabeça.

–Eu sabia que tinha uma submissão. E aqueles documentos que eu li falando sobre o clã, só confirmaram as coisas.

–Você leu até isso??? ---Yamatou falou com uma expressão cética.

Hana olhava séria para Naruto, como quem queria desvendá-lo, mas quando o rapaz passou a mão pelos fios loiros caídos na testa... Hana se sentiu muito atraída. Ela virou seu rosto rápido fechando os olhos. Impossível se concentrar com ele.

O ninja tinha que pensar muito bem no que ia fazer agora. Afinal, parecia que “pensar em uma solução” era uma das coisas mais importantes que estava fazendo ultimamente.

–Se a vovó confirmar a suspeita dela, provavelmente vai querer falar com o velhote. E ele deixou bem claro que não quer que ninguém saiba.

–É sempre assim... desde a época que éramos genin. Você tem que parar de se meter nesses problemas. Toda missão dá trabalho quando você está nela. ---Sasuke bodejou bravo.

–Isso porque é muito simples cumprir com uma missão. O difícil é resolvê-la sem prejudicar ninguém. Fazer as coisas de forma completa e não pela metade. Lembra- se daquela vez que o homem que nos contratou era o “inimigo”? Nós não completamos a missão porque prendemos ele, mas fizemos o que era o certo.

Sasuke sorriu da sua forma.

–Héh... eu lembro.

Naruto olha para o homem de mokuton e diz com uma voz mansa e ao mesmo tempo firme:

–Capitão Yamato. Eu sei que o Senhor não quer mentir, mas... esse é o meu clã. Eu quero defende-los.

O homem solta o ar dos pulmões fechando os olhos e em seguida os abrindo, responde:

–Está certo. Eu nunca menti para a quinta, mas... sempre há uma primeira vez. E, além disso, é por uma boa causa.

O loiro sorri. Ele se anima dizendo:

–ARIGATOU!

Quando o time Yamato chega a um acordo, Shina entra no compartimento sem bater. Os quatro levam seus olhares para ela.

–Tudo bem aí?

–Está sim. ---disse o capitão.

–Eu só quero avisar que o almoço está na mesa. Bem... vocês já conhecem onde fica o banheiro, então lavem as mãos e vão para a cozinha.

–Que ótima notícia, eu estava mesmo com fome. ---Naruto falou tocando na barriga.

O loiro pegou a planta da mesa e guardou novamente em seu bolso. Todos se prepararam para a refeição. Ao chegarem à cozinha, a mesa estava repleta de comida.

–Uau... que cheiro ótimo. ---Naruto se manifestou com os olhos brilhando.

Que bom que está com fome. Você precisa mesmo se alimentar, está muito magrinho rapaz. ---disse a mãe apertando as bochechas de Naruto.

O loiro lagrimou de dor, e respondeu como se a boca estivesse cheia:

–A-aligatou pela pleocupação.

Todos vão para a mesa simples de madeira se sentando em seus lugares.

–Essa carne é de quê? ---perguntou Hana.

–Javali. ---Irashi falou.

–Vocês devem ser ótimos caçadores. Esse bicho é difícil de pegar. ---O Uchiha se pronunciou.

Foi inevitável. Ao falar em javali, lembrou-se de Itachi. Eles caçavam juntos quando pequenos.

Todos agradecem pelo alimento.

–Hm... está delicioso. Por que não come Sasuke? ---interrogou o loiro, que estava sentado ao lado do moreno.

Sasuke sorri de maneira falsa, e fala com discrição:

–Pensa bem. Ninguém aqui confia em nós, acha mesmo que essa comida é segura?

Naruto parou de mastigar, observou Hana e Yamato. Ambos não haviam comido ainda.

–Vai fazer o quê? Tem que engolir agora imbecil.

O loiro começou a lagrimar, ele se levanta rápido da mesa e correu até o banheiro. O pessoal olhou para o rapaz, indignado.

Shina e Irashi se levantam da mesa e vão atrás do Uzumaki. A mãe também se levantou e correu até eles. Sasuke, Hana e Yamato continuaram onde estavam.

–O cheiro parece normal. ---Yamato comentou.

–E o gosto do molho e da carne é o mesmo da comida deles. O suco também não apresenta nenhum gosto peculiar. ---falou Hana, que era experiente em lhe dar com esse tipo de situação, por ser uma ninja médica treinada pela Shizune.

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–Eu vi Naruto comendo, ele não mostrou nenhuma alteração. ---assegurou o Uchiha.

–Podemos comer então. Bom apetite. ---Yamato deu sua última palavra.

Depois de um tempo, Naruto voltou para a mesa com os três Uzumakis. Ele deu uma desculpa de que não estava bem do estômago.

Quando o loiro viu Hana, Yamato e Sasuke saboreando o alimento... as veias da testa, das mãos, atrás da cabeça e de outras partes do corpo começaram a dilatar.

–O que foi Baka? Você está melhor? ---disse Sasuke com a boca cheia, virando para Naruto. Um sorriso de lado ficou estampado no rosto após engolir a refeição.

Naruto ficou tão irado que partiu pra cima do Uchiha apertando os dentes, que de primeira pareciam de tubarão.

–MALDITO!!!!!!!! EU TE MATO!!!!

A mãe e os irmãos foram até o rapaz para apartar a briga. Hana começou a rir. Yamato levou um susto com a reação de Naruto e correu para separar os dois amigos.

Após o escândalo. Todos voltaram a comer e em seguida foram para a sala.

Naruto estava sentado de braços cruzados, emburrado.

Sasuke também se encontrava sentado, ao lado do loiro. O moreno estava com os olhos fechados e braços abertos sobre o sofá. Temperamento: zangado.

Yamato estava sem graça com os acontecimentos, e Hana se prendia para não rir mais.

Shina e Irashi observavam atentos para cada movimento dos estranhos. A mãe arrumava a bagunça da cozinha.

O silêncio é quebrado por Irashi.

–Depois de descansar, nós iremos levá-los a terma* daqui.

*Terma: local onde se encontram as fontes termais.

–Não precisa se importar com isso. Vamos embora amanhã bem cedo. ---respondeu o capitão.

–Eu sei, mas às seis da tarde começa o encontro.

–Encontro? O que é isso?--- perguntou Hana se sentando melhor no sofá.

–Esse encontro é a cerimônia que comentamos com vocês enquanto vínhamos para cá. É como um festival. Nós comemoramos de três em três meses o fato de o vilarejo continuar erguido. Nele há comida, música tradicional, contos... enfim, é uma grande festa.

–Então não precisa pressa. Essa cerimônia de vocês começa às seis horas, por que temos que ir para as fontes termais daqui a pouco? ---Sasuke perguntou.

–Por conta do toque de recolher que começa às nove da noite. O povo prepara tudo logo após o almoço, porque são muito detalhistas.

–“Toque de recolher”? ---Naruto repetiu.

–Lembra-se que Shina havia falado sobre um certo horário em que as pessoas teriam que ir para suas casas, para um grupo de shinobis poderem reforçar o selo de proteção do vilarejo?

–Uhum.

–Pois então. O toque de recolher é justamente para isso: refazer o selo. Fazemos isso toda a noite.

–Já descansamos muito. É melhor irmos logo. ---Shina falou.

–Certo. Vai indo com eles. Que eu vou avisar a mãe.

–Tá.

A equipe de Konoha voltou às ruas de Uzushiogakure, dessa vez andaram por ruazinhas estreitas diferentes, outras largas... era impossível as pessoas não olharem para o quarteto. Cabelos ruivo e branco eram os clássicos dali, agora castanho, preto e principalmente o loiro... era algo bonito e raro de ser visto. A pigmentação do cabelo de Naruto chamava mais a atenção. Não por ele ser o protagonista dessa história, mas pelo brilho radiante que qualquer tipo de luz dava ao bater nos seus fios amarelos. Isso era a visão do povo dali. Quanto ao que Hana, Yamato, Sasuke e Naruto pensavam dali? Eles já achavam diferente o fato daquele local ser infestado de ruivos, parecia uma epidemia ou... moda.

Ao chegarem à terma, Naruto se surpreendeu com a beleza dela, pois o lugar foi construído mantendo o verde natural. Era como uma fonte termal dentro de uma floresta. A fonte era rodeada de pedras bem polidas. Era uma aparência bonita de se ver. É claro que a terma era dividida em seções femininas e masculinas.

–Caramba... é a fonte termal mais... bacana que eu já vi. ---disse Naruto todo entusiasmado.

Durante o banho, o grupo relaxava tranquilamente. Cada um com seus “problemas”. Naruto em Sakura, Sasuke na preocupação com sua filha, Yamato na de ter que mentir para Tsunade... Já Hana, que estava na fonte depois da parede de pedra, pensava em Naruto. Ela sabia que ele era um homem casado, a razão já tinha aceitado isso numa boa, mas o coração... Ah! O bendito do coração era teimoso.

–Como estão as coisas com a Karin, Sasuke?

–Está indo dentro dos padrões de um casamento estável. E com a Sakura?

–Nani?! Você está bem? Eu achava que você nem ia responder a minha pergunta, dirá se interessar sobre a minha vida.

O Uchiha vira o rosto, respondendo:

–Eu estava apenas tentando ser companheiro, idiota.

–Tava demorando o Sasuke-babaca aparecer. Nós vamos bem. Só que... antes de vim pra cá ela estava meio mal. Fico preocupado com isso.

–A Sakura? Doente? ---perguntou não apresentando muito interesse.

–Não sei... ela estava vomitando muito. ---desabafou cabisbaixo.--- S- será que é algo muito grave?

–A Sakura é a melhor ninja médica de Konoha, Naruto. Ela sabe se cuidar. ---Yamato falou.

–É capitão, mas... e se ela tem alguma coisa e não quer me dizer? ---falou triste e desanimado.

–Rum. Teve uma época em que a Karin vomitava sem parar, era irritante aquilo.

–Hein? O- o que ela tinha?---perguntou trêmulo.--- Era uma doença... grave?

–Não. Não era doença, baka. Ela estava grávida da Mikoto. (cena 2)

–Hã? ---Naruto falou confuso, com cara de espanto. (cena 3)

Ele virou seu rosto para frente, assustado. Seu suor se misturava com as gotas d’água. Ficou assim durante um bom tempo, depois se afundou devagar no fluido, mantendo somente dos olhos para cima emersos.

–Você tá... legal? ---perguntou Irashi observando o ninja.

Naruto fecha os olhos com força. Tremia.

–Acho que ele não está passando bem.

Sasuke solta o ar dos pulmões e diz, como quem queria confortar o amigo:

–Relaxa... Pode ser que a Sakura não esteja gráv-

–EU VOU SER PAI!!!! EU VOU SER PAI!!! ---gritou bem alto pulando da água.

Sasuke teve que engolir as palavras que pretendia falar. Ficou boquiaberto vendo a atitude do rapaz.

Naruto andava sobre a água dançando e cantarolando de olhos fechados com os braços levantados:

–Eu vou ser pai! Vou ser pai! Pai de uma linda garotinha loira de olhos verdes! Vou ser pai! PAI!!! Lá lá lá lá!!!

Sasuke sorri de lado com a felicidade do amigo.

–N- Naruto... Naruto... N- Naruto...---Yamato chamava o loiro que estava distraído na sua “festinha de comemoração”.

–Lá lá lá lá lá lá! Vou ser Papai! Eu vou ser papai! Vou ser chamado de “Otousan” Haha!

–Naruto! Naruto! Naruto!

–Ele podia comemorar pelo menos depois que estivesse vestido. Evitaria esse momento... constrangedor. ---Irashi se pronunciou olhando para um canto qualquer, evitando visualizar o loirinho dançando e cantando nuzinho.

–NARUTO!!!!!! ---gritou Yamato pela ultima vez perdendo a paciência.

*******

–Parece que os rapazes estão bem animados do outro lado. ---Shina comentou.

–Héh... principalmente o Naruto. O que será que está acontecendo lá?

–Vai saber! ---shina disse voltando a relaxar.

*******

–Desculpa capitão, acho que me empolguei um pouco. ---falou sorrindo coçando a cabeça.

–“Um pouco” ele diz. ---Irashi repetiu irritado.

–Você nem sabe se vai ser mesmo pai, a Sakura pode ter sentido apenas um mal estar. O que Sasuke disse pode não se encaixar no seu caso e no dela. ---Yamato falou.

Naruto abaixou a cabeça e fechou os olhos caindo na água.

–O que deu nele? Agora ficou desanimado? ---Irashi perguntou.

O Uchiha só ouvia tudo.

Naruto abre seus olhos levantando a cabeça e dizendo confiante:

–O Sasuke está certo quando disse aquilo capitão. Tudo faz sentido. Eu e ela seremos pais, vamos ser uma família de verdade, uma família que eu tanto queria.

–Como pode ter tanta certeza disso?

–Porque eu sinto isso. E porque eu sei o meu destino. ---respondeu fechando os olhos novamente, mas dessa vez estava com um ar sério e pensativo. O motivo disso era a visão que teve em contato com um bebê em uma missão.

O medo de Naruto não era em ser pai ou coisa do tipo, mas sim de Orochimaru, pois se ele seria pai, a volta da “cobra” estaria se aproximando.

Depois do banho, todos voltaram para a residência Uzumaki.

–Banhado vocês já estão, mais tarde vamos emprestar algumas de nossas roupas. ---Shina falou.

–Pra quê? ---Sasuke indagou com os braços cruzados.

–Vocês não podem ir com essas fardas para a cerimônia, vai intimidar as pessoas. Essa celebração é um momento importante para o vilarejo, todos precisam se sentir a vontade. ---Irashi respondeu.

–Está certo então. ---concordou Yamato.

–Irashi, Shina! ---chamou a mãe.

–O que houve? ----a filha falou.

–Preciso que vão até a casa da tia de vocês buscarem o material para a cerimonia. Lembrem- se da responsabilidade.

–Tá. Vocês vão ficar legais aí? ---perguntou Irashi para os ninjas.

–Não se preocupem. Ficaremos bem. ---falou Yamato por ser mais velho e o líder do time.

–Voltamos logo. Qualquer coisa é só pedir para a mãe. ---adicionou Shina.

–Ok.

Os irmãos partem.

O que o grupo de Konoha achava chato, era ter que ir embora somente ao dia seguinte. Eles ficavam desassossegados em um lugar que não conheciam, e o pior: Fazendo o quê? Yamato e Sasuke não eram tão aventureiros como Naruto e Hana. O loiro sim queria sair e conhecer todo o vilarejo. Foi o que fez, mas não foi sozinho, ele puxou Sasuke e Yamato, não foi preciso insistir com Hana, ela mesma se convidou.

Durante o passeio, era notável ver as pessoas concentradas na preparação do festival, eles pareciam muito felizes. Era tudo muito barulhento e animado, típico de um Uzumaki não é? Terra estranha, com gente estranha... isso incomodava bastante o time, com exceção de Naruto, que ficava animado com toda aquela bagunça.

–Nós estamos andando faz tempo Naruto. Vamos voltar. Eu já não tenho mais a mesma vitalidade que vocês jovens.

–Ainda não capitão. Você não gosta de tudo isso? A alegria, a sensação de liberdade, de segurança... aqui é a nação que... a minha mãe viveu. Eu não imaginava tudo isso, e estou gostando. E, além disso, parece que as pessoas estão aceitando a nossa presença. Percebeu que elas agem como se nem estivéssemos aqui?

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–O capitão tem razão Naruto, vamos voltar. Tudo aqui tem um horário, tem regra. Aquelas pessoas podem pensar que estamos planejando algo. ---Sasuke falou.

–Vê se fica mais tranquilo Uchiha! O capitão tá ficando velho, é até normal que esteja cansado, mas você? Vem Naruto- san! Vamos até ali. ---concluiu Hana segurando a mão de Naruto e o puxando a força.

O loiro se assustou com a ação inesperada. O cachecol que estava pendurado na presilha de sua calça até voou com a velocidade, por sorte tinha bons reflexos e o pegou rapidamente.

Por conta da empolgação de Hana, os dois acabaram se afastando demais dos dois homens.

–Olha... que cordão lindo!

Naruto arregala os olhos.

–Caramba... ele é sim. Posso vê? ---perguntou para a dona. Era uma velha senhora gordinha de cabelos ruivos presos em coque, seus olhos eram castanhos escuros.

–Claro. ---disse pegando o objeto e dando para ele.

–É muito bonito.

Hana dá um sorriso de lado com um olhar charmoso.

–Sabe em quem esse cordão ficaria perfeito?

–Claro que sei...

–Então diga. ---falou se apoiando no ombro do rapaz com as mãos.

Ele olha para ela e diz:

–Na Sakura- chan.

Naruto leva seu olhar para o pingente.

Hana mudou sua fisionomia, ficou irritadíssima com a resposta. Ela se afastou dele e cruzou os braços fervendo de raiva.

–Essa esmeralda me faz lembrar os olhos verdes dela... Quanto custa? ---perguntou para a vendedora.

–500 Okane.

–NANI?!---se assustou.--- O q- que é isso?

–É o dinheiro daqui. Chama-se Okane.

–Eu não tenho isso. Você aceitaria uma troca equivalente?

–Huh? Depende... o que você tem para me oferecer?

–Que tal essa Katana? ---disse a tirando da Saya*.

*Saya: é a bainha de qualquer arma branca chinesa, utilizada pelos ninjas. É o protetor de espadas. Possibilitam os shinobis de se infiltrarem sob a água como sob a terra.

–Hmm... Yokubari gostou disso. ---falou tocando na lâmina.

–“Yokubari”... esse é o seu nome?

–Sim. Eu gostei! Está feito meu jovem. Esse colar por sua Katana. Quer que eu ponha na caixinha? Ou vai fazer a jovem mocinha ali usar?

Hana corou.

–Ah! Não... não é para ela. ---respondeu sorrindo.--- É para minha esposa.

O cordão ficou em uma caixinha preta com o símbolo do clã Uzumaki. Naruto não percebeu esse pequeno grande detalhe que poderia mudar muito as coisas quando voltasse para Konoha.

–São 50 Okane!

–Hã? O que vale 50 Okane?

–A caixinha do colar. Pensa que é de graça é? Olha façamos assim... eu troco isso pela Saya dessa Katana.

Naruto respirou cansado com o ego fragilizado. Ficou corcunda com aqueles velhos olhos de japonês que costumava fazer quando pequeno.

–Tá aqui... ---disse desempolgado.

#Essa mulher faz jus ao nome que tem...# –--pensou.

Yokubari significa pessoa gananciosa.

–Não vai querer esse tecido aqui meu rapaz? Sua esposa iria adorar... eu troco isso por esse seu colar que está usando. (cena 4)

–Huh?! Ah não, não... arigatou. Esse colar aqui não. Ele é muito importante pra mim. Eu agradeço a sua simpatia. Vamos Hana... ---disse sorrindo enquanto empurrava a Yamanaka pelo ombro. Com delicadeza é claro. ---Vamos logo antes que ela queira minhas roupas também. ---cochichou.

–Aí estão vocês. ---Falou Yamato.--- Aqui tem tanta gente que acabamos nos perdendo. Sorte que o povo é ruivo. Encontramos vocês pela sua cabeleira Naruto.

–Cadê sua Katana? ---perguntou Sasuke.

–Ah!! Eu a troquei por uma coisa bem legal. Olha só! ---disse sorridente mostrando o colar após tirá-lo da caixinha.

–T- trocou... trocou sua Katana por isso? Por esse cordão??? Você é mesmo um idiota.

–CALA ESSA BOCA, BABACA! ---gritou aborrecido.--- Eu comprei para dar a Sakura-chan. Deveria dar algo a Karin também.

–Ela não precisa de nada. ---retrucou rápido virando o rosto.

–Não é porque você não a ama, que não pode presenteá-la. Karin é a mãe da sua filha.

–Cuida da sua vida. E vê se deixa de ser tão burro. ---Sasuke fechou a cara cruzando os braços.

–Estúpido. Olha quem fala, é você que está me criticando por ter trocado a minha Katana por esse cordão. ---disse o colocando na caixinha.

–Certo, certo. Vamos voltar. ---Yamato falou coçando o lado da testa.

Naruto, Hana e Yamato prosseguiram. Sasuke se afastou deles discretamente e foi justamente até onde Naruto fez a troca.

–Olá. posso ajudá-lo? ---perguntou a vendedora Yokubari.

–Eu estou somente vendo, mas... eu senti interesse por esse perfume e essa boneca de pano.

–AHÁ!!!!!!! EU SABIA!!! ---Naruto gritou surpreendendo o amigo, que ficou vermelho e todo sem graça.

–BASTARDO DE MERDA, DEU PRA ME SEGUIR AGORA? ! ---esbravejou.

–Há há há há. ---ria sem parar.

–Não tinha ido com eles, droga? ---perguntou suando enquanto escolhia a boneca e o perfume.

–Deixa de ser baka. Aquilo era um clone.

–Maldito. ---bodejou com a boca de lado.

–Olha... vai comprar essa boneca pra Mikoto? ---indagou se apoiando na cabeça de Sasuke e vendo o objeto.

–Sai de cima de mim! É, eu vou. Ela vai completar três anos amanhã.

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OBSERVAÇÃO À PARTE DA ESTÓRIA!

Leve em consideração que o "tempo" não está esclarecido na fic.

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–E a Karin... também? ---perguntou sacaneando ao ver o perfume.

–Quê?! C- claro que não. ---respondeu vermelho.

–“Aroma de flores do campo”... é... com certeza não é para você. Ou é? Que gosto peculiar.

–Eu só... Ah! NÃO SE METE!!!!! ---gritou praticamente cuspindo na cara do loiro.

–Calma. O que foi hein? Ela é a sua esposa é a coisa mais natural do mundo o marido presentear a própria mulher. ---respondeu limpando o rosto.

–É pode ser. ---disse levando novamente sua atenção para as coisas na barraca.

–Sasuke. Você não tem mais que se importar com vingança ou qualquer outra coisa. Por que não foca na sua família? Faz da Karin uma mulher feliz. Tenta pelo menos...

–Eu não a amo. ---disse friamente.--- Não sinto nada por ela, e você sabe muito bem disso.

–Mas ela sim. Sempre se preocupa com você. Podia retribuir isso.

–Meu pai não amava minha mãe, mas a tratava bem. Isso já é o bastante. ---respondeu sério, sem sentimentalismo.

–Sasuke. Esquece seu passado, droga. Se ficar guardando coisas ruins no seu coração, ele vai começar a te escurecer de novo.

–Isso é porque a minha história é ruim. O meu passado é escuro.

–Falando assim... você também inclui o Itachi. É isso mesmo que pensa dele?

Naruto falava inocentemente enquanto via os produtos na barraca, vai que se interessaria por algum. Enquanto ele tagarelava, Sasuke fingia não ligar. Mas sabemos como o jovem Uchiha era, seu irmão mesmo havia dito que ele era como uma tela branca.

O moreno parou de olhar os objetos por um breve instante. Lembrou-se dos momentos que passou junto com o irmão.

–A sua vida também deve ter tido momentos bons apesar de tudo. Diferente de mim, você teve uma infância relativamente boa. ---falava sem olhá-lo.

–Talvez. ---disse ao amigo--- Eu vou levar essa boneca e esse perfume aqui. ---proferiu a vendedora apontando o que iria levar.

–“Aroma de rosas” é? Acho que ela vai gostar. ---disse com um sorriso bem largo, apoiado- se novamente na cabeça do moreno.

Sasuke fitou Naruto tremendo as sobrancelhas. Queria trucidá-lo.

–SAI DE CIMA DE MIM, DROGA!!!! Parece macaco, só quer viver pendurado, merda.

–Eu vou querer sua Katana pelo perfume. E pela boneca eu quero a sua Saya e a sua máscara. ---a mulher se dirigiu a ele sem rodeios.

–Hã?! ---disse com um olho pequeno e o outro grande.

–O nome dela é Yokubari. ---Naruto falou com a voz desanimada olhando para a Senhora.

–Isso explica. ---disse ainda em choque com o “preço” a pagar.

Depois de comprar tudo, Sasuke e Naruto voltam para “casa” por uma ruazinha qualquer, pouco movimentada. Eles iam jogando conversa fora. (cena 5)

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Parece que o time soube bem como passar o tempo. Mas como será essa cerimônia que ainda não foi realizada nesse capítulo? Será que Sasuke trocou mesmo sua Katana, Saya e máscara pelos objetos que queria? Haha. Brincadeirinha.

Capítulo 43: Abertura