Rock Stars

Capítulo 21- Castelo de Areia


Ainda há pessoas que acreditem em contos de fadas, príncipes encantados e cavalos alados, mas tudo isso não passa de um uma peça de nossa própria mente. Somos os nossos próprios inimigos e todos aprendem isso da pior maneira.

A vida não passa de um grande e gigantesco castelo de areia. Demora-se muito tempo para que seja construído, mas quando ele está pronto uma sensação de dever cumprido se apodera de você. Porém pouco a pouco esse mesmo castelo desfalece seja pelo vento, as águas tortuosas do mar ou até mesmo a intervenção humana.

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Haviam se passado duas semanas desde a festa de Tenten. Algumas pessoas ainda insistiam em comentar o ocorrido, porém para a preocupação da rosada os resquícios da festa eram voltados para ela. Ela era herdeira de um império soterrado e o pior especulava-se que ela tinha um caso com três integrantes da Smoky Factory.

Talvez tenha sido neste ponto que o castelo de areia de Sakura tenha começado a se deteriorar, porém ela tinha quase certeza que tinha sido no momento em que voltara para Tóquio. Na verdade tratava-se de uma cidade amaldiçoada na opinião dela.

Depois da festa ela tinha se escondido na mansão de Tenten. Porém aquilo não tinha sido suficiente. Os jornalistas insistiam em persegui-la tentando arrancar qualquer informação dela. Então depois de muito lutar Hinata ofereceu seu apartamento. Não era realmente muito grande e tinha sido alugado há certo tempo quando ela se escondia das obrigações da família. Sakura relutou a aceitar, porém cedeu depois de dois dias.

O motivo por ter se escondido e ter sido escondida era justamente para evitar tal exposição. Ela saia sempre de capuz e boné, ia para a faculdade e voltava o mais silenciosamente possível. A rosada rezava para que conseguisse concluir o curso que não era nem um pouco fácil.

Também havia duas semanas que não tinha contato com Naruto, Sasuke ou Gaara. Eles estavam promovendo o novo álbum, que apresentou alto índice de venda, e cada um se ocupava com promoções individuais. A rosada passava a pensar que era melhor assim: esquecer o passado. A sensação de ficar próxima a eles sem que houvesse um imenso desconforto no recinto. Sakura tinha brigado novamente com Sasuke e este aparentava estar furioso com ela e Gaara, mas ele não demonstrou a raiva e apenas ficou calado.

E tinha ficado por aquilo mesmo. Temari, Hinata e Tenten na mansão. Os rapazes promovendo o novo álbum. Sai e Kabuto em Okinawa e ela novamente sozinha. Ainda não sabia distinguir se gostava da solidão.

Tinha conversado poucas vezes com a mãe e esperava que ela não estranhasse o comportamento.

Sakura estava na mesa da cozinha estudando para um de suas provas quando ouviu a porta sendo destrancada. Não demorou para que Hinata aparecesse com Temari e Tenten a tiracolo.

– Chega de estudar! – Tenten falou puxando a apostila que ela analisava. Sakura franziu o cenho não entendendo a atitude da amiga, mas logo viu que as garotas traziam artigos natalinos.

– A gente acha que este lugar está muito caído então viemos alegrá-lo. – Hinata explicou com um sorriso tímido enquanto balançava uma guirlanda.

– Sério? Isso é realmente necessário? – Sakura perguntou encarando as três figuras a sua frente. Não gostava muito do natal, na verdade não nutria nenhuma paixão pela festividade e a necessidade de decorar as casas, fazer uma ceia e ganhar presentes. Além do mais, precisava estudar e tirar o atraso do que não tinha feito.

– Eu disse que não era. – Temari falou abrindo a geladeira e pegando uma cerveja.

– É claro que tem necessidade. – Tenten explicou colocando a caixa que carregava no chão. Hinata acompanhou o gesto. – Não vai demorar e logo você volta a estudar para seu grande teste.

– É verdade! – Hinata acompanhou a morena. – É apenas para descontrair.

– Que seja. – Sakura cedeu levantando-se. Na verdade seria divertido fazer a decoração, estava sentada há tanto tempo que não conseguia sentir parte das pernas.

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As quatro passaram o resto da tarde montando a bendita árvore de natal. Retirando as queixas constantes de Temari e o falatório incansável de Tenten montar a árvore tinha sido divertido. Porém a felicidade era algo passageira porque a este ponto o castelo já estava desabando.

RS

Às cinco da manhã Sakura já estava acordada. Dormir não parecia ser uma opção e na maior parte da noite ela tinha estudado e não mais para tirar o atraso, mas simplesmente para ocupar a mente. A rosada sempre sofreu de ansiedade e quando pensava em um problema acabava não dormindo então estudar tinha tomado seu tempo.

Ela levantou-se da mesa da cozinha e retirou os óculos. O sol ainda não tinha se levantado e tudo o que ela conseguia ver através da janela do apartamento era a neve caindo lentamente e cobrindo tudo a seu redor.

Sakura se contentou com algumas torradas e uma xícara de café forte e decidiu ir para a biblioteca. O local era quente e melhor do que a mesa da cozinha. Ela fez a higiene matinal, pegou a bolsa com matérias e saiu em meio ao frio de fim de ano.

O apartamento felizmente era próximo a universidade, não precisando de um carro ou qualquer coisa do tipo.

Algumas pessoas já tinham chegado e começavam a ocupar os bancos do campus, uma vez que a grama estava coberta por uma camada grossa de neve e ninguém se atrevia a encarar o frio.

A rosada já estava próxima à biblioteca quando sentiu um toque frio em seu ombro.

– Estão te chamando na reitoria. – O rapaz disse com um meio sorriso e saiu. A rosada odiava ter que ir a reitoria, mas era obrigada então mudou sua rota.

Bateu três vezes na porta e esperou a permissão. O local estava mais frio do que o normal e cada vez mais escuro, o que passava a preocupa-la.

O reitor estava sentado em sua cadeira, mas com o olhar voltado para a janela o que não permitia Sakura ver o seu rosto.

– Senhorita Haruno. – O homem disse e naquele instante a rosada congelou. Conhecia aquela voz tão bem que sentia calafrios. Definitivamente aquele não era o reitor e imediatamente o coração de Sakura acelerou. – É um prazer revê-la. – Madara disse a encarando. Os olhos ainda mantinham aquele tom negro e mórbido.

– Madara... O que faz aqui? – A rosada perguntou com punhos cerrados e engolindo em seco. Uma gota de suor desceu por sua testa.

– O que você acha? Vim resolver os problemas que causou. – Ele dizia calmamente e se aproximando. A sua presença imponente causava calafrios.

– Do que está falando?

– Ora como se não soubesse! – Ele falou em tom brincalhão, mas aquele olhar assassino se perpetuava em seu rosto junto com o sorriso sádico. – As pessoas não gostam quando as outras as acusam de assassinato.

– Se...- A rosada começou a falar, mas ele a interrompeu.

– Vamos combinar o seguinte Sakura. – Ele deu ênfase ao nome dela. – Tudo isso se trata de um jogo: eu dito as regras e você obedece. E a primeira regra é que fique calada enquanto eu explico bem a situação. – Uma sensação de pânico cresceu nela.

Madara sorria abertamente enquanto brincava com uma caneta em mãos.

– Muito bem. – Ele disse percebendo que a rosada tinha concordado. – Sabe Sakura você me lembra muito o seu pai. Sonhadora, forte e determinada.

– Você não sabe nada do meu pai. – Ela disse e em seguida, em um ato calculado, Madara desferiu um tapa no rosto dela.

– Próxima regra: se me interromper será punida. – Ele explicou enquanto ajeitava a gravata. – Voltando ao que eu dizia... Ah sim, o seu pai! Ele era um grande homem e poderia continuar vivo se tivesse guardado esta mesma determinação. – A rosada estava encostada na porta, mas esta estava trancada.

Nunca imaginou que Madara entraria em contato direto com ela. No mínimo ele passaria as informações para Itachi que a informaria de tudo, porém ele tinha a procurado. Ela lembrava-se muito bem da infância quando ele batia na filha ou na esposa que não falavam nada das agressões constantes. E principalmente quando as duas morreram em um acidente de carro logo depois que a esposa dele anunciou que queria o divórcio. Tais coisas ela nunca esqueceu.

– O que eu quero dizer Sakura é que acusar as outras pessoas sem razão não é certo. Ainda não sei o que lhe disseram, mas dizer que a minha família esteja envolvida em assassinatos é completamente incabível. – Ele falava como se realmente fosse, mas todos conheciam a fama da família Uchiha.

O tempo parecia ser infinito a cada segundo que ela olhava para ele.

– E eu poderia ficar muito zangado com você por calunia. Mas se você aprender as regras do meu jogo você pode ter um destino diferente do seu pai. – Ele disse se aproximando ainda mais dela. – Retire essa acusação contra a família Uchiha, deixe tudo em segredo e esquece que teve essa conversa comigo. Em troca nada acontecerá a você, a sua mãe ou as suas amigas.

– O que quer dizer com isso?

– Ah eu sabia que não iria se conter, mas deixarei passar desta vez.

– Pense bem Sakura por alguém teria motivos para assassinar o seu pai? – Ele perguntou analisando os olhos esverdeados dela. – Porque ele tinha essa determinação. Então faça o que eu disse e nada vai acontecer. Porém conte sobre essa conversa para alguém ou continue essas investigações e muitas coisas podem acontecer. – Madara pegou uma chave no terno e abriu a porta empurrando Sakura gentilmente para o lado. – Não só a você, mas a todos que conhece. Tenha um bom dia Sakura. – Ele disse entregando um envelope para ela e saindo logo em seguida.

Com as mãos trêmulas ela abriu o envelope que mostrava várias fotos de Temari, Tenten, Hinata, Sai Naruto, Gaara e sua mãe com alvos avermelhados. Tratava-se de uma ameaça. Agora ela tinha certeza de que tinha sido Madara e se ela contasse alguma coisa ela seria o próximo alvo.

O seu pequeno castelo seria engolido pelas ondas se ela não agisse e rápido.