Não sei descrever o que senti naquele momento. Ver Hermione chorando, todos preocupados, as crianças assustadas. A mata era bastante grande para uma garotinha de apenas cinco anos. Minha filha estava perdida dentro de uma floresta.

Imediatamente eu me levantei e passei as mãos no cabelo, tenso. Harry bateu em meu ombro, mas eu não olhei para ele. Apenas olhava para a mata, pensando em um jeito de encontrar minha filha o mais rápido possível.

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- Rony! Rony! – Erick chamou a minha atenção.

- Eu vou atrás dela. – Eu disse me preparando para andar, quando o guarda segurou o meu braço. – Me solta! – Eu disse nervoso.

- Senhor, não podemos entrar assim despreparados. A mata é grande, podemos perder os dois!

- Olha eu estou pouco me importando com os seus métodos! – Eu soltei o meu braço das mãos dele com raiva. – Eu só quero achar a minha filha!

- Nós vamos achá-la. – O outro guarda disse. – Mas precisamos ter cuidado... Se não só pioramos as coisas.

Olhei para Hermione naquele estado completamente nervoso, e temi pelo nosso bebê. Ela já não estava em condições de ficar nervosa, eu não poderia piorar a situação.

- Certo... – Eu suspirei. – Como vamos fazer?

Xx

Depois de resolvermos por onde começaríamos a procurar, Gina já tinha conseguido fazer Hermione parar de chorar. Ela ainda estava nervosa, mas menos que antes. Fiquei mais aliviado por isso. Me aproximei dela mas não sabia exatamente o que falar.

- Eu... Já estou indo... Procurar ela.

Ainda sentada e olhando para o chão, ela balançou a cabeça afirmando. Não me olhou nenhuma vez.

- Não vamos demorar...

- Já está escurecendo.

- Estamos levando lanternas, caso precise. Mas espero que a gente volte antes de escurecer.

Esperei um tempo, mas ela continuou sem olhar para mim. Não a culpei. Talvez ela pensasse que se eu tivesse ficado ali ela não teria sumido... Ou simplesmente estivesse preocupada demais para olhar para mim. Porque ela sabia que se eu a visse daquele jeito, olhando nos olhos dela, metade das minhas forças iam embora.

Peguei a mochila e a coloquei nos ombros, quando eu estava me virando ela segurou minha mão, e finalmente me olhou. Se esforçou um pouco para levantar, e eu a ajudei.

- Traga ela de volta Ron.

- Eu prometo. – Beijei a mão dela, e sem olhar nos olhos dela me virei rapidamente. Era uma promessa que eu não me permitia descumprir.

Erick foi comigo, e Harry ficou com as mulheres e as crianças. Como ele já tinha acampado lá algumas vezes sabia mais ou menos onde havia lugares mais escondidos e onde ela poderia estar.

- Ela pode estar em um lugar bem escondido, pode ter ficado com medo. – Erick disse.

- Mas tem a opção, que é mais fácil... Ela pode estar caminhando e procurando ainda. – O guarda disse.

- Prefiro a segunda opção. – Eu respondi sério.

- Mas é meio improvável. Crianças escutam histórias de florestas assombradas. Ela pode ter ficado com medo e se escondido. – Erick repetiu. Tive que concordar com ele. – Vamos por aqui, tem uma trilha que da para uma árvore com o tronco aberto.

Andamos durante uma hora mais ou menos, olhando por todos os lados, e nada de encontrarmos Rose. Meu nervosismo e minha preocupação só aumentavam mais. Não queria voltar enquanto não a encontrasse. O que dizer para Hermione? Que eu não fui capaz de encontrar nossa filha?

- Eu não queria, realmente, pensar nessa hipótese... Mas... Alguém pode ter levado ela. – O guarda olhou para mim. Senti meu coração gelar.

- Não mesmo. – Eu balancei a cabeça. – Rose é esperta, teria gritado. E as mulheres não estavam tão distraídas. Poderiam muito bem ter visto. E as crianças deixaram claro que ela veio nessa direção para se esconder.

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- É, mas pode ser que por aqui alguém a encontrou, e a levou.

Suspirei contando até dez. Não era a primeira vez que aquele policial dava opiniões que não ajudavam em nada, apenas pioravam a situação.

- Eu acho que Rony está certo. – Erick disse. – Vamos continuar procurando, ela não deve estar tão longe.

- Como quiserem.

Os dois guardas andaram na frente, e Erick bateu em meu ombro.

- Não se preocupe, a gente vai achá-la logo.

- Eu não sei o que farei se não acharmos.

- Não pense assim cara... Nós vamos achá-la!

- Ela é tão pequena Erick... Tão indefesa!

- Fica tranquilo! Aqui não vem ninguém desse tipo que ele falou. São pessoas boas, que não iam fazer nenhum mal a ela.

- Espero que sim...

Suspirei e voltamos a andar, acompanhando os policiais. Rezei em silencio para que conseguíssemos encontrá-la logo. Já tinha escurecido, e estávamos com as lanternas ligadas. Imaginei como ela deveria estar com medo, e com fome. Já haviam se passado 2 horas afinal.

- Shhh. – Os guardas pararam.

- O que foi? – Perguntei.

- Espera. – Ficamos todos em silencio. – Estão ouvindo?

- O que é? – O outro guarda perguntou.

- Parece... – Erick parou e olhou para mim.

- Choro de criança. – Falei rapidamente. – Pra que lado?

Ficamos mais uma vez em silencio e então percebi que os choros quase silenciosos vinham da nossa direita. Corri o mais rápido que pude, chamando pelo nome dela. Erick fez sinal para que eu andasse de vagar e parasse de gritar, porque poderia assustá-la. Fiz o que ele pediu, e andamos devagar. Os choros haviam parado.

- Será que ouvimos demais? – O guarda perguntou.

- Claro que não! – Respondi nervoso. – Era ela tenho certeza!

- Pode ter sido um passarinho, ou um esquilo.

- Eu sei diferenciar o choro da minha filha com barulho de bichos! – Fiquei furioso.

- Tudo bem... Calma... – Erick disse. – Vamos fazer silencio. Poder ter assustado ela.

Fizemos novamente silencio. Mas não ouvimos nada. Comecei a ficar decepcionado achando que o guarda poderia ter razão. Talvez fosse outra coisa. Abri a boca para dizer para voltarmos, quando ouvi uma voz aguda e conhecida gritando por mim.

- OUVIRAM? – Praticamente gritei olhando para eles.

- Calma Rony! Escuta! – Erick disse.

- Papai! – Mais alto todos nós escutamos a voz. Senti meu coração disparar, e então sem esperar que dissessem algo, comecei a andar na direção do grito.

- Está ficando mais alto. – Erick disse atrás de mim.

Seguimos por uma trilha, e rapidamente vimos ela, sentada em frente uma árvore, chorando e segurando o pé. Respirei aliviado e agradeci. Guardei minhas emoções para mim e corri em direção a minha filha.

- Papai! – Ela voltou a chorar. Quando me aproximei dela, ela esticou os braços para me abraçar. Peguei-a no colo e a abracei apertado, como nunca tinha abraçado antes.

- Você está bem? Se machucou? – Olhei para ela e para o corpo dela.

- Meu pezinho papai... – Ela disse chorosa. – Machuquei ele.

Ainda com ela em meu colo, eu olhei para o pé dela, e então quando o toquei ela voltou a chorar. Provavelmente tinha torcido enquanto andava. A floresta tinha muitos buracos.

- Tudo bem... O papai vai fazer sarar está bem? Machucou mais alguma coisa?

- Não... – Ela murmurou voltando a me abraçar.

- Vamos voltar pra lá. A mamãe ficou preocupada com você.

- Está tudo bem? – O guarda perguntou quando eles nos alcançaram.

- Ela torceu o pé, mas está bem.

- Como veio parar aqui Rose? – Erick perguntou.

- Eu fui esconder do Thiago e fiquei perdida aqui. Gritei muito o papai, mas ele não veio.

Senti meu coração despedaçar ouvindo aquilo. Me senti um idiota por ter demorado tanto tempo para achá-la. Ela devia estar com fome, com sede e com medo.

- Vamos voltar para as barracas. – Falei para os outros e eles concordaram.

- Será que ela não está com fome? – Erick perguntou olhando para uma árvore.

- O que é isso?

- Uma fruta que eu comia quando vinha aqui. É uma delícia. Pode ajudar... – Ele pegou a fruta com as duas mãos e apontou para mim.

- Certo... Segure ela. – Passei Rose para ele, e então peguei a fruta. Bati com ela em uma pedra, mas ela não quebrou. Bati novamente, e da terceira vez a fruta se abriu, espirrando em mim um liquido vermelho como sangue. – Droga!

- Acho que você bateu com muita força. – O guarda disse.

- Vamos logo papai... Quero ver a mamãe. – Rose disse chorosa.

- Consegue chegar lá sem comer nada? – Perguntei para ela.

- Eu não estou com fome. Só com sono... E quero a mamãe...

- Tudo bem... Vamos então. – Peguei ela, e nós caminhamos de volta.

Como a mata era um pouco grande, demoramos quase uma hora para voltarmos. Rose tinha adormecido no meu colo, e eu achei melhor. Ela estava com dores por causa do pé. Minha camisa ainda estava suja por causa da fruta, e estava uma cor muito forte depois que secou na minha roupa.

Assim que saímos da floresta, haviam várias pessoas ao redor da nossa barraca. Provavelmente souberam da notícia. Não quis acordar Rose, ela estava muito cansada. Continuamos andando em direção a barraca, quando Gina apontou para a gente dizendo “Eles voltaram”. Hermione se virou em nossa direção, e olhou para mim com a cara assustada.

Percebi que ela estava pálida, e antes que eu pudesse sorrir e dizer que nossa filha estava bem, ela desmaiou.