Juvia não anda muito feliz ultimamente. Os dias têm sido muito frios, tanto climaticamente, quanto... Amorosamente. Gray-sama... Tem estado tão... Longe. Tão ausente.

Juvia agora só pega missões às vezes, para pelo menos ter com o que comer. Tudo tem estado tão triste, congelado. Nem todo dia chove, mas geralmente neva; cerca de três vezes por semana... E a Juvia? A Juvia apenas observa isso pela janela da guilda; a tarde inteira...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

De meses em meses, Gray-sama aparece com seus amigos: Erza, Natsu, Happy e Lucy; mas fica pouco. Sempre que eles voltam, é para pegar outra missão. Não costumam nem ficar um dia sequer! E ainda mais, tem algo estranho que sempre acontece! Erza-san... Ela sempre cochicha algo para Gray-sama, particularmente. E ele sempre fica nervoso, calado, ou, Juvia até diria... Envergonhado! Juvia sempre fica pensando que... Será que eles têm um caso?! P-porque, além do mais...! Toda vez que Gray-sama volta para a guilda, ele praticamente tenta evitar Juvia ao máximo! E Juvia sempre se agarra nos pés dele, para que ele não parta novamente...

Juvia suspira.

— Gray-sama... A Juvia sente tanto a sua falta... — Suspirou a maga azulada debaixo do chuveiro.

Ela fecha o chuveiro, coloca uma toalha e se encaminha até o seu quarto com um ar triste. Abre a gaveta do guarda roupa e, com os olhos já lacrimejantes, pega sua camisola azul-claro e fecha a gaveta novamente.

Juvia senta na cama já não conseguindo conter suas lágrimas, que acabam pingando sobre sua camisola e a azulada desaba com o pano enterrado no rosto.

— J-juvia... Juvia está tão triste!

A maga chorava e chorava, até que ouviu um sussurro dizendo “não chore” seguido de um barulho estranho vindo da janela do quarto. Ela olhou assustada para o local no mesmo segundo. Nada havia ali.

— Q-quem? — Perguntou.

A atmosfera estava silenciosa. A maga caminhou até a janela e a abriu. Seu vaso de flores havia caído no chão. Ela olhou para os lados e nada viu; apenas a grama do seu jardim parecia estar ali. Era de noite, portanto, tudo estava escuro. Juvia observou mais um pouco o seu redor.

— Alguém? — Chamou.

Novamente o silêncio se fazia presente.

Uma ventania gelada atingiu Juvia, que abraçou a si mesma fechando os olhos para se proteger. Seus cabelos azuis deram um leve e curto voo. Não foi ouvido, mas um curto suspiro foi retirado de alguém que estava ali, boquiaberto e escondido no meio da grama e escuridão do jardim naquela noite. Alguém de cabelos escuros.

— Brrr! — A azulada tremeu de frio sutilmente e fechou logo aquela janela. — H-hoje o clima está extremamente congelante! — Comentou e vestiu logo sua camisola, que era, por sorte, de mangas longas. — Mas do que qualquer dia...

A noite seguiu fria, porém Juvia sempre dormia enrolada em seus cobertores azuis... E naquela noite não foi diferente. Como três cobertores não foram o suficiente, a maga usou quatro. E mesmo que quatro não a esquentassem o bastante... Ela não ligou muito. De algum modo, ela gostava de sentir um pouco de frio a noite. Não muito, só um pouco. Pelo menos... Um pouco. O frio para ela não era mau. Na verdade, a esquentava. Não literalmente, porque, aliás, o frio é frio... Não é nada quente. Mas o frio lhe fazia lembrar de uma pessoa. Uma pessoa de mãos frias a qual, apesar de tudo, ela amava.

Amar o frio é algo difícil. Poucas pessoas amam o frio. Porém, Juvia era diferente. Ela adorava sentir a brisa fria e calma da madrugada.

A noite se passou e Juvia acordou de manhã como que num susto, ofegante.

Ela corou ali mesmo, na cama, olhando para baixo. Havia sonhado com Gray. No sonho, ele acariciava o rosto dela suavemente com seu polegar. Um sonho curto, realmente curto. Entretanto que a levou à loucura. Imagine só se Gray-sama aparecesse na sua frente do nada e, quando chegasse mais perto, acariciasse sua bochecha? Era demais para ela, seu coração quase não se aguentou depois dessa visão.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Ela suspirou e se acalmou, jogando-se de volta na cama com os braços estendidos. Era impossível que aquilo acontecesse, aliás, Gray-sama nem na cidade estava... Em uma missão com Erza, Lucy, Happy e Natsu. Era lá que ele estava. Sim, era lá. Lá não-sabe-ela-onde. Apenas... Longe dela. Causando um sentimento de dor no coração dela, mesmo sem ter o consentimento disso.

E de que valia amar alguém que se não sabe se te ama? Nada. Mas quem ligava para isso? Ela não...

Juvia derramou algumas lágrimas sorrindo e, com certa lentidão, se vestiu e se encaminhou até a guilda.

Chegando lá, foi até a bancada de Mira e pediu um chá, que foi servido sem demora alguma.

— E então, como vão as coisas? — Perguntou a albina.

— O mesmo de sempre... — Respondeu com o copo nas mãos.

“O mesmo de sempre”. O mesmo dia vazio de sempre, ela talvez quisesse dizer.

— Hum... Entendo. — Disse Mira. — Mas, sabe, você deveria...

— Ora, ora! Essa cara triste de novo, Juvia-chan?! — Perguntou a já bêbada Cana Alberona aparecendo ali.

Juvia deu um sorriso fraco, sem ao menos mostrar os dentes.

— Ah... Que isso... — Disse ela singela.

— Que isso nada! Você deveria sorrir! Você é tão bonitinha e... — Cana interrompeu a própria fala para olhar para Mirajane. — É hoje, né? — Perguntou a morena com um sorriso brotado no rosto.

Mira deu um pequeno riso.

— É. — Respondeu simpaticamente.

Cana riu maliciosamente e voltou seu olhar para Juvia.

— Ei, você sabia... Que alguém vai voltar de uma missão hoje? — Perguntou.

— A-alguém? — Balbuciou a azulada.

— É... Digamos assim... — Ela tomou um gole de vinho e olhou para Mira. — Alguém de cabelos negros, olhos castanhos...

Mirajane riu.

— Marca da guilda no peitoral direito, tem a mania de tirar as roupas... — A Strauss riu por entrar na “brincadeira” de Cana.

— A-ah...! N-não pode ser! — Falou a azulada corada, derrubando o copo de chá sem querer.

Cana e Mirajane riram.

— Gray-sa... — Começaram as duas, até que as portas foram abertas por um chute de Natsu.

— Tadaima! — Gritou o Dragon Slayer.

— Não faça tanto barulho, Natsu! — Advertiu Lucy indignada.

— Okaeri! — Gritou o pessoal da guilda, a maioria levantando seus copos.

— ...ma. — Terminou a azulada, a frase anterior de Cana e Mira.

Lá estava ele. Logo atrás de Natsu e Lucy que brigavam verbalmente e ao lado de... Erza, que entrava solenemente, com um braço na cintura e outro nos ombros, trazendo seu carrinho cheio de bagagens.

Ela engoliu em seco aquela visão. Gray... O tão sonhado Gray coçava a cabeça olhando seu chão à esquerda enquanto resmungava algo como “Bando de barulhentos...”, “Por que tanto alvoroço?” ou coisas do tipo.

— Vai. Lá. — Sugeriu Mirajane pausadamente, sorrindo.

— É. Nós ficaremos bem aqui. — Incentivou Cana tomando outro gole de vinho e também sorrindo logo depois.

O coração de Juvia acelerou e ela não sabia o que fazer. Se ela fosse até ele... Gray-sama tentaria a evitar novamente?

A azulada levantou do banco lentamente, como se seu corpo ordenasse que ela fosse até ele. A pulsação se elevou mais ainda e ela caminhou devagar.

— Está na hora, Gray. — Disse Erza para o Mago do Gelo.

— J-já? ! — Perguntou o Fullbuster corando assustado.

— Mas é claro que sim. — Disse a ruiva empurrando-o para frente.

Juvia parou e nem estava sequer perto dele. Aqueles dois... Nos cochichos novamente?

Ela engoliu em seco outra vez. Talvez não devesse... Talvez ele nem queira mais vê-la!

A garota fechou os olhos violentamente com esse pensamento e saiu correndo para fora da guilda.

— H-hã? — Disse Gray sozinho olhando para os lados.

Juvia correu, correu o mais rápido que pôde. Mas é claro que aqueles dois teriam alguma coisa! Ela não era só mais uma rival no amor, ela era...! Ela era...!

Juvia correu mais rápido, dessa vez com o rosto coberto de lágrimas e com as duas mãos limpando-as.

— Gray-sama... Gray-sama! Gray-samaa! — Gritou ela, desesperada, enquanto corria para longe da guilda.

Após chegar a frente da porta de sua casa, ela desabou. Caiu de joelhos e chorou.

— Gray-sama nunca... — Ela fungou. — Nunca... Nunca amou a Juvia. — Ela fungou outra vez. — E... — A azulada engatinhou até a maçaneta da porta, chorando.

Chovia. Chovia muito. Chovia tanto quanto nunca havia chovido antes.

Ela abriu a porta, entrou e se jogou ali dentro mesmo, no meio da sala, sobre o carpete azul-escuro. E chorou. Chorou muito. Chorou apoiada nos seus próprios braços, de joelhos dobrados.

— Gray-sama... Gray-samaaa! — Gritou com a cabeça erguida e os braços abertos.

— Sim? — Perguntou uma voz que ela reconheceria em qualquer lugar, a qualquer momento.

Ela virou para trás calada e avistou um corpo molhado, um queixo pingando, uma camiseta desabotoada e aberta... Uma marca da Fairy Tail de cor azul no peitoral e aqueles velhos cabelos desgrenhados. Tudo, tudo isso na qual ela sempre sonhava bem na porta de sua casa.

— G-gray-sa...

— Por que... Por que me chama? — Perguntou ele ajoelhando em frente a ela.

Juvia não conseguiu nem reagir. Gray pôs sua mão sobre o rosto da azulada, o acariciando. Ela deu um suspiro assustado.

— Hein? Me diz. — Ele limpou uma das lágrimas da garota com sua própria mão.

— G-gray-s...

— Eu estou aqui. — Ele sorriu e encostou sua testa a dela. — E-eu... Estou aqui. — Repetiu derramando uma lágrima.

Ela sorriu e olhou para o mago com os olhos molhados.

— S-sabe, eu... — Começou o Fullbuster engolindo em seco, sem conseguir terminar a frase. — E-eu... — Ele respirou um pouco. — A Erza sempre me pressionou para dizer isso, já que eu não consigo, mas é que... É que... — Ele virou o rosto corado. — H-hã...

— Eu te amo, Gray-sama... — Disse a azulada.

— Ah! — Falou surpreso, corando feito um tomate. — É-é isso mesmo que eu queria dizer... M-mas com “J-juvia” no final...

Os dois riram com Gray coçando a cabeça outra vez.

Ela o abraçou.

— N-nunca mais me deixe sozinha, Gray-sa...

Ele riu, a interrompendo.

— Não deixarei, Juvia-sama...

Ela corou e fechou os olhos, aproveitando aquele frio abraço que tanto a esquentava.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.