Depois da Escuridão

Capítulo 17 - Abrem-se as Cortinas Para a Kyuubi


N/A: Estou repostando a história para corrigir a gramática e fazer leves alterações para tornar a história mais agradável de ler. Espero que gostem.

Capítulo 17 – Abrem-se as cortinas para a Kyuubi

Yamanaka Ino

Tudo o que estava acontecendo era demais para processar. Rápido demais. Grandioso demais. Eu não planejara as coisas para saírem daquela maneira, mas aparentemente eu não conseguia planejar nada quando dependia de Naruto para dar certo.

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Eu o seguia de telhado em telhado, cruzando a vila na maior velocidade que podíamos. Meu coração estava quase saindo pela boca e não apenas por causa do cansaço. O pior era saber que a parte difícil para mim não era correr de braços abertos na direção de uma tentativa louca de aprisionar a Kyuubi. Não. A parte difícil era ver Naruto se movimentar em direção à fronteira sem a certeza de que ele voltaria vivo. Saber que ele próprio estava consciente das chances de sua morte durante esse procedimento deixava a situação ainda pior. Ele estava contendo sua velocidade um pouco e eu senti que ele estava pensando naqueles como seus últimos momentos.

Claro, eu sabia que não era apenas ele quem corria perigo. Eu e Kakashi também podíamos morrer se as coisas dessem errado. Mas eu sabia que ele também não se importava com essa parte. Naruto era quem não tinha chance alguma de terminar bem o dia. Mesmo que o plano desse certo, isso significaria que ele voltaria a ter a Kyuubi em seu corpo.

A máscara deixava meu rosto quente. Mas não era somente ela. O meu coração estava acelerado demais, minha respiração estava forçada, meus olhos ardiam. Eu sentia que estava quase sufocando. Meus olhos já não conseguiam conter as lágrimas. Eu estava a ponto de desmoronar. Ver Naruto correndo na direção de um sacrifício para salvar a vila que nunca acreditou totalmente nele, para lutar por aqueles que o acusaram de assassinar seu melhor amigo….

Apertei meu passo.

Tinha que chegar perto dele.

Não sei descrever direito o sentimento que me dominou. Era uma sensação estranha, uma sensação de aperto no meu coração, diferente de qualquer outra que eu já senti em minha vida. Eu sentia um nervosismo incomum e a imagem dele me perturbava.

Apertei meu passo.

O que era aquilo? Quem era ele para fazer eu me sentir assim? Tentei responder em minha mente.

Naruto é meu amigo. Ele ama a minha melhor amiga e sempre a amará, mesmo que ela o tenha tratado de uma maneira cretina nas últimas vezes em que o viu.

Ele a ama. Eu não o amo. Ele a ama.

Apertei meu passo.

Meu coração acelerou. Fechei meus olhos por um instante, fechei meus punhos. Minhas palmas suavam, minhas pernas tremiam um pouco. Abri meus olhos. Emparelhara com ele. Naruto virou seu rosto para mim. Não vi seus olhos por causa da máscara. Meu corpo reagiu sozinho.

Segurei seu braço e parei sua corrida. Ele parou também. Levei minha mão à máscara. Não aguentava mais ficar com ela. Meu rosto estava quente demais. Senti um gosto salgado nos lábios e percebi que começara a chorar.

—Ino? O que foi? – Ele usava o mesmo tom protetor que sempre usava quando eu parecia precisar de algo. Era um tom agradável. Passava uma sensação calorosa.

Ao percebeu o meu choro ele retirou sua máscara. Seus olhos eram preocupados.

—O que aconteceu?

Aquela confusão de sentimentos em meu interior estava atrapalhando meu raciocínio. Por causa de um ataque repentino de vergonha eu esquivei da mão dele quando tentou tocar um dos meus braços. E usando uma mão eu toquei o outro braço, meu rosto vermelho.

—Ino.

—Naruto, eu não quero que você vá.

Eu cuspi as palavras. Não consegui contê-las em mim. Ele demonstrou desconfiança enquanto se aproximava. Aos poucos essa expressão sumiu e um pequeno sorriso surgiu em sua face. Ele parecia orgulhoso.

—Não se preocupe. – Sua voz estava serena. – Vai ficar tudo bem. – Seu sorriso se abriu mais. – Eu vou viver para te atormentar mais um pouco.

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Eu não o amo. Eu não o amo. O coração. Esses sentimentos. Não! Para! Eu não sinto aquilo!

Aquele sorriso, com aquele tom de voz. Aquele era o Naruto feliz. Brincalhão. Eu faria tudo para que ele não voltasse a se entristecer.

—Naruto….

Eu não o amo. Mas eu faria qualquer coisa por ele. Viveria para fazê-lo sorrir. Morreria para que ele não tivesse que se colocar em perigo.

Ele se aproximou mais, ficando a dois passos de mim. Eu não sabia o que falar ou fazer. Eu não o amo. Mas não o impedi de aproximar mais.

—Ino.

Ergui meu rosto. Vi aqueles olhos azuis. O cabelo loiro. O sorriso.

—Eu te amo. Mais do que você pode imaginar.

Eu não reagi por um instante. Borboletas se agitaram em meu estômago. Eu me ergui nas pontas dos pés. Eu não quero admitir, mas também não posso mais negar.

—Eu te amo, Naruto. Com todas as minhas forças.

Minha voz saiu de um sussurro. Ele passou as mãos por minha cintura. Eu joguei meus braços em redor do seu pescoço. Os olhos azuis. O sorriso. Os lábios colados. Um beijo profundo e eu demonstro o que sinto por ele. E desejo com todas as minhas forças que o tempo pare. Que nos permita ficar para sempre ali, um nos braços do outro, sem precisar se separar jamais.

O beijo foi prolongado. Eu pensava em tudo e em nada ao mesmo tempo, quando senti um gosto salgado no canto da minha boca. Uma lágrima, como foi antes. Mas agora eu não chorava mais.

O choro não era meu.

Naruto separou nossos lábios e antes que eu pudesse perguntar algo, ele se adiantou.

—Me desculpe. Eu te amo demais. Não tenho outra escolha.

Senti sua mão tocando minha nuca e desmaiei.

Uzumaki Naruto

—Por que fez isso? – Kakashi se assustou com meu gesto.

—Por que você acha?

Eu sou Naruto. Ninguém acha que eu penso antes de agir. E isso era verdade em boa parte das vezes, mas não ali. Não agora. Eu pensei muito antes de fazer. E sabia que era o certo. Não seria justo levar as duas pessoas que mais me apoiaram para confrontar o monstro liberto por culpa minha.

—Essa decisão não era somente sua. Deveria levar em consideração o que Ino queria. – A voz dele estava calma.

—Kakashi-sensei, eu não consigo dizer o quanto sou agradecido por tudo o que vocês fizeram e ainda estão fazendo por mim. Mas também não acho que valho o sacrifício da vida de vocês.

Kakashi apertou com mais força o pergaminho em sua mão.

—Você não vai me impedir de ir.

Fechei meus olhos. Agora que eu sabia de onde se originava meu poder, as coisas ficavam mais fáceis. Concentrei-me em meu peito. Achei-o imediatamente. Em seguida, visualizei o local às costas de Kakashi. Ao abrir meus olhos, encontrei-me ali. Ergui a mão na altura da nuca dele.

—Me desculpe.

Ele deu uma pequena risada.

—Tinha que usar justamente um dos três jutsus que aprendeu com a gente?

Não respondi. No momento seguinte Kakashi caíra desmaiado. Antes de sair, coloquei as máscaras nos rostos deles e ajeitei os corpos dos dois sobre o telhado. Retirei o pergaminho das mãos dele e coloquei-o no bolso do meu casaco. Virei-me então para a fronteira da vila. Ainda estava longe, então precisava testar o mesmo jutsu que usara contra Kakashi.

O rugido da Kyuubi soou ao longe.

Não fechei os olhos. Fiz um selo. Em seguida, peguei impulso. Na mesma hora, tudo à minha volta parou, como se o mundo, à exceção de mim, tivesse paralisado. Olhei para a fronteira. Ela se aproximou com velocidade. Passei pela fronteira e fui diretamente para a floresta. Corri por mais cinco segundos reais, que me pareceram dez minutos. Cancelei o jutsu porque me pareceu desnecessário continuar dali com uma técnica que utilizava tanto chackra. Além disso, senti que ela estava perto. Até demais.

Virei-me, procurando a direção em que ela estaria. Sua quantidade de chackra me desnorteou por um instante. Decidi por fim que ela estaria um pouco à minha frente. Segui andando, tomando o máximo de cuidado possível.

Porém, por mais cuidado que tomasse, não pude evitar o momento em que me vi em uma clareira, de frente para algo enorme.

—Finalmente chegou.

Era uma voz bastante familiar. Fechei os olhos, lamentando do fundo do meu coração a chegada daquele momento.

—Você estava me esperando?

Ela deu uma pequena risada.

—Você não é seu pai. Ao contrário do Minato, você não pode me vencer.

Sorri enquanto levantava meu rosto para ela. Sabia que ela sentiria que eu não estava com medo.

—Exatamente. Eu não sou meu pai. – Ergui o pergaminho. – Mas ele me deixou um presente.

Ela recuou um pouco, mas não pareceu perder a confiança.

—Ainda que isso seja o que eu penso ser, acredita mesmo que vai ser o bastante para me vencer?

—Veremos. – Eu disse, enquanto fazia um selo e pulava para trás.

Haruno Sakura

Se tivesse que definir o que estava fazendo, eu não diria que estava correndo. Diria que estava flutuando, tão leves eram os meus passos. Ou melhor: Os passos do meu Bijuu. Pelo pouco que pude entender, ela utilizava seus poderes melhor do que eu.

Desde que fora capturada, eu estivera me concentrando em tentar tomar controle sobre alguma parte do corpo, por menor que fosse. Fizera um esforço tremendo e enfim senti quando os dedos mindinho e anelar da mão esquerda responderam à minha solicitação por um momento, esticando-se.

Senti um contentamento interno muito grande. Aquilo significava que o Bijuu estava mais fraco que eu e que o “selo” que me mantinha aprisionada estava enfraquecendo!

Mal tive tempo de saborear essa felicidade, porque minha boca se abriu e “eu” disse:

—Senhor.

Não precisei repetir. O Uchiha reagiu imediatamente, vindo ao meu lado.

—O que aconteceu?

O Bijuu demorou um pouco para responder. Fiz o maior esforço que pude para evitar que ela dissesse qualquer coisa e, inclusive, por um momento tive a sensação de que conseguiria fazê-lo, mas, para minha frustração, boca se abriu.

—A outra está retomando o controle. Dois dos meus dedos já não estão sob meu controle.

O Uchiha olhou no fundo dos meus olhos. Percebi que era um olhar direcionado para mim, não para o Bijuu que estava me carregando.

—Então está na hora de começarmos a pensar no retorno de vocês duas, não é mesmo?

Senti o contentamento que acometeu o Bijuu.

—Já posso fazer?

O Uchiha piscou lentamente. Parecia estar se cansando.

—Claro. – Ele respondeu. – Afinal, o combate da Kyuubi não deve durar mais que algumas horas. Se Konoha ainda estiver de pé no fim, podemos usar a sua volta a nosso favor. Vamos para um lugar onde vocês possam ficar.

Senti novamente o contentamento. A boca do Bijuu se entortou em um sorriso.

Uzumaki Naruto

A Kyuubi sorria para mim.

Acabara de soltar uma imensa rajada de chackra na minha direção. Eu consegui bloqueá-la cobrindo o meu corpo com uma grossa camada de chackra, mas o terreno à minha volta não tivera a mesma sorte e se deformara completamente. O chão ao meu redor estava mais de quinze centímetros abaixo de antes. A quantidade de árvores removidas era enorme. Ela literalmente criara um descampado.

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—O que você pretende fazer? – Ela perguntou. – Você sabe muito bem que esse chackra Uchiha que está usando para me bloquear é mais fraco que o meu. Mesmo os melhores deles, que cresciam com esse poder e tinham uma vida inteira de treinos, precisariam de genjutsus para me enfrentar.

Eu entendia o que ela falava. Afinal, já tivera os dois tipos de chackra em meu poder. Era fácil compará-los.

Olhei o pergaminho em minha mão. Lembrei algumas histórias sobre o terceiro Hokage. Diziam que ele usou aquele selamento para conter Orochimaru, tempos atrás, quando a vila foi atacada. Diziam que o preço para usá-lo era a própria vida.

—Não tem coragem, não é? – Ela perguntou. – Sabe que ainda pode fugir. Que essa é a única saída que não lhe custará a vida.

A face dela se contorcia em um sorriso demoníaco. Fui incapaz de encontrar uma resposta.

—Você sabe que se usar esse pergaminho, vai morrer? Não quer usá-lo porque sabe que tem outras coisas a fazer ainda, não é?

Continuei sem resposta. Em minha mente, eu me lembrava da existência do Uchiha que causara toda aquela turbulência recente em minha vida.

—Pois é. Acho que você finalmente começou a pensar em si mesmo. É natural, eu acho. Afinal, agora você conhece.

—O que eu conheço? - Eu perguntei, tentando entender.

—Agora você conhece a verdadeira e maior dor que pode atingir a honra de um shinobi. A dor e a calúnia que pode destruir uma vida assim como destruiu a sua.

Eu me senti sem resposta. Afinal, aquilo podia ser verdade. Mas eu não era assim. Eu sempre fui do tipo de shinobi que procura um caminho melhor.

—Tentando achar uma solução? – Ela parecia ler meus pensamentos.

Não respondi. Ela continuou.

—Vamos lá, Naruto. Olhe para você. Mesmo com todo esse poder, o que restou na sua vida? Você está lutando sozinho por uma vila que te abandonou. Ninguém acredita que haja um pingo de bondade em seu coração. Eles te tratam como um traidor.

Ela fez uma pausa. Eu sentia meu coração rasgar. Não sabia se falava, mas o que eu falaria

—E Sakura está vindo te matar.

Eu tentava procurar uma resposta. Pensei com todas as minhas forças. Pressionei o pergaminho em minhas mãos. Aquela era a única resposta que não ia contra tudo o que eu tinha lutado.

Mesmo tentando me matar aqueles eram os únicos amigos que eu tinha. Meu único consolo era a possibilidade de eles estarem sendo controlados da maneira que eu, Kakashi e Ino presumimos. Se fosse assim, eu poderia morrer. Meus verdadeiros amigos ainda estavam comigo.

Abri o pergaminho.

Yamanaka Ino

Quando abri os olhos eu não fazia ideia de onde estava. Depois de alguns segundos percebi que estava em cima do mesmo telhado de antes. Kakashi estava ajoelhado ao meu lado. Parecia ter injetado chackra em meu corpo. Porém, o que me acordara de fato fora um barulho estupendamente alto. Como um trovão, várias vezes mais forte que o habitual.

—Você está bem? – Ele perguntou. Parecia com pressa.

—Não muito. – Falei, fazendo esforço para me levantar, apesar da tontura.

—Desculpe pela pressa. Mas preciso ir atrás do Naruto.

—Espere por mim. Eu vou junto, preciso apenas de alguns segundos.

Kakashi não respondeu. Apenas esperou que eu me recuperasse.

Aos poucos, eu senti o controle do meu corpo voltando ao normal.

—Pronto. – Falei, quando me senti estabilizar.

—Naruto deve estar bastante além da fronteira, por isso não vamos conseguir rastreá-lo rápido. Vamos juntos para não perder tempo sinalizando um para o outro. Não quero correr risco de ficarmos distantes um do outro em um momento crucial.

Olhei para a fronteira. O estrondo que me acordara provavelmente viera da batalha entre Naruto e a Kyuubi. Isso significava duas coisas: Que ele já estava lutando e que nós ainda não estávamos ao seu lado.

Precisávamos nos apressar.

Uzumaki Naruto

A Kyuubi parecia muito assustada para fazer alguma coisa. Ela recuava e o demônio saía do pergaminho.

—Isso te lembra de alguma coisa? – Tentei parecer confiante, sustentando um sorriso falso.

—Você sabe que também morre se usá-lo, não sabe?

Percebi que ela esperava ver alguma hesitação em meus olhos para que pudesse sorrir, mas eu não lhe daria a satisfação. Sorri ainda mais. Era a minha vez de parecer insano. Afinal, pensar na situação não me serviria de nada.

—Você não parece ter entendido a dimensão do problema que eu represento. – Falei.

—Não vai ser tão simples me aprisionar. – Ela deu um sorriso vacilante.

Não disse nada por um instante, pensando na realidade de tais palavras.

—Se isso é verdade, vamos ver o que você sabe fazer, Kyuubi.

Fiz um selo. Uma explosão e quinze clones me rodeavam. Eu sentia o demônio sugando meu chackra aos poucos. Ordenei que ele recuasse. Ele obedeceu e me deu espaço para movimentar. Desfiz a barreira que me protegia e fiz um in, chamando para mim o chackra Uchiha. A raposa estava pronta. Soltou uma massa concentrada de chackra por sua boca, erguendo uma pata para me golpear de cima para baixo. Fiz outro in e o mundo voltou a ficar em câmera lenta. Desviei da massa de chackra da raposa e, em seguida, vi que algo estranho recobria a sua pata. Assustei-me ao notar que ela usava chackra puro para aumentar seu alcance, de modo que a energia contornava seu braço, formando uma espécie de membro extra, mais longo, brotar da extremidade do primeiro. Por causa desse artifício, mesmo com a minha velocidade foi difícil de esquivar.

O efeito do jutsu se encerrou. Havia me esquecido que estava usando o casaco.

Quando a velocidade do mundo voltou ao normal, fiz três ins. Precisava colher os resultados do treinamento.

Dos clones que fiz, ela destruiu quatro em um único golpe. Os outros reagiram a tempo de desviar e a atacavam como podiam. O demônio usara esse tempo para se erguer no ar e ficar fora da zona de luta. Senti o meu jutsu pronto, sua força tomando conta dos meus braços.

—Ei! Kyuubi! Aqui!

Ela já não me assustava tanto quanto assustou um dia. Ainda mais agora, que eu estava pronto para usar o jutsu que era um dos motivos para a minha tatuagem no braço. Quando ela se virou para mim, eu sorri. Sua aproximação foi devagar e ela parou com o focinho a poucos centímetros do meu rosto. Esperei que ela fizesse alguma coisa quando vi seu sorriso. Demorei um pouco para perceber a causa disso. Quando o fiz, foi ao notar o ambiente à minha volta estava preenchido de um grande número de bolhas de chackra concentrado. Bastava que ela abrisse a boca para eu morrer.

Tentei pensar em uma saída, mas não me veio nada à mente. Não tinha o que fazer. A não ser que….

Retirei o meu casaco. E senti o poder emanando do meu corpo. No céu, percebi um tremor passar pelo demônio. Pareceu ter sentido o chackra que passou a alimentá-lo a partir de então e gostado disso. Senti também em minhas mãos, que estava em posição do último in, que o jutsu se fortalecera.

—Acha que pode vencer? – Vi os caninos dela aparecendo com o abrir da sua boca.

—Não. – Respondi. – Mas eu preciso. Por aqueles que eu amo. Por tudo o que vivi e lutei até hoje.

Ergui as mãos, mostrando as palmas para ela. A raposa abriu a boca, chamando para si as bolhas de chackra. As primeiras não me atingiram diretamente, mas bastou uma resvalar em meu corpo para me fazer cambalear, arrancando um pedaço da camisa que estava usando e um pedaço de pele junto.

Precisava usar meu jutsu.

—KAI!

Senti um risco causado por um corte surgindo na palma da minha mão. Alguém que a olhasse veria um símbolo de selado desenhado ali, mas que, em um segundo, se molhava pelo sangue escorrido da ferida e sumindo.

O chackra da Kyuubi que me cercava, veio em direção ao meu corpo, todo em uma só vez. Senti-me um pouco fraco por causa do demônio sugando o meu chackra. Ele estava mexendo em sua faca, demonstrando a ansiedade em sugar minha alma.

—O que é isso? – A Kyuubi perguntou.

Eu precisava de algum tempo mais para que o chackra se acumular à minha volta.

—Nós dois sabemos que eu não a venceria em uma batalha de longa duração. Por isso, eu tenho que decidir nesse golpe.

—O quê? Vai tentar me matar?

Não respondi. Puxei de dentro de mim algum tanto do chackra Uchiha e misturei-o à maciça bola formada acima da minha cabeça. Então a raposa avançou na minha direção. Eu, sem opção de movimentação, fechei meus olhos em um reflexo.

Quando os abri novamente, não vi algo que pudesse ser esperado.

O demônio, que deveria estar ali para pegar a minha alma, bloqueara o golpe da pata da Kyuubi com sua faca. Ele protegia o meu corpo todo por trás de seu manto.

—Por quê….

—Se você me oferecer essa raposa e sua alma em sacrifício, eu posso te ajudar. – Senti o desejo pelo chackra dela em sua voz, escondido atrás do som grotesco de suas cordas vocais estranguladas.

Eu entendi a troca. Eu o invocara, mas ele não queria a mim. Ele queria poder pegar a ela. Era uma porta aberta para apenas um passar. E ele queria que fosse ela.

—Está bem. – Respondi.

O jutsu que eu preparara não ficaria devendo muito ao espetáculo dado pelos dois titãs medindo forças à minha frente. Ino apelidara o golpe de “Mar de Chackra”. Quando eu não o completava com chackra alheio, tinha de usar o meu próprio. Mas parecia claro que, dessa vez, não seria necessário muito da minha parte.

—Vamos. – Urrou o demônio.

Sorri, satisfeito pelo novo aliado feito. O sorriso da Kyuubi sumiu e ela pulou para trás.

Restava a mim a tarefa de encerrar a batalha.

Fim do Capítulo 17

*