Chegamos ao hospital e eu ainda estava nervosa. Ter que continuar mentindo para a mãe dele não era um coisa que eu achasse legal, muito pelo contrário. Mas Edward estando do meu lado já era um conforto, pois ele a conhecia e podia me dizer o que falar.

_ Isabella?! - Dona Elizabeth falou surpresa ao me ver entrando na sala de espera do terceiro andar.

_ Olá, D. Elizabeth, como está? - perguntei ainda insegura.

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_ Muito bem, melhor agora.

_ Fico feliz. Eu vim visitar o Edward. Posso? - perguntei.

_ Claro que sim. Esperei você vir antes. Mas entendo que hospitais ainda não estão na sua lista de lugares preferidos para se estar. Mas fico feliz que venha.

_ Eu fiquei incerta se deveria vir tantas vezes. É uma hora mais família se a senhora entende.

_ Ora, não se preocupe, com isso venha sempre que der. - ela disse simpática. _ Vamos, vá vê-lo.

_ Obrigada.

Entrei no quarto e pude ver o corpo do Edward deitado na maca que dessa vez estava com a parte da cabeceira um pouco levantada, numa posição que o deixava meio deitado, meio sentado. Edward já estava lá dentro com ele mesmo (o.O).

_ Pareço melhor? - ele perguntou se olhando.

_ Um pouco. Mas pra quem está a quase um mês em coma você está ótimo.

_ Os monitores não se alteram. Marcam sempre a mesma coisa o dia todo. Bella, eu estou com medo de nunca mais acordar. - ele disse desconsolado.

_ De alguma maneira você vai acordar Edward, tenha fé.

_ Obrigado Bella. Por tudo o que tem feito por mim. Eu sei que te encho um pouco o saco, mas...eu..eugostomuitodevocê. - não entendi a última parte, obviamente.

_ Não entendi.

_ Eu, eu gosto de você. - ele disse. Com os olhos fixos em mim. _ Não sei por quê. Você é chata, chora à toa, reclamona, mal humorada. Mas eu gosto de você.

_ Eu também gosto de você Edward. Você é legal.

_ Legal?! Eu tou aqui dizendo que estou apaixonado por você e você diz apenas "legal". Eu estou em coma, sou algo entre experiência fora do corpo e fantasma, você é a única que me vê e conversa comigo e eu sou apenas "legal".

_ Eu... não entendi. - tá entendi, mas se eu sou boa em algo é me fingir de besta.

_ Eu estou apaixonado por você. Sei que isso é loucura. Pode ser que eu nunca acorde e você não pode simplesmente namorar um fantasma, mas eu estou apaixonado por você e só Deus sabe o que isso tem me feito mal. Me ver preso, inconsciente a essa cama, a única coisa que consigo fazer sozinho nesse corpo é respirar por que todo o resto está ligado a essas máquinas.... Eu amo você Bella.

Ele falava dando voltas e mais voltas pelo quarto. Quase que exasperado, passava sem perceber por entre os móveis da pequena sala. Eu continuei parada, em choque.

Ele veio para o outro lado da cama onde seu corpo estava. Parando a minha frente.

_ Você não vai falar nada? - ele disse olhando para o próprio rosto. _ Pelo menos afugenta essa mosca de cima de mim.

Fiquei desorientada, sem entender nada, Edward foi até a janela do quarto e ficou olhando através dela. Virei meu rosto e realmente tinha uma mosca pousada na testa dele. Fiz como se fosse bater nela para afugentá-la, mas ainda estava tão distraída que acabei batendo nele de verdade.

_ O que você fez?! - Quase infartei. Edward apareceu do nada no meio da cama, era tão estranho vê-lo atravessar móveis.

_ Eu não fiz nada, eu juro.

_ Você me bateu. - ele olhou para si mesmo. _ Faz de novo.

_ O quê?

_ Me bate de novo criatura, logo!

Fiz o que ele disse ainda sem entender o que eu tinha feito. Bati na testa dela, não com muita força, pois não queria machucá-lo.

_ Rá!!! Eu não acredito!! Eu senti. Tá vendo, eu senti. - ele disse na mesma hora que as máquinas começaram a apitar.

_ Eu vou chamar sua mãe. - disse já dando alguns passos.

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_ Não! Espera. Faz de novo. Aperta minha mão dessa vez. - apertei ainda insegura, sabe-se lá por que.

Segurei sua mão entre a minha. Senti um leve choque na palma da mão, um calor diferente subiu. Algo bom. As máquinas apitavam ainda mais. Fiquei encarando sua mão entre a minha. Nunca havia sentido algo assim. Olhei para Edward e ele encarava sua mão também.

_ Você está sentido? - perguntei.

_ Sim. - ele disse sorrindo, o sorriso mais lindo que eu já tinha visto, um sorriso emocionado. _ Nenhuma das pessoas que encostaram em mim eu consegui sentir, só você Bella. E é tão estranho. É como se eu sempre tivesse esperado por isso.

_ Eu... Eu também estou apaixonada por você Edward. - falei baixinho. Como se alguém que entrasse fosse me ver falando sozinha.

_ Eu queria tanto poder te tocar Bella. Queria tanto ter te conhecido antes desse acidente. Queria não ter sofrido esse acidente.

_ Eu também queria Edward. Muito. - sem pensar no que ele poderia pensar de mim o beijei. Sabia que ele poderia sentir. Então encostei meus lábios nos lábios quase frios dele. O mesmo choque que senti percorrer minha mão se alastrou dentre meus lábios até o último fio de cabelo. Uma energia que fez minha cabeça girar ao mesmo tempo que todo o mundo parou. Foi apenas dois segundos, mas tudo que imaginei do meu primeiro beijo eu senti, mesmo sem ele poder corresponder.

Me separei de seus lábios com o barulho de algo gritando. Eram as máquinas que apitavam desesperadas. Olhei para todos os cantos do quarto e Edward não estava mais lá. Corri minhas mãos pelos meus cabelos e a única coisa em que eu pensava era o que eu poderia ter feito.

Desesperada fui até a recepção onde a mãe de Edward conversava com uma mulher vestida de branco, alguma enfermeira creio eu.

_ Socorro, por favor, socorro. O Edward! - gritei. _ Ajuda ele por favor! - em dois segundos várias outras pessoas de branco apareceram como se tivesse brotado da terra. Eu não sabia o que fazer só pedia por socorro.

A mãe de Edward tentou entrar no quarto mais foi impedida por uma das pessoas de branco.

_ O que aconteceu Isabella? O que houve com o meu filho. - ela perguntou aos prantos. Me sacudindo pelos ombros. Eu chorava desesperada. Tentando pensar em algo racional para lhe dizer.

_ Eu.. estava conversando com ele. Fui me despedir e o beijei. Então aconteceu. Não sei o que eu fiz! Me perdoa.