Troublemaker
Prologo
Elliot e Trish faziam alguma palhaçada no camarim enquanto me arrumava. Na verdade eu não me arrumava, e aquilo nem era um camarim. Era apenas um cubículo minúsculo com um banheiro, um espelho e um sofá. Estávamos em um pub no Brooklyn, música ao vivo, gente bêbada, wannabes como eu. Se meu pai soubesse o que eu faço ele me mataria. Minha historia de vida é algo comparado a um drama adolescente de tv. Uma linda garotinha que morava com os pais em Miami, então seu pai simplesmente decidiu abandonar sua família, e foi embora para New York. A meninha cresce e vira uma adolescente, até que um dia sua mãe resolve que ela deve viver com o pai, a coloca em um avião para a Naked City, esperando que fosse apenas uma temporada, mas sua mãe pacifista ecológica se manda pra África. Agora ela é obrigada a morar com o pai workaholic que odeia musica, então a garota canta a noite em bares do Brooklyn, mas não é pelo dinheiro. Incrível minha vida não?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Trish e Elliot são meus melhores amigos. Trish veio de Miami comigo, as pessoas devem pensar, que tipo de mãe deixa a filha ir morar com a amiga? Simples, uma mãe mexicana solteira com 4 filhos. Sra. De La Rosa era incrível, e depois de muita insistência ela deixou Trish vir. Elliot é só um tapado que eu conheci nas ruas de New York e virou meu amigo, mas ele é incrível.
Então depois de alguns minutos rindo de Trish e Elliot sou chamada ao palco, pego meu violão e subo. Faço alguns covers de musicas da Lana Del Rey, da Amy Winehouse, e algumas bandas antigas. Vejo um garoto loiro e um ruivo entrar, ele era gato, estou falando do loiro que usava uma jaqueta de couro, o ruivo era um tanto estranho com suas roupas coloridas. Sentaram no bar e pediram alguma bebida. Continuei meu show até a hora certa, e voltei para o “camarim”, o cara anunciou um tal de Austin Moon, cheguei no camarim e Elliot segurava a Trish enquanto ela tentava bater no mesmo ruivo que eu vira mais cedo. Ela gritava algo sobre suco, ou sei la. Me joguei no sofá e abri uma cerveja.
– Ei Alls, me ajuda aqui. – disse Elliot.
– Eu não!
Trish continuava a avançar no garoto, que tinha uma cara assustada, e Elliot a segurava. Sai do “camarim” e fui dar uma volta pelo bar. No palco alguém arrasava com a guitarra, e sua voz era incrível. Era o garoto que eu vi entrar. Voltei pro cubículo, me joguei novamente no sofá e esperei o garoto descer do palco. Quando ele finalmente acabou, levantei-me e esperei ele chegar lá, nesse ponto Elliot não segurava mais Trish, mas ela olhava o pobre garoto com um olhar assustador. Me aproximei do loiro e disse:
– Você é bom, novato!
– E você é boa! – ele disse me analisando. Tentei não corar. – Quer dizer,na musica você é muito boa. – ele corrigiu percebendo o que disse.
– Obrigada! Sou Ally.
– Austin. Aquele ali é o Dez. – disse apontando pro ruivo que sentava na ponta do sofá
– Elliot e Trish. – apenas disse.
– Quer dar uma volta? – Austin disse flertando, o que é um pouco estranho já que os garotos não me dão muita bola.
– Acho melhor você me pagar uma cerveja. – ri.
Austin me pagou uma cerveja e saímos pra dar uma volta, não muito longe, e contanto que eu estiver de volta no bar as 2:00AM para ir embora, estava tudo okay.
– Você é novo na cidade? – perguntei.
– Não. Sou novo nessa área. Mas nasci em Nova York. E você?
– Sou de Miami, só não pergunta como eu vim parar aqui.
– Ok! Mora com os pais?
– Não, eles são separados, moro com meu pai, minha mãe tá em algum lugar na África, talvez casada com um chipanzé. E você?
– Moro com os dois. – ele disse.
– Sorte a sua.
– Nem tanto. Eles são complicados.
– Meu pai também.
Ao passarmos por um grupo de pessoas, um garoto deu um tapa na minha bunda. Eu me virei pra xingar. O garoto me chamou de vadia e Austin deu um soco nele. Em poucos segundos, eles estavam no chão brigando, o grupo de amigos gritavam “Briga! Briga! Briga!” e eu tentava os separar, pode se ouvir sirenes de longe e o grupo se dispersou.
– Corre Ally, policia. – ele disse me puxando. Corremos até a esquina onde Austin jogou nossas garrafas fora, corremos mais um pouco e Austin me puxou para um beco. – Não me odeie por isso. – ele me beijou no exato momento que a policia passou por nós. Ele me prendeu na parede, e eu apenas retribuo o beijo, e ele sorriu. A viatura nem sequer nos viu, mas resolvi não descolar o beijo, não só porque o gosto da boca de Austin tinha gosto de cereja, menta e cerveja, mas por que ele era um gato. E porque ele bateu em um desconhecido e me salvou de ser presa. Ele é incrível.
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Austin Version:
Assim que entrei no bar, uma garota cantava, ela era incrível, e linda. Ela vestia uma camiseta preta dos Beatles customizada com algumas tachinhas nos ombros, um short com meia-calça de renda preta, e uma bota cano curto sem salto. Sua voz era melodiosa e incrível. Eu e Dez fomos até o bar e bebemos alguma coisa até ser minha vez de me apresentar. Depois da apresentação conheci a garota que cantava mais cedo, seu nome era Ally, e ela era legal. Saímos para dar uma volta, um garoto ofendeu Ally. Brigamos. A policia chegou. Me escondi com Ally, e a beijei, e quando a prendi na parede, ela simplesmente retribuiu. E eu sorri, não só porque não fomos pegos, nem porque o gosto da Ally era de hortelã, morango e cerveja. Era porque uma garota retribuía meu beijo porque me achava legal, e não por eu ser quem era. Talvez eu não seja um troublemaker.
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