Prólogo.

– Eu vou o que?! Não, não e não! Eu não vou morar com um pedófilo.

– Ele não é um pedófilo, Alice, querida. Ele é seu irmão.

Lá estava eu, com meu pai, discutindo desde o meio dia os motivos de eu ir morar quatro meses com meu irmão.

– Me chame de querida de novo e eu quebro seu carro, Harry - falei pela milésima vez - Eu. Não. Vou. Morar. Com. Ele.

– Você vai morar com seu irmão, Alice. Ele não é um pedófilo, e leva amigos pra casa dele. Vai ter que falar com alguém de dois em dois minutos.

– Amigos? Mais pessoas pra me abu...

– CHEGA! - gritou Harry. Seus olhos castanhos tinham um brilho assassino sobre mim - Você anda muito antipática, mal humorada, sedentária, fria e cruel!

– Como se eu não fosse assim sempre - resmunguei.

Desisti de discutir com meu pai. Ele não ia me deixar em casa mesmo. Subi para o meu quarto e comecei a arrumar minhas malas.

Eu nem mesmo conhecia esse meu irmão. Quando meus pais se separaram, James ficou com minha mãe e eu com meu pai, o que é óbvio agora. Eu moro com Harry e a minha horrível madrasta, que vão sair em Lua de Mel e eu tenho que ir ficar com meu irmão durante malditos cinco meses.

–ALICE, VAI DEMORAR? –escutei a doce e enjoada voz de Sarah, minha madrasta.

Não respondi, apenas fechei minha segunda mala e sai arrastando as duas malas escada a baixo. Meu pai já colocava suas malas e as de Sarah no carro. Coloquei as minhas ao lado e entrei no carro. Peguei meus fones de ouvido e coloquei no volume máximo.

Depois de minutos, percebi que paramos em frente a uma enorme casa. Tinha dois andares, uma jardim enorme, piscina e, bem, parecia realmente aconchegante.

–Eu preciso realmente ir? –Perguntei mais uma vez, mas já sabia a resposta.

–Claro querida. Ele é seu irmão, precisam conviver um pouco mais juntos. –Harry falou.

– Pelo amor de Deus, você tem problemas mentais! Ele pode ser um assassino que quer ver minha cabeça pendurada em uma cruz!

– Cala a boca e desce do carro. Ele está te esperando.

– Quando minha cabeça estiver pendurada em algum lugar, não diga que eu não avisei. –Desci do carro e bati a porta com força. Harry tirou minhas malas do porta-malas e foi embora com aquela vaca.

Tudo bem, eu posso ter exagerado na parte de “ver minha cabeça pendurada em uma cruz”, mas fazer o que? Meu inferno estava apenas começando.