Just Like Heaven

Like a first conversation


Cheguei em casa um pouco cansada depois de passar a tarde com o Blame. Não fizemos nada de cansativo, depois do sorvete fomos para a casa dele e jogamos games e RPG's , mas estava cansada dessa rotina.

Talvez só não estivesse acostumada com um namorado meio incomum como ele. Ou talvez não estivesse cansada, mas apenas entediada. A maioria dos meus namorados eram diferentes, eram menos presentes e talvez "mais perfeitinhos", mas nada disso importava.

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A única coisa que andava me deixando mais preocupada e intrigada, eram as palavras do psicanalista. E se Blame estivesse mesmo se tornando um obcecado? A verdade, é que fazia sentido, por isso me assustava.

Decidi reservar um tempo para não pensar sobre Blame, queria pensar sobre outras coisas e me distrair. Fui até a janela do meu quarto e me sentei lá, de modo que minhas pernas ficassem penduradas pelo lado de fora, porém com a proteção do telhado do primeiro andar.

Fiquei imaginando o que minha mãe diria se me visse daquele jeito. Ela daria um grito histérico e me mandaria descer. Depois, quando eu o fizesse, ela me olharia com os olhos cinzentos e diria "Não faça isso com a mamãe". Era a frase preferida dela.

Já o meu pai, daria uma risada e se sentaria ao meu lado. Então ele diria algo do tipo "Não deixe sua mãe impedir suas aventuras, você é minha menina corajosa". Então nós dois ficaríamos ali até o anoitecer e depois contaríamos estrelas.

Esses pensamentos trouxeram lágrimas aos meus olhos. Eu as enxuguei e decidi que não iria chorar agora. Então me acalmei sentindo os últimos rios de sol da tarde no meu rosto, em harmonia com o agradável vento fresco.

Ao olhar para o chão a muitos metros de mim, pude ver que alguém se aproximava da calçada da nossa casa. A pessoa me deu um leve aceno e só então percebi que se tratava de Vini. Ele fez sinal para que eu descesse e fosse a seu encontro.

Me virei para dentro do quarto e desci. Depois desci as escadas e quando já ia abrir a porta, a campainha tocou. Me deparei com Vini escorado na soleira com aquele sorriso que sorriso odioso e sexy.

-Olá pequena suicida. - ele soltou uma risada baixa e curta.

-Olá pequeno... - tentei pensar em algo mas foi em vão - alguma coisa.

Dizer isto o fez rir. Ele entrou como se tivesse sido convidado para entrar.

-Vamos sair, eu e você. - ele falou simplesmente.