This Strange Love
Maiôs vermelhos são legais
— Jackson Frost, se você não se levantar desta cama agora mesmo, vou me garantir de você não sair desta casa pelo resto da semana! — Urrou meu pai com tanta brutalidade enquanto socava a porta que caí da cama.
Olhei atordoado para os lados apenas para contestar de que eu estava sozinho.
Filhos da mãe, me deixaram dormindo de propósito.
A agressividade à porta continuava, enquanto me apressei em abri-la antes que o General simplesmente a derrube – passei por isso na quinta série. Não foi uma boa experiência.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Fui saudado com um agradável bom dia...
— Que diabo é isso no seu cabelo?! — E começou a gargalhar enquanto se afastava, as janelas tremendo.
... Só que não.
Revirei os olhos, com sono de mais para me preocupar com meu cabelo. Desci aos tropeços em direção a cozinha, pegando uma maça e a comendo. Fui em direção ao banheiro, onde tinha uma pequena fila armazenada. Cabeças se viraram em minha direção assim que cheguei perto.
Rapunzel me encarou, a boca aberta, completamente chocada.
Aster soltou um alto e sonoro assobio de admiração, perplexo com algo.
Soluço se limitou a escancarar a boca, murmurando “Não acredito... Não acredito...”
Bem, agora eu estou preocupado com meu cabelo.
A porta do banheiro se abriu e uma Merida de robe verde saiu dela. Ela me olhou longamente, soltou uma risadinha e saiu.
Empurrei Aster que estava quase entrando no banheiro e corri em direção ao espelho, ignorando seus protestos.
— MEEEEEERIIIIIIIDAAAAAAA!!
[...]
— Sua babaca! Você vai pagar caro por isso!
— Ah, Frost, eu sinto muito, mas... Desafio é desafio.
— Se você está tão arrependida assim, por que não para de sorrir?
— Eu não estou sorrindo. — Isso só fez o sorriso dela aumentar.
— Está sim.
— Estou não.
— Está sim.
— Estou não.
— Façam um favor à humanidade e vão para um quarto. — Desabafou Aster enquanto passava um prato de panquecas para o meu pai.
— Concordo com o Aster.
— Pai! — Exclamei, mortificado.
— O quê? Isso tudo é tensão sexual. Trabalho numa escola, Jack, lido com adolescentes com hormônios à flor da pele todos os dias.
Soluço engasgou com o leite e começou a tossir loucamente enquanto Rapunzel dava umas palmadas desajeitadas nas costas dele. Merida ficou tão vermelha quanto seus cabelos. Aster soltou altas gargalhadas enquanto me entregava o bacon.
— Com licença, acho que vou vomitar. — Eu disse me levantando, ainda mortificado.
— Estágio 1: Negação. — Murmurou o General alto o suficiente para todos escutarem antes de eu deixar a cozinha.
[...]
— Eu odeio Merida. — Eu disse entredentes enquanto abria meu armário e via todas as minhas roupas banhadas em protetor solar.
“Claro que odeia, Jack, ãrram”, dá licença, consciências tem permissão pra usar sarcasmo?“Considerando que eu sou a sua consciência, sim, tenho.”. Maldição.
Indo em direção a mala de Aster em busca de uma roupa que me sirva, notei que a mala dele estava vazia. Mas, eu não me lembro de vê-lo desfazendo-a. Revirei os olhos e fui de uma vez para a lavanderia, o que, é claro, me fez passar pela cozinha de volta.
Soluço e Rapunzel pareciam entretidos numa conversa sobre alguma besteira com desenhos, já estava abrindo a porta pra lavanderia quando ouvi:
— ... E você desenha a Heather, por acaso?
— Qual é a sua obsessão pela Heather?! Thor! Primeiro a Astrid, agora você? Eu vou falar com a Merida!
— Hunf. — Rapunzel virou o rosto para o outro lado, cruzando os braços, me notando só agora. Imediatamente ela colocou as mãos na boca numa tentativa falha de não rir.
— Hahaha, isso, ria do pobre coitado aqui.
— Desculpe, Jack, mas seu cabelo...
— Ei, não é você a senhorita com o maior aplique loiro da humanidade?
— Não exagere. — Ela resmungou. — E eu estou radiante. Já você...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Me faça um favor, sim? Vá se f--
— Jaaaack! — O berro vinha de Aster, e vinha da lavanderia.
— Você dizia? — Debochou ela.
— Loira falsa de araque... — Resmunguei sob minha respiração. — Tô indo, coelhinho!
Rosa.
Tudo está... Absolutamente rosa.
Pennelope Charmosa deve estar sentindo orgulho.
— Mas que porra?! Jack! Foi você! Eu sei que foi!
— Eu?! Eu não fiz nada!
— Tentou fazer vingança com a Merida pelo seu cabelo e acabou me acertando! Ah, você está tão morto!
— Eu não tingi todas as suas roupas de rosa, cara, eu juro! Eu ia justamente pegar uma emprestada!
— Então, quem fez isso?
— Aah... Essa foi eu. — Disse uma voz atrás de nós.
— Rapunzel?! — Perguntou Aster incrédulo.
— E-eu sinto muito! É que... Depois que você saiu do jogo, a Merida me desafiou e... Desculpe.
— Aquela ruiva dos diabos! — Exclamei. — Jogou todo o meu protetor solar nas minhas roupas!
— É... Esse foi Soluço. Desculpe, não sabia que ele ia em frente com isso. Mas eu sai do jogo logo depois dessa!
— Eu vou matar aquele magricela! E eu te mataria também, Srta. “Radiante”, se você não fosse garota.
— É. — Resmungou Aster cruzando os braços. — Os seus peitos e os de Merida salvaram vocês de uma surra.
— Eu não tenho tanta certeza em relação a Merida. — Resmunguei enquanto voltava para o quarto.
[...]
— Simon Horrendus Haddock. Você tem três segundos para correr antes de eu lhe dar o maior cuecão da história.
Soluço levantou a cabeça do livro, me encarando como se eu tivesse dito que resolvi virar uma cantora pop.
— Desculpe?
— Você me ouviu, cretino norueguês.
— ... Você não se atreveria...
Dei um passo para frente o agarrando pelo colarinho.
— E advinha só? Astrid não está aqui pra me impedir.
— Em minha defesa, eu não achei que Merida teria realmente coragem de fazer isso com seu cabelo, ela tinha dito que era demais e que ela nem tinha tinta pra cabelo.
— Meu... Cabelo? Eu ia te dar um cuecão pelas minhas roupas.
— Mas foi a Rapunzel que me desafiou!
— Mas eu não posso bater nela, posso?
— ... Ah, tudo bem... Eu levo uma surra por ela.
— Agora, sobre o meu cabelo...
— Eu só disse pra Merida pintar uma mexa de uma outra cor. Escuta, só estavámos nós dois, estávamos com sonos e com muito refrigerante no sangue. E Merida disse que não ia fazer e foi embora!
— Deu sorte, magricela. Não vou te bater por causa do protetor nas minhas roupas, graças a informação.
— Ah valeu—mmnf! — O agradecimento de Soluço foi interrompido graças ao potente soco que eu dei em seu estômago.
— Isso foi pelo meu cabelo.
[...]
— Merida, abra já esta porta!
— O que foi Frostyboy? — Ela respondeu do outro lado da porta. — Estou meio ocupada.
— Não me interessa, você pode estar fechando um acordo de paz mundial, eu não ligo: Abra. Esta. Porta!
— Que estressado... Um minuto!
— Eu não quero esperar um minuto!
— Ah é? Ótimo! — E a porta se abriu.
Todos os palavrões que estavam na ponta da minha língua sumiram no instante que Merida apareceu com o maiô caindo precariamente a sua frente. Não é como se eu estivesse vendo os peitos dela, é só que... Um puxão de uma das cordinhas que tudo descia.
— Seja útil e amarre meu maiô, Frosty.
— ...Não dê uma de mandona em cima mim. — Mas fui amarrar o maiô de todo jeito.
Um pequeno silêncio constrangedor se formou enquanto Merida afastou o cabelo da nunca e eu amarrava o maiô vermelho dela.
— Soluço disse que você fez isso com o meu cabelo de graça.
— Ele ficou debochando, dizendo que eu não tinha coragem.
— Ele disse uma mexa, não o cabelo inteiro.
— É, bem, eu acabei me empolgando. Autch! Cuidado com isso aí! — Acabei apertando mais do que deveria.
— Oh, desculpe, doeu? — Disse sarcasticamente.
— Vá para a---
— Você não vai querer terminar essa frase.
— E por que não? — Desafiou virando a cabeça em minha direção.
— Porque... — Por que os olhos dela tem que ser tão azuis? — Eu posso acabar fazendo uma coisa... Ruim...
— Quão ruim? — Por que os lábios dela tem que ser tão vermelhos?
— Muito... Muito ruim... — Sussurrei.
E, não me orgulho em dizer, foi quando eu a beijei.
Não tem muito o que dizer sobre esse beijo que eu troquei com Merida. O primeiro foi repleto de fúria e luxúria, já esse, foi relativamente mais calmo, como se pela primeira vez estivéssemos nos conhecendo.
Minha mão enlaçou sua cintura a forçando a se virar completamente em minha direção. As mãos de Merida abandonaram seu cabelo e foram em direção a minha nuca, enquanto ela a arranhava lentamente, me fazendo arrepiar.
Minha mente ficou completamente em branco, tudo era ela. Tudo estava ótimo... Até eu ouvir batidas na porta. Era Rapunzel.
— Merida? Vai demorar muito aí? O diretor North pediu para nos apressarmos.
— N-não... E-eu já estou quase pronta.
— Tudo bem, estarei na sala com o Aster.
Merida e eu nos encaramos por alguns segundos, incertos do que dizer.
— Certo, eu tenho que... Hum, procurar algo para eu vestir. Praia.
— Certo... Praia. — Por algum motivo, ela parecia desapontada.
Abri a boca, incerto se deveria dizer mais alguma coisa, mas toda a minha capacidade de pensar se evaporou no momento que os lábios dela tocaram os meus. Fechei a boca e dei meia volta.
[...]
— Quem é o magrelo agora, hein? — Soluço não para de me encher o saco por eu estar usando as roupas dele.
— Tá querendo mais um soco?
— Tsc, não seja tão carrancudo... vovô.
— Não me chame de vovô!
— Tudo bem, agora chega. Soluço, pare de chamar o Jack de vovô. — Disse Aster do banco da frente. — ... Você sabe que o coração dele não aguenta.
— Vão todos pra--!
— Ca-ham. — Ah, certo. General.
— ... Aquele lugar!
— Muito ameaçador, Frosty. — Merida revirou os olhos
— É, Jack, devo me esconder? — Debochou Rapunzel.
— Tudo bem, Rapunzel. Eu te dou uma arma, aqui... — Aster vasculhou alguma coisa na mochila. — Uma frigideira.
— Assustador. Devo me esconder? — Debochei.
— Ah... Frigideiras... Isso me traz boas lembranças. — Murmurou Rapunzel sorrindo, o olhar perdido.
— Ah, olhem, crianças. Essa é a praia. — Anunciou o General.
Ah, a praia. Boas recordações, boas recordações…
Enquanto tirávamos as coisas da mini-van e ajeitávamos nosso lugar na praia, as garotas tiravam suas roupas. Parei um momento só para admirar a vista.
Merida continuava com o maiô vermelho com o cordão branco e um short também branco. O cabelo dela estava de alguma forma amarrado num rabo de cavalo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Já Rapunzel estava com um maiô roxo com um grande sol desenhado - por ela mesma, acredito - na área do quadril, e uma canga igualmente roxa. Os longos cabelos loiros dela estavam presos numa grossa trança junto de um chapéu.
— Vamos brincar um pouco na areia antes de irmos para a água, Punzie!
Por favor, vão jogar vôlei, por favor, por favor e–- Isso!
Uma coisa que Flynn me ensinou na sua época de solteiro: Sempre, repito, sempre, chame garotas para uma partida de vôlei. Os seios delas sempre pulam e balançam, não resistem.
Inclinei-me sobre a mini-van, ignorando completamente os caras que montavam as cadeiras de praia e a churrasqueira. Soluço me deu uma cotovelada.
— Soluço, siga meu olhar. — Nem me dei o trabalho de olhar para ele.
— Mas por que eu-- oooh...
— Eu sei... — Suspirei, deliciando minha visão.
— Aaah, eu não posso ficar vendo isso! — E saiu de perto, corando violentamente.
— Qual é a dele? — Murmurei para mim mesmo.
[...]
Foi divertido, na verdade. Comemos churrasco à la Aster; jogamos mais vôlei com as garotas; relaxamos no mar; empurramos o General para dentro do mar; corremos por nossas vidas... Ah, foi nostálgico.
Estávamos jogados na areia, Merida, Soluço, Rapunzel e eu. Aster e meu pai foram arrumar as tralhas de volta para a mini-van.
— Foi divertido. — Disse Rapunzel levemente.
— A melhor parte do dia foi quando o Frostyboy se afogou. — Gracejou Merida.
Estava com muita preguiça de me levantar, então simplesmente a chutei de lado.
— Essa é a minha perna, gênio. — Disse Soluço com raiva.
— Dane-se.
— Vocês deviam se casar, só acho. — Comentou Merida.
— Você devia calar a boca, só acho.
— Vem aqui calar.
— Nhá, ficar deitado na areia é mais produtivo.
— Dá pra vocês dois manterem essas picuinhas pra um lugar entre quatro paredes, de preferência, sem nós estarmos por perto? — Perguntou Rapunzel rindo, com Soluço se juntando a ela.
— DunBroch, bata nela enquanto eu bato no Soluço.
— Pela primeira vez na vida você sugeriu algo inteligente, Frost.
— Autch! Porra, de novo? Hoje é o dia de eu apanhar?!
— Awn, Merida, que maldade! Doeu!
— Morre que passa.
Tudo estava bem. Parece até que tudo voltou ao normal. E quando eu digo “normal”, digo "antes-do-mauricinho-aparecer". Pensar em Macintosh fez o meu sorriso automaticamente se fechar.
Eu ainda precisava de informações. Ainda não esqueci daquelas perguntas constrangedoras de Merida e o real significado por trás delas.
A ruiva. Quanto mais penso nela, mais percebo que mal a conheço. Isso nunca me incomodou, antes... Bem, antes, não estávamos no meio desse rolo todo.
— Argh. — Gemi/resmunguei me espreguiçando. Não ia ganhar nada pensando nisso agora. — Ah, é. DunBroch, Soluço disse que você não tinha tinta para cabelo. O que você fez?
— Ah, eu peguei todo o vidro da Rapunzel de água oxigenada.
— Você fez o quê?! — Berrou Rapunzel e eu.
— É... Você tem duas opções, Frost: Ou você corta todo o seu cabelo, ou você pinta de volta pra castanho, ou simplesmente senta e espera.
— Eu espero que você vá pro inferno. — Foi tudo que eu disse, enquanto segurava o meu cabelo e choramingava.
— Ah, acredite eu vou, e vou guardar um lugar pra você lá.
— Todo o meu vidro, Merida! Como vou descolorir o meu braço, agora?
— Ah, Odin todo poderoso, dá pra vocês calarem a boca?
— Qual a sua, Soluço? — Perguntou Merida se levantando e ficando apoiada sobre o cotovelo.
— É, você anda meio bipolar. — Concordou Rapunzel
— Não é nada, deixem pra lá.
— Mas... — Tentou Rapunzel.
— Deixem o cara em paz, credo. Garotas não tem seus próprios assuntos, não? — Eu disse.
Soluço e eu trocamos um olhar significativo, resultando em um sorriso agradecido.
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