O Submundo

Capítulo 9


Estamos sentados ao redor da mesa, eu ao lado de Lucy, e David e Hiley de frente para nós. Termino de comer o bolo que estava extremamente delicioso e digo:

_ Senhora Lucy, eu não entendo, a senhora me viu apenas uma vez e já me convidou para vim à sua casa.

_ Minha filha, eu acabei de me mudar para esse bairro, e queria muito me enturmar com a vizinhança, como diz o Hiley, e logo que vi você andando de bicicleta por aqui, percebi que você é uma boa pessoa, você emana energias boas. – Diz Lucy como uma expressão de ternura, se levantando da cadeira e indo em direção a pia da cozinha. – Agora, se não se incomode vou dar uma lavadinha nessas louças aqui, que está uma loucura, o pedaço de bolo que eu separei para os seus pais está bem ali em cima da mesa. – Diz ela, gesticulando em direção à mesa.

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_ Muito obrigada senhora Lucy. – Digo já com o bolo na mão. – O bolo estava uma delícia, tenho certeza que os meus pais vão adorar, tenho que ir, já está ficando tarde.

_ Eu é que agradeço, volte sempre viu? Você é muito bem vinda nessa casa. – Diz Lucy me dando um abraço.

Durante todo esse tempo, por incrível que pareça, Hiley e David se mantiveram calado, olho em direção para eles e digo:

_ Tchau para vocês.

_Tchau. – Responde David, como se não tivesse outro escolha a não ser falar comigo.

_ Tchau, garota do sorvete, até amanhã. – Diz Hiley, se levantando da cadeira e me dando um beijo na bochecha, o fuzilo com os olhos e saio porta a fora. Que garoto abusado.

__**__

Mal chego em casa e ouço a minha mãe dizendo:

_ Hum, que cheirinho é esse?- Diz ela se aproximando de mim.

_ É um pedaço de bolo de chocolate.

_ Ai filha, que bom que você adivinhou que eu estava com vontade de comer um bolo, mas aonde foi que você conseguiu. – Diz ela com uma cara de desconfiada, tento arranjar uma desculpa, mas é tarde demais, e acabo dizendo a verdade, ou melhor, apenas uma parte dela.

_ Eu estava andando pela rua, e a Lucy, a que se mudou para cá agora me viu na rua e disse se eu queria experimentar o bolo que ela tinha feito, e daí eu aceitei. – Digo, tentando soar o mais convincente possível.

_ Sei, olha, eu não acho muito bom que você fique aceitando coisas de estranho, mas acho que ela deve ser uma boa pessoa, agora me dá isso aqui que estou louca para comer. – Diz ela já pegando a vasilha da minha mão.

_ Cadê o papai? – Pergunto já subindo as escadas.

_ Está no escritório, resolveu escrever um livro para publicar.

_ Tomara que dê certo. – Digo, duvidando do mesmo.

Entro no quarto, faço todos os deveres de casa, termino o livro que estava lendo, já escolho outro para ler que se chama “Questões do Coração”, desço para a cozinha, janto, dou boa noite para os meus pais, volto para o meu quarto, leio mais um pouco do livro, quando estou quase caindo de tanto sono, resolvo dormir. Fecho os olhos, e a única lembrança que me faz sair desse mundo e entrar nos sonhos é a melodia de David.

__**__

Estamos quase no fim da aula, e até aquele momento a única coisa que eu ouvia era a fofoca de que Hiley foi flagrado agarrando a Patrícia, isso era muito bem o feitio dele.

_ Na boa, o que foi que ele viu nela? – Pergunta Megan, indignada com o acontecimento.

_ O que foi que aconteceu com você e o Arthur, não era você que estava toda apaixonada por ele?- Pergunto já irritada com as reclamações de Megan.

_ Joana, se liga, o Arthur já era, com a chegada de Hiley, todo e qualquer garoto já era, até mesmo o irmão dele, o David.

_ Você sabia que ele pode estar te ouvindo agora mesmo, nesse momento, ou já se esqueceu que ele estuda na mesma sala que a gente?

_ Meu bem, eu não estou nem aí se ele está escutando ou não, para mim o que importa agora é saber o que o Hiley viu naquela garota mimada. – Responde Megan fazendo-me revirar os olhos.

_ Será que vocês duas poderiam se virar para frente, por favor. – Diz rispidamente a professora Clara de História. Fuzilo Megan com os olhos e me viro para frente, rezando para que a aula acabe logo, e é isso o que acontece, ela mal chamou a nossa atenção e o sino bate marcando o fim da aula. Saio correndo sem nem ao menos olhar para a cara de Megan e principalmente de David, que também me evitou a manhã inteira.

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Acabo de almoçar, me troco de roupa, vou em direção a minha mãe, que como sempre está na cozinha e digo:

_Mãe, estou indo devolver a vasilha de bolo para Lucy.

_ Ei, eu posso ir com você? – Pergunta a minha mãe, já tirando o avental da cintura. – É que eu não agüento mais ficar aqui dentro sem fazer nada, o seu pai só fica enfurnado naquele escritório escrevendo o tal livro.

Eu não queria que a minha mãe fosse, mas acabo cedendo ao seu pedido, mas vou logo dizendo:

_ Mãe, só não repare nas casas deles, pois os móveis são meio antiquados.

_ Minha filha, isso é apenas um detalhe. – Responde a minha mãe, já andando em direção a casa da família nova.

Chegamos a frente a casa, e digo para a minha mãe:

_ Deixa que eu aperto a campainha, ok?

_ Vai lá. – Diz ela, admirando o jardim que a alguns dias eu tinha visto Lucy cuidando.

Aproximo-me da campainha, e como antes, eu mal aproximo o dedo para aperta e Lucy já abre a porta.

_ Joana, que surpresa boa, estava agora mesmo pensando em você, entre.

_ Eu vim aqui trazer a vasilha do bolo e trouxe a minha mãe que queria muito te ver. – Digo, chamando a minha mãe que não parava de admirar o jardim.

_ Oh, que surpresa boa, bom dia senhora, me chamo Lucy. – Diz Lucy estendendo a mão para minha mãe.

_ Por favor, não me chame de senhora, mas muito prazer me chamo Márcia. – Diz minha mãe, retribuindo o gesto.

_ Vejo que está esperando um bebê. – Diz Lucy olhando para a barriga de minha mãe.

_ Já dá para ver? – Pergunta a minha mãe toda contente, vejo que já se simpatizou com Lucy, acho que isso é um bom sinal.

_ Entrem as duas, por favor, estava terminando de fazer um pavê, vocês sabem, adoro fazer coisas diferente todos os dias.

_ Eu também amo. – Diz minha mãe, já se dirigindo a cozinha.

Olho em direção a escada seria uma falta de educação subir sem avisar, mas sinto que Lucy percebeu quando ela fala:

_ Joana, se quiser pode subir, como sempre David está no quarto, deve estar arrumando a bagunça.

_ A senhora não se importa? – Pergunto, tentando conter a minha felicidade.

_ Mas é claro que não. – Diz Lucy. Então vou subindo as escadas e ouço Lucy dizendo ao longe- Deixa eu te mostrar Márcia uma receita nova que estou inventando.

Pelo menos alguém se deu bem com a família de David. Aproximo-me do quarto de David e o ouço dizendo:

_ Pai, não é simples assim, o senhor sabe as consequências deu me apaixonar por uma garota, ainda mais se eu beijar a garota que eu amo, seria um desastre para todos nós, principalmente para mim, eu nem sei no que me tornaria se isso acontecesse o senhor lembra quando isso aconteceu com Hiley e no que ele se tornou, e depois acabou largando a pobre garota.

_ Meu filho, você acha que está se apaixonando mesmo por ela? – Pergunta alguém, que logo identifico sendo o pai de David. – Se você estiver realmente, saiba que não terá mais volta, ainda mais se você a beijá-la.

_ Eu sei pai, mais a cada vez que eu a vejo se torna difícil me controlar, é como se o corpo dela me atraísse e a cada vez que a vejo tenho uma vontade irresistível de a beijá-la.

_ É meu filho, você realmente a ama, mas terá que escolher, em não se envolver com ela e aproveitar a chance que a vida te deu sendo o que é, ou fique com ela, e leve o resultado disso pelo resto de sua vida.

Como assim, aproveitar a chance que a vida te deu? Levar o resultado pelo o resto da sua vida? Que resultado? E então David diz:

_ Se eu não tivesse ido no shopping com Hiley e esbarrado nela, nada disso teria acontecido.

_ Mas meu filho, de um jeito ou de outro você acabaria vendo ela, já que estudam na mesma escola e ainda por cima na mesma sala.

Espera um momento, isso significa que a garota que ele estava apaixonado era eu? A minha cabeça começa a rodar, como isso era possível? E eu pensando que ele me odiava, ele estava era tentando me evitar, porque não podia ficar comigo. Porque ele não podia ficar comigo? E se eu estivesse me apaixonando por ele também, isso não contava?

Tento sair o mais rápido possível dali, mas para a minha grande sorte acabo me esbarrando em alguma coisa, que eu não tinha visto antes. A porta de David se abre e me deparo com David e seu pai que era a versão mais velha de Hiley. Olho para David e começo a gaguejar:

_ Eu... Eu tenho que... – Nem termino a frase e já estou correndo pelas escadas, ouço ele dizer logo atrás de mim:

_ Joana, por favor, espere, eu posso explicar. – Não dou tempo para ele e saio correndo porta a fora, eu não queria explicação, não naquele momento, tudo estava confuso na minha cabeça, ouço minha mãe correndo atrás de mim e dizendo:

_ Minha filha, o que aconteceu? Me espera.

Mas acabo a deixando para trás, entro como um furacão dentro de casa corro de dois em dois degraus pela escada, entro em meu quarto e me tranco lá mesmo. Naquele momento mesmo eu tinha descoberto o que vinha sentindo desde a primeira vez que o vi, que estava apaixonada por David, e ele por mim, mas havia apenas um problema, ele não queria aceitar que estava me amando, me jogo na cama, ignorando as batidas de minha mãe na porta.