Merida

Merida estava sendo mais uma vez perturbada por Jack quando ouviu o grito.

Os dois estavam caminhando em silêncio pela floresta. Jack esticou o punho para que o anel brilhasse e eles se seguissem por sua luz, mas nada aconteceu. O rubi permaneceu com a mesma coloração vermelha. Sem nada de especial ou diferente.

Merida achava que a subdiretora estava maluca. Ou havia fumado alguma erva diferente antes de manda-los para o castigo! Ela poderia tirar 100 pontos de todos que era muito melhor que arriscar a própria vida naquela floresta misteriosa.

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Mas aquilo certamente era muito melhor do que ser expulsa.

- O que achou da aula de poções? - Jack lhe perguntou de repente.

Não era possível! Estavam quase morrendo de frio e medo e ele falava da aula de poções. Não tinha o mínimo cabimento. Seria tão mais simples eles apenas procurarem o colar e ignorarem a existência um do outro...

- Boa - ela respondeu.

- Só isso?

Ela olha para ele com uma sobrancelha arqueada. Séria.

- Tem alguma opinião mais especifica?

- Na verdade tenho. Poção Polissuco é algo magnífico. E ela prefere manter em aula teórica!

Merida concordava cegamente, mas é obvio que não admitiria. Preferiu apenas usar um argumento que não deixava aquilo claro, embora discordasse de certa forma. Ah... chega de palavras difíceis, ela enrolou:

- Mas vai ter duas aulas práticas na próxima semana. Uma delas pode ser a Polissuco!

Jack sorri. Aquele sorriso torto e sarcástico meio "bad-boy". Mas Merida sabe que um "bad-boy" não teria opiniões tão específicas sobre uma aula de Poções.

- Não mesmo - ele diz com convicção - será Sorte Líquida e uma poção do amor qualquer... Essas são as privilegiadas pois facilitam a vida da gente de forma artificial. Amor falso. Sorte... Nenhum trabalho. Não a Polissuco. Essa é complexa assim como seu uso. Você pode acabar entendo a mente de uma pessoa quando está no corpo dela. A forma que ela vive talvez...

Merida estava impressionada. Não esperava que Jack Frost era tão inteligente. Tá bom que expor suas opiniões sobre as aulas não é coisa de gênio. Mas ele usou argumentos tão convictos e de certa forma filosóficos que Merida ficou boquiaberta. Ainda mais quando um baderneiro da sonserina que o diz.

Mas ela não deixou que sua impressão se mostrasse.

- Bom, se a professora dá a matéria é porque sabe o que faz - diz dando de ombros.

- Seu raciocínio é tão limitado mesmo ou você só está fazendo pouco de mim?

Ela provavelmente responderia algumas coisas feias, e aí escuta um grito estridente vindo de mais a fundo da floresta.

.

Soluço

Ele e Rapunzel saem correndo mas não precisaram ir muito longe. O grito fora alto e muito próximo. Eles afastam alguns galhos no caminho e outras plantas enquanto tentam chegar mais perto.

Rapunzel segurava o cordão e sua luz vermelha começou a ascender. Soluço deduziu que Merida e Jack estavam próximos, e começa a se desesperar. Será que o grito foi de um deles? Será que foi de Merida? Só poderia ser, não havia ninguém mais na Floresta e o grito não parecia do Argos.

Como Rapunzel está na frente, ela foi a primeira a ver a cena deplorável.

Soluço escutou-a gritar. Ela pula para trás e ele a segura. Então estica a cabeça para ver o que era e quase solta um grito igualmente assustado.

Na frente dos dois havia uma pessoa morta.

Uma garota, na verdade. Era uma criança. O rosto estava absolutamente pálido e embaixo havia uma coloração roxa. Os olhos em si não possuíam brilho, estavam opacos e arregalados. Soluço achou estranho ela ter uma aparência de morta ao invés de moribunda, afinal ela acabara de gritar.

Rapunzel pensava a mesma coisa.

- Essa garota morreu faz tempo... O grito foi há poucos minutos...

- Maldição da Morte - afirma Soluço.

Ela olha para ele.

- O quê?

- Só um "Avada" faria ela ter essa aparência quando acaba de morrer.

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Rapunzel afirma com a cabeça, seus olhos se viram para a menina. Ela começa a chorar. Soluço também choraria mas está chocado demais para isso. Era apenas uma criança. Do Primeiro Ano, talvez. E pensar que se tivessem chegado (ou sido pegos) algumas horas antes... Ela poderia estar salva.

Soluço toca no ombro dela, a fim de consolá-la mas ele também precisa de um consolo. Aquela visão é horrorosa. Terrível. Mesmo sendo ambos mais maduros.

Merida e Jack aparecem em meio as árvores. Primeiro olham para as lágrimas e os olhos vermelhos de Rapunzel.

- O que... - Merida começa a perguntar, mas então seus olhos se voltam para o chão. Jack já olhava, assustado como todos.

- Agnes. - grita Merida.

Jack olha para ela.

- Conhece ela?

A ruiva faz que sim, as lágrimas começando a jorrar.

- É da Grifinória. - responde.

- Achamos que foi um Avada - diz Soluço. Ambos confirmam, avaliando o cadáver.

- Foi um bruxo das trevas - diz Merida com ódio - da Sonserina.

Todos olham para ela com o cenho franzido. Jack parecia o mais ofendido. Mas como ela podia afirmar uma coisa dessas com tanta convicção? Ainda mais na presença de um sonserino?

- Como sabe que foi um sonserino? - pergunta Jack, um tanto irritado.

- Ela era Nascida-Trouxa! Quem mais faria isso? Um Grifinório? Um Lufano? Um Corvinal? Não, não temos esse preconceito cego de vocês! Só um sonserino faria algo assim!

- Para sua informação, Dunbronch, nem todos bruxos das trevas são Sonserinos e nem todos os Sonserinos são bruxos das trevas. Acha que não existem Grifinórios no lado deles? Lufanos ou Corvinais? Você é muito burra! Idiota, melhor dizendo. Só vê as coisas externamente e nem se preocupa em olhar mais fundo.

Todos estavam boquiabertos com o ataque de Jack. Principalmente porque ele estava chorando. O sonserino sai batendo os pés e arranca o colar da mão de Rapunzel bruscamente. Ninguém fala nem faz nada, até ele se virar e dizer uma última coisa antes de ir embora:

- Eu vou dar essa porra pro Argos enquanto vocês decidem se vão ou não contar sobre a garota morta.

- Nós vamos - diz Soluço, mas sai como um sussurro e Jack não deve ter escutado.

Jack sai. Todos o observam até que ele desaparece nas árvores sombrias.