Capitulo quatorze - Jack

Ela me fazia feliz...

Ou até mais que isso, ela é minha felicidade e alegria em todos os momentos... Durante muito tempo eu me senti sozinho, com medo, pavor, era fraco, entretanto, a partir do momento que eu a vi soube que ela me salvaria de mim mesmo, ela seria minha luz, meu auxilio e acima de tudo e todos, também seria meu motivo de viver.

Não é uma coisa tão simples, muito menos algo complicado, ela é a flor que dá vida a minha alma gélida, e que trás cor ao meu mundo em branco.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Às vezes é mais complicado tentar e não conseguir entender, mas é isso que representa a transição: Parar de pensar e começar a viver! Talvez o frio congele a emoção. Mas a cor sempre pode degelá-la. A vida se transporta da escuridão e se encontra onde podemos cultivá-la.

Estava tão distraído com meus pensamentos que acabei nem percebendo que a primeira lanterna já tinha sido lançada no céu, que consequentemente, foi seguida por outras milhares iguais. Imaginava o que o grande rei e a destemida rainha estavam sentindo nesse momento, sem ter o privilégio de ver a filha no aniversário.

Quando Rapunzel viu as luzes despontarem de dentro do reino deu um pulo e quase fez o barco virar. Ela estava fascinada com a ideia de que finalmente, depois de tantos e tantos anos presa, ela realizaria seu tão sonhado sonho.

E como minha pequena flor nunca perde o hábito de cantar, ela começou. Uma música linda e melodiosa, pode ser comparada a até um tranquilizante, desde sempre ela foi perfeita da forma como ela é.

Tantos dias olhando das janelas

Tantos anos presa sem saber

Tanto tempo nunca percebendo

Como tentei não ver?

Mas aqui, a luz das estrelas

Bem aqui, vejo o meu lugar

Sim, aqui consigo sentir

Estou onde devo estar

As luzes inundaram o céu com seu brilho, até mesmo para mim, que já havia me acostumado a vê-las todos os anos, dessa vez tudo era diferente. Acho que somente pelo fato dela estar comigo, as coisas faziam mais sentido. Mesmo sem saber quem eu era antes de conhecer a rainha e sem saber como fui chegar até ali, eu sabia que se estivesse com minha Princesa nunca me sentiria sozinho novamente.

Vejo enfim a luz brilhar

Já passou o nevoeiro

Vejo enfim a luz brilhar

Para o alto me conduz

E ela pode transformar

De uma vez o mundo inteiro

Tudo é novo, pois agora eu vejo

É você a luz

Ela parou de cantar e se virou para mim, encarando-me surpresa ao ver que eu segurava duas lanternas, uma em cada mão, para lançarmos juntos elas no céu.

Ela sentou de frente para mim e ajeitou-se no banco da melhor forma possível para tudo ficar como ela imaginaria acontecer.

–Antes – disse eu – Gostaria de te dar um presente.

–Presente? E tudo isso o que é? – Perguntou divertida.

–Isso aqui era só a introdução – Peguei minha bolça marrom que estava embaixo do assento – Isso pertence a você por direito.

Os olhos delas ficaram arregalados quando viram aquilo que eu lhe estendia, era a coroa que Gothel tinha levado para a torre antes de sairmos.

Era a coroa da legitima herdeira do reino da primavera.

–É a coroa que mamãe trouce antes de sairmos – falou enquanto pegava o objeto de minha mão – E também a que você não quis me dizer de onde vinha.

–Na verdade essa coroa é sua.

–Minha?

–Sim, sua.

–Jack eu não estou entendendo, como ela pode ser minha?

–Toda princesa tem uma coroa – respondi virando o rosto

–Mas eu não sou uma princesa, minha mãe é uma plebeia e consequentemente eu também a não ser que... – eu coloquei meu dedo nos lábios dela impedindo que continuasse. Tomei a tiara das pequenas mãos de Rapunzel e coloquei-a em sua cabeça

–Não fala nada.

–É que tudo esta acontecendo de uma forma tão rápida, eu estava com medo até alguns minutos atrás e confusa com meus sentimentos, só que agora eu não sinto mais nada e tudo por que eu estou aqui com você... – Vi que ela corou depois de se dar conta do que tinha dito – Entende?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

–Estou começando – Sorri

Dei uma lanterna para ela e juntos lançamos as duas no céu.

Tantos dias, sonhando acordado

Tantos anos, vivendo a vida em vão

Tanto tempo nunca enxergando

As coisas do jeito que são

Ela, aqui, à luz das estrelas

Com ela aqui, vejo quem eu sou

Ela que me faz sentir que eu sei pra onde vou

Vimos elas subirem ao céu, não apenas flutuavam, mas como também dançavam. E como se apenas elas e nós existíssemos eu senti algo novo bater no meu peito, e apenas uma coisa ecoava por minha mente.

“- Você a ama.”

Agora eu tinha essa certeza, eu a amava. Amava mais que tudo. Ela tornou-se o centro da minha vida, a luz que me guiou para perto da paz a luz que iluminou minha mente falha e imperfeita, com ela eu não me preocupava com reinos, meu passado antes de ser encontrado no lago, a Feiticeira Vermelha, Maquiavel... Ninguém. Somente ela importava. Por que simplesmente foi com ela que eu aprendi a amar.

Talvez amar ainda sim seja pouco, o que eu sinto não tem nome, não tem tradução e nem explicação. Eu só sinto e pronto, talvez seja complexo demais, sincero demais, grande demais pra ser entendido.

Vejo enfim a luz brilhar

Já passou o nevoeiro

Vejo enfim a luz brilhar

Para o alto me conduz

E ela pode transformar

De uma vez o mundo inteiro

Tudo é novo, pois agora eu vejo

É você a luz

É você a luz

Os olhos devem ser mesmo a janela da alma. Sempre tão mais sinceros e verdadeiros que sorrisos, só eles mostram tudo o que sentimos. Tudo o que queremos dizer e não conseguimos.

–Rapunzel – Aproximei-me

–Sim Jack? – Ela respondeu chegando mais perto.

–Eu...

–Você...

Coloquei minha mão na nuca da princesa e a puxei de encontro a mim, ambos fechamos os olhos e passamos a sentir a respiração um do outro. Nada podia atrapalhar nosso momento.

Tão certo e ardente como o sol do meio dia, nos beijamos.

Percebi que ela não sabia ao certo como agir numa situação como essa, então simplesmente coloquei a minha outra mão em sua cintura e puxei-a para mais perto, involuntariamente ela levo suas mãos pequenas e delicadas para minha nuca e por fim nos entregamos por completo um ao outro com esse simples beijo.

Se eu soubesse que essa seria a ultima vez, eu teria dito as coisas mais bonitas, teria ficado ali até o ultimo minuto, eu seria compreensivo e demonstraria meu amor, mas como eu não sabia eu não pude desfrutar desse momento tão perfeito, pois assim que nossos lábios se separam sinto o mundo a minha volta girar. Enquanto caia em direção a água, ouço os gritos assustados da princesa e percebo Flyn na outra ponta da margem. O sorriso maligno de Rider é a última coisa que vi antes de ser engolido pela escuridão.