Os Pensamentos de uma Cebola Atrevida — Capítulo Especial

Pov Cebola

Cantar com a Mônica efetivamente foi uma das melhores experiências de toda a minha vida. Mas nada se compara ao 'sim' que ela disse assim que eu perguntei se podíamos ser amigos.

Mas de fato eu não me intendo. A algumas horas atrás se alguém perguntasse algo sobre a Mônica, eu falaria para não tocar no nome daquele ser demoníaco. Já agora... Eu não sei o que diria. Provavelmente responderia nós tivemos desentendimentos e que agora nos resolvemos.

Lembro-me de como seu rosto ficou abrasado no mesmo momento em que fiz o meu pedido. Ela só fez ficar ainda mais linda, foi como se um lindo arco-íris se erguesse no céu.

"Acho que estou tendo alguns pensamentos um tanto estranhos" — Pensei. — "Estranhos ou gays?" — Falei comigo mesmo. — "Pronto agora eu penso que estou conversando comigo mesmo!"

Eu acho que tive vontade de beijá-la, mas é claro que não o fiz, além de ter namorada — Mesmo não gostando nem um pouco dela. — Se eu a beijasse, a nossa amizade nem chegaria a existir. E certamente eu iria levar uma bela sova, assim como no dia em que comecei a odiá-la. Além disso, eu não gosto da Mônica dessa forma, só acho ela bonita.

Mas acho que até mereci o que ganhei, além de ter ofendido a sua amiga, eu também a ofendi — Eu acho.

Eu verdadeiramente desejo conhecer melhor essa garota, saber de toda a sua vida de seu passado e de seu presente, mas realmente quero fazer parte de seu futuro.
Eu realmente não a entendo, mas sei que ela não me entende também, alguns dias atrás eu fui rude com ela, entretanto hoje peço para sermos amigos. Todavia, agora o que mais me aflige, é o pensamento se isso foi o certo a se fazer.

Talvez sim, talvez não. Realmente só saberei no futuro.

— Cebola, por que você está com essa cara de bobo apaixonado?

— Oi, Como? Maria, o que você está fazendo no meu quarto.

— Você está tão distraído que nem ao menos percebeu que está na sala. — Ela me respondeu rindo e apontando para mim.

— É, eu tenho andado realmente distraído, impaciente e indeciso. E ainda estou confuso, só que agora é diferente, estou tão tranquilo e tão contente.

— Aposto que é por causa da Mônica. — Me olhou com malícia.

Eu fiquei quieto por um momento, não respondi com grosseria ou ironia. E foi neste momento que eu soube, eu tinha que mudar, por todos, mas principalmente pela Maria. Ela era a minha irmã, e me amava, assim como eu a amava também. Eu tinha que lhe pedir desculpas.

— Você está maliciosa de mais para uma garotinha fofa.

— Tentando ser um pouco gentil e romântico, Cebola? Você é um péssimo ator. — Ela sobe as escadas correndo em direção à seu quarto.

"Droga! Ela não me dá uma oportunidade sequer."

Eu realmente pensei em ir atrás dela, mas não sabia como. Não ainda.

Há tempos eu venho pensando como eu posso ser tão egoísta e tão infeliz ao mesmo tempo. Eu apodreci, tanto por dentro quanto por fora. E há tempos o encanto do mundo está ausente e há ferrugem no meu sorriso. Desde que perdi minha mãe, por culpa do infeliz do meu pai. Eu o odeio

Será que eu devo perdoá-lo? E também pedir desculpas pelos anos de ódio e frieza com ele?

Tudo que aconteceu não foi realmente culpa dele, certo? Foi só um acidente. Não, nem ao menos sei se tenho coragem para fazer isso. E tenho certeza, que se meu pai não tivesse traído mamãe com Milena, nada disso aconteceria.

Mas admito, amo meu pai, mesmo depois de tudo isso. Eu sei que falo o tempo todo que o odeio — As vezes digo até para mim mesmo para ver se consigo me convencer de que estou falando a verdade. — , mas apesar de tudo ele sempre vai se o meu pai. Não é mesmo?

E eu não deveria ter descontado todo o meu ódio em cima da Maria, ela não tem culpa de nada. Quando tudo aconteceu ela só era um bebê.

Eu realmente preciso contar a ela tudo o que aconteceu naquele fatídico dia, preciso explicar o porque de todos esses anos de fúria com o meu pai e pedir perdão por ter sido um idiota por todos esses anos.

Porém tenho certeza que preciso melhorar, e muito. Tenho certeza que não mudei de um dia para o outro. Vai que um dia eu fico enraivecido e grito com ela? Ela vai mesmo achar que eu sou um babaca rude (mas eu admito que sou) mesmo.

Por isso tenho que me acalmar. Vou terminar com a Carmem e acho que vou sair daquele grupo idiota que eu nomeei de The Greens.

"Nome ridículo esse que eu coloquei hem? Eu tenho uma imaginação tão fértil"

As vezes penso comigo mesmo: Por que raios eu namoro a Carmem?

Okay! Podemos admitir que ela é uma garota muito bonita, mas ela é tão chata, melosa e grudenta. Além de tudo isso, eu acho que a Mônica é milhões de vezes mais bonita e mais gostosa que a Carmem.

Nesse momento vocês mulheres que estão espionando meus pensamentos devem estar pensando também: "Safado! Ele disse que a Mônica é gostosa!". As mulheres não são só beleza.

E os homens devem pensar como eu: Ai sim em! A Mônica com aqueles seios grandes, aquelas pernas torneadas, o bumbum redondinho e a cintura fina, não ia ser poupada de olhares.

Sim, agora eu me entreguei. Eu acho aquele menina um avião!

"Um avião lindo e gostoso" — Suspirei.

— Acho que eu estou ficando doido. — Falei alto, mas eu estava sozinho e ninguém me ouviu.

Acho que as vezes é melhor que eu fique assim mesmo... Sozinho, pelo menos não machuco ninguém, somente a mim mesmo. Prefiro ficar desta maneira, sozinho pensando na minha vida e em meus problemas e no fim nunca resolver nada.

Mas também penso que preciso de alguém gentil e paciente ao meu lado, que possa me ensinar a rir das desgraças da vida.

Mas quem sabe um dia as coisas mudam? E eu possa finalmente me sentir em paz e feliz.