Family Portrait

Tempo de Festa


– Ashley, eu não uso nada desse tipo! – eu disse enquanto Ashley tentava me explicar mais ou menos a roupa que eu deveria vestir para a festa.
– Não é possível que você não tenha um vestido de festa! – ela colocou as mãos na cintura, me encarando.
– Sinta-se livre para procurar. – eu apontei para a porta do meu closet.
– Se eu achar qualquer coisa que possa ser usado em uma festa, Alice, eu juro que eu coloco em você em que seja a força. – ela disse e entrou em meu closet. Me joguei na cama ao lado do vestido que Ashley tinha trazido para ela. Era lindo, mas eu não me imaginava naquilo nunca. (look)
– Porque eu não consigo imaginar você em um vestido apertado? – ela gritou de dentro do closet.
– Porque eu não nasci para isso! – eu gritei de volta.
– Apertado talvez não mesmo, mas curto... – e então ela saiu de lá com a roupa que eu nunca imaginaria que ela conseguiria combinar. (look)
– Pronto, é isso que você vai vestir, pode ir se trocar. – olhei para as roupas que ela tinha deixado ao lado do vestido dela, e revirei os olhos. – Não tenho medo de cara feia. Vai logo, daqui a pouco o Bryan já vai começar a reclamar.
– Nós vamos com Bryan? – eu perguntei.
– Vamos, porque? Ou você prefere ir com o Sebastian? – ela arqueou uma sobrancelha. Revirei os olhos e entrei no banheiro.
Quando finalmente estávamos prontas, já eram 22h. Quando eu me olhei no espelho, eu levei um susto.
– Faz muito tempo que eu não me vejo assim. – Ashley tinha caprichado na maquiagem, combinando o vestido, a jaqueta, e os únicos saltos que eu tinha levado para Seattle. Meus cabelos pretos caíam pelos meus ombros e formavam pequenos cachos nas pontas.
– Pode falar, eu sou uma ótima estilista. – ela chegou ao meu lado no espelho, se olhando.
– Você também está irreconhecível. – eu a olhei – Eu só via você de shorts, tênis e alguma regata de alguma banda. – eu ri. O vestido caía perfeitamente em seu corpo fino.
– Como se os seus shorts e moletons fossem muito variados. – ela respondeu, me empurrando e ocupando todo o espaço do espelho. Ouvi alguém batendo na porta e fui abri-la.
– Se vocês forem demorar... – e então ele parou de falar e ficou apenas me olhando de cima a baixo. Senti minhas bochechas queimarem. – Ahn...você... – ele engoliu em seco – você está linda, Alice. – eu olhei para baixo, logo depois olhando para ele novamente.
– Obrigada, Sebastian. – eu respondi em um meio sorriso.
– Você também está linda, Ashley. – ele falou mais alto, olhando por cima de mim para Ash. Ela se virou, com uma sobrancelha arqueada e os olhos cerrados para ele.
– É pra eu agradecer? – ela perguntou. Ele riu e balançou a cabeça, se voltando para mim.
– Eu iria falar que se vocês fossem demorar mais um pouco nós largaríamos vocês aqui, mas vejo que já estão prontas, então nós já podemos ir.
– Mas eu achei que nós fossemos com o Bryan. – Ashley disse, andando em nossa direção.
– Mudança de planos. Taylor está vindo pra cá e ele vai esperar. Só se vocês quiserem esperar com ele...
– Não, tudo bem. Vamos. – eu disse antes que Ashley pudesse fazer qualquer objeção. Sebastian se virou e começou a andar, e nós fomos logo atrás.
– Eu não acredito que você fez isso. – ela cochichou no meu ouvido.
– Você prefere aturar o Sebastian por uns minutos ou esperar até que a princesa chegue e ainda ficar aguentando aqueles olhares de desprezo que ela ama lançar para nós? – eu respondi. Ela olhou para mim e depois assentiu.
– É, tudo bem. – ela disse enquanto descíamos a escada e entravamos na sala, onde Bryan estava sentado.
– Finalmente, achei que... – ele parou de falar, como Sebastian fez, e ficou nos encarando como se nunca tivesse nos visto. Já era a segunda vez que eu me sentia corar em menos de dez minutos. – Vocês estão lindas. – ele disse, levantando e dando um beijo no topo da cabeça de Ashley, e logo depois sorrindo para mim. Sorri de volta.
– Obrigada. – eu respondi.
– Nem venha com essa cara de surpreso, porque você já me viu arrumada desse jeito. Se você está deslumbrado é por causa dela. – Ashley apontou pra mim e saiu atrás de Sebastian, conseguindo me deixar um pouco mais vermelha do que eu já estava.
– Me desculpe por não levar vocês, é que eu não sabia que teria que levar a Taylor e...
– Não, Bryan, tudo bem. – eu o interrompi – Eu já vou indo, antes que Sebastian comece a buzinar. Eu sorri para ele e fui em direção ao corredor que dava para o hall de entrada, e o ouvi me chamar, me virei e ele disse:
– Sobre te trazer para casa a hora que você quiser...a promessa ainda está de pé.

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Connor morava mais perto do que eu imaginava. O quintal da frente era extremamente gigante, com uma piscina enorme bem no meio. Já tinham algumas pessoas dançando enquanto outras conversaram, mas todas com pelo menos um copo na mão. Entrei na casa com o Sebastian de um lado e Ashley de outro, logo ele avistou seus amigos e nos puxou naquela direção.
Eu já tinha me “acertado” com Connor, e já conversávamos normalmente. Ele me cumprimentou e me elogiou, como a maioria dos meninos ali fizeram. Eu já estava começando a ficar desconfortável, quando Ashley me puxou e começamos a andar pela casa a procura de algum lugar sossegado. Encontramos um pequeno jardim no quintal dos fundos, onde alguns casais estavam conversando.
– O lugar está tomado por casais e eu aqui com você. – eu comentei, balançando a cabeça e dando uma cotovelada em Ash.
– Não reclame, você nunca vai achar melhor companhia que a minha. – ela devolveu a cotovelada. Nos sentamos em um dos bancos e ficamos conversando e comentando sobre as pessoas que passavam por ali. – Acho que eu vou pegar alguma coisa pra beber, vai querer?
– Por favor. – eu respondi. Ela se levantou e foi em direção à entrada da casa, enquanto eu observava a movimentação na parte da frente da casa. Pessoas chegavam de todos os lugares, e logo aquele espaço sossegado já não estava tão sossegado assim.
Senti alguém se aproximar, olhei para cima e vi Connor se sentado ao meu lado.
– Está gostando da festa? – ele perguntou.
– Bastante. – eu respondi, procurando freneticamente por algum sinal de Ashley.
– Esperando alguém? – ele me olhou.
– Não. Ashley só disse que iria buscar algo para beber. – eu sorri.
Ficamos conversando ali por um tempo, até que Ashley chegou com dois copos.
– Ah, não sabia que teria que trazer mais um copo. – ela disse me entregando o meu.
– Não, tudo bem Ash. Eu já bebi. – Connor sorriu para ela, e ela sorriu de volta.
– Tudo bem, então. – ela olhou para mim, e depois voltou a olhar para Connor – Eu...vou...pra lá – ela apontou pro quintal da frente e saiu andando, me deixando sozinha com Connor. Muito obrigada, Ashley.

Acompanhei Ash andando com o olhar, e quando ela saiu de minha vista, meus olhos pousaram sobre Bryan e Taylor. Eles estavam abraçados e ele a olhava, sorrindo, enquanto ela olhava em volta, como se procurasse alguém.
– Alice? – a voz de Connor me fez voltar.
– Desculpe, o que você estava dizendo? – eu me virei para ele.
– Nada. – ele riu e balançou a cabeça. Eu corei e me ajeitei no banco, focando em Connor.
– Me desculpe, eu só... – eu comecei, e ele me interrompeu.
– Não, tudo bem. – ele sorriu – Vamos lá pra dentro? Com certeza está melhor do que aqui. – ele olhou em volta e eu fiz o mesmo. O lugar já estava sendo tomado por pessoas já bêbadas ou casais que não sabiam o que era um quarto. Assenti e Connor me puxou pela mão, me levando pelos fundos até o interior da casa, passamos pela cozinha, onde algumas pessoas conversavam, e chegamos à sala, onde estava estranhamente vazia. Não completamente vazia, claro que havia rodinhas de pessoas dançando e conversando, mas pelo tamanho do cômodo, tinha espaço sobrando. Nos sentamos em um dos sofás de dois lugares que estava vazio e ali nos acomodados, por um bom tempo ali não vi Ashley, Bryan, Taylor nem Sebastian. Meu copo em nenhum momento ficou vazio, e eu já estava me sentindo mais a vontade.
Connor me perguntava sobre as coisas no Brasil, e eu o perguntava sobre sua rotina.
– Preciso confessar que as vezes eu até esqueço que você é brasileira. – ele disse, sorrindo – Você se adaptou muito rápido, não?
– Na medida do possível. – eu respondi.
– Me confessa uma coisa, você não mistura as duas línguas? – ele perguntou.
– Algumas vezes sim, principalmente quando estou nervosa. As vezes escapa um palavrão em português. – eu ri e ele acompanhou. Ele ficou me encarando por alguns segundos, e eu sustentei seu olhar. O senti se aproximar devagar, uma de suas mãos colocando uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha, e a outra segurando meu rosto. Nossos lábios se tocaram levemente, logo depois senti sua mão livre descer pelo meu braço e chegar em minha perna, me puxando mais pra perto e aprofundando o beijo. Joguei meus braços ao redor de seu pescoço e deixei que as sensações me levassem para outro lugar.


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