Ich Bin Nicht Ich

Farra da meia-noite


O show foi muito bom. Os garotos nos tinham dito que pegássemos um táxi e voltássemos pro hotel ao término do show. Fizemos isso, e apesar da minha cabeça estar latejando, ainda consegui ver, comentar e rir com a Paula das centenas de fotos que tínhamos tirado.

- Cara, meus tímpanos estouraram, mas vale a pena! Nunca, nem que eu viva duzentos anos, eu vou esquecer disso! – comentei.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Né! E olha essas fotos, djow, vai explodir a memória do Orkut...

Caímos no ataque de riso e depois fomos dormir. Mas estávamos muito elétricas, nem eu nem ela conseguimos pregar o olho. Decidimos passar a madrugada em claro. Uma hora depois de contarmos piadas e fazer outras brincadeiras bobas, ouvimos barulho no corredor e fomos ver o que era.

Eram Tom e Bill procurando a chave do quarto – nenhum dos dois se lembrava de tê-la guardado. Saímos na porta e a Paula perguntou:

- O que foi, povo?

- Estamos tentando achar a nossa chave – Bill respondeu.

- É, porque o Billy perdeu! – Tom completou com tom de deboche.

- Billy? Credo! Não chame o seu irmão desse jeito! – briguei.

- É. Billy é nome de cachorro. – a Paula informou isso e nós começamos a rir.

- Não tem graça! – Bill reclamava, sussurrando, devíamos ser os únicos seres acordados àquela hora da noite.

- Desculpa, Bill, mas tem graça sim. Billy é mesmo nome de cachorro. – eu disse, rindo.

- Orra, você podia ir dormir sem essa! – Tom comentava se rachando, de nós três ele era o que mais ria.

- Eu podia tentar entrar no quarto se o Tommy ajudasse a procurar a chave. – disse Bill com uma careta.

Tom parou de rir no ato e declarou:

- Não deu certo, Bill. Tommy não é nome de cachorro.

- Não mesmo! - Paula concordava.

- Tommy é o nome do gato do sótão. – eu disse.

- É menos pior do que cachorro. – Tom concluiu balançando a cabeça.

- E também é o nome do personagem daquele desenho bobo dos bebês, qual é mesmo o nome? Rugrats! – Paula lembrou.

Dessa vez quem caiu no riso foi o Bill, literalmente: ele rolava no chão enquanto eu perguntei pra Paula:

- Isso passava na Alemanha?

- Sei lá – ela respondeu e riu também.

Quando acabou a crise, tornaram a procurar a chave nos bolsos. Bill não achou em nenhum dos quatro bolsos da jaqueta nem nos dois da calça.

- Tá vendo, Tom, tá com você, eu já procurei três vezes em todos os bolsos e nada! – reclamava.

- Mas eu tenho certeza de que nem peguei nessa chave hoje! – dizia Tom enquanto procurava a chave nos seus 10 (!!!) bolsos da calça. Então pôs a mão no bolso do moletom enorme e lá estava a chave, intacta. E a balançou no ar, sorrindo.

- Eu não disse que tava com você? – Bill disse pegando a chave da mão do irmão.

- Afe, Bill, eu esqueci que tinha posto na blusa! Até parece que nunca esqueceu nada na vida.

- Cala a boca, Tom!

- Estúpido.

- Idiota. Boa noite, gente – Bill veio na minha direção e me deu um beijo na testa. – Até amanhã.

- Bom resto do que sobrou da noite. – eu disse.

- Boa noite? Até amanhã? A essa hora já devíamos dizer bom dia! – Paula observou – Até daqui a pouco.

Entramos no quarto. Já estava com sono, então dormi logo, e bem.

Acordei às 11h da “manhã” seguinte e me perguntei se faríamos algo. Não. Saí no corredor pra ver se a Paula estava por ali, pois não a havia visto no quarto, e um minuto depois ela apareceu no corredor.