Bad Karma

20. As Aventuras do Billy (Pt. I)


***

POV Luke Castellan

***

Eu ferrei tudo.

Definitivamente, dessa vez não tinha volta. Pela milésima vez naquele dia eu coloquei o rosto entre as mãos e suspirei. Eu podia até ser um atleta, mas não chegava a poder ser estereotipado como um ser descerebrado que não consegue pensar em nada além de beijar bocas e dormir com o máximo de garotas possíveis antes que a minha vida (Lê-se ensino médio) acabe.

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Já sabe quem eu sou, certo?

Isso mesmo, o coelhinho da playboy.

Ha ha.

Voltando ao amado/odiado clichê adolescente, eu posso até não ser burro, mas já estava começando a hiperventilar e até agora não conseguia pensar em nada capaz de me tirar de tamanha encrenca.

Se Thalia não me suportava antes, agora ela queria arrancar o Billy e servir no sopão municipal.

Literalmente.

— Castellan, se você continuar a beber tanto café, só vai conseguir dormir no dia do Juízo Final. – Eu levantei o meu olhar e, por mais que eu estivesse feliz por ver a minha melhor amiga diante de mim, a fuzilei com o olhar. Passara o dia todo naquele mesmo lugar e tentava adiar aquela conversa o máximo possível, mas pelo visto, minha hora chegara. Tomei outro gole do meu décimo café.

Pelo menos eu não teria que pagar por eles.

— Você por acaso teria uma coisa que me faria acordar só no dia do Juízo Final? – Perguntei com a voz baixa. Já era quase noite e eu ainda não conseguira me livrar da ressaca dos tais drinks do Motel.

— Serve veneno de rato? – Ela perguntou, contendo o riso em sua voz. – Acho que posso batizar alguma de suas bebidas com o que sobrou da última dedetização... Claro que a sua mãe não pode saber disso, ou meu emprego já era.

— Tanto faz. – Respondi em um mal humor digno de mim mesmo. – O que você está fazendo aqui mesmo? Essa cabine nem é da sua sessão.

Ela se sentou na minha frente, retirando o avental.

— Claro que não é. – Ela se inclinou para frente. – Eu nunca serviria mais de um café para você. – Disse como se fosse óbvio. Eu não respondi, Annabeth era a minha melhor amiga desde... Bem, desde sempre. Claro que ela sabia que havia algo errado. – Katie pediu para que eu viesse até aqui. Aparentemente, hoje você não deu em cima dela e não fez nenhum tipo de comentário pervertido sobre o uniforme... Não precisa ser nenhum gênio pra saber que tem algo de errado. Você passou o dia aí parado, tomando café e olhando pro nada! Você odeia café, Luke!

Odeio mesmo, mas não conte isso a minha mãe. Eu olhei feio para Katie, que estava limpando o balcão e me olhando com um sorriso debochado.

Traidora.

— O que aconteceu?

— Nada. – Respondi no intuito de ganhar mais um tempo. Sabia que era inútil tentar esconder algo daquela loira capirotesca.

— Não acho que “nada” faria você faltar aula. – Arregalei os olhos. Ela percebera? Quer dizer, desde que começara a namorar Percy, nós mal nos víamos! Ela sempre almoçava com ele e entre os intervalos das aulas, eles estavam sempre muito ocupados devorando a cara um do outro. – Sim, eu percebi. Mas relaxa, não vou falar nada para a May.

Meus olhos continuavam encarando as minhas mãos sobre a mesa, e Annie chamou a minha atenção quando as tocou.

— Vamos lá Luke, você pode falar comigo. – Eu olhei para ela. Apesar do olhar preocupado, sem dúvidas ela estava feliz. Mais feliz do que sempre estivera e o que me dava mais raiva é que o responsável por isso era o babaca do Jackson. Eu odiaria ter que encher ela com os meus problemas, mas já que ela insistia tanto...

— Estou de mal humor, é só isso. – Peguei o meu copo de café e suspirei pesadamente quando percebi que ele estava vazio.

— Nossa! Obrigada por falar o óbvio. – Ela revirou os olhos. – Sua noite foi tão ruim assim? – Ela perguntou ironicamente depois de alguns segundos de silêncio.

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De forma alguma! Se tem uma coisa que a minha noite não foi, essa coisa foi ruim. Ah, se ela soubesse...

Lembrar o fato só me fez sentir ainda pior.

— Eu estraguei tudo, ok? – Disse descontando um pouco da minha raiva nela.

— O que foi aconteceu? – Ela demandou já se sentindo irritada. Não posso culpa-la, Annie sempre fora esquentadinha e esse meu comportamento enigmático digno de Batman não estava ajudando em nada.

— Você não entenderia. – Disse erguendo a mão para chamar a traíra da Katie. Aquela garota ia me pagar. Eu definitivamente vou roubar todas as calcinhas dela e pendurar nos armários da escola. Me aguardem.

– AH MEU DEUS, LUKE! VOCÊ BROCHOU? – Annabeth gritou atraindo a atenção de todos as pessoas que estavam ali, inclusive a da minha mãe. O que ela fez? Me olhou com certa pena e decepção e consegui ler os seus lábios quando ela dizia algo como “vamos na farmácia mais tarde, não se preocupe com isso, meu bem”.

Que ótimo!

— NÃO! – Arregalei os olhos. A essa altura, Katie já estava de pé ao nosso lado e claramente segurava uma risada. Ah, minha querida Katie Bell, se eu nunca consegui chegar nas suas calcinhas do meu jeito, vai ser do jeito dos Stoll.

Me aguarde.

— Pois não? – A garota estava vermelha.

— Outro expresso. – Eu disse, mas a Annie se intrometeu:

— Nada disso. Ele vai querer outra coisa.

Nessas horas eu queria poder socar a cara da Annie.

— Hm... – Eu disse vasculhando a minha memória. Conhecia bem o cardápio. – Vou querer vi-

— Desculpe, Luke, nós não temos viagra. – Ela tentava manter a sua expressão séria, mas o sorriso debochado estava lá.

Palhaça.

Vitamina de frutas vermelhas. – Eu disse ignorando o comentário anterior, mas se olhares pudessem matar... Annie, claro, estava rindo como uma hiena em um show de stand-up. Ótima melhor amiga, eu tenho.

Katie saiu de lá balançando os quadris como se não tivesse acabado de me afrontar.

— Annabeth! – Eu chamei a atenção da loira que babava de rir. E a garota não tinha a risada mais discreta do mundo, se vocês quiserem saber. – Vamos acabar logo com isso.

— Diga, monamour.

— Então... Eu fiz um acordo com a Silena e o Leo. – Disse e ela parecia estar horrorizada. Mas eu não deixei que ela me interrompesse. – Eu ajudaria eles naquele jogo dos desafios e, em troca, eles me ajudariam a conquistar uma garota.

— Que garota?! – Agora Annie estava sorrindo entusiasmada. Juntei todo o pesar que consegui reunir e falei em um tom baixo.

— Thalia Grace.

Silêncio.

Mais silêncio.

Tudo bem, agora eu estava realmente desconfortável. Ela não ia falar nada mesmo?

Aquela Thalia Grace? – Ela engasgou. – Aquela com as roupas pretas, aura trevosa e aspecto de quem sacrifica filhotinhos como oferenda para Belzebu? Irmã do Jason? Prima do Percy?

— Essa Thalia.

— Eu vou fingir que não estou muito brava com você por não ter me contado que tinha interesses por ela antes. – Ela massageou as têmporas. – Quero dizer, você nunca teve interesse genuíno em alguém e quando você finalmente para de ser o putão do baile, vai querer se engraçar com a THALIA? Cara, você está tão ferrado... – Ela parou, mas antes que eu pudesse comentar, ela recomeçou. – Você sabe que ela foi expulsa da última escola porque acusaram ela de roubar os sapos do laboratório para usar como ingrediente em um ritual de magia negra?

Franzi o cenho.

— ... E você sabia que a diretora que expulsou ela morreu recentemente com um caso descontrolado de furúnculos onde o sol não bate? Deuses, isso deve ter sido bem nojento. Ah, e você sabia que ela-

— Annie, chega! Esse não é ponto aqui... – Eu disse rapidamente.

— Mas eu ainda não acabei! – Claro que não... – Você fez um pacto com aquelas duas criaturas enviadas do Tártaro! Pelo amor de Deus, Castellan, eles são a encarnação de Hitler e Stalin!

— Annie, me escuta, pela água de Jesus! – Eu disse segurando o rosto dela entre as minhas duas mãos. Ela assentiu e eu comecei a contar toda a história, desde o dia que a reencontrara no Café até o momento em que ficamos a sós na suíte do Motel. Annie, que até então ouvia tudo em silêncio, finalmente perguntou:

— E o que exatamente aconteceu depois disso?

Lá vamos nós...

Flashback on

Eu não preciso ser nenhum especialista na arte de encher cara para saber que a Thalia não está nada sóbria.

Nem mesmo um pouquinho sóbria, para falar a verdade.

Eu realmente não entendo a necessidade de ter o meu corpo embebido nesse óleo grudento e barato que fez com que eu espirrasse os meus intestinos. É, eu também não achava que isso sequer fosse possível.

Estou tendo sérios problemas em manter a minha mente sã o suficiente, e você quer saber o motivo? Pela segunda vez na mesma noite estou sendo atacado por um membro da família Jackson, mas ao contrário do que foi a primeira vez, eu estou tendo uma batalha interna fortíssima sobre resistir ou me entregar.

Eu posso até ser um galinha de primeira, mas tirar proveito de alguém que estava claramente sob o efeito de álcool não era da minha índole! Até porque, se eu ousasse me aproveitar de uma garota contra a vontade dela e a minha mãe sequer sonhasse, ela me caparia e me daria o Billy para comer no jantar.

E eu não estou exagerando aqui.

Mas o que é isso, Castellan? – Thalia soava irritada, e caminhava novamente em minha direção. – Vai me dizer que você não quer o meu corpo agora.

Deuses, o que eu fiz para vocês?

Érr- E-eeu... Eu... – Gaguejei dando mais um passo para trás. Eu também havia bebido, mas as constantes festas do time me fizeram supostamente mais resistente do que eu gostaria de ser nesse momento. – Thalia, por que não vamos dormir?

Estou soando tão gay que Nico sentiria inveja.

Dormir? – Ela franziu o cenho. – Eu achei que você tivesse dito que iríamos “aproveitar a noite” e que tinha “altas coisas melhores para fazer ao invés de morrer”...

Fui pego completamente de surpresa.

E eu achei que você tivesse dito que preferia morrer! – Eu digo, dando mais dois passos para trás a medida que ela se aproximava.

“Corra da tentação e será recompensado”. – As palavras do padre Monroe me invadiram o pensamento. “Use cabras”.

O que foi?! Uma garota não pode mudar de ideia mais? – Eu dei mais um passo para trás e agora estava encurralado entre Thalia e cama. Por que não podia ser uma parede como nos filmes? Ela soltou o cabelo e o seu sorriso parecia se ampliar cada vez mais. – Ou você joga no time do Nico?

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Meus olhos se estreitaram e eu tive, mas muita vontade de mostrar a ela o time em que eu jogava.

Ela me empurrou na cama e se jogou em cima de mim.

Eu não sei o que Leo colocou naquelas bebidas, mas o negócio era eficiente. O Billy está mais acordado do que nunca e, por mais que eu tentasse preencher a minha mente com imagens da minha vovozinha fazendo topless no Caribe, minha cueca estava ficando realmente desconfortável.

Ela pareceu gostar bastante do meu piercing, porque a próxima coisa que eu sinto é a sua língua em volta do meu mamilo.

Minha nossa senhora dos hormônios descontrolados, me dê uma luz.

Thalia, espera! Espera... – Eu digo exasperado, invertendo as posições e segurando os braços dela sobre a sua cabeça. Assim ela teria que me encarar, certo?

Errado.

O olhar dela estava em toda parte, menos na parte superior. O olhar dela estava nas minhas partes, isso sim! Péssima hora para dar sinais de vida, meu caro amigo Billy. Eu começo a corar e ela não contém um riso enquanto abraça o meu tronco com as pernas, fazendo com que eu arfasse.

Que jogo sujo!

Então quer dizer que você gosta de ficar no topo, Castellan? – Ela disse, olhando diretamente nos meus olhos. – Temos um impasse aqui, mas tudo bem! Eu não me importo em revezar. Rrrrrrrr...

Tudo bem, gatinha, vamos fazer um acordo. – Eu digo, reunindo todo o meu autocontrole.

PANTERA! – Ai meus tímpanos. – Me chame de pantera!

Tudo bem, pantera, eu não sou tão fácil assim. – Ela franze o cenho. – Você terá que me conquistar... Você tem o resto da noite para me fazer ceder. Topa?

Continua...