Bad Karma

18. Motel Pomba Na Concha


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POV Thalia Grace

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— Silena, eu já cansei de esperar! – Eu disse assim que a patricinha chata finalmente atendeu a ligação. – Ele já deveria estar aqui.

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— Espera um minuto, Thalia.— Ela respondeu alegremente me fazendo revirar os olhos em seguida. Olhei em volta afim de dar mais uma olhada no cenário ridículo que estava diante de mim.

Não sei se já mencionei antes, mas eu simplesmente não suporto vermelho. Quero dizer, qual é a grande coisa nessa cor? Azul é muito melhor. E, com a minha sorte, o quarto continha cinquenta tons de vermelho, do chão ao teto, não escapando as paredes e muito menos os móveis. As algemas também estão na conta.

Aonde eu estou?

“Motel Pomba na Concha, se preocupe com o orgasmo que daremos conta da mancha”

E eu queria muito que isso fosse uma piada, mas vindo de Afrodite não dava para esperar nada melhor, não é mesmo?

RESPONDE, CRIATURA!- A voz irritante do outro lado da linha me tirou dos meus pensamentos. Murmurei alguma coisa só pra ela saber que eu estava ouvindo, então ela continuou. – O Leo está tendo sérios problemas em embebedar o baby gótico trevoso... Aparentemente, ele consegue beber mais do que a cria de um pirata com um escocês.

— E o que eu faço até vocês conseguirem atrair ele até aqui? – Retruco impaciente. Aquilo não era ambiente para mim.

VALDEZ! COLOCA ESSA GARRAFA NO CHÃO! VOCÊ ESTÁ FAZENDO ISSO ERRA- NÃO VALDEZ, NÃO É PRA DANÇAR NA BOQUINHA DA GARRAFA, É PRA EMBEBEDAR A PIRIGÓTICA! – Ela começa a esbravejar do outro lado da linha, e eu tenho que me esforçar para conter uma gargalhada. Parece que a minha parte não era mesmo a mais difícil. – Olha Thalia, as coisas aqui não estão fáceis então só... espera mais um pouco. Tenho certeza que eventualmente ele vai acaba- NICO, NÃO TIRA ESSE CALÇÃO! NÃO, VOCÊ NÃO PODE TIRAR O DO LE- GAROTO, VOCÊ TIRE ESSA SUA MÃO ASQUEROSA DA PUTA-QUE-O-PARIU!

Eu acho melhor nem perguntar.

— Okay, Silena, tudo bem. – Dou um suspiro cansado, essas plumas estão começando a entrar nas minhas partes menos nobres, misturadas com todo esse óleo... – Mas veja se agiliza logo, porque esse motel não está alugado pela semana toda.

Bitch please, tenho certeza que mamãe não se importaria em emprestar novamente... – Ela fala com aquela arrogância típica que sempre me faz querer arrancar aqueles olhinhos brilhantes. – Mas fique tranquila e peça serviço de quarto, porque hoje a noite ainda guarda grandes acontec- VALDEZ SEU IMBECIL, VOCÊ VAI ME PAGAR! NICO, DA FRUTA QUE VOCÊ GOSTA O LEO COME ATÉ O CAROÇO ENTÃO VAI FUNDO! ISSOOOO! AH NÃO, VALDEZ, NÃO SE FAÇA DE DIFÍCIL, TODO MUNDO SABE QUE VOCÊ TEM UM CASO COM O WILL SOLACE!

Então ela começou a rir descontroladamente e eu realmente quis saber o que estava acontecendo naquela casa. Até onde eu sabia, eles convidariam alguns amigos íntimos para uma reuniãozinha que teria que acabar com um Nico muito bêbado. Bêbado o suficiente para se permitir ser arrastado até esse motel e protagonizar altas pornografias comigo, que estou precisando.

Quem sabe eu não sou a Cura Gay que todos procuram, huh?

Tudo bem, eu sei que ele é meu primo e que muitas pessoas me acham uma aberração por desejar o corpo dele, mas é como dizem: Um primo não é um parente, é um presente. Eles são a dádiva colocada na Terra para diminuir a ocorrência de incestos.

E esse é o pensamento que me conforta todas as vezes que eu começo a me achar promíscua demais.

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— Se ele não estiver na minha cama em MEIA HORA, eu juro que saio daqui. – Eu disse comendo os últimos morangos do fondue depositado na mesa de cabeceira. O que foi? A garota precisa comer! Não tenho culpa se o meu acompanhante está duas horas atrasado... É de comida que estamos falando aqui, pessoal.

Ai Thalia, tenha um pouco de paciência... Por que não pede alguns drinks para liberar a tensão? O bar daí é ótimo! – Quase não se ouvia mais barulho nenhum do outro lado da linha. - Tenho uma ideia que vai ajudar a diminuir o choque. – Ela recomeça a falar. – Por que você não espera no banheiro ou na sacada? Ele vai estar tão bêbado que nem vai perceber onde está de qualquer forma, então você só precisa esperar ele se deitar e então é só correr pro abraço! Você é uma cobra mesmo, esperar a hora do bote não deve ser um sacrifício.

— EU VOU MOSTRAR A COBRA QUANDO EU QUEBRAR TODOS ESSES SEUS OSSINHOS FRÁGEIS COM UM ABRAÇO! – Apelei e desliguei, mas não sem antes ouvir as risadas dela do outro lado.

Essa garota é muito ridícula mesmo.

Encarei o poste de pole dance pela milésima vez naquela noite e comecei a pensar seriamente como aquelas mulheres conseguiam se pendurar, girar, soltar uma perna, a outra... Bem, somos descendentes de macacos, certo?

E isso, pessoal, é o motivo o qual não se deve ficar entediado. Mente vazia, oficina das presepadas.

Eu levantei e comecei a encarar o negócio pensando seriamente em olhar algumas dicas no youtube primeiro, mas... Não deve ser tão difícil.

...

...

É difícil sim.

Uma pena que eu precisei cair umas trezentas vezes para descobrir que o meu destino não é me enroscando nesse tipo de bastão.

Repare que eu disse “nesse tipo”.

Eu ficaria com vários hematomas e por todas as razões erradas, infelizmente. Como precisava de gelo para os cotovelos e minha perna, pedi uma garrafa de champagne e vários aperitivos... Já que eu não ia ser a refeição, pelo menos me alimentaria muito bem. Agora estava oficialmente entediada, perdera todas as minhas vidas no Candy Crush, a terceira garrafa de champagne já estava quente e pela metade, o que me deixava com zero coisas para fazer. Yay!

Como qualquer mulher amargurada na vida, decidi fazer o que qualquer uma delas faria:

— Hello! It's me. – Ri com a minha própria piada ridícula. – É do serviço de quarto? Gostaria de pedir uns bons drinks, em nome de Jesus.

— Pois não, senhorita, o que gostaria dessa vez? – Perguntou a voz cordeal, que parecia muito mais familiar do que da última vez que eu ligara lá. Estranho.

— Quero uma... Como é mesmo o nome daquela birita bonita com suco de abacaxi e creme de coco? – Perguntei, rindo mais uma vez.

— Creio que esteja falando de Piña Colada, senhorita Grace.

— ISSO! ESSE AÍ MESMO, CAMPEÃO! – Observei mais uma vez o quadro para tentar lembrar de outro drink que eu poderia pedir... Se era tudo por conta da casa, por que não aproveitar? – Uma Marguerita e... Você tem alguma sugestão?

Silêncio.

— Quem sabe a especialidade da casa? – Ele sugeriu. – Nuit Ardente. É sem dúvidas o mais requintado e elogiado do catálogo e-

— Ótchimo. – Eu disse desligando o telefone em seguida.

Acontece que meus drinks estavam gelados e deliciosos, e eu acabei por ligar aquela música horrível dos Bee Gees que tocava quando entrei no quarto horas antes e dancei ridiculamente. Pelo menos eu estava animada. E ainda faltava o tal drink “especialidade da casa”.

Como eu queria provar direito o negócio, eu pedi logo meia dúzia. Coloquei um sobre a mesa de cabeceira e levei a bandeja com o resto para o frigobar. Sem dúvidas eles eram bem maiores do que eu esperava. A cor era bem interessante e o cheiro era muito bom, o canudo tinha forma de coração e tudo parecia bem inofensivo.

Aham, claro.

Beep – Esse som me fez correr de volta para a cama, batendo o meu dedo mindinho na mobília no processo.

Olho a notificação no celular e quase choro de emoção ao ver que era o tão esperado sinal do Valdez.

O filé chegou pro abate. XX Leo”

Antes que eu pudesse sequer responder, outra notificação. Dessa vez, era Silena.

Não esquece de ir pro banheiro! XX Poderosa”

Comecei a ouvir passos no corredor e nem pensei antes de jogar meu celular em um canto qualquer e correr para o banheiro. Claro que, no processo, acabei por espalhar gelo por todo o quarto. Thalia sendo Thalia.

Em seguida, ouço vozes abafadas provavelmente pela distância e me concentro o máximo para conseguir assimilar o que estava sendo dito.

— ...não é a minha hic casa hic – Nico. Aquela era, com toda certeza, a voz do meu primo querido. Bêbado aos soluços... Que orgulho!

— Claro que é a sua casa, não se lembra que a sua mãe pintou as paredes no mês passado? – A voz era feminina e eu não fazia ideia a quem pertencia. – Agora só entra aí... Só vai! Deixamos uma surpresa para você!

Franzi o cenho. Aquilo não estava sendo como eu esperava.

S-surpresa? Eu hic ATORUN surpresas! – Ele responde e logo o escuto aplaudindo. Gay, muito gay.

Isso! Você só precisa entrar, tirar essas botas e procurar a cama.

Vocês alugaram um gogo boy? – Sua voz soa bastante animada e eu sinto vontade de chorar de novo. Não existe esperança para esse garoto.

Talvez. Mas você precisa entrar para saber.

Em seguida, ouço a garota se despedindo e um abrir e fechar de porta. Quando de repente:

— AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHH QUE DIABOS É ISSO? – Pulo de susto, com o grito abafado. – O QUE SIGNIFICA ISSO, SAI DAQUI!

— AH, ENTÃO QUER DIZER QUE VOCÊ É A SURPRESA?— A voz é de Nico. – ADORO ADESTRAR MINHAS PRESAS, VENHA CÁ MEU GARANHÃO, ME DEIXA SER SUA POCAHONTAS E TE DOMAR!

Eu arregalei os olhos e ali eu soube: Alguma coisa tinha saído muito errada nesse plano.

Corri para a porta do banheiro para observar melhor o que se passava dentro do meu quarto, mas como eu suspeitava, não havia ninguém lá. A briga era no quarto ao lado. Afrodite nunca ouviu falar de isolamento acústico?

— VENHA MINHA POTRANCA ARREDIA, VENHAAAA – É. Claramente não.

O barulho ficava cada vez mais alto e os passos apressados e rápidos denunciavam que os indivíduos estavam agora no corredor. Tropeçando – acho que talvez seja resultado de tanta bebedeira-, alcancei a porta e a cena que eu vi me deixou estática.

Sim, estática, porque o meu cérebro não conseguiu decidir entre rir, rir muito, chorar, chamar a polícia ou ir correr dali.

Nico estava com a camisa de botões preta aberta enquanto encurralava um garoto seminu e coberto de óleo contra a parede. O garoto estava olhando para baixo, e o desespero irradiava dele. Era loiro, e, com respeito nenhum, QUE HOMEM.

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— Olha só esse rostinho! – Nico continuou se inclinando para beijar o garoto. – Quem vê assim nem pensa que é desgraçado da cabeça...

Tem algo MUITO errado aqui, porque aquele ali não era eu. Ah vá.

Eu observava a cena com atenção, ainda sem entender muita coisa. O que veio em seguida aconteceu muito rápido para a minha pobre percepção bêbada, então não repare na falta de detalhes das coisas. O garoto loiro me viu e, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, aquele projeto de stripper aproveitou a chance para empurrar Nico no quarto ao lado, fechar a porta e correr dali.

E tudo o que eu sei é que, no momento seguinte, eu estava dentro do quarto novamente, o cartão chave caiu da minha mão, a porta foi fechada, e eu sinto um peito forte contra as minhas costas e uma mão tampa a minha boca.

Ué.

Eu fiz a coisa mais madura possível: Comecei a lamber a mão do indivíduo e me arrependi instantaneamente: tinha gosto de óleo corporal. Talvez ele fosse mesmo um stripper no fim das contas.

— Shiiii, fica quieta Grace! – Ele disse sussurrando.

Espera.

Essa voz...?

Mas o que é isso? O Destino está fazendo um jogo comigo?

E foi aí que eu encarnei a Puta que O Pariu e mordi a mão daquele ser desprezível com toda a força que tinha na minha molar. Do lado de fora, eu podia ouvir Nico praguejando.

— AII! – O loiro babaca disse, me fazendo sentir satisfeita. – Para com isso, quer que ele nos encontre?!

SIM. QUERO MUITO.

SE TEM UMA COISA QUE EU QUERO, ESSA COISA É QUE NICO NOS ENCONTRE. AÍ EU SAIO DAS SUAS GARRAS E VOU APROVEITAR A MINHA NOITE.

— Me solta, seu imbecil! – Eu esbravejo, me virando para ele e paro antes de conseguir retomar o que estava dizendo.

Mas que calor é esse?

Por favor, não me julguem. Eu estou uma pobre adolescente em abstinência aqui, vocês não têm hormônios, não? Olha só essa pélvis... E esse contorno no abdome, esses braços devem ter custado boas horas na academia e- Espera, isso no mamilo dele é um piercing?

Socorro.

Eu preciso tomar banho de água benta.

Mas antes eu vou olhar mais um pouco, porque né... Meu olhar desce mais um pouco, para a cueca preta e...

Esqueça a água benta, eu precisava mesmo era das lágrimas de Jesus Cristo. Definitivamente o gene do celibato não corre em mim.

Não fui expulsa do colégio de freiras à toa.

Devo ter ficando checando aquela barriga maravilhosa com todos aqueles gominhos e peito musculoso durante muito tempo, porque quando começo a sentir a baba escorrer, o momento é totalmente arruinado:

— Gosta do que vê? – Ele pergunta e eu encaro as fuças dele, reunindo toda a raiva que conseguiria no momento.

GOSTO, MAS EU PASSARIA DOIS DIAS INTEIROS EM UM BAILE FUNK ANTES DE ADMITIR ISSO.

— Seu sonho. – Eu digo me afastando ainda mais. – AGORA SOME DAQUI, CASTELLAN.

Ele olhou para mim com aquele sorriso demoníaco, e eu soube que não seria tão fácil assim.

— Por que não aproveitamos a noite, já que estamos aqui? – Ele arqueou a sobrancelha.

Moço, não faça proposta indecente a uma mente fraca, bêbada e necessitada.

— Prefiro a morte.

— Ah Thalia, eu consigo pensar em tantas coisas mais legais para se fazer... – A voz dele era baixa e rouca, mas ele não fez menção de se aproximar. Obrigada aos deuses!

— Então vá fazer elas LONGE DE MIM, babaca! – Eu massageei minhas têmporas, me sentando em uma das cadeiras do quarto. Olho para cima e encaro o meu reflexo.

Ninguém nunca conseguiria me convencer de que espelhos no teto são uma boa ideia.

Nunca.

— Thalia... – Ele chamou. Ok, talvez se eu só ignorar, ele me deixa em paz. – Thalia! Tha-

— O QUE FOI?! – Já estava me sentindo um pouco zonza, e a Tequila daquela marguerita estava me dando pensamentos indevidos. Droga Nico!

— A porta. – Ele começou hesitante.

— Exatamente, você vai sair pela porta. – Eu disse rindo. Espera, por que eu estava rindo? – Eu não te matei ainda, então você não pode atravessar paredes.

— É que... A porta. – O tom de voz dele ainda era rouco e baixo. – Você deixou o cartão cair do lado de fora.

Aquilo me fez levantar mais rápido do que Jason quando ouvia a palavra “bacon”. Do que aquele idiota estava falando? Claro que a porta não estava trancada.

É, a porta estava trancada.

— Cadê a chave dessa porta!? – Esbravejei. Aquilo só podia ser um pesadelo...

— Você derrubou!

— EU VOU DERRUBAR É A MÃO NESSA SUA CARA LIND- LERDA! – Caminhei rapidamente e senti uma corrente de ar fria passar pelas minhas pernas. Mas é claro! Eu tinha mesmo que estar usando uma camisola quase transparente e lingerie preta. CLARO!

— Você pode admitir, não tem problema...

— Cala a boca, Luke!

Comecei a andar de um lado para o outro no quarto, esperando conseguir pensar em alguma coisa para nos tirar daquele quarto. Ninguém atendia o telefone da recepção e, muito menos o do serviço de quarto.

DEUSES, O QUE EU FIZ PARA VOCÊS?

Procurei o meu telefone, mas aquele 1% de bateria (Obrigada, Candy Crush), só serviu para me fazer ver a hora. Isso mesmo, só a hora, os minutos não.

Yay.

O inútil do oxigenado estava comendo o chocolate do fondue, e eu olhei para ele novamente e chacoalhei a cabeça para me livrar dos malditos pensamentos promíscuos. Ele era um babaca mesmo, sempre me zoava na escola e não era nem de longe o amigo do Jason que eu mais gostava, mas quando o assunto é gostosura...

Okay, vamos pensar positivo. Silena a essa hora sabe que o plano deu errado e virá nos resgatar, eu só tenho que esperar e...

— EI, SEU BABACA, TIRA ESSA PATINHA DO MEU DRINK! – Tudo bem, eu tinha mais cinco desses dentro do frigobar, mas eu não ia dividir a minha comida com esse aprendiz de rei do galinheiro, ah mas não ia mesmo!

— Mas eu tô com sede! – Ele protestou, ainda com o copo na mão. Eu me levantei e comecei a andar em direção a ele para tomar, mas ele previu o meu movimento e, por causa dos meus atuais reflexos de lesma paralítica, conseguiu engolir tudo de uma vez só.

Tarde demais.

— Seu imbecil! Esse drink era meu!

Era. Disse certo.

Grunhi, me jogando na cama em seguida.

— Thalia, posso me juntar a você? – Eu ouvi a voz do retardado ecoar. – Eu estou com um pouco de frio aqui...

Sério? Mas aqui tá tão quente...

— Morra. – Eu disse encarando meu reflexo no espelho do teto de novo. Não sei porquê eu não estava tentando arrombar a porta e nem socar a cara do Castellan, mas com certeza deve ter algo a ver com o meu estado de alcoolismo.

Eles estavam demorando muito para me tirar daquele lugar e eu já tinha bolado outros mil planos para pegar o Nico de jeito da próxima vez. E sem interferências dos gêmeos do mal... Ah é, eles não eram gêmeos. Enfim, aqueles dois demônios que atendem por Leo e Silena.

Da próxima vez eu só amarro um laço no meu pescoço e me arremeço contra ele quando ele entrar no quarto.

Soa como um bom plano.

— Thaliaaaaaaaaa – O babaca me chama novamente. Senhor, dai-me paciência. – Eu tô com frio!

Vem que meu nome é Vulcão.

Tcs... Que espécie de consciência é essa? Céus...

— Thaliaaaaaaaaaaaaaa...

— Thaliaaaaa

— Thatau....

— Thalitinhaaa

Ok, chega. Eu não aguento mais! Caminho rapidamente até o frigobar e retiro a bandeja com as bebidas de lá. Talvez se ele entrasse em coma alcóolico, eu me livraria da cruz.

— Eu sei exatamente o que vai te esquentar. – Eu disse sorrindo.

Ele arqueou as sobrancelhas se aproximando, o sorriso malicioso era tão amplo que ele poderia ser confundido com o gato de Cheshire.

— Que seria...? – Indagou.

— Álcool.

Acho que até o Percy seria capaz de prever que isso não acabaria bem.