The Orphan - Season 1

Capítulo 5 - A New Friend


"Um novo amigo"

– Violet – 30 de setembro de 1993 -

O primeiro mês passou-se rapidamente e entre as aulas eu sempre conversava com meus amigos grifinórios, descobri grande afinidade com o Harry, nos tornamos bons amigos e, com ele, vieram Rony e Hermione. Os gêmeos Weasley eram realmente o “terror” dos professores, pois além de desrespeitarem as regras, viviam aprontando. As meninas sonserinas também se tornaram grandes amigas minhas.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Violet, você recebeu uma carta... – disse Alessa durante o jantar.

– Carta?

– Onde você está com a cabeça hoje? – perguntou Sophie – É sábado! Deveria estar animada, vamos para Hogsmeade semana que vem!

– De que adianta ter a visita à Hogsmeade se eu não poderei ir?

– Mas...

– Mary, você não entendeu ainda?! – disse me levantando e deixando o salão principal, com vários olhares sobre mim.

Andei sem destino por alguns minutos, eu sabia que viriam me procurar mais cedo ou mais tarde e provavelmente levaria alguma detenção, mas não me importava. Tudo que eu queria era um tempo sozinha para pensar.

Pensar... É tudo que faço desde que nasci. Quem foram meus pais? Por que me abandonaram? Por que ninguém me amava?

Eram tantos pensamentos, tantas perguntas sem respostas, que me distrai totalmente, o que raramente acontecia. De repente, senti alguém tampar minha boca e cintura ao mesmo tempo e, antes que eu pegasse minha varinha, senti meu corpo pesar, a visão começou a embaçar e todas tentativas de escapar se esgotaram, levando-me num sono profundo.

***

Lentamente, luzes invadiam meus olhos, mas nenhuma imagem era concreta. Pude ouvir pessoas conversando enquanto alguém me carregava.

– Vamos logo Crabbe, alguém pode vir atrás. Você sabe o que aconteceu com o quadro da Mulher-Gorda!

– Fica quieta Pansy! Ninguém vai notar que não estamos lá. E você pensa que é fácil carregar essa menina? Ela é muito pesada!

– Pronto, chegamos! – exclamou um terceiro. Goyle. – Agora é só deixá-la aí dentro, amarrada.

Amarrada!? Ahhh, aqueles três vão me pagar!

Imediatamente comecei a bater minhas pernas e braços na pessoa que me carregava.

– Veja Draco, ela acordou!

– Me solta! – gritei

Para minha ‘sorte’, meus braços e pernas estavam amarradas e, no momento que comecei a me mexer, Pansy lançou um feitiço em mim, deixando-me imóvel. Ótimo.

– Muito melhor agora. – disse ela, sorrindo vitoriosa.

– Por que estão fazendo isso? – perguntei.

– Pra você aprender a não mexer com um Malfoy. – disse Draco.

– E você acha que assim vai me fazer aprender alguma coisa?

– Não, mas talvez passar a noite trancada e amarrada num dos quartos do terceiro andar ajude. Lembrando que ninguém vem aqui por ser proibido... Dizem que tem monstros por aí. – riu.

– Eu não tenho medo Malfoy.

– Vamos ver. – piscou – Já soube da novidade? Um assassino que fugiu de Azkaban invadiu Hogwarts e assustou a Mulher-Gorda... Dizem que ele quer matar o Potter!

– Por mim ele pode ficar à vontade... Menos um enxerido. – debochou Pansy.

– Vamos logo Draco, não vamos passar despercebidos por muito tempo – disse Goyle, morrendo de medo. Então colocando-me no chão para logo em seguida Crabbe me empurrar para uma sala vazia e escura, trancando a porta.

– Me tirem daqui agora!

– Boa noite Prince! – gritou Draco.

Fiquei alguns minutos imóvel, devido ao feitiço da Pansy, mas logo consegui me mover novamente. Eu estava irritada, muito irritada! Já estava armando planos de vingança na minha mente quando ouvi barulhos do outro lado da sala, e assim que virei deparei-me com dois grandes olhos brilhantes.

– Q-quem está aí?

Apesar de não sentir medo, devo admitir que assim que vi aqueles olhos me encarando um frio inexplicável me atingiu a espinha. Violet, não tenha medo, é só algum animal... Ou aqueles idiotas tentando pregar uma peça.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Vamos logo, apareça! Eu não tenho medo de você! – falei, elevando o tom de voz.

Em seguida os grandes olhos negros foram diminuindo até desaparecerem completamente.

Não sei se isso ajuda as coisas...

– Isso não tem graça!

– Eu sei, desculpe. – disse uma voz masculina saindo da penumbra.

Assim que apareceu sob a pouca luz que invadia o lugar, percebi que era um homem de estatura média, forte, cabelos cacheados pretos. Vestia roupas sujas e rasgadas e estava claramente pálido... sem contar uma tristeza e desespero por trás dos olhos negros.

Mas ele é inofensivo! Você gelou por causa dele?!

– Quem é você? Algum fantasma que se esconde no terceiro andar? – brinquei, fazendo-o sorrir.

– Não, não sou um fantasma, embora eu deva estar parecendo um agora...

– Com certeza. Quem é você?

– Eu... Você não está me reconhecendo?

– Se estivesse não teria perguntado. Será que dá pra, por favor, dizer logo seu nome?

– Desculpe, é que pensei que, com o meu rosto em todos os jornais, você saberia...

– Eu não leio os jornais. – novamente o silêncio. – Muito bem, já que não vai começar, eu começo. Sou Violet Prince e, se minhas mãos não estivessem amarradas, apertaria a sua agora e diria que é um prazer conhecê-lo.

– Oh, me desculpe pela indelicadeza, você precisa de ajuda? – disse ele, apontando para as cordas.

– Se não for pedir demais. – ironizei, fazendo-o rir novamente.

Ele aproximou-se de mim e desamarrou as cordas, ajudando-me a levantar.

– Sou... Sirius Black. – disse ele, temendo minha reação.

– Então você é o suposto assassino sanguinário que fugiu de Azkaban? – perguntei, brincando novamente.

– Suposto? – sua expressão era confusa.

– Sim, porque... Eu realmente não acredito que você seja um assassino... Parece estar com medo... E com fome.

– Bom, você é a primeira a acreditar nisso. – disse ele, num tom triste – E não sou um assassino, muito menos sanguinário. Fui acusado injustamente, traído por alguém que eu julgava amigo... Por que acredita em mim?

– Digamos que eu tenho um... pressentimento... que nunca falha. Eu sei “ler” as pessoas. E muito bem. – ele encarou-me novamente, intrigado.

– Você não teria uma varinha, teria? – perguntei esperançosa.

– Na verdade, acho que eu roubei uma... – admitiu sem graça.

– Ótimo, será que poderia me ajudar a sair desse quarto?

– Você...

– Juro que não conto pra ninguém que te vi, quero apenas sair daqui e dar uma lição em algumas pessoas.

– Foram essas pessoas que te trancaram aqui. – assenti – Você sofre muita perseguição na escola?

– Nem imagina...

– Por quê?

– Digamos que o fato de eu ser uma nascida-trouxa da Sonserina e aluna nova do terceiro ano combinados com meu ‘nível’ de conhecimento é o suficiente... Eu avisei para o Malfoy não se meter no meu caminho... – disse eu, a raiva tomando conta de mim novamente.

Malfoy. Você também tem problemas com um? – vendo minha confusão, ele explicou – É que na minha época de colégio tinha um Malfoy na escola também que se achava superior por ser sangue-puro. Lucio Malfoy.

– Meu problema é o filho dele, Draco Malfoy. Ah se eu pegar aqueles quatro eu juro que esmago todos eles, um por um!

– Vamos fazer um trato: eu te ajudo a sair do terceiro andar se em troca você não contar a ninguém que me viu aqui.

– Trato feito. – apertamos as mãos - Não se preocupe, ninguém saberá – disse eu, piscando.

Assim que me entregou a varinha, fiz um feitiço não-verbal e transfigurei um prato cheio de comida que tinha visto mais cedo e uma muda de roupas limpas para meu novo amigo.

– Como fez isso? Só alunos do sexto ano conseguem praticar feitiços não-verbais.

– Como eu disse, meu “nível de conhecimento” é tido por muitos como superioridade...

– Nunca ouça o que eles dizem, é tudo inveja! – sorriu - E obrigado por isso.

– Não há de que. Acho que hoje ganhei um amigo. E quatro inimigos... – acrescentei - Alohomora!– com um clique a porta foi destrancada, entreguei a varinha para Sirius e nos despedimos. - Obrigada Sirius, e boa sorte.

– Eu que agradeço.

– Tenha cuidado! – sussurrei, fechando a porta atrás de mim.

Como um homem como ele pode ser acusado de assassinato? Ele é inofensivo!

Antes que eu chegasse às escadas tropecei em algo, o que me levou ao chão. Assim que me levantei, senti meu joelho arder.

Ótimo, eu consegui ralar o joelho! Meu dia não podia ser pior...

A cada degrau minha raiva só aumentava, senti meu sangue borbulhar e meu rosto com certeza estava vermelho. Assim que cheguei ao segundo andar, ouvi a gata do zelador se aproximar. Desci correndo as escadas até o primeiro andar com a intenção de me esconder até ser seguro voltar para o dormitório, mas, para minha ‘sorte’, esbarrei em alguém com tanta força que cai no chão. De novo. E como se não fosse o bastante, soltei um gemido assim que minha cabeça colidiu com o chão.

– Onde você estava? – falou uma voz gélida e, aparentemente, raivosa.

– Professor Snape? – exclamei, surpresa.

Eu estava errada, podia sim ser pior.

Sem que ele me deixasse continuar, se abaixou para pegar no meu braço, apertando com tanta força que chegava a incomodar, e levantou-me do chão com certa indelicadeza, seus olhos faiscavam com tanta raiva que eu não fazia ideia de como responder.

– Professor!

– O que você fez hoje é imperdoável! Inadmissível! – ele gritava tanto, que alguns professores apareceram.

– Eu não fiz nada. – falei, com a voz baixa firme. Pela primeira vez senti medo dele... e era uma sensação horrível

Não fez?! Ainda por cima é mentirosa! Menos 50 pontos da Sonserina! – disse ele, apertando ainda mais meu braço.

Por que os outros professores não fazem nada? Será que até eles têm medo?!

– Não pode fazer isso! – gritei, meu controle desaparecendo conforme ele falava.

– Não ouse levantar a voz pra mim mocinha!

– Então não me acuse sem provas! – rebati com a mesma intensidade - Eu nem sei o que eu fiz!

– Tenho testemunhas de que a senhorita saiu do salão principal com o intuito de procurar e enfrentar Sirius Black!

Testemunhas?

– Severo... – começou a Prof. McGonagall

– Fique fora disso Minerva. Ela é da minha casa.

– Então é por isso que está gritando comigo e me acusando de algo que não fiz?! Só por eu ser da sua casa não significa que tem direito de falar assim comigo!

– E não discuta!

– Não estou discutindo, estou me defendendo! Você nem se deu ao trabalho de me deixar explicar!

– Não tem o que explicar! Só essa noite quebrou várias regras da escola, deveria ser expulsa!

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Eu já disse que não quebrei regra alguma!

– Detenção por três meses comigo.

– O quê?! Não vou ficar em detenção!

– E por quê? – falou ele, me encarando novamente com o ar sombrio de sempre.

A raiva começou a tomar conta de mim, meu braço continuava sob a pressão da mão do professor, minha cabeça estava prestes a explodir, meus joelhos mal me aguentavam e a fraqueza me atingia com força total, mas eu não ia recuar. Para conter a dor que se manifestava, apertei minhas mãos em punho e senti minhas unhas me cravarem a pele.

– Eu não fui procurar o Black. – disse eu calmamente, com a voz tão fria quanto a dele – Seus protegidos da Sonserina me atacaram e me prenderam.

– O que aconteceu? – perguntou McGonagall, preocupada.

– Eu saí sim do refeitório, mas foi porque eu acordei de péssimo humor. – disse eu, olhando nos olhos negros do professor. - Estava andando pelos corredores quando senti me segurarem pela cintura e tamparem minha boca. Logo em seguida perdi a consciência e só acordei mais tarde, quando percebi que estavam me carregando. Malfoy, Parkinson, Crabbe e Goyle. Eles me amarraram, pegaram minha varinha e me trancaram num quarto escuro do terceiro andar. Fiquei horas presa naquele lugar!

– Por que eles fizeram isso? – dessa vez era Lupin quem perguntava.

– Por que eu não levo desaforo pra casa. Malfoy me ofendeu e eu revidei. Então o covarde resolveu me “dar uma lição”. – disse eu, voltando os olhos para Snape - Mas eu juro que se um deles passar na minha frente agora, eu esgano um por um. – completei com a voz fria e sombria que eu sabia muito bem fazer. - Será que o senhor pode me soltar? Está me machucando! – imediatamente, sua mão largou meu braço, que doía. – Se não acredita em mim, tenho provas.

Assim que disse isso, levantei a manga da minha blusa para mostrar as marcas da corda. Por eu ser muito branca, qualquer pressão sobre minha pele deixava-a marcada.

– Tenho nas pernas e no estômago também. Quer ver? – desafiei - E se ainda assim precisar comprovar, vá ao terceiro andar, numa das salas estão as cordas. Também sugiro que procure minha varinha com o Sr. Malfoy.

Todos estavam em silêncio, até que Snape começou a falar.

– Você pode estar certa sobre o que aconteceu, mas ainda vai ficar em detenção comigo amanhã.

– Por quê? – indignei-me.

– Por me desrespeitar, não admito que um aluno fale assim comigo.

– E eu não admito que gritem, me acusem injustamente ou segurem meu braço como o senhor fez!

– Ora, chega vocês dois! – interrompeu McGonagall - Severo, depois conversamos. Violet, venha comigo, você precisa ir à enfermaria. – disse abrindo os braços pra mim.

– Com licença, professor Snape. – falei passando por ele enquanto era abraçada pela McGonagall, que me conduziu até a enfermaria. Lupin, que nos acompanhou, pediu que eu explicasse novamente, em detalhes, o que tinha acontecido e logo prometeu tomar providências a respeito e desapareceu antes que chegássemos. - Boa noite Madame Ponfrey.

– Violet, o que faz aqui novamente? – disse ela, olhando-me com ternura.

– Outro acidente. – sorri travessa.

– Tudo bem, sente-se aqui querida. – falou pegando no braço que o Snape tinha apertado segundos atrás, fazendo-me recuar. - O que aconteceu com o seu braço?

– Nada de mais... Como eu disse, outro acidente. – falei, tentando esconder que fora um professor que fez aquilo, o que não passou despercebido por McGonagall.

Madame Ponfrey tirou minha blusa, colocou um daqueles vestidos de hospital horríveis e assim pude ver melhor o que aconteceu. O lugar que Snape tinha segurado agora estava roxo e dolorido, assim como meus pulsos, marcados pelas cordas.

Por Merlin! Seja qual for o acidente que tenha acontecido, foi bem grave... Creio que terá que passar a noite aqui. Sente mais alguma coisa?

– Estou com uma dor de cabeça terrível. Também sinto fraqueza... Digamos que eu não me alimentei direito hoje...

– Regime?

– Não, eu nunca faria essas loucuras de regime. – disse eu, rindo – Apenas não acordei muito disposta... Estou inquieta e explosiva o dia todo. E não me pergunte o motivo, nem eu sei.

– Tudo bem, vou te dar uma poção do sono e depois cuidar da dor. Mas provavelmente essa marca roxa no seu braço vai demorar um pouco pra passar.

– Eu consigo conviver com uma dorzinha no braço.

– Tudo bem, agora descanse querida. – disse ela.

Em poucos segundos senti meu corpo pesando, o cansaço me atingiu e meus olhos encontraram a escuridão.

– 1 de outubro de 1993 –

– Como se sente querida?

– Muito bem Madame Ponfrey... Obrigada – sorri

– Ótimo! Agora deixe-me ver seu braço... - disse, examinando-me calmamente - Sinto muito, mas essas manchas não vão desaparecer tão cedo... Eu poderia usar magia, mas não seria um processo natural...

– Não se preocupe, quando eu era criança vivia roxa... – brinquei, descontraindo o ambiente.

– Até imagino... Bom, você só precisa evitar que alguém encoste nelas.

– Ninguém vai se aproximar.

– Tenho certeza que não... – brincou

– Então eu já posso ir?

– Claro! Por favor, não se meta em mais confusões... E tente evitar voltar para a enfermaria...

– São as confusões que me encontram. E acredite, eu evito a todo custo não voltar pra cá... Mas até que o ambiente é legal... – brinquei, com cara de criança.

– Sim, sim, agora vá, suas amigas devem estar preocupadas.

– A Alessa vai me matar...

– Desde que não seja mandada pra cá.

– Ok! Já entendi! Está me expulsando... Acho que mereço... Bom, até depois Madame Ponfrey, e muito obrigada.

– De nada querida.

Assim que sai da enfermaria, decidi ir direto para o salão comunal da sonserina, mas antes que conseguisse entrar, fui surpreendida pela Professora McGonagall.

– Srta. Prince! Que bom que já saiu da enfermaria, está bem? – perguntou ela, aproximando-se.

– Estou melhor, obrigada.

– Fico feliz. Você poderia me acompanhar até a sala dos professores?

Com um aceno positivo meu, McGonagall acidentalmente esbarrou no meu braço ainda dolorido, fazendo-me recuar.

– Ainda dói? – perguntou ela, com a expressão preocupada.

– Um pouco. – admiti.

Caminhamos em silêncio até a sala dos professores, que estava vazia.

– Sente-se, por favor. – disse ela – Violet, posso chamá-la assim?

– É claro. – sorri.

– Muito bem, Violet. Eu... Eu gostaria muito que você se abrisse comigo... – vendo a surpresa em meus olhos, continuou - Sabe, há alguns anos atrás uma amiga minha, Lilian, teve uma filha... Uma menina tão bonita. – sorriu com a lembrança – Infelizmente, por vários problemas, ela não pôde ficar com a filha... – seu sorriso desapareceu.

– Eu sinto muito... – disse eu, ainda confusa por ela estar me contando algo tão pessoal.

– Eu fiquei responsável por ela até os cinco anos. Eu era a madrinha e sempre que possível eu a visitava... Ela era tão doce!

Era? Aconteceu alguma coisa?

– Como eu disse, fui responsável por ela até os cinco anos. Mas, como eu não podia sair de Hogwarts, tive que deixá-la num orfanato. Era um excelente lugar e as crianças eram muito bem cuidadas.

– Então ela foi adotada?

– Alguém apareceu se dizendo ser da família e a levou. Nunca mais tive notícias dela... - sua expressão era muito triste.

– Se foi da família ela deve estar bem...

– Os documentos eram falsos e ninguém da família sabia dela. Eu procurei por muito tempo, mas ela desapareceu completamente... – uma lágrima caiu de seus olhos, ela realmente estava muito triste.

– Eu sinto muito... Pelo jeito a senhora a amava muito não é?

– Sim, muito. – suspirou – Mas, mudando de assunto, eu gostaria muito que me visse com confiança... Quero que saiba que pode contar qualquer coisa pra mim, assim como eu fiz agora – sorriu, segurando minha mão

– Obrigada professora McGonagall.

– Ohhh, e mais uma coisa. Quando não estivermos em aula me chame apenas de Minerva, sim?

– Por que a senhora está sendo tão gentil comigo?

– Porque você lembra muito aquela menina... Embora seja um pouco mais explosiva. – brincou fazendo-me rir

– Obrigada... De verdade. Nunca me trataram tão bem assim...

– Então acostume-se querida, você tem muitas pessoas que se importam aqui. – sorriu ternamente.

– Eu sei. – respondi, sorrindo também. Nesse momento fomos interrompidas por um dos professores, que rompeu as portas raivosamente. Snape. - Eu... Acho melhor ir... As meninas devem estar preocupadas.

– É claro, como eu disse, você tem muitos amigos aqui... – continuou McGonagall

– Posso? – disse, me aproximando.

– Deve. – falou Minerva, abrindo os braços e, para a surpresa de Snape, McGonagall me abraçou fortemente.

– Obrigada de novo.

– Volte sempre que precisar. – disse ela, tocando meu nariz e acompanhando-me até a porta.

Logo que deixei a sala dos professores, percebi que não tinha comido nada e me dirigi até o salão comunal da Sonserina. Tudo que precisava era um banho e algo pra comer... Mas acho que não deu muito certo.

– Violet!! Finalmente! – gritou Mary, logo após eu entrar no quarto, abraçando-me – Estávamos super preocupadas! Onde esteve?

Logo que avistei as meninas, fiz menção para que sentassem e logo contei tudo que tinha acontecido. Assim que terminei, fui bombardeada por perguntas.

– Se acalmem! O importante é que estou bem.

Conversamos por mais meia hora, em seguida tomei meu banho e nos dirigimos ao salão principal, onde todos almoçavam. Harry, o primeiro a me ver, veio ao meu encontro, seguido por Hermione, Rony e os gêmeos. Recebi um abraço grupal, atraindo a atenção de todos no salão. Assim que nos afastamos, vi Draco e os amigos sentados. Ahhh é agora.

– Já volto. – disse andando na direção de Pansy Parkinson, que sentava de costas pra mim.

– Violet... – começou Harry, me acompanhando.

– Ora, ora... Se não é a Prince e o guarda-costas... Dormiu bem? – perguntou Draco ironicamente. Sorri o mais cinicamente possível e, apoiando-me nos ombros de Pansy, comecei a “brincar”.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Você não imagina o quanto Draquinho... – imitei Pansy – Sabe, Madame Ponfrey me disse que dormi a noite toda, como um anjo...

– Você? Um anjo? – debochou ele

– Pois é... Tem gente que vê qualidades onde não existe. A Parkinson por exemplo. Sabe Draquinho, a Pansy acha que você é lindo, charmoso... Pensa até que você gosta dela! Dá pra imaginar Harry? – perguntei, ainda rindo. – Ela também pensa que é bonita e poderosa. Não conta pra ninguém mas, na cabeça dela, ela tem amigos!

– Não se atreva a me ofender! – começou Pansy.

– Pansy querida, estou falando com o Malfoy.

– O que você quer Prince? – perguntou ele.

– Só vim fazer um comunicado. – falei, com a expressão de uma criança inocente. – Crabbe, Goyle, não se sintam excluídos. – pisquei fazendo sinal com o dedo para se aproximarem.

Boa parte do salão nos observava, inclusive os professores. Certamente estão esperando alguma briga...

– Da próxima vez que atravessarem o meu caminho, não será apenas um “comunicado”. Farei questão de esganar cada um de vocês... Torcer pescoço por pescoço até ouvir os ossos se quebrarem... – minha voz era baixa e ameaçadora – Então, não pensem que são superiores, pois não são. – meu sorriso era estonteante - Draco, se eu fosse você, iria buscar a corda que me amarrou com o professor Snape, tenho certeza que ele ficará muito satisfeito em devolvê-la... – pisquei, afastando-me.

– Você foi assustadoramente maravilhosa! – comentou Rony assim que voltei para a mesa Grifinória.

.