Como Arranjei Minha Namorada.

O que um pouco de pressão não faz?


Mais três passos... Dois... Um... Cheguei. Na frente da turma inteira sem saber o que fazer. Quase congelei. Eu já estava suando frio. Mais alguns passos pra frente, em direção a professora daquele período. Simplesmente falei baixo, entre o alvoroço que a galera estava fazendo:

- Congelei, sei lá o que irei fazer.

Ela riu um pouco. Acho que ela devia abandonar a área da química e abrir uma agência tipo cupido. Ela calmamente me aconselhou:

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- Se ajoelhe e beije a mão dela.

Tá, tá... Como se fosse fácil. Esperei a turma se calar. Encarei um pouco as pessoas, lembrei que Anne não estava lá. Se estivesse, diria algo do tipo: “Arthur, ela não vai te esperar a vida inteira, ela te ama, faça algo!”. Respirei fundo, e encarei um menino que se localizava ao fundo da sala. Por culpa dele eu, Arthur, estava ali.

Flashback mode on

Mais uma aula de química. E aqueles dois não paravam de se agarrar em meio ao laboratório, tubos de ensaio e potes com iodo sólido. Bernardo e Helena. O cara mais idiota da turma e a menina mais desejada. Eles até que combinavam. Claro que, ele não estava nem aí pra ela, só queria saber de pegar e depois jogar fora, já ela não. Estava super apaixonada pelo babaca. Coitada... Até que a dona Silvia resolve interromper:

-Ih, tão de rolo é?

A turma toda concorda com a professora e um “sim” é vindo de um coro de alunos. Imediatamente, os dois negam, e a pobre garota fica vermelha. Não satisfeita com isso, acaba solicitando ao aluno que se declarasse para a menina. Bernardo negou alegando que isso era coisa de gay.

Basta, pensei. Não agüentava mais o ver tratando-a como trouxa. Não pude deixar de lembrar de Carol. Eu vinha agindo da mesma forma com ela. Como fui tão ridículo. Poxa vida, a garota dos meus sonhos estava aos meus pés e eu pouco me lixando. Ok, ainda me lembro direitinho do dia em que pedi pra ficar com ela, mas aquilo não foi nada. Eu vivia fugindo do amor da minha vida. E vendo aquele “casal”, pude perceber que... Estava na hora de eu fazer alguma coisa.

Não sei se sabe, mas sou um cara que só faço algo de for sob pressão. E um dos meus amigos começou:

-Ei, por que ao invés do Bernardo, o Arthur não vai lá na frente?

Pronto. A algazarra já tinha começado. Era só o que me faltava. Pensei nela. Pensei na Carol. Isso me bastou para levantar e ir lá na frente.

Flashback mode off

Respirei fundo, poderia jurar que desmaiaria a qualquer momento.

- Bem, todos sabem por que eu to aqui. – comecei. Eles assentiram. – É pra dizer que eu amo muito a Carol e – apontei para ela e chamei-a com o dedo – queria que ela viesse até aqui. Pude vê-la corar. Ela é a coisa mais linda quando fica assim, coradinha.

-Carol. – eu disse, me ajoelhando em frente a ela e pegando sua mão – você quer namorar comigo?

Pronto. O silêncio já era. Todos começaram a gritar, os meninos começaram a zoar com a minha cara e as garotas fizeram um som parecido com “ooooooh” . Olhei um pouco par a turma e acho que nunca vi bagunça maior. Direcionei meu olhar para ela, que, ao perceber isso, sorriu.

-Sim. – ela me respondeu. Juro que, estava me segurando para não beijá-la ali na frente de todo mundo. Mas quem disse que, diante daquele sorrisinho tímido lindo eu iria conseguir? Ou será que é necessário falar que o meu pouco juízo foi pro espaço? Levantei-me depressa, abracei-a e segurei-a no alto. Parecia uma criança. E assim que fui a descendo, direcionei-me a seu rosto. Acabamos nos beijando. E foi bom. À medida que fui deixando-a encostar o chão as pessoas começaram a fazer silêncio. Palmas para todos os lados, gritos, assovios, sem nenhuma vaia, eu consegui entender... Era o amor. Eu a amava. Mais que tudo. Mais que minha própria vida. Eu necessitava dela o tempo inteiro... E dentre tantas outras para descrever o que eu sentia, eu soube... Não havia outra palavra melhor.

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Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.