Capítulo 16-Epílogo

A cada ano que passa, minha vida antes dos 16 anos parece mais distante. Mais borrada,mais difícil de lembrar em detalhes.Ás vezes, parece apenas um sonho.Algo como um djavú.

Talvez, a memória mais viva que eu tenha,é a de uma garotinha. Filha de franceses, com cabelos loiros e olhos sorridentes.Ás vezes parece apenas um sonho. Ás vezes penso que essa garotinha deve ser apenas eu mais jovem. Ou talvez uma alucinação.

Mas então tem esse retrato. E tem esse nome que me vem á mente quando o olho— Connet. E, cada vez que olho esse retrato, me vem um frase à lembrança: “Como se fosse possível esquecer você!”. E sinto como se tivesse quebrado uma promessa.

Também existe essa voz que sussurra na minha cabeça de vez em quando. Sempre quando estou mais nervosa, sempre que estou mais inquieta com toda esta confusão, a voz me garante que vai ficar tudo bem. Que eu tenho a mamãe, o papai, com quem posso contar. E que tenho meu irmãozinho Col, de quem preciso cuidar.

E, caso algo de errado, sempre posso recorrer a meu tutor Noriak. Ele sempre me conta a história de quando me conheceu. Mantendo minha memória bem viva, me mantendo ciente de que fui resgatada de uma antiga vida infeliz.

Sempre posso visitar meus caros amigos, Dâmara e Bicudo e eles vão me fazer rir, me contar histórias, e me oferecer comidas inadequadas.

Nárnia não é perfeita. Ainda tenho de aprender a lutar. Ainda temos de lidar com os ataques da rainha Jadis. Mas temos uma esperança. A esperança de que dois filhos de Adão e duas filhas de Eva trarão a paz.

Nárnia não é perfeita, mas é o lugar onde as pessoas que me amam estão. É onde meu coração está. Nárnia é meu lar.