Golpes Da Vida

Toda Dor é Necessária


Deitado no sofá da sala de estar da casa de Jasper, sem fazer nada, apenas fitando o teto, Edward pensava nas palavras que Bella havia lhe dito:

“Então é só isso que a minha amizade vale para você? Pois muito bem, vamos ver quem é mais teimoso. Se você insistir nessa maluquice, eu é que juro que nunca mais falo com você Edward Cullen”.

Elas martelavam em sua cabeça o deixando confuso e fazendo-o refletir sobre tudo que estava acontecendo.

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– Talvez seja melhor assim – assentiu a si mesmo – Talvez seja melhor que ela conte logo e acabe com isso. Eu devo ser um idiota mesmo. Magoei a Bella e ainda por cima coloquei tudo a perder. Hum – riu – Mas o que seria da vida se não tivesse a emoção do tudo ou nada? Edwad Cullen, tome juízo cara.

***

O corredor estava completamente vazio. Já havia passado de meio dia, e quase todos os alunos do Orion School estavam dentro de suas salas de aulas. Quase todos, exceto por Isabella Swan, que caminhava obstinadamente em direção à sala do técnico, decidida a impedir que seu amigo, Edward, fizesse uma grande besteira.

Ela caminhou por todo o corredor deserto. Despois subiu dois lances de escada até o andar de cima onde se encontrava a sala dos professores. Cada professor tinha a sua e, não muito distante delas, estava a do diretor Sr.Stan. A menina andou até parar em frente a uma porta de placa com os dizeres: Sr. UDSON Professor de Educação Física.

“Vamos Bella. Não seja medrosa. Você precisa fazer isso”. Dizia a moça a si mesma. Ela respirou fundo. Deu três batidas e entrou.

– Com licença. Eu posso entrar?

– Você já entrou mesmo – respondeu uma voz ranzinza ao fundo da sala. Ele estava sentado em sua mesa lendo um jornal e, não se deu ao trabalho nem de levantar a cabeça – Diga logo o que você quer menina. Porque eu estou muito ocupado.

“Estou vendo como você está ocupado”. Pensou Bella observando o desdém do professor. Ela puxou uma cadeira e se sentou de frente para ele que continuou sem esboçar qualquer reação.

– Bem... Na verdade eu queria... Hum – pigarreou.

– Menina, se você veio até aqui para pedir uma vaga de líder de torcida. – continuou o técnico com indiferença – Esqueça. Todas as vagas já estão preenchidas.

– Eu não quero ser líder de torcida. Líderes de torcida me enojam. Eu vim aqui por outro motivo. – ela parou de falar tomando consciência da decisão que tomara – Vou ser direta. Um dos atletas da sua equipe de natação está machucado e não pode competir.

O treinador baixou o jornal e, pela primeira vez desde que a menina entrara na sala, a encarou.

– Como assim? – disse arqueando uma sobrancelha.

– É exatamente isso que o senhor escutou. – continuou decidida a revelar toda a verdade. – Ele sofreu uma luxação* há dois dias e o médico disse que não pode fazer nenhum esforço físico por pelo menos uns 15 dias.

O técnico parecia perplexo com a afirmação, mas mesmo assim perguntou:

– Não pode ser. Me diga de quem você está falando?

A moça estremeceu um pouco e logo em seguida disse:

– Edward Cullen.

O treinador ficou novamente chocado. Pensou por um instante e depois falou:

– Suponha que isso seja verdade. Por que ele esconderia algo tão sério?

– Porque ficou com medo de que o senhor não o deixasse competir. Ele tem seus motivos para ter feito isso.

– Tem seus motivos? – protestou Sr. Udson indignado batendo na mesa – Moleque irresponsável. Ah! Então foi por isso que ele não apareceu esses dias. Os pais dele sabem disso? – ele observou a expressão desconfortável da menina e logo entendeu que Edward havia mentido também para eles – Espere um segundo... Como foi que?... A carta! Eu recebi uma cópia da carta da Srª Cullen. Diga, ele falsificou a carta também?

A menina ficou em silêncio.

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– Como eu imaginava. Mas se ele pensa que isso tudo vai ficar só por isso mesmo, não vai. Fraudar uma competição e falsificar um documento é algo muito sério. O conselho vai tomar providências.

– Por favor, não leve isso ao conselho – suplicou Bella – isso vai arruinar o futuro dele.

– Seu amigo devia ter pensado nisso antes. Agora me dê licença que eu vou relatar tudo ao diretor. Vou cuidar pessoalmente disso e você pode ter certeza que nem ele e nem quem o ajudou vão sair impunes dessa história.

***

“Está feito, não posso mais mudar o rumo das coisas. O que resta é apenas torcer para que a situação não fique pior ainda...”. Pensou Bella ao retornar da sala do Sr. Udson.

***

A porta do quarto rangeu ao ser aberta. Edward ergueu a cabeça e pode ver a Bella entrando em seu quarto sem fazer cerimônia.

– Eu fiz uma coisa hoje – disparou entrando no quarto e fechando a porta trás de si – Eu fui na sala do Sr. Udson.

– Eu já imaginava – Edward que estava fixo lendo um livro, o largou de lado e sentou-se na ponta da cama. Era noite e os dois usavam roupas de dormir. Ele observou a moça aproximar-se mantendo sua atenção nela – Você contou pra ele?

– Eu fui lá disposta a fazer isso.

– Então você contou. – disse o rapaz cabisbaixo.

– Você merecia. Foi um irresponsável. – continuou a moça num tom severo – Mas como eu dizia... Eu fui lá disposta a fazer isso. Eu cheguei à sala dele, olhei a porta e não tive coragem.

– Como assim? Você... você...? – perguntou incrédulo.

– Eu só vim aqui pra dizer... Que eu não contei pra ninguém que você estava machucado – quando a menina terminou a frase, Edward não conseguiu esconder o seu alívio e a encarou dando um leve sorriso – Eu imaginei toda a cena como seria, mas não tive coragem. Eu fiquei com medo do que pudesse acontecer com você e com os meninos. Foi isso, eu fiquei com medo da reação do técnico.

– Obrigado – agradeceu com sinceridade.

– Não pense que só porque eu não fui lá dedurar você eu compactuo com isso – dirigiu-se a porta – Você sabe, Edward, que a única pessoa que deve contar é você.

– Eu sei. Mas... mesmo assim. Eu te agradeço. Obrigado.

Bella já estava saindo do quarto, quando chegou à porta virou e disse:

– Edward?

– O quê?

– Vá lá e vença. Vença Edward Cullen.

***

Um dia havia se passado desde a última conversa que os dois amigos tiveram. Edward apareceu no colégio, como necessário, antes das provas para pegar as algumas instruções. O comitê do campeonato optara por fazer algumas modificações de última hora e, por isso, o técnico ainda não dissera quem seria o capitão da equipe ou se realmente seria necessário um.

Era dia de competição. As salas e os corredores do colégio Orion estavam vazias, as pessoas dirigiam-se para o ginásio de natação. Havia uma grande concentração de alunos, pais e curiosos nas arquibancadas, no entanto, o número aumentava a todo instante. A competição estadual trazia para o colégio uma grande quantidade de pessoas de outras escolas e era um evento a parte que movimentava toda a cidade, tendo repercussão inclusive nos jornais locais.

Emmett e Edward estavam perto do bebedor numa parte vazia do colégio.

– Edward, antes de você ir para a competição – iniciou medindo as palavras – eu acho que você devia falar com uma a certa pessoa.

– Não, não agora. As coisas andaram muito tensas entre a gente esses dias. Ela não concorda comigo e eu não tiro a razão dela. Eu não quero mais discutir com ela. Não agora. Depois da competição converso com Bella, mas nesse momento é melhor que ela sinta raiva de mim. Não quero mais que ela se envolva com essa história. Não quero que se sinta culpada.

– Tudo bem, não tinha pensado por esse lado. Você sabe o que faz. Ou melhor dizendo, o que não faz. Deve ser melhor assim. Só uma coisa... Como... como é que você está se sentindo? Quero dizer, você parece muito bem. Tem sentido alguma dor?

– Não. Graças ao remédio que o Jasper pegou pra mim não tenho sentido nada. Vai dar tempo o suficiente para terminar a competição antes do efeito dele passar. Ainda bem, porque eu acabei de tomar o último comprimido. Eu preciso ir agora. – disse olhando para o relógio – combinei com a Tanya de encontra-la antes da prova.

– Então... – Emmett deu dois socos no ombro do irmão e o abraçou depois de um aperto de mãos – É isso maninho. Te desejo boa sorte.

– Valeu. Agora vamos parar com o melodrama que isso não combina com você. Tchau.

***

– Nossa. Não consigo achar um lugar bom pra gente ficar – reclamou Roseli observando a multidão que começava a tomar seus lugares na enorme arquibancada do ginásio – Não tem lugar nenhum. Estão todos ocupados.

– Eu disse que era melhor a gente ter chegado cedo, mas a Roseli demorou um século se arrumando – falou Alice angustiada – Não sei pra quê isso tudo.

Eu disse que era melhor a gente ter chegado cedo – arremedou Roseli com desdém – porque eu me chamo Chatalice e sou uma pessoa muito chata que fica reclamando de tudo.

– O quê que você tá dizendo aí garota? – a menina parecia realmente irritada com a brincadeira da amiga.

– Gente! Gente! Vamos deixar de briga – interveio Bella – Olhem! Eu avistei o Emmett. Acho que ele pode conseguir bons lugares para a gente. Vamos!

– Tá bom. Mas foi ela que começou primeiro.

***

Edward caminhava no corredor vazio para encontrar Tanya, até que James o abordou impedindo a sua passagem.

– Você tem algum “remedinho” que me empreste? Sabe, pra melhorar o meu desempenho na competição – perguntou James sarcástico.

– Não sei do que você está falando – Edward estava visivelmente nervoso.

– Eu vi você tomando um remédio. Por acaso Edward Cullen está trapaceando? – James indagou num tom irônico – Será que um rapaz tão “correto” faria isso?

– Eu já disse que eu não sei do que você está falando – Disse desviando-se de seu rival e continuando o seu caminho. Até que James falou por detrás de seus ombros:

– Ok. Vai ser sua ultima chance de confessar até que eu conte para o técnico sobre o seu “remedinho” – jovem estava dando as costas quando Edward o chamou.

– Não era nenhum estimulante se você quer saber.

– Eu sei.

– Quem foi que te contou?

– Vamos dizer que um passarinho me contou da conversa que Jasper e seu irmão tiveram na biblioteca. – James dava voltas ao redor de Edward como um abutre – No inicio duvidei, mas quando eu vi você tomando um comprimido, hoje, mais cedo no estacionamento, tive quase certeza.

– Você vai contar para o técnico?

– Eu não preciso fazer isso, porque quando você perder e envergonhar o colégio inteiro, eu vou estar lá para assistir a sua desgraça de camarote – ele saiu do corredor deixando o garoto sozinho.

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– Edward? – chamou Tanya.

– Tanya? Você estava aí? – surpreendeu-se o rapaz.

– O que ele quis dizer?

– É... que...

– Diga Edward, sem me enrolar. – ordenou a garota.

– Há alguns dias acabei machucando o meu pé –sorriu tentando disfarçar – mas não é nada serio.

– Se não é nada serio, então, por que você não me contou?

– Não queria que você ficasse preocupada.

Tanya respirou fundo.

– Ok. Então é isso aí. Estou com você meu amor – disse Tanya abraçando o namorado – Confio em você. É isso aí gatinho.

***

– Edward. Cara, onde é que você estava? O treinador já perguntou por você três vezes – perguntou Jasper ao ver o amigo entrar no vestiário.

– Eu estava com a Tanya e me atrasei um pouco.

– As duas comadres podem parar de fofocar e começarem a se arrumar? Ou será que é pedir muito? – repreendeu o técnico diante dos dois.

– Sim senhor – assentiram juntos.

***

Senhoras e senhores bem-vindos ao trigésimo quarto torneio estadual juvenil de natação do estado da Flórida.

A arquibancada vibrou em aplausos com a voz do locutor. Um aluno do segundo ano que havia sido selecionado para fazer a narração junto com a equipe jornalística.

Eu sou David Sullivan e estarei acompanhando com vocês esse que promete ser um grande espetáculo.

– Nossa! Ele parece que não respira – observou Bella no seu banco ao lado de Alice, Roseli e Emmett.

– Narradores de competições são assim mesmo. Honey – Roseli comentou enquanto mexia no celular – Por falar nisso eu adorei esses lugares. – Eles estavam em uma localização privilegiada logo em frente às piscinas – Obrigada E... Emmett.

– Disponha de mim sempre que precisar docinho – disse o rapaz, mas a garota não fez conta e continuou entretida com o aparelho.

– Será que vai demorar muito ainda pra começar? – indagou Alice.

– Acho que bebi refrigerante demais. Galera eu vou ao banheiro – Bella desceu a arquibancada e seguiu em direção ao toalhete.

– Droga. Eu não deveria ter tomado tanto refrigerante assim – a menina entrou apressada em um dos boxes quando escutou duas meninas chegando ao banheiro. Ela achou uma das vozes conhecida e logo entendeu que se tratava de Vládia e uma amiga.

***

– Acho que não tem ninguém aqui – disse Vládia supervisionando o lugar com os olhos. – Agora dá pra falar. Como eu ia dizendo, vou matar dois coelhos com uma cajadada só.

– Não entendi. Como e com quem você vai fazer isso? – perguntou a outra garota.

– No momento ainda não posso te dizer, mas só digo uma coisa. Eu vou tirar o principal nadador concorrente do caminho do James e ainda vou ver a otária que me desafiou de cara no chão.

– Hoje você tá malévola – as duas riram juntos até que o celular da garota recebeu uma mensagem – Vou ter que sair a gente se encontra depois Vlá.

– Tá certo – respondeu a adolescente abrindo um estojo de maquiagem – Te vejo mais tarde então.

Assim que a outra menina saiu, Bella escancarou a porta do boxe.

– Como é que é? Quem é que você vai ver de cara no chão?

– Então você estava aí esse tempo todo?

– Me explica essa historia direito.

– Você já deve saber que o Edward no estado que ele está não vai poder competir. Sabe o que é melhor disso? Que você nem ninguém vai me impedir de contar para o técnico – Vládia deu as costas tocou na maçaneta da porta de saída, porém Bella a puxou pelo o outro braço.

– Você é que pensa – a moça deferiu-lhe um tapa que a fez rodopiar e parecer tonta.

– Se enxerga garota. Acha que fazendo isso vai ficar com ele? Olhe pra você. Você não passa de uma pobre coitada. Ele é rico e você só é apenas a filha da empregadinha...

Bella não aguentando lhe deu mais outra bofetada, só que com mais força. Vládia por sua vez, puxou seu o cabelo.

– Ai, ai, ai! Ahhha! – bufou a amiga de Edward aranhando o braço de Vládia.

Bella pegou a cabeça da morena e bateu na pia fazendo a garota cair no chão.

– Desculpa. Quer dizer desculpa não. Oh meu Deus, isso é sangue. Eu não...

Vládia passou o dedo no queixo e viu uma mancha de sangue sujar sua mão. Bella foi se aproximando, mas a menina recuou. Ela correu para dentro de um dos boxes e se trancou nele.

– Fica longe de mim. Sua maluca.

Observando os equipamentos de limpeza, Bella pegou uma das vassouras e removendo o cabo, começou a bater no trinco.

– O que você tá fazendo? – perguntou escutando os movimentos da estudante. – Eu disse: O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO!

– Você vai ver já já. – respondeu batendo até que o trinco estivesse quebrado – Pronto.

– O que você fez? Me tira daqui – ordenou Vládia forçando inutilmente a porta – Você vai se arrepender quando eu sair daqui!

– Droga minhas mãos estão sujas – Bella foi até a pia lavou as mãos, saiu do banheiro e trancou a porta. Por fora ela rabiscou os seguintes dizeres numa folha de papel e colocou na entrada:

BANHEIRO INTERDITADO. CANO ESTOURADO. FAVOR USAR OUTRO.

***

– Bella aonde é que você tava? – perguntou Alice ao ver a amiga chegar apressadamente.

– É porque eu tive um imprevisto no banheiro.

– Imprevisto? Bella você tava com alguma diarreia? – disse Roseli irônica.

– Eu perdi muita coisa? – indagou sem dar muita atenção à amiga.

– Se você perdeu alguma coisa? Sério Bell, a prova de revezamento já acabou. – respondeu Emmett.

– Como assim acabou?

– Você sabe como as competições de natação são rápidas – observou Alice.

– E como foi que a gente ficou? O placar. Como é tá o placar? Nós ganhamos?

– Não. Nós não ganhamos – iniciou Roseli – Mas não precisa ficar com essa cara – disse observando a expressão de desapontamento da garota – O colégio está empatado em segundo lugar.

– É isso mesmo – afirmou o rapaz – e ainda faltam duas provas. Ao contrário do que a gente imaginava, não vai ser o revezamento que vai pesar mais. Os organizadores trocaram o peso das provas.

– E quais vão ser as provas? O Edward vai competir nas duas?

– São as de craw e nado livre. O Edward só vai competir na última. A de maior peso – Emmett explicou – E pelo que eu to imaginando essa última prova é que vai decidir tudo. Vai ser uma grande responsabilidade pra ele.

– Gente! – interrompeu Alice – Eu fiquei sabendo que vão atrasar as últimas provas por causa de um problema na barra de medição do tempo.

– Sério Alice?! – falou Roseli – E quanto tempo vai atrasar?

– Pelo o que eu ouvi de uns caras conversando, parece que vai levar pelo menos meia hora para consertarem.

– Droga! Isso é péssimo! Isso vai acabar com o efeito do... – o jovem parou de falar ao ver que suas colegas o observavam.

– Efeito do quê Emmett? – perguntou Bella – Diga logo porque hoje eu não estou com paciência.

– Tudo bem. Acho que não vai fazer muita diferença mesmo. – começou – O Edward. Ele não está tão bem quanto parece. Ele tava sentindo dores e pediu que o Jasper arranjasse algum analgésico bom pra ele. Analgésico, não pensem que foi outra coisa. – corrigiu – Só que tem um problema.

– Qual?

– O efeito do analgésico não é muito longo e o tempo tá acabando. Logo as dores vão começar a aparecer e, só que com mais intensidade, por causa do esforço que ele fez na prova de revezamento.

– Meu Deus! Eu não sabia que a situação era tão séria assim.

***

– As últimas provas vão atrasar. –avisou o treinador.

– Por quê? –perguntou Scott Brawn, um dos nadadores.

– Porque a barra que mede o tempo dos competidores se deslocou. Agora eles estão consertando. Deve demorar pelo menos meia hora.

“Merda! Daqui a mais ou menos vinte minutos começa a passar o efeito do analgésico” pensou Edward angustiado.

– Jasper! – sussurrou para o amigo observando para que ninguém escutasse – Quanto tempo mesmo você disse que dura?

– Cara eu não posso te dar garantia, mas eu sei que você tem um problemão. Não dá mais pra voltar atrás. Se você não competir na última prova o colégio vai perder, mas se você for, não há garantia que você suporte.

***

O tique-taque do relógio era o som que predominava nos ouvidos de Edward, entre tantas vozes que conversavam ao seu redor. O jovem baixou a cabeça que latejava na mesma frequência do relógio. O tempo parecia que andava cada vez mais devagar. Começou a sentir um pequeno formigamento no pé, que foi crescendo a cada minuto.

Ele se lembrou do discurso que o técnico fizera dias antes da competição. As palavras pareciam fluir nos seus pensamentos.

“(...) Mas a dor, ao contrário do que muita gente imagina, não é uma coisa ruim. Se fosse assim, Deus não teria permitido que os seres humanos sentissem dor. (...)Toda dor é necessária. E se você for corajoso o suficiente para suportar essa dor, ela te fará mais forte”

– Edward, tá na sua hora garoto – gritou o Sr. Udson na entrada do vestiário.

***

Voltamos galera! Que prova emocionante! Com a vitória de James Austin do colégio Orion, temos um empate entre os dois maiores competidores. É isso mesmo, os dois colégios recordistas de vitórias estão empatados em primeiro lugar. Isso significa que a última prova vai decidir tudo. Será um duelo de titãs: Os Dolphins do Orion versus Os Waterlions do Fênix. A disputa de segundo e terceiro lugares também promete.

– Quem é que vai ligar pro segundo e terceiros lugares? – disse Roseli.

– Eu não sei. A única coisa que me preocupa nesse momento é o Edward.

– E vocês escondendo o jogo hein Bella. Nossa, isso vai ser tão emocionante. – terminou Roseli.

***

Que comece a batalha! Todos os competidores estão se dirigindo a seus postos.

Edward recebia incentivo dos seus colegas, mas quando começou a caminhar não conseguiu mais disfarçar a dor latente que aumentava a cada passo. Ele mancava diante de todos até chegar a sua posição na raia 4.

Meu Deus! Vocês estão vendo isso? Edward Cullen está mancando! Nossa, e parece que ele vai continuar assim mesmo. O que será que aconteceu?

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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

As pessoas entreolhavam-se perguntando o que havia acontecido com aquele garoto e se ele iria competir mesmo assim. Mas Edward parecia tão concentrado que não importava o que as pessoas falassem, naquele momento só o que importava era vencer a prova.

– Parece que o Edward deve ter se machucado – comentou um garoto atrás do banco em que Alice, Roseli, Emmett e Bella estavam – Cara eu acho que ele não vai conseguir.

Todos os nadadores estão nos seus lugares. Na raia 1 está Brayn Willims do colégio Academic. Na raia 2 está Justin Anderson. Na raia 3 está Alex Princeton. Na raia 4 Edward Cullen do Orion – uma onde de aplausos irrompeu no ginásio – Na raia 5 Carter Blunt do Fênix – Outra onda de aplausos. – E na raia 6 Oliver Queen.

“Toda dor é necessária... toda dor é necessária... toda dor é necessária ...” Edward repetia para si mesmo como se fosse um mantra.

O apito soou interrompendo os seus pensamentos. Todos os competidores largaram.

E todos os competidores largaram. Lidera a prova Willims seguido bem atrás de Queen e depois de Blunt. Na última posição está Cullen.

– Vamos Edward. Vamos. Você vai conseguir – repetia Bella.

Primeira volta encerrada e agora Queen assume a liderança. Willins agora está em segundo e Blunt e Anderson estão empatados em terceiro. Cullen toma a posição de Princeton e fica em 5º.

– Ele não vai conseguir tá muito difícil – disse Alice.

Segunda volta. Isso aqui tá incrível é impossível dizer algo ao certo.

– Perca Cullen. Perca Cullen! – falava James.

– Anda Edward. Nade! – Gritava Tanya.

Nova virada. Willims volta a liderar a prova e Blunt agora está em segundo. Meu Deus! Meu Deus! Isso é fantástico Edward Cullen agora está em terceiro!

– Vamos garoto! Arrebenta com eles! – berrou o treinador Udson.

FANTÁSTICO! Última volta e Blunt e Cullen estão empatados liderando a prova. Eu disse EMPATADOS. Eles estão quase na marca... quase... e... vão bater... vão bater. UAU!

Os dois batem na barra ao mesmo tempo, só alguns milésimos de segundo decidiriam que seria o ganhador. Edward tirou todo o ar dos pulmões. Tirou o óculos e olhou a tabela do placar.