No hospital

Pov Clove

Fragmentos de lembranças e coisas que nunca vivi passaram pela minha cabeça. Sinto como se estivesse num hospício.

Atordoada, me lembrei do tombo e do beijo. Minha cabeça doía muito.

— Clove, está acordada?- ouço alguém sussurrar

Meus olhos lutaram para abrir, até que finalmente consegui.

— Que... Quem?- minha boca está seca e minha voz sai como um murmúrio

Percebi estávamos estava no hospital. Nem me surpreendi.

— Sou eu, Cinna. Seus pais já foram avisados, vieram aqui mas precisamos revezar, você ficou desacordada um dia e meio.

— Vocês revezaram pra ficar comigo?- perguntei menos atordoada

— Sim, eu, Cato, seus pais e Katniss. Peeta trouxe pães e outras coisas para nós.

— Vou ter que agradecer tanta gente- resmunguei e Cinna riu

— Parece que tem gente melhor.

— O que os médicos disseram?- disse me lembrando

— Que você vai ficar melhor. Passaram alguns remédios. Talvez você saia hoje ou amanhã cedo. Você teve um corte feio na cabeça e parece que fraturou a mão, deve ter caído em cima dela.- ele disse

Reparei que uma de minhas mãos estava enfaixada.

— Cato disse que você correu para pegar a folha de seu relatório que estava voando e acabou escorregando.

— É verdade. Maldita folha- menti

— Sim, mas porque então quando passei pelas carteiras seu relatório ainda estava lá?- ferrou- Não precisa responder, parece que vocês não querem contar a verdade. E o que importa é que você está bem.

Fiquei em silêncio. O celular de Cinna vibrou em sua mão.

— Vou trocar de lugar com Katniss. Fique bem, Clove...- ele se despediu

Minha amiga depois de alguns minutos entrou no meu quarto hospitalar com algumas sacolas.

— Clove, você acordou, que máximo. Cinna vai avisar a todos.- ela disse

— Oi, Katniss- falei

Ela se sentou na beira de minha maca e começou a mexer nas sacolas.

— Trouxe alguns chocolates e bolos que ajudei meu NAMORADO a fazer.- ela enfatizou- Os médicos te liberaram para comer.

— Namorado?- perguntei

— Peeta e eu estamos namorando e descobri que ele é um cozinheiro de mão cheia.

— Que bom! Mas agora estou morta de fome. Arrume aqui com cuidado para eu sentar e me passe as guloseimas.

E assim ela fez. Estava tudo muito bom até dar o horário de visitas. Então meus pais chegaram com a família de Cato, e Cato.

— Filhinha, que bom que está bem. Sente muitas dores na cabeça?

— Sim, pai. Afinal, não bati o joelho e sim a cabeça- disse rindo

Foram conversas assim o tempo todo e então quando o tempo acabou decidiram que Cato era quem ficaria comigo agora.

Antes, o médico me examinou, deu remédios e foi tudo muito chato. Menos a parte em que ele disse:

— Você receberá alta ainda hoje. Vou vir aqui a noite e então você poderá ir para casa.

Depois disso Cato entrou no quarto sozinho. Meu coração deu pulos de alegria. Foi involuntário.

— Você me assustou tanto, Clove...- ele disse apenas