De manhã, Bella pôs a carteira do senhor dentro da mala e seguiu para o supermercado. E eu fui com ela. Ela estava decidida. Percebia-se no olhar dela. Gostava de conseguir ler-lhe os pensamentos para saber o que ia fazer.

Antes de almoçar, o dono da carteira não apareceu. Poucos minutos faltavam para a Bella sair do trabalho, quando o homem apareceu.

Percebi que ela tinha ficado apreensiva. As suas costas estavam mais direitas que o normal, e a sua respiração vinha do fundo do peito.

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_Boa tarde – começou o homem a falar para a minha pequena – ontem, ao fim do dia, estive aqui consigo. Vim fazer umas compras e deixei cair a minha carteira. Só não sei se foi aqui ou se foi noutro lugar. Será que a menina ou alguma colega encontrou a carteira?

Flora não respondeu. Simplesmente puxou da mala a carteira e estendeu-a para o homem.

_É esta?

_É sim – ele pegou na carteira e contou o dinheiro. - Muito obrigada por ter guardado a minha carteira.

A minha protegida deu um salto de alegria por ter feito o que era correto e os olhos dela brilharam. Estava feliz. E é assim que eu gosto de a ver.

_A menina tem que idade? Peço desculpa por estar a perguntar.

_19.

_E porque está a trabalhar sendo tão nova? Tem é de aproveitar a juventude.

_Não posso. Tenho um pai muito doente e uma mãe desempregada.

_Deixe-me ajudá-la, como agradecimento por ter guardado a minha carteira.

Deu-me vontade de rir quando ela deu um salto de alegria com a proposta do homem. Hoje ela não teria aulas, ia direta para casa. Então, eu fui andando para lá e estava sentado com os pais dela quando chegou.

_Mãe, pai. Eu vou trabalhar numa empresa...vou ser secretária de um empresário. Os nossos problemas vão acabar.

Era este o sinal que eu precisava para ir ter com o meu pai. Estava na hora.